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maio 2005 :: ano 2 :: nº17 :: www.arteccom.com.

br/webdesign

as melhores formas de gerenciar informações no seu site

debate
desenvolver ou comprar um
gerenciador pronto: qual a
melhor opção?

e-mais
veja como criar sites para
cantoras pode alavancar
novos projetos

colunas
René de Paula fala sobre
podcasting, RSS e outras
invenções úteis na web

especial
a partir desta edição,
Web Standards é tema
mensal do tutorial

R$ 7,90 e d i t o r a

arteccom
Case: Gisele Bündchen
“Com o site, sinto de perto o carinho dos fãs” Gisele Bündchen
Übersite tem textos produzidos pela própria modelo e valoriza a sua personalidade simples
Confira a matéria com a produtora web e depoimentos das irmãs da top
direitos autorais
3
Equipe

Editorial
quem somos

Direção Geral
Adriana Melo
O design atrapalha?! adriana@arteccom.com.br
Direção de Arte
Outro dia li no site Usabilidoido*, do nosso amigo Frederick Van Amstel Patrícia Maia
que o design, digamos, “atrapalha”: patricia@arteccom.com.br
Ilustração
“O mundo seria muito mais simples e proporcionalmente menos atrativo Beto Vieira
beto@arteccom.com.br
se não existisse o tal design, afinal, quanto o seu aplicativo consome de
Diagramação
banda só para mostrar aquelas belas imagens, que atraem e te instigam ao Jeferso n Costa
jeferson@arteccom.com.br
consumismo, ao entretenimento e em raras exceções, a usabilidade e Direção de Redação
ergonomia?” Wanderson Andrade. Andr é Philipp e Iunes

:: A Arteccom não se responsabiliza por informações e opiniões contidas nos artigos assinados, bem como pelo teor dos anúncios publicitários. :: Não é permitida a reprodução de textos ou imagens sem autorização da editora.
andre@arteccom.com.br
E ele tem razão! Infelizmente, e principalmente na internet, o design, Redação
Bet e V e i g a
na maioria das vezes, atrapalha. O que procuramos na internet? Conteúdo,
bete@arteccom.com.br
informação. Quando nós, designers, criamos barreiras para que os usuários Tatiana Serra
tatiana@arteccom.com.br
encontrem o que buscam, estamos agindo contra os princípios do design. Vaness a Barbosa
Essa edição da Webdesign é sobre conteúdo. Tenho certeza que não vanessa@arteccom.com.br
Assinaturas
atrairá tanto o público como em outros números, quando tratamos de flash, Jan e Costa
jane@arteccom.com.br
de cores, de criatividade, etc.. Mas a matéria-prima do designer é a INFOR-
Gerência de Tecnologia
MAÇÃO. Estamos a serviço do conteúdo de um site. Temos que fazer com Fabi o Pinheiro
fabio@arteccom.com.br
que a COMUNICAÇÃO entre a empresa e seus clientes seja feita da melhor Webdeveloping
forma possível. A função do designer é fazer uma empresa se comunicar de Eric Nascimento
eric@arteccom.com.br
forma clara, eficiente, ágil, segura e atraente. Encontrar o equilíbrio entre Financeiro
Luana Rocha
essas funções é um desafio. Isso é o design.
luana@arteccom.com.br
Então, vamos dar a devida importância ao CONTEÚDO. O design deve
A Arteccom é uma empresa de design, especializada na
criação de sites e responsável pelos seguintes projetos:
ser o cenário de uma peça de teatro: ele não deve aparecer mais que os Revista Webdesign :: www.arteccom.com.br/webdesign
Curso Web para Designers :: www.arteccom.com.br/curso
atores, mas deve fazer com que a peça seja melhor compreendida. Encontro de Web Design :: www.arteccom.com.br/encontro
Portal Banana Design :: www.bananadesign.com.br
Boa leitura!

Criação e edição
www.arteccom.com.br
Adriana Melo
Produção gráfica
www.prolgrafica.com.br
* www.usabilidoido.com.br/materializar_o_virtual_da_credibilidade.html#1163
Distribuição
Comentário de Wanderson Andrade, em 12/04/05.
www.chinaglia.com.br

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menu
apresentação matéria de capa
pág. 4 quem somos pág. 20 entrevista: Eduardo Lapa
pág. 5 menu pág. 25 Independência na gestão de informações

contato
e-mais
pág. 6 emails
pág. 40 estudo de caso: Gisele Bündchen
pág. 6 fale conosco
pág. 46 artigo: Vozes femininas na web
pág. 54 tutorial : Tableless
fique por dentro
pág. 8 direito na web
com a palavra
pág. 9 adote esta página
pág. 58 criação: Marcos Nähr
pág. 10 clipping
pág. 60 estratégia: Ricardo de Bem
pág. 62 bula da Catunda: Marcela Catunda
portfólio
pág. 62 marketing: René de Paula Jr.
pág. 13 veterano: Sapien
pág. 18 calouro: Rafael Lobo
emails

que acho interessante serem Fiquei realmente feliz por termos


Assunto: Novo site da
abordados.
Webdesign acertado nos assuntos de seu interesse.
Hoje estão disponíveis no
Procuramos ouvir bastante os leitores.
Gostaria de sugerir que, no mercado basicamente duas
Quanto mais vocês contribuem com
site da revista, estivesse vertentes de gerenciadores de
sugestões, mais a revista atinge seu
disponível o sumário conteúdo: os famosos
“enlatados”, que são aqueles objetivo: atender e superar as
completo das edições
que a empresa já fornece expectativas dos leitores!
passadas. Queria comprar
algumas edições avulsas, mas soluções prontas para o cliente
como vou escolher sem saber gerenciar seu projeto web, e os
o que tem em cada uma? feitos sob medida, que são
Abraço e parabéns pela desenvolvidos de acordo com
Assunto: Venda de sites
revista. necessidades específicas do
Sugestão de pauta: quem são cliente. Entre esses dois, seria
Marcelo
os profissionais de vendas de passantes@bol.com.br interessante levantar os pontos
website? decisivos que levariam um
Amauri Barros Querido Marcelo, cliente a optar por uma ou
amauribarros@estadao.com.br
Este site da revista realmente está outra solução. O que é mais
com uma série de problemas, um vantajoso, tendo em vista que o
Olá Amauri! Muito boa sua idéia!
deles é este que você citou. custo entre ambos é bem
Vamos fazer uma pesquisa para saber
Desenvolvemos este projeto no diferenciado, e claro o resultado
como as empresas grandes e
também pode ser! Assunto: Erramos :-(
lançamento da revista, o conteúdo
pequenas se apresentam para o Rafael Forte
cresceu muito e agora este modelo raf@wx7.com.br Oi! Gostaria de falar sobre a
mercado. Obrigada pela sua valiosa
de site não sustenta toda a edição sobre Flash. É por
sugestão!
informação. Mas temos uma boa Olá Rafael. Pois é, nesta edição estamos querer que a revista fique aí
notícia: estamos fazendo o redesenho atendendo ao pedido da Adriana no por muito tempo que me
Assunto: Adobe + do site! Em breve lançaremos o novo debate “Gerenciador: desenvolver ou obriguei a escrever este email.
Macromedia Bem, vou ao ponto: a matéria
projeto. Aguarde! Por enquanto, comprar pronto?”. Gostei também de suas
não era o que eu esperava, fala
Marcelo, inserimos o sumário das dicas. Seu email foi transmitido para nossa
Olá, gostaria que a revista de modo muito genérico do
edições um pouco mais completo, jornalista e tenho certeza que ajudou no
falasse se a compra da flash, não traz dicas ou truques
Macromedia pela Adobe vai para você. desenvolvimento da matéria.
ou mesmo sites de refêrencia.
influenciar a vida de simples Um grande abraço e muito obrigada pela Bem, talvez eu esteja sendo
mortais... contribuição! precipitado na crítica, posso não
Elaine ter entendido a intenção da
elaine@fivemedia.com.br
matéria, mas apenas escrevi
Assunto: Acertamos! :-) com a intenção de colaborar.
Entramos em contato com o pessoal
Fábio Steinert
Olá, pessoal! Apesar de ser
da Macromedia, que nos informou ed_fabio@yahoo.com.br
leitor e assinante desde a
que em breve, quando o diretor
primeira edição, nunca entrei
Antonio Schuch voltar das Olá Fábio. Muito obrigada pela crítica
em contato com vocês, mas
negociações nos EUA, serão super construtiva. Realmente houve uma
dessa vez me sinto na
divulgadas todas as informações falha de comunicação entre a equipe da
obrigação. Vocês conseguiram
sobre esta grande fusão. Na edição Assunto: Gerenciadores de em 3 edições seguidas tratar Webdesign em relação ao conteúdo desta
de junho poderemos esclarecer conteúdo de assuntos super pertinentes: matéria. Na correria acabou que não ficou
melhor o assunto, ok? custos, flash e tableless. exatamente como gostaríamos mesmo.
Li na sessão “Emails” a proposta Parabéns e até o Encontro de Mas continue colaborando, por favor,
da Adriana Christo sobre a Web Design! com nossa revista! Um grande abraço e
avaliação de gerenciadores de Khristofferson Silveira muito obrigada novamente,
conteúdo e tenho uns pontos k.a.silveira@gmail.com
Adriana

fale conosco pelo site www.arteccom.com.br/webdesign


:: Os emails são apresentados resumidamente. :: Sugestões dadas através dos emails enviados à revista passam a ser de propriedade da Arteccom.

6
7
direito na web

Protegendo seu site


Como eu posso proteger o meu site? Quais elementos constantes em um website
são protegidos pelo direito autoral?
Daniel Spoladore (dspoladore@hotmail.com)

Como o website existe em função de um sejam dotados de alguma criatividade, algo


conteúdo, que é gerenciado pelo webmaster realmente diferente.
(profissional responsável pela atualização das Textos estão sempre presentes em
diferentes páginas e pela manutenção dos re- websites pois transmitem uma exatidão que rara-
cursos técnicos), essa atividade (do webmaster) mente é alcançada apenas por sons e imagens.
tem sido equiparada a de um editor. Por essa razão a palavra escrita é largamente
Marianna Furtado é advogada Ademais, considerando que os dados, in- utilizada em títulos e cabeçalhos, em menus de
com pós-graduação em Direito
da Propriedade Intelectual
formações e outros materiais que compõem o opções, etc. Portanto, como dispõe o artigo 7.º,
pela PUC-Rio. Atualmente, conteúdo do website são estruturados de uma I da Lei de Direito Autoral, os textos literários,
pertence à equipe do escritório
Montaury Pimenta, Machado & maneira sistemática de acordo com critérios de artísticos e científicos são protegidos pelo direito
Lioce Advogados.
seleção, organização e disposição de seu con- de autor, independentemente de serem impres-
Envie sua dúvida para: teúdo de forma a otimizar sua funcionalidade, sos ou de estarem localizados em websites. Há
marianna@montaury.com.br
alguns de seus elementos podem ser protegi- que se ressaltar que alguns ícones (aqueles que
dos pelo Direito Autoral: aspecto gráfico, base tem algum significado e consiga transmitir uma
de dados eletrônica (a estrutura do website) e mensagem, como por exemplo: a lata de lixo
o conteúdo (texto, som e imagem). que é empregada para se desfazer de arquivos
A elaboração do aspecto visual e gráfico ou a ampulheta que avisa ao usuário que deve
das diferentes páginas que compõem o website aguardar o processamento do computador)
constitui uma atividade criativa que revela em também são protegidos da mesma forma que o
grande parte dos casos originalidade. A indivi- texto convencional.
dualidade e a personalidade do website decor- O som, a melodia e a composição musical
rem de seu aspecto visual, sendo certo que a também recebem proteção pelo Direito Auto-
concepção gráfica não se limita a um trabalho ral, naturalmente.
técnico destinado a resolver problemas de fun- Quanto às imagens, tanto as estáticas
cionalidade. A concepção gráfica do website como aquelas em movimento, dotadas de origi-
envolve alto grau de sensibilidade estética e nalidade, são protegidas pelo direito de autor.
criatividade artística e, dessa forma, merece As obras acima podem ser registradas
ser protegido pelo direito autoral, sendo equi- para efeito de comprovação de autoria e ante-
parado por analogia às obras de artes plásticas. rioridade na Escola de Belas Artes da UFRJ
A Base de Dados pode ser protegida (www.eba.ufrj.br), na Biblioteca Nacional
pelo Direito de Autor desde que a seleção, (www.bn.br) e na Escola de Música da UFRJ
organização ou disposição de seu conteúdo (www.musica.ufrj.br).

8
adote esta página

A renda deste anúncio é integralmente revertida para o projeto Magê Malien - Crianças que brilham.
adote
esta
Anunciando aqui, a CADRITECH contribuiu com o Magê Malien, projeto social que
possibilita a crianças de comunidades carentes, o acesso à educação, arte e cultura,

página
através da prática da capoeira, dança e oficinas de teatro.

!
Faça como a CADRITECH, anuncie nesta página e ajude a manter o brilho dessas crianças.

Informações: tel. 21 2253-2464/e-mail publicidade@arteccom.com.br


Visite o site www.arteccom.com.br/magemalien

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9
clipping

Internauta Microsoft apóia inclusão digital no


reduz tempo Brasil
com família e A Microsoft anunciou que irá se unir aos esforços do governo brasileiro
para promover em maior escala a inclusão digital no país. Inicialmente,
dorme menos a gigante do software apoiará a instalação de dez novas Escolas de
Internautas que acessam a Web
Informática e Cidadania (EICs) do Comitê para Democratização da
em casa reduzem em pelo
Informática (CDI) em unidades da Febem e contribuirá para a
menos dez minutos por dia seu
expansão da Rede Jovem, projeto da organização não-governamental
tempo de comunicação cara a
Comunitas.
cara com a família para ficar online. Em função da Internet, eles também
A iniciativa faz parte do Unlimited Potential, programa mundial da
dormem menos - diminuem o tempo de sono em 25 minutos diários. As
Microsoft lançado em 2003, que prevê investimento de US$ 1 bilhão
conclusões são de um estudo da Mediaplanning realizado na Espanha,
em cinco anos em todo o mundo. Os recursos são destinados a
onde 19% dos usuários da Internet reconhecem que dormem menos
fortalecer centros de capacitação que oferecem treinamento em
para ficar conectados mais tempo.
tecnologia da informação para comunidades menos favorecidas.
O uso da Internet também faz com que diminua em meia hora diária o
A parceria com o CDI permitirá a Febem ampliar para 21 o número de
tempo dedicado a ver televisão. Entre os espanhóis, 67% dos
EICs na instituição, beneficiando cerca de três mil internos. Para tanto,
internautas reconhece ter assistido muito menos TV para ficar no
a Microsoft investirá US$ 70,5 mil, além de doar licenças de software.
computador. Do estudo também se conclui que o uso mais comum da
Pelo acordo com a Comunitas, a Microsoft destinará US$ 85 mil mais
navegação é a realização de buscas em ferramentas de busca ou
licenças de software para treinamento online nos 52 telecentros
diretórios, seguida pela leitura de notícias, a consulta a mapas e
mantidos pela Rede Jovem no estado do Rio de Janeiro. Conhecidos
download de softwares e músicas.
(01) como Espaços Jovem, os telecentros dão oportunidades para que
adolescentes pobres conheçam e utilizem as tecnologias de informação
e comunicação.
(02)
Ligue-se no Mososo
O que poderá resultar da soma do Orkut ou do Friendster com um
celular? A resposta é Mososo. O nome, curioso, é o acrônimo para Lançamento: A cor como informação
Mobile Social Software (rede de amizades pelos sem fio) que está O livro “A cor como informação” de Luciano Guimarães apresenta seis
na moda nos Estados Unidos e em alguns países da Europa. Por capítulos que abordam o tema em sua complexidade. Da exata
aqui, a tecnologia ainda não decolou. delimitação da cor como informação cultural e suporte para a expressão
Há muitos sites que oferecem o serviço. O americano Dodgeball e simbólica na comunicação humana, até a investigação dos processos
o inglês Playtxt são os mais populares. Você se inscreve e, de percepção e seus “comportamentos” para a geração de sentido, o
quando for o caso, recebe uma mensagem de texto apontando autor expõe um universo interdisciplinar, ancorado no que há de mais
para um amigo que esteja próximo ou alguém que tenha manias e recente na bibliografia da Semiótica da Cultura das Ciências da
gostos iguais aos seus. Cultura. Esta obra caminha sobre alguns dos problemas do uso das
Dennis Crowly, fundador do Dodgeball, diz que a rapidez é um cores - no nosso atual universo da mídia - e apresenta considerações
dos fatores de sucesso do Mososo. “Nossos usuários nos que esclarecem e enriquecem o repertório de todos aqueles que
comunicam, via SMS, onde eles estão - seja num bar, restaurante também se utilizam da cor na comunicação. Mais que uma pesquisa
ou metrô. Como nós temos um banco de dados de centenas de interdisciplinar, este livro é importante
lugares em todo o país, as pessoas são avisadas imediatamente referência atual para o uso do fenômeno
de que fulano ou beltrano estão por perto”, explica. cromático. O livro “As Cores na Mídia” ,
O Mososo, a exemplo do do mesmo autor, apresenta um novo
Orkut, também tem uma domínio para a cor, voltado para a
“crush-list”. Quando duas Informação produzida pela mídia
pessoas colocam uma à jornalística. Com esta abordagem, realiza
outra em suas crush-lists, o uma análise crítica do uso da cor em
Dodgeball envia uma SMS jornais, revistas, sites e telejornais.Á
a ambos, avisando que existe venda no site www.annablume.com.br.
uma atração mútua. (03)

10
clipping
Internauta pede US$ 50 mil para não matar coelho
Um internauta tem perturbado os amantes dos animais ao ameaçar, pela internet, matar seu animal de
estimação, um pequeno coelho chamado Toby, se não receber, até o dia 30 de junho, um total de US$ 50
mil. A ameaça - amplamente documentada no site www.savetoby.com - parece ter surtido efeito, como
mostram os US$ 19,7 mil que seu proprietário assegura ter arrecadado até agora.
“Toby é o coelho mais lindo do planeta. Infelizmente, morrerá se você não me ajudar”, assegura o homem.
O internauta diz ter achado por acaso o animal de estimação na entrada de sua casa. A chantagem
emocional é detalhada no site, através de fotos do coelho, algumas com ele na palma da mão do homem,
olhando para a câmera ou dando um passeio pelo campo. Em outras, o proprietário, que se mantém no
anonimato, se mostra mais cruel, ao apresentar o coelho em uma frigideira ou em um prato com guarnição.
O site www.savetoby.com mostra uma ampla variedade de produtos, como bonés, xícaras, camisetas,
bolsas, cartões, broches e até roupa íntima para homem e mulher. Todos, é claro, com a estampa do coelho e os dizeres “save Toby” (salvem Toby).
Outras partes do endereço eletrônico mostram os vários e-mails que o proprietário recebeu, que vão de ofertas para comprar o coelho, passando por
insultos e até por ameaças de morte.
O proprietário do coelho, no entanto, se mantém impassível e informa que tem planos para escrever um livro sobre o tormento de seu animal de
estimação, e inclusive pode até gravar um filme.
(04)

Google planeja lançar blog de vídeo


Cada bug do Firefox vale 500 O Google anunciou que pretende criar um serviço de blogs para
dólares armazenar vídeos pessoais. “Vamos começar a aceitar vídeos das
A fundação Mozilla está promovendo um concurso original, pessoas”, explicou Larry Page, um dos fundadores e atual co-proprietário
chamado Mozilla Bug Bounty Program. Financiado pela Linspire, do Google.
ele está pagando 500 dólares por bug considerado grave De acordo com site Ciberia, Page fez o anúncio durante uma convenção em
encontrado no Firefox. A idéia surgiu na semana passada, depois São Francisco. A nova funcionalidade vem no seguimento do Google vídeo,
que a empresa de segurança Symantec denunciou que o Firefox um serviço que a empresa lançou no início deste ano em versão beta.
apresentava mais vulnerabilidades do que o Internet Explorer, O Google vídeo permite aos internautas consultarem conteúdos televisivos
da Microsoft. (sinopses e cenas) de vários canais como a Fox News. A nova cria do Google
Como o Firefox é baseado em código livre, a intenção da Mozilla direcionada para vídeos, deve se chamar Vlogging.
é lançar um desafio aos especialistas para O novo serviço deverá estar disponível no próximo mês. De acordo com
que eles contribuam para o Page, o Google “vai começar a receber vídeos das pessoas, não estamos
aperfeiçoamento do software. certos do que iremos receber, mas estamos dispostos a experimentar”.
Segundo o fórum online
(06)
error500.net, o
programador Michael
Krax já embolsou US$
2.500 pelas cinco falhas Palestra gratuita em São Paulo
que achou no browser.  A Impacta Tecnologia irá promover a palestra gratuita
(06)
“Web - O Futuro no desenvolvimento de Sites e
(05)
Aplicações para Internet” no dia 21 de maio, das 10 às 13
horas no Auditório da Impacta (Rua Arabé nº 71, próximo
ao Metrô Sta Cruz), em São Paulo. Serão abordados
temas como: A invenção da WEB; O início, uma Internet
sem preparo; Big Bang: Fazedores de páginas; O E-
commerce no Brasil; A “Matéria Escura” da WEB; O que é
(01) http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI508441-EI4802,00.html R.I.A.? Internet para mobiles e handhelds; Tendências da
(02) http://www.estadao.com.br/tecnologia/informatica/2005/mar/31/168.htm WEB, o que está por vir?; e Como estar capacitado para
(03) http://www.estadao.com.br/tecnologia/internet/2005/abr/02/5.htm competir no mercado de desenvolvimento WEB?
(04) http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI493127-EI4802,00.html
Inscrições pelo site ou www.fiti.org.br/palestra.asp
(05) http://www.estadao.com.br/tecnologia/informatica/2005/abr/07/93.htm
(06) http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI507224-EI4802,00.html

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portfólio veterano :: Sapien
Por Tatiana Serra

Dedicados de corpo e alma e loucos pelo que

fazem, Gustavo Timponi e Santana Dardot, são


sócios-diretores da Sapien, empresa que atua

em Planejamento de TI, Marketing e


Comunicação, além da criação de produtos

para mídia impressa e digital. Trabalhando com


um time criativo, com cumplicidade de

filosofias e coragem para ousar, esta empresa


é movida pela paixão e pelo empenho de todos

os seus colaboradores em prol da realização

de projetos. E isso é o que encanta os


clientes.

13
portfólio veterano :: Sapien

Loucos por desenho, bem humorados e muito intensos em


tudo o que fazem. Estas são algumas das várias características
em comum dos mineiros Gustavo, sócio e diretor comercial de
marketing da Sapien, e Santana, sócio e diretor de produção.
Aliás, características deles e, conseqüentemente, da Sapien,
empresa que surgiu em 1997, a partir da união de designers inte-
ressados em estudar e experimentar linguagens. Hoje, a empre-
sa trabalha com produtos especiais e personalizados, alinhados
às estratégias e ao posicionamento dos clientes.
Para Gustavo, bacharel em Design Gráfico e pós-gradua- www.gracaottoni.com.br

do em Gestão Estratégica de Negócios – Executivo Jr., viver é


conseguir liberar sua criatividade. “Hoje, estou mais envolvido
com propostas, atendimento, planejamento e outras tarefas
que não englobam as artes visuais... O que me restou foram
os trabalhos autorais. Essa é uma atividade que, além de me
relaxar, me dá muito prazer. Vivo em constante brainstorm vi-
sual”, diz ele. Para Santana, também bacharel em Design Grá-
fico, os projetos autorais são o oxigênio criativo da Sapien. Lá,
todos participam desses trabalhos. “São os experimentos que
jogam ar fresco nas nossas idéias”, completa o diretor de pro-
dução da empresa.
Personalização, Participação e Proatividade
Hoje, a Sapien conta com cinco profissionais em sua equi-
www.brasilinspired.com
pe: gerente de produção, designer de mídia impressa e eletrô-
nica, designer de flash, programador PHP e gerente comercial
e de marketing. “Montamos uma equipe enxuta de alta produ-
tividade, e também trabalhamos com parceiros e
terceirizados”, afirma o diretor comercial e de marketing, lem-
brando que a empresa aposta no empenho, no entrosamento
e na criatividade de sua equipe, que fica imersa no mercado de
seus clientes, para melhor atendê-los. “Nos envolvemos e
aprendemos com eles. Na Sapien, o cliente participa ativa-
mente do processo. Nossas diretrizes de atendimento são a
personalização, a participação e a proatividade”, enfatiza
Gustavo.
Segundo ele, a Sapien produz trabalhos de alto valor agre-
gado e atrai clientes como a Cadsoft – Softwares Acadêmicos, www.caosmos.org

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14
portfólio veterano :: Sapien
“Implantar um ERP em uma empresa onde os processos não são padronizados é dar

um carro de Fórmula 1 para uma criança de 10 anos de idade. O potencial é infinito,

porém, é sub-aproveitado pela falta de maturidade” Gustavo Timpon

líder no setor de informática educacional; a Patachou, grife


que faz sucesso no Brasil e no exterior; o Museu de Arte da
Pampulha, o mais antigo museu de Belo Horizonte; o Caci –
Centro de Arte Contemporânea Inhotim, cuja identidade visu-
al é assinada pela Sapien; e a FOR Comunicação Ilimitada,
agência de comunicação e uma das parceiras da empresa. A
Sapien também conta com parceiros como Nando Costa
(www.hungryfordesign.com), designer com talento reconhecido
no mercado internacional e que desenvolveu, juntamente com
a Sapien, o portal Brasil Inspired - o qual reúne vários nomes
da cena brasileira de design.
www.iluminar.com.br
Equilibrando para acertar
Quanto à realização dos trabalhos para web, o que mais se
prega na Sapien é o alinhamento de estratégias, o equilíbrio entre os
meios virtual e real. “E-commerce sem infra-estrutura é loucura, é
jogar dinheiro fora. Ou seja, só é possível implantar sistemas com os
processos e objetivos bem definidos. Caso contrário, isso gera o
insucesso da ação que está se implantando”, afirma Gustavo.
Compreender o timing do cliente e conseguir perceber qual
ferramenta retornará benefícios para ele, talvez seja a maior di-
ficuldade enfrentada pelo designer na criação de um site. “Im-
plantar um ERP (Planejamento de Recursos Empresariais –
Enterprise Resource Planning) em uma empresa onde os proces- www.sapien.com.br

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portfólio veterano :: Sapien

“Divida conhecimento, retorne à sociedade as oportunidades dadas a você, que ela

o retornará cada esforço dado” Santana Dardot

sos não são padronizados é dar um carro de Fórmula 1 para uma


criança de 10 anos de idade. O potencial é infinito, porém, é sub-
aproveitado pela falta de maturidade”, diz Gustavo, que, aos 28
anos, encara tudo o que vive como estímulo para exercitar a
criatividade. E Santana, com 29 anos, também vê inspiração em
tudo. “Na verdade, não é que se busque inspiração. Você aprende
a ler inspiração em cada coisa”, completa ele.
Do zero ao reconhecimento
Parece difícil acreditar, mas a Sapien começou do “zero
absoluto” (zero de capital, um 486 e só). “No início, trabalhamos
com as Leis de Incentivo à Cultura, o que possibilitou nossa en- www.cave.cave.nom.br

trada no mercado, a ampliação de nossa atuação e conquista de


outros mercados”, lembra Gustavo. Hoje, a empresa sabe que Sucessos premiados
ainda há muito espaço a ser conquistado. Em 2004, houve um O site da Sapien foi escolhido como um dos dez
crescimento de 30% em seu faturamento, e, para este ano, ela melhores sites do Brasil, na categoria Agências e Produ-
espera crescer 50%. “Existem profissionais e empresas que toras, pelo prêmio Ibest Top10 2005. A empresa já havia
cobram valores muito baixos e não conseguem prestar um servi- participado de outras premiações do Ibest. Foram elas:
ço de qualidade. O que a Sapien quer é ampliar seu reconheci- Top10 2004 Agências, Top10 2002 Agências, Top10
mento no mercado”, afirma ele. 2002 Design, Top3 Design. “Nós acreditamos que os
Paixão. Talvez este seja o grande segredo do sucesso de prêmios que conquistamos são frutos do relaciona-
Gustavo e Santana à frente da Sapien. Gustavo diz que mudaria mento com nossos clientes”, diz Gustavo, ressaltando
muitas coisas em sua vida, mas acredita que cada um vive sua que a Sapien costuma participar de outros vários con-
realidade e que a boa dica é “aprender a conviver e admirar a di- cursos promovidos pela web. A seguir, algumas dicas
versidade em todos os sentidos”. Segundo Santana, se você ain- de concursos: Favourite Website Awards
da não encontrou sua paixão, siga sua intuição até encontrá-la. (www.favouritewebsiteawards.com), Tipografia Brasilis,
Então, mergulhe com vontade. Divida conhecimento, retorne à NetFestival (www.netfestival.com.br), Clube de Criação
sociedade as oportunidades dadas a você, que ela o retornará Publicitária de Minas Gerais (www.ccpmg.com.br),
cada esforço dado. Além disso, controle a ansiedade desses tem- Videobrasil (www.videobrasil.org.br) e o Concurso Naci-
pos modernos, os resultados vêm aos poucos. Pode parecer onal de Identidade Visual do Memorial da Mineração de
utopia ou “mandamentos para ser mais feliz”. Por outro lado, MG, no qual a proposta da empresa foi a vencedora.
pode ser apenas uma questão de equilíbrio e cumplicidade de filo-
sofias. Experimente!

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portfólio calouro :: Rafael Lobo

Bamba do design por Bete Veiga

Carioca, ariano, 21 anos, Rafael da Silva Lobo formou-se em Criação e Gestão em Ambiente

Internet e atualmente cursa o segundo período de Desenho Industrial da Universidade Estácio


de Sá. Em 2002, começou a trabalhar como freelancer e já acumula 17 trabalhos em seu

portfólio, dos quais destaca os sites Click 21, OAB-RJ (Top 3, em 2003 e top 10, em 2004, no
Prêmio i-Best) e Viola Caipira (em construção).

Em média, Rafael consegue um novo job a cada dois são profissional. Pelo visto, a fase de incertezas ficou para
meses e, como na maioria dos casos, os primeiros projetos trás e deu lugar a um presente bem sucedido e a um futuro
realizados foram encomendados por conhecidos. De acordo promissor. “Acredito que se estou aqui hoje é graças a
com a demanda, une-se a outros profissionais: “Não entendo Deus e às circunstâncias, que se mudasse algo não estaria
coisa alguma de programação. Programadores e designers aqui”, conclui.
trabalham comigo quando necessário. Quanto aos textos,
geralmente vêm do cliente”.
A inconstância de clientes e os problemas de pagamento
são compensados pela flexibilidade de horário, segundo
Rafael. “Porém, existe o desafio da comparação com os
‘sobrinhos’ (por parte de alguns clientes). Coisas do tipo:
‘Porque pagar esse preço se o meu sobrinho sabe fazer sites e
eu não pago nem a metade?’”, acrescenta.
Para ele, a formação acadêmica é o grande diferencial
entre designers e sobrinhos. “A diferença entre um designer e
um ‘mexedor de photoshop’ é o conhecimento dos
fundamentos do design. E essa base é construída através de
estudo e vivência, que podem ser adquiridos em qualquer www3.oab-rj.org.br

lugar, porém, a faculdade é o melhor deles”.


Fã de samba de raiz, aos sábados, freqüenta a Feijoada
da Família Portelense. Também tem no jogo de cartas um de
seus hobbies. Pessoalmente se auto-define como “um cara
tranqüilo, um velho no corpo de um jovem”. No campo
profissional, tudo muda: “Planejo antes de executar, sou muito
crítico e tenho tendência a idéias mais experimentais”.
Satisfeito com o rumo de sua carreira, planeja ir ao en-
contro de novos mercados no Norte do Brasil quando terminar
a faculdade. E pensar que na adolescência cursou telecomuni-
cações, pressionado pelos pais, preocupados com sua indeci- www.click21.com.br/eventos/

O site de Rafael Lobo é <www.maismoreno.net> e o email para contato, <rafael@maismoreno.net>.


18 Para participar da seção portfólio, cadastre-se no site www.arteccom.com.br/webdesign.
19
entrevista: Eduardo Lapa

gerenciadores:

ferramentas
de auxílio
à gestão de
conhecimento

Administrar o conteúdo de um website ou intranet é um grande

desafio para os profissionais envolvidos nos projetos. Conseguir


transformar informação em conhecimento não é uma tarefa fácil.

Assim, a gestão de conteúdo e a prática da gestão do conhecimento


são imprescindíveis para as organizações. Para entender melhor estes

conceitos e saber como colocá-los em prática em seus trabalhos, a

Webdesign convidou Eduardo Lapa, autor do livro “Gestão de conteúdo


como apoio à gestão do conhecimento” (Editora Brasport), para

esclarecer alguns pontos importantes. Nesta entrevista, Eduardo, que


é consultor de gestão do conhecimento da Informal Informática

(www.informal.com.br), apresenta os requisitos principais para a


aplicação da gestão de conteúdo e mostra como torná-la eficaz de

forma que auxilie a gestão do conhecimento dentro de uma empresa.

20
entrevista: Eduardo Lapa
Wd :: O que é gestão de conteúdo e qual é sua ra sobre o tema e tínhamos muita dificuldade. Decidimos es-
importância no desenvolvimento de um website? crever o livro.
Eduardo :: A gestão de conteúdo em websites pode Wd :: Em que tipos de projetos devem ser utili-
ser vista como um conjunto de técnicas, definições e proce- zados um sistema de gerenciamento de conteúdo?
dimentos de ordem estratégica e tecnológica para a Eduardo :: Todo e qualquer projeto que use a web
integração e automatização de todos os processos relacio- como interface de apresentação ou integração tem
nados à criação, agregação, personalização, entrega e ar- como tarefa obrigatória pensar no gerenciamento de in-
quivamento de conteúdos de uma organização. formação e conteúdo.
Não há um único fator de suma importância para a ges- Aplicamos também gestão de conteúdo em práticas de
tão de conteúdo em um website. Existem diversos. O principal inteligência competitiva, gestão do conhecimento, portais
é separar “forma” de “conteúdo”. Por “forma” podemos en- corporativos, intranets, websites, memória organizacional,
tender a soma de estética, estrutura e navegação, e por comunidades de prática e projetos similares.
“conteúdo” como a informação com valor agregado. Esta Wd :: Quais são os requisitos e ferramentas fun-
segmentação permite que o designer cuide do design e o damentais para a aplicação da gestão de conteúdo?
conteudista do conteúdo, e assim por diante. Eduardo :: Depende do grau de complexidade do pro-
Outra preocupação é a necessidade de jeto. De forma geral, o gerenciamento de conteúdo deve se
descentralização da publicação de informações, pois funci- preocupar com funcionalidades como: necessidade de me-
onários sem conhecimentos técnicos poderão publicá-las, canismos para controle do fluxo de produção de conteúdo e
ou seja, a área de tecnologia deixa de ser responsável por publicação de sites de forma flexível, de acordo com as re-
publicar o conteúdo referente ao negócio da empresa e gras de publicação das empresas; descentralização da
este trabalho passa para as mãos de quem detêm a infor- administração do site da área técnica – pessoal de
mação. Destacaria também a personalização do conteúdo tecnologia especializado em linguagens de programação,
e a utilização de mecanismos eficientes e múltiplos de recu- webdesign e HTML – e possibilidade de administração
peração de dados. (de informações) por parte dos próprios produtores;
Wd :: Quando e por que surgiu a idéia de reutilização dos códigos de programação de forma rápida
escrever o livro “Gestão de conteúdo como para disponibilizar funcionalidades já existentes em novos
apoio à gestão do conhecimento”? sites; suporte multilínguas e capacidade para integrar
Eduardo :: O foco de atuação de nossa empresa de componentes de softwares e dados em bases legadas; se-
consultoria é montagem de portais corporativos, memória gregação de direito de acesso e autoria
organizacional, inteligência competitiva, enfim, de ambien- dos conteúdos; garantia de
tes baseados em sistemas de informação na web. Além dis-
so, trabalhamos aplicando o conceito de Knowledge
Management (Gestão de Conhecimento) nas organiza-
ções. Assim, sempre sentíamos a necessidade de um ambi-
ente em que todo e qualquer colaborador pudesse
disponibilizar suas informações e conhecimentos através
de mecanismos fáceis. Sempre buscamos literatura brasilei-

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21
entrevista: Eduardo Lapa

tempo de resposta e escalabilidade Wd :: Quais benefícios são oferecidos por um


para sites acessados por milhares de projeto que possui sistema de gerenciamento
pessoas simultaneamente; e criação e de conteúdo?
armazenamento de layouts e templates de diferentes Eduardo :: Existem alguns benefícios
modelos para diferentes seções dos sites. A utilização de obtidos diretamente e outros obtidos indi-
templates possibilita criação de identidade visual de um retamente. Com a boa aplicação de
website e facilita que pessoas que necessitam inserir con- gestão de conteúdo, a primeiro van-
teúdo (mas que não têm domínio sobre layouts) o façam tagem é a possibilidade de funcioná-
sem alterar a criação; controle de diferentes versões de rios das áreas de negócio, não técni-
sites e conteúdos; integração de websites com os mais di- cos, contribuírem com suas informações e conhecimento,
versos tipos de sistemas transacionais, como ERP, CRM e disponibilizando estes para toda a empresa. Outro fator
sistemas legados; personalização dos conteúdos, permi- é o crescimento de forma substancial da agilidade e dina-
tindo que o usuário escolha que informações e sistemas mismo de atualização dos portais, websites e intranets,
precisa visualizar; possibilidade de classificação das infor- fazendo com que a organização economize investimentos
mações para permitir o agrupamento de conteúdos seme- em desenvolvimento e manutenção de sistemas de infor-
lhantes; acesso a fontes externas de informações localiza- mação, uma vez que você automatiza diversas partes do
das em bancos de dados; flexibilidade para criação de processo de publicação.
workflow (fluxo de trabalho) e posterior manutenção do A empresa consegue montar bases de conhecimen-
mesmo; capacidade de integração com ferramentas de edi- to através de uma interface web e melhorar o nível de
ção de texto, planilhas eletrônicas e softwares gráficos; integração e colaboração entre as pessoas.
escalabilidade para permitir futuros serviços e incremento Wd :: Quando a gestão de conteúdo é eficaz
de novas seções e áreas de conteúdo; mecanismos de de forma que auxilie a gestão do conhecimento
atualização simples para os responsáveis pelo conteúdo; de uma organização?
modelo de navegação consistente disponibilizado para os Eduardo :: Se pensarmos que a gestão do conhe-
usuários; e mecanismos de controle de versões de con- cimento é uma coleção de processos para a criação, dis-
teúdo, funcionalidades e layout com área para testes an- seminação, compartilhamento e utilização de conheci-
tes de publicação. mentos, a gestão de conteúdo é eficaz quando ela
Wd :: E quais são os principais proble- viabiliza que o conhecimento e as informações que estão
mas nessa implantação? com as pessoas possam ser facilmente disseminados,
Eduardo :: As dificuldades estão geralmente aci- armazenados, replicados, utilizados e, principalmente,
ma das questões tecnológicas. Todo o bom funciona- quando gera registros do conhecimento tácito, aquele
mento de uma gestão da informação dependerá de pes- que está na cabeça dos funcionários. A partir deste mo-
soas, e caso estas não estejam sensibilizadas para a im- mento a gestão de conteúdo consegue auxiliar o aconte-
portância deste negócio, será difícil obter sucesso nas cimento de gestão do conhecimento na empresa.
iniciativas. Outro problema é a questão das ferramen- Wd :: Quais são os itens que o profissional
tas serem user-friendly (de uso amigável). Caso não precisa ter em mente para direcionar o proje-
sejam, surgirão objeções.

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22
to de gestão do conhecimento? Quais são as
principais dificuldades nesse processo?
Eduardo :: Primeiro gostaria de falar em prática de
gestão do conhecimento e não em projeto. Projeto tem iní-
cio, meio e fim e a gestão do conhecimento não pode acabar
na empresa. O dia em que conhecimento não for criado, dis-
seminado e utilizado, a organização está falida!
O que o colaborador precisa ter em mente é que no
ambiente de negócios hiper competitivo, obtêm vanta-
gem as organizações que melhor fizerem utilização de
seu capital intelectual. O colaborador precisa entender
que registrando e compartilhando conhecimento, a em-
presa poderá fazer melhor uso deste, tendo menos
retrabalho, e poderá reaproveitar soluções. Por outro
lado, é preciso que a organização incentive e recompen-
se os processos de compartilhamento de conhecimento,
registro e disseminação.
As principais dificuldades encontradas dizem respeito a
barreiras culturais. As pessoas têm na cabeça que o conhe-
cimento que elas possuem é o seu diferencial competitivo e,
assim, não querem compartilhá-lo. Precisamos enxergar que
o diferencial competitivo não está na posse do conhecimen-
to e sim no uso que damos ao mesmo.
Wd :: Como empresas e organizações estão
aplicando a gestão do conhecimento para estimu-
lar os negócios?
Eduardo :: No ambiente de negócios brasileiro, as
organizações vêm apostando em mapeamento de compe-
tências para identificar na empresa “quem sabe o quê”.
Práticas de portais corporativos para a integração
de informações e melhoria na colaboração
vêm crescendo assustadoramente.
As práticas de inteligência
competitiva para
monitorar o

23
entrevista: Eduardo Lapa

ambiente de negócios estão amadurecendo e com alto grau roteiros e horários de ônibus, informações sobre a área de
de aplicação. Memória organizacional é algo que também recursos humanos, sistema de armazenamento e tratamento
está sendo aperfeiçoado, entre outras práticas. de idéias (banco de idéias); e muitas outras funcionalidades
No cenário de empresas norte-americanas não há muita para aumentar a produtividade.
diferença. A mudança está no contexto. Eles já estão pensan- Wd :: A Gestão de Conteúdo também pode ser
do em gestão do conhecimento com a gestão do contexto, ou aplicada para sites de empresas de pequeno porte?
seja, já é um segundo ou terceiro nível de amadurecimento. Eduardo :: Sem sombra de dúvida. O que vai mudar é o
Wd :: De que forma um portal corporativo pode grau de complexidade e sofisticação, mas as funcionalidades
ser uma ferramenta estratégica para uma empre- essenciais servem para qualquer organização.
sa? Poderia citar alguns modelos de sucesso? Wd :: Existem formas de obter e avaliar
Eduardo :: Um portal corporativo pode ser diferencial os resultados de projetos que usam gestão
para uma organização no momento em que ele consegue al- do Conhecimento?
gumas demonstrações reais de alavancagem de operações, Eduardo :: Atualmente temos praticado a medição de
como por exemplo: melhoria na comunicação organizacional; indicadores. Antes do início das práticas, mapeamos dados e
integração de sistemas de informação; fornecimento de ba- realizamos uma medição. Após implantação da prática, reali-
ses de conhecimento para melhorar a produtividade; propor- zamos outra análise e comparamos. Estes indicadores podem
cionar ambientes para comunidades virtuais; integração de ser financeiros, de esforço, de resultado e de qualidade.
colaboradores; bases de lições aprendidas em projetos e ati- Wd :: Qual é o perfil do profissional e da equipe
vidades; base de memória de projetos; mapeamento dos pro- envolvidos neste tipo de projeto?
cessos organizacionais e disseminação dos mesmos. Eduardo :: Para trabalhar com gestão do conhecimento
Estes são alguns aspectos que levam um portal a ser não há um perfil específico. O sujeito pode ser um engenheiro
considerado uma ferramenta estratégica. como um psicólogo. A questão é ter um profissional com uma
No caso de modelos de sucesso, eu citaria uma indústria formação mínima no assunto e que possua bons conhecimen-
de resinas termoplásticas brasileira, a Politeno. Ela desenvol- tos sobre os núcleos de negócios da organização.
veu seu portal com a visão de substituir a intranet da empre-
sa e fazer com que fosse um ambiente de suporte para a ges-
tão do conhecimento na organização. Assim, adotou uma Autor do livro “Gestão
abordagem metodológica de construção do portal com foco de conteúdo como apoio à
em conhecimento e vem conseguindo: integrar suas aplica- gestão do conhecimento”,
ções via web todas no portal corporativo; fazer do portal o Eduardo é diretor de tecno-
ponto único para recuperação e consulta a informações; logia da Sociedade Brasileira
disponibilizar memória de projetos para toda a indústria; for- de Gestão do Conhecimento
necer ambientes para comunidades de prática e fóruns de (SBGC). É graduado em
discussão; oferecer ferramentas de busca interna e externa; análise de sistemas e pós-
implementar conceitos de personalização de conteúdo; rea- graduado em Gestão de Ne-
lizar diversos serviços online, como: consulta ao gócios e Tecnologia de In-
almoxarifado com auxílio para os operadores das máquinas, formação pela FGV.

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Independência na gestão de informações
I ndependência na

I G estão de
nformações
Por Vanessa Barbosa

Parado no semáforo sem saber se entra na próxima rua à esquerda


ou à direita. O atendente do posto de gasolina explicou: “o senhor

entra na segunda rua, depois do quarto cruzamento”. Mas foi aquele


depois do retorno ou antes? Você então olha as placas (quando elas

existem) e tenta, quase com a ajuda de uma força divina, encontrar o


tal endereço. Aí você pensa: “por que eu nunca comprei o guia de

ruas e deixei no carro?”. Em nossa aventura cotidiana vemos como a

informação é importante. E na web não é diferente. Conteúdo e


design precisam caminhar juntos para não deixar o usuário perdido.

Por isso, saber qual ferramenta aplicar no gerenciamento desse bem


tão precioso – a informação – ao elaborar um site, é muito importante

para o sucesso do projeto.

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25
Independência na gestão de informações

Para que o conteúdo tenha qualidade, ele precisa ser bem vez de escolher uma ferramenta que contenha as funcionalida-
organizado e atualizado, de forma que atraia o visitante e auxilie des que lhe serão úteis.
sua navegação. Assim, os softwares de gerenciamento facilitam Segundo André, a diferença entre os sistemas é relativa ao
a administração das informações em um site ou intranet, pois tipo de licença. “Existem os softwares proprietários e os de
permitem ao mesmo tempo criação, revisão, autorização, publi- código aberto (open source). Na Simples Consultoria priorizamos
cação, manutenção e disponibilização do conteúdo. as soluções open source, pois além de serem gratuitas,
Ao usar os gerenciadores, funcionários de uma empresa, apresentam uma maior facilidade de adaptação às necessidades
por exemplo, que não possuem conhecimento técnico em HTML dos clientes e contam com um maior número de profissionais e
ou em alguma linguagem de programação, podem publicar um
novo dado sem comprometer o layout e seguindo os padrões
recomendados pelos técnicos. A informação é publicada por quem
tem conhecimento dela, chegando mais rápida ao usuário e
promovendo a comunicação dentro ou fora da organização.
Vantagens
Segundo Bruno Lessa, presidente da Fábrica Digital
(desenvolvedora do software Publique!) a organização dos da-
dos em um gerenciador pode se dar da forma que o site exigir,
não existindo limites para a estrutura das informações.
“Para o webdesigner, a grande vantagem é poder ofere-
cer um site dinâmico aos clientes sem ter de programar todo o
sistema. Para o desenvolvedor, a vantagem é poder
incrementar funcionalidades ao produto e oferecer uma solução
com bastante valor para os clientes a custo baixo e de forma
rápida”, afirma Bruno. “Para o webdesigner, a grande
A maior vantagem oferecida pelos gerenciadores para
André Nogueira, diretor de arte da Simples Consultoria, é a total
vantagem é poder oferecer um site
independência entre o designer, o programador e o responsável dinâmico aos clientes sem ter de
pelo conteúdo. “Eles podem trabalhar na mesma estrutura
simultaneamente, sem que um interfira no trabalho do outro.”
programar todo o sistema. Para o
André acrescenta que um gerenciador deve ser flexível o desenvolvedor, a vantagem é poder
suficiente para ser usado em qualquer aplicação, independente
de sua natureza ou tamanho. Sendo assim, um bom gerenciador
incrementar funcionalidades ao
pode ser usado em qualquer projeto. produto e oferecer uma solução com
Qual ferramenta escolher?
Atualmente no mercado existem diversos tipos de
bastante valor para os clientes a custo
gerenciadores. Por causa da ampla oferta de produtos, as baixo e de forma rápida”
empresas ficam preocupadas em decidir qual sistema utilizar, em
Bruno Lessa

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Independência na gestão de informações

empresas aptos a realizar manutenção e desenvolvimento de “Devemos pesquisar e seguir os


novas funcionalidades”, explica.
Dentro das soluções open source existentes, a usada pela Sim-
padrões de linguagem e tecnologias
ples Consultoria é o Plone (www.plone.org). “O Plone apresenta um que estão revolucionando o mercado
número grande de ferramentas para a publicação e gerenciamento de
informação, além de ser de fácil configuração e customização. Tam-
de conteúdo, como JSR, XML e RSS“
bém está de acordo com princípios de acessibilidade, usabilidade e de Gabriel Renault
padrões web”, afirma André.
De acordo com o diretor de arte, para o designer é possível criar
novas interfaces, modificando apenas o arquivo CSS do Plone, sem a atento para não deixar que desejos, que muitas vezes são ape-

necessidade de criar ou editar páginas HTML, ASP ou PHP. “Muitas nas caprichos, tornem o software complexo demais,

vezes é possível que o designer faça o trabalho completo, sozinho, inviabilizando-o economicamente. Outro ponto que se deve ter

sem a ajuda de um programador”, explica. atenção é de pesquisar e seguir os padrões de linguagem e

Um fator que não pode ser esquecido durante o processo de tecnologias como: JSR 168 (padrão de portlet), JSR 170 (padrão

escolha de uma ferramenta é o funcionário ou pessoa que irá utilizá-la. de repositório de conteúdo) e XML, RSS (padrão de XML para no-

Afinal, será ela que irá lidar com o sistema e, por isso, este deve ser tícias). Estas são tecnologias e padrões de linguagem que estão

amigável para facilitar a disponibilização e o controle de informações. revolucionando o mercado de conteúdo”, afirma Gabriel.

Segundo João Fanara, webdesigner da Calandra Soluções, André Nogueira lembra que os conceitos básicos de

empresa que possui o gerenciador de conteúdo corporativo KBX, a usabilidade e arquitetura da informação devem ser aplicados em

forma de organizar os dados no gerenciador ocorre em um todo projeto, seja ele um site, intranet ou sistema de

ambiente administrativo, com características próprias. “Elas não gerenciamento de conteúdo. Todas as necessidades do cliente

refletem necessariamente a estrutura do site, até porque os devem ser analisadas, como o fluxo das informações, a periodici-

objetivos de quem usa um site e um gerenciador é diferente. O dade e o volume das atualizações.

site tem como finalidade fornecer informação aos usuários e o O gerenciador de conteúdo pode ter diversas estruturas e

gerenciador deve, internamente, cadastrar, arquivar, listar, módulos específicos. Tudo depende dos requisitos aos quais ele

publicar, excluir, organizar e recuperar estas informações em um deve atender. De acordo com Gabriel Magalhães, o básico que o

ambiente que são utilizadas ferramentas próprias para este fim.” sistema de gerenciamento deve possuir é: publicador HTML,

Como é a estrutura? utilização de templates (separação da forma e do conteúdo),

O processo de construção de um gerenciador, de acordo com workflow de aprovação de publicação, controle de versão,

Bruno Lessa, envolve especificação, desenvolvimento, testes e segregação de acesso aos conteúdos publicados e

documentação. “Para desenvolvimento de produtos prontos é personalização. “Outras ferramentas muito comuns nos

preciso fazer um levantamento de mercado para saber quais são gerenciadores são: criação e controle de enquetes, gestão de

as melhores funcionalidades para colocar em cada versão. Este banners, pesquisa de opinião, newsletter, estatísticas de acesso,

trabalho é contínuo e se dá ao longo da vida do produto”, explica. banco de arquivos, chat, entre outras”, explica.

Para Gabriel Renault, da área de inovação da Calandra So- Fernando de Mari, responsável pelo setor de TI do Escritó-

luções, a regra para construir um gerenciador é a mesma usada rio Aliança Contábil, afirma que para se desenvolver

no desenvolvimento de software. “Um fator importante é o le- gerenciadores de conteúdo de boa qualidade e que tenham

vantamento dos requisitos com as áreas usuárias: é preciso estar funções que venham a auxiliar o usuário por completo, são

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Independência na gestão de informações
necessários programadores (desenvolvedores) e webdesigners que sejam verificados e um deles aprovado. Posteriormente o
com conhecimentos aprofundados para projetar um trabalho de material será transferido ao desenvolvedor que é responsável
qualidade. Gabriel Magalhães destaca a presença de alguns pro- pela reconstrução do mesmo em códigos e comandos na
fissionais no processo de desenvolvimento, como: analista de linguagem apropriada”, explica.
requisitos, analista de sistemas, arquiteto de sistemas, Para João Fanara, primeiro o designer tem de saber em que
programador web, programador de componentes de negócios, meio o gerenciador de conteúdo será aplicado. Segundo ele, há
testador e gerente de projeto. grandes diferenças em se criar layout para interfaces de
E como atua o webdesigner nesse processo? Segundo aplicativos desktop e para aplicativos web. Cada meio tem suas
Fernando, o profissional de design baseia-se no briefing realizado características próprias e regras específicas. “O webdesigner deve
com o cliente. “Através dele o designer cria alguns layouts para dominar conhecimentos de usabilidade, acessibilidade e HCI
(Human Computer Interaction). Ao se trabalhar em um aplicativo
web, o profissional precisa ter em mente que o meio é
multiplataforma e independente de dispositivo. Logo, ele deve
prever que amanhã o sistema terá de se adaptar a um palm, celular
ou a qualquer outra máquina, além do nosso monitor”, explica.
Em relação ao custo de uma solução, este depende direta-
mente da abrangência (áreas do site, números de colaboradores
etc.) e complexidade (perfis de acesso, grau de personalização,
arquitetura da informação etc.) do projeto. “Na Calandra, um
projeto departamental para 20 usuários do gerenciador de
conteúdo custa em torno de R$ 45 mil, já com a licença do
software. No entanto, tivemos projetos que custaram mais de
R$ 400 mil”, destaca Gabriel. Já um projeto que utilize o
Publique!, da Fábrica Digital, custa de R$ 2 mil a R$ 50 mil,
incluindo criação, implementação e licença.
“Sempre procuramos envolver o Importância para os clientes

maior número possível de pessoas O gerenciador de conteúdo auxilia, sem dúvida, a adminis-
tração das informações de forma padronizada e prática. Para
durante a implementação de uma uma organização, que tem a necessidade de atualizar seus da-

ferramenta de gerenciamento de dos; seja para o público interno como externo; de forma constan-
te, o sistema de gerenciamento agiliza os processos internos,
informações. O objetivo é tornar o uso facilita a comunicação com o público-alvo e cria um diferencial

da ferramenta uma atividade positiva para o negócio.


Segundo Fernando de Mari, a gestão de conteúdo é impor-
e agradável, e não apenas uma tante, pois vai propiciar mais qualidade e adequação às

atividade burocrática e obrigatória” necessidades de cada empresa, a utilização da internet como


meio para melhorar o relacionamento e facilitar a comunicação
André Nogueira entre as pessoas e o acesso externo aos dados da organização.

29
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Independência na gestão de informações

“No caso da internet, o retorno Sites interessantes para consulta:

percebido é o aumento de negócios, www.gerenciandoconhecimento.com.br


Site do livro “Gerenciando conhecimento” de Jayme Teixeira

por causa de uma melhor exposição e, Filho.


www.kmol.online.pt

no caso da intranet, o retorno se dá Site português sobre gestão do conhecimento. Traz artigos,
notícias, resumos e glossário.

pelo aumento da competitividade da www.sbgc.org.br


O portal da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento

empresa, ao tornar sua comunicação possui fóruns, biblioteca com diversos assuntos, lista de eventos
e links.

interna mais eficiente” www.socinfo.org.br


O site da ONG Sociedade da Informação oferece biblioteca de
links, calendário de eventos, destaques e notícias.
Bruno Lessa http://global-gateways.com/communit.htm
Site da Global Gateways, comunidades de gerentes de
“Um sistema de gestão de conteúdo e conhecimento ajuda a em- informática.

presa a obter informações de maneira prática, adequada e orga- www.informal.com.br


Endereço da empresa Informal Informática. Traz artigos,
nizada, agilizando a busca e utilização posterior.”
notícias, entrevistas e cursos na área de gestão do
Para André Nogueira, a informação é o bem mais valioso de conhecimento.

uma empresa e seu compartilhamento é vital para o sucesso.


“Entretanto, não basta essa informação existir, ela deve estar
facilmente disponível e evoluir sempre. A gestão de conteúdo bilidade de busca torna a informação perene, aumentando seu
disponibiliza uma enorme base de conhecimento, que pode ser valor. No caso da internet, o retorno percebido é o aumento de
usada para tomada de importantes decisões de negócios ou negócios, por causa de uma melhor exposição e, no caso da
mesmo pequenas decisões no dia-a-dia das empresas.” intranet, o retorno se dá pelo aumento da competitividade da em-
André acrescenta que não basta apenas uma ferramenta presa, ao tornar sua comunicação interna mais eficiente e gerar
eficiente que organize as informações. “A gestão de conteúdo é uma base de dados que pode se tornar uma base de conhecimento,
muito mais do que o uso de um software. Ela envolve a partici- se bem trabalhada”, conclui.
pação das pessoas, gerando e consumindo conhecimento. Por
isso, sempre procuramos envolver o maior número possível de
pessoas da empresa cliente durante a implementação de uma
intranet ou de outra ferramenta de gerenciamento de informa-
ções.” E acrescenta: “O objetivo é tornar o uso da ferramenta
uma atividade positiva e agradável, e não apenas uma atividade
burocrática e obrigatória”.
Bruno Lessa lembra que as empresas que não mantêm seus
sites atualizados perdem oportunidades de negócio por falta ou
erro de informação aos potenciais clientes e parceiros. Além dis-
so, um site que não é atualizado não desperta interesse de re-
torno. “A intranet é a forma mais rápida e barata de divulgar infor-
mações para toda a empresa de uma forma organizada. A possi-

30
Dicas de leitura sobre o assunto:
:: Facilitando a criação de conhecimento – Von Krogh, K. Ichijo e
I. Nonaka – Editora Campus
:: Gerenciando conhecimento – Jayme Teixeira Filho – Editora Senac
:: Gestão do conhecimento: o grande desafio empresarial – José
C. Terra – Negócio Editora
:: Informação e globalização na era do conhecimento – Helena
Lastres e Sarita Albagli – Editora Campus
:: Information Architecture for the World Wide Web – Louis
Rosenfeld e Peter Morville – O’Reilly
:: Information Design – Robert Jacobson – MIT Press
:: Knowledge in Organizations – Laurence Prusak – Butterworth-
Heinemann
:: Portais corporativos: a revolução na gestão do conhecimento –
José C. Terra e C. Gordon – Negócio Editora

Empresas que oferecem gerenciadores de conteúdo:


www.lumis.com.br www.plone.org
www.fabricadigital.com.br www.broadvision.com
www.calandra.com.br www.solid8.com
www.itlab.com.br www.filenet.com
www.midia3.com.br www.poet.com
www.horusinfo.com.br www.atg.com
www.clm.com.br www.interwoven.com
www.mmcafe.com.br

Na sua opinião, quais os maiores


benefícios de se usar um sistema de
gerenciamento de conteúdo?

69% Facilitar a manutenção do conteúdo


das páginas, deixando-as atualizadas.
20% Permitir a alimentação de informações
por diversas pessoas
14 % Melhorar o fluxo de informações da
empresa.
4% Ter um controle sobre os dados
inseridos no projeto.
Acesse e participe!
www.arteccom.com.br/webdesign

31
debate

Gerenciadores de
conteúdo:
desenvolver ou
comprar pronto?

Um gerenciador de conteúdo precisa ser adequado às


necessidades do cliente, seja uma grande ou pequena

empresa, sendo flexível para qualquer tamanho de


projeto. Atualmente, existem várias opções de

ferramentas, desde aquelas que se pode comprar ou os


softwares de código aberto (open source). Por isso, ao

desenvolver um projeto para um cliente, em qual


momento é melhor desenvolver uma ferramenta própria e

exclusiva de gestão de conteúdo ou utilizar uma já

disponível no mercado?

32
32
debate
A escolha por um determ inado tipo de
Conten t Manage r (gerenc iador de conteúd o),
seja ele adquirid o de empres as que fornece m o tipo de site conta com extenso cont
eúdo e segue
produto fechado ou uma ferrame nta
a mes ma form ataç ão e desi gn,
dific ulta ndo o
desenv olvida a partir das necessi dades do uso de recu rsos pers ona lizad os.
deve sem pre leva r
cliente,
As vantagens do cliente contrata
em cons ider ação fato res
r uma fer-
ramenta customizada estão, prin
com o o port e do proj eto,
cipalmente, na
flexibilidade, na configuração exat
sua vida útil, plat afor ma,
a às suas ne-
cess idad es e na pos sibil idad e
volu me do cont eúdo e
de redu ção dos
cust os que esta pod e rend er
ao proj eto.
público-alvo. Assim, é aconselhável Des env olvid o excl usiv ame nte ou
cust omi zado
que sempre seja realizad o um planeja mento para a açã o, este gere ncia
dor perm ite a
estraté gico que, aliado a um planeja mento construção de portais ou sites que
se diferenciem
tecnoló gico, possa embasa r uma decisão no mer cado e que apre sent em
nov os recu rsos ,
acertad a. form as de inte rativ idad e, nav ega
bilid ade e de
No caso de ferrame ntas prontas , o site ou inte graç ão com outr os apli cati
vos e plat afor -
projeto em questão precisa se adapta r ao mas. Por estes motivos, um soft
ware criado sob
gerenci ador. Já em relação às soluçõe s med ida apre sen ta ótim os ben efíc ios,
desenvo lvidas sob medida para a aplicaçã o ao esp ecia lme nte para proj etos de
men or port e
cliente, acontece o contrário. Esta diferenciação com obje tivo s e func iona lidad es
defi nida s.
faz com que as ferramentas prontas disponíveis
no mercad o sejam bem mais aprovei tadas por
grandes projeto s que demand am investim ento
:: Léo Szterenzys
compat ível, como portais e sites corpora tivos Diretor de Operações da
Tange Comunicação Digital
que podem reunir várias aplicaçõ es (interne t, www.tange.com.br

extrane t e intranet ) em uma única platafor ma.


Isso acontec e pois a maioria das páginas deste

33
33
debate

os os
de me rca do pa ra tod
Há tam bé m sol uçã o
Se uma
níveis de flexibilidade.
preços e com diversos
presa, é
às necessidades da em
solução pronta atende
táv el usá -la . Q ua
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sem pre ma is con for
porte, acho
projeto tem grande
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qu e va le a pe na op
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ge re nc ia do r de co
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mercado, mesmo que se ten
icado ces sos e
justif ad e em fun ção de pro
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aé t o um po uco de fle xib ilid
nta p e n
rame orçam
u m a fer q u e no, o nos padronização.
s o de o é pe t e nda ra ava liar um a sol uçã
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quan e s e r u p o t e s e
se d og san ; flexibilidade para cria
r novas
ixo e des d eres publicação de conteúdo
é ba e c e ssida r i a é int a d e s
às n ietá lid ina que
lhes ropr iona (parte do layout da pág
deta l u ç ão p d e func
s n as áreas e novos templates
s o d a mance;
uma sida
de mpla os conteúdos); perfor
seja, n eces m c onte t e ú do é reutilizada para divers
a teja con idas; facilidade para imp
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q u e nã o r e s .
s d resa desenvol-
cífica ncia emp (caso a manutenção e
espe gere n to da u inte novas funcionalidades
d e e e g da em-
es orçam a s house”, ou seja, dentro
opçõ s p ara o t o para i a das vimento sejam feitos “in
d o at e n ai o r ne ced or
idera ficar na m sup ort e téc nic o do for
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e s s o ele p e n j á :: Frances Malta Tan
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ado cisam uma
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m.br
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dese e a té m e l es. P ão, o
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comp rmal rovaç
a ç ã o no x o de ap
aplic omo
flu
r ta n tes, c
impo

34
34
35
debate

A questão sobre conteúdo administ


rado pelo cliente
é sempre recorrente em nossos proj
etos para internet.
exige um programa
Com a evolução técnica dos últim dor experiente pa
os quatro anos, é ra adaptar qualque
uma dessas soluç r
possível hoje em dia oferecer soluções ões de modo a int
que afetam não só egrar o software
projeto gráfico do ao
o visual e a percepção de valor das site.
marcas, mas também
No caso de
influenciam diretamente as oper
ações cotidianas da empresas de
grande porte,
empresa. que têm um
política de lo a
Na Pura Comunicação, buscamos deix
ar claro para o ngo prazo em
relação à intern
cliente as possibilidades, prós e cont et, é mais prová
ras, quando o assunto
vel que desenvo -
é conteúdo dinâmico, atualizad lvamos soluçõe
o por ele. Temos
próprias de m s
conseqüências diversas no projeto,
desde o aumento de anutenção de
conteúdo dinâm
custo na hora do desenvolvimento
até a necessidade do ico. É o caso da Cellsof
(www.cellsoft.com. t
próprio cliente ter responsabilidade br), onde desenvolv
sobre a informação que emos um sistema
de cadastro e ge
ele veicula, prazos e freqüência com renciamento de
que atualiza seu site. produtos contro
pelo departamen lado
Para o cliente que precisa apenas inser to de marketing
ir notícias em da própria empres
Como nesse caso a.
seu website, podemos utilizar um temos um volum
sistema que já venha e de produtos mu
grande – são quat ito
pronto, como o Publique! da Fábrica ro marcas, cerca
Digital, ou algum outro de 150 produtos
marca, em três idi por
com open source, como o Drupal, omas e com duas
Geeklog, Php-Nuke ou coleções anuais
desenvolvemos –
PhpWebsite. Esses softwares, no um sistema inteir
entanto, têm suas o em Php/MySql,
qual o cliente cada no
limitações de funções e muitos poss stra todos os prod
uem um visual que utos, envia as foto
pa ra o se rv id or, s
deixa a desejar. Além disso, existe ca da st ra os so lad
um trabalho para o os , a de sc riç ão
escolhe se aquele e
desenvolvedor de customização produto vai ser pu
da ferramenta, o que blicado ou não, e
qual coleção. em

Como as funções
necessárias para
o negócio eram
bem específicas,
decidimos por de
senvolver a soluç
inteira ao invés de ão
utilizar alguma fe
rramenta pronta
Depois de seis me .
ses de desenvolvim
ento, chegamos em
um resultado inter
essante do ponto
de vista de proces
e de design. sos

:: Sérgio Barba
rá Filho
Sócio-fundador
e designer
da Pura Comunic
ação
www.puracom
unicacao.com.
br

36
36
debate
e possui um
Hoje em dia, todo o site que se prez

de conteúdo,
necessidade
gere nciador de conteúdo. Por ser uma
já existem muitas O gerenciador -
constante nos websites dinâmicos,
d e p e n d e n te de ser uma solu
is ou open source. in l-
soluções prontas, sejam comercia
o p ro n ta o u de desenvo
o é o Vignette e çã ir
Entre os comerciais, o mais conhecid
im e n to p ró p rio, deve consegu
ares de dólares e v a-
Microsoft CMS, que podem custar milh
lc a n ça r se u s objetivos fund
ções e portais. No a il
são utilizados por grandes organiza
e n ta is : se r fá cil de usar e ág
é muito grande e m
mundo do software livre a procura
a p u b li ca çã o d as informações.
existem soluções de todos tamanhos
e necessidades, n esso de seleção
oc
confundem no pr
e PhpNuke. O site Muitas pessoas se
entre os mais conhecidos estão Zope que oferece o maior
fer rame nt as, achando que a
é uma ótima en tre as
http://www.opensourcecms.com/ lhor. Na realidade
,a
me ro de fun cio nalidades será a me

introdução a essas opções. opções pode ser um
de sites que mp lex ida de criad a pelo excesso de
As empresas de desenvolvimento co
nte exigir uma soluç
ão
ntra. Já tivemos casos do clie
para seus clientes fator co
precisam oferecer uma ferramenta rificar que não er
a
or kfl ow e, após utilizar, ve
es pron tas ou co m W
pod em ado tar uma dess as opçõ retando burocracia
.
tava somente acar
caso da W3Haus, necessário e que es
desenvolver a sua internamente. No s softwares não sã
o
% dos recursos do
e opta mos pelo Estima-se que 80
aval iamo s as opçõ es disp onív eis s. Quantas pessoa
s
aioria das pessoa
ivo é porq ue utilizados pela m
segu ndo caso . O prin cipa l mot tencial do seu paco
te
mais que 20% do po
plat afor mas de realmente utilizam
trab alha mos com mui tas r o que são esses
20%
está em encontra
NET e JSP), com Office? O desafio
desenvolvimento (ASP, PHP, ASP.
oá-los.
es (Ora cle, SQL utilizados e aperfeiç
mui tos ban cos de dad os dife rent zes deixada de
nte, mas muitas ve
tam bém por não Outra etapa importa
Serv er, Post gres e MyS QL) e lizarão a ferramenta.
das pessoas que uti
” que funcione lado, é o treinamento
encontrar uma solução “empacotada is importantes e nã
oo
as pessoas são ma
. Vale ressaltar que
com nossa metodologia de trabalho cesso pleno do pro
jeto.
s determinam o su
software, e que ela
“melhor solu-
exista uma única
Acredito que não e
ores soluções” qu
sim diversas “melh
ção” para todos e de
particularidades
funcionam com as
são aquelas que
.
cada organização

s Thomé Cauduro
:: Alessandro Viniciu
Haus
Diretor de TI da W3
us.c om .br
www.w3ha

37
37
debate

a estratégia e as políticas de TI do cliente, de


forma a não favorecer o surgimento de uma
“ilha tecnológica” dentro da companhia.
Quanto à opção entre desenvolver ou
comprar uma solução pronta, tudo depende da
resposta às seguintes questões: qual é a
disponibilidade para investimento? Qual é a
Quando se fala em gestão de conteúdos longevidade da solução de GC? Qual é a
(GC) é preciso caracte rizar com exatidã o sobre importância da solução de GC na estratégia de
o que estamos falando. As plataformas de GC TI do cliente?
vêm evoluindo nos últimos anos de soluções quanto
Em geral podemos dizer que
focadas em inclusão/alteração/exclusão de maior a relevância estraté-
conteúdos de difícil estruturação formal (ex: gica da gestão de ativos
textos, imagens) para sistemas de gestão de digitais dentro de um cliente,
ativos digitais integráveis ao workflow e aos mais recomendável será a
legado s das empres as. adoção de uma solução ro-
O conceito de GC nasceu muito ligado às busta e de mercado para GC
necessidades de gestão de presença na (ex: caso extremo são os
interne t, mas hoje não é mais assim. Que digam portais de conteúdo de alta
os portais corporativos para os quais as visitação).
frontei ras entre legados /intran ets/inte rnet vêm
desapa recend o.
Sendo assim, a resposta mais adequada
:: Abel Reis
para o projeto de um cliente passa por: (a) VP de Tecnologia e Projetos
da AgênciaClick
identifi car os requeri mentos que a empres a tem
www.agenciaclick.com.br
em termos de funcion alidade s de GC de forma a
estabelecer um padrão de comparação
custo X benefício entre as
diferentes ofertas do
mercado, sejam open
source ou não e (b) ali-
nhar esses requer imento s
específ icos de um projeto com

38
debate
No caso da opção por um produto de mercado, a não se ficaria atrela-
pergunta que deve ser feita é: “será que todas as do a um fornecedor
ferramentas que os produtos de mercado trazem específico nem aos valores perenes de manutenção
embutidas se adaptarão às necessidades da que sempre existem ao se adquirir um software.
organização?”. Na
maioria das vezes,  Além disso, tem de se levar em conta o processo de
por ser um genérico, o produto evolução e manutenção. Para o produto comprado, o
comprado não atende comple- fabricante está sempre tentando criar novas
tamente à  demanda de todos ferramentas, o que nem sempre é possível para o
os clientes da organização e produto interno. Porém, em caso de manutenção, com o
sempre existirá a necessidade produto interno a velocidade de atendimento é bem
de customização, o que gera aumento de maior, além do suporte ter a sensibilidade do nível de
tempo e custos, anulando em parte a vantagem de se usuário/necessidade.
adquirir um  produto “pronto”.  Por isso, é importante se levar em conta essas
 O desenvolvimento de um gerenciador próprio questões na hora da escolha: se possuo tempo, equipe e
demandará um tempo de programação e análise, com quero um produto personalizado, desenvolvo um projeto
os custos da mão-de-obra empregada embutidos, o interno. Se não tenho tempo nem equipe, procuro no
que dá uma certa vantagem para o produto pronto. A mercado a ferramenta que mais se aproxima e mais se
vantagem é que se teria um produto com a “cara” da adapta às minhas necessidades de custo/demanda.
organização, com
as facilidades dos :: Altino Leitão

setores disponíveis Chefe da Divisão de TI do


Instituto Nacional de Câncer
para os clientes www.inca.gov.br

internos. Também

39
estudo de caso :: Gisele Bündchen

Gisele Bündchen
site à altura da top
Por Tatiana Serra

Gisele Bündchen: “com o site, sinto de perto o

carinho dos fãs, recebo muitas mensagens e


homenagens. Me emociono bastante, fico

muito feliz!”. A seguir, veja a entrevista com


a agência responsável pelo site e

depoimentos exclusivos das irmãs da modelo


e gestoras de conteúdo.

Moleca, simples e divertida. Assim é Gisele Bündchen, modelo


conhecida internacionalmente como um fenômeno da moda. E di-
ante da carreira de sucesso, a gaúcha de 24 anos mantém a natu-
ralidade e a sensualidade em tudo; seja na passarela de um desfi-
le, na capa de uma revista, na TV ou na web, a übermodel (palavra
que, em alemão, significa “acima, além”) está sempre coberta de
simpatia, descontração e muito profissionalismo. Não é à toa que
ela é uma das preferidas dos fotógrafos e dos estilistas.
Muito ligada à família e sempre com novos objetivos, Gisele
aposta na web e conta com o apoio de suas irmãs Patrícia Aline
(irmã gêmea da modelo) e Raquel Karine, administradoras e
gestoras de conteúdo do seu site. Para refletir na internet a
personalidade e os valores da Gisele, sem destacar tanto seu
lado fashion, nada melhor do que um site gerenciado por quem a
conhece tão bem.
Fotó
grafo
: Niñ
Gisele também contou com o trabalho da agência Aldeia,
o Mu
noz
para a realização de seu übersite, que oferece aos usuários um
conteúdo exclusivo. Os fãs da Gisele podem encontrar fotos da
modelo na internet e nas revistas, mas somente no website ofici-
al, eles conferem textos e fotos produzidos e comentados pesso-
almente pela modelo. É o que garante Tatiana Brugalli, diretora
de planejamento da Aldeia. “Com o site sinto de perto o carinho

40
estudo de caso :: Gisele Bündchen
dos fãs, recebo muitas mensagens e homenagens. Me emociono Foram quatro anos de planejamento de criação, design,
bastante, fico muito feliz!”, afirma a modelo, que é popular e, na marketing, tecnologia, conteúdo, jurídico e comercial, com
web, tem a oportunidade de ser mais “íntima” do público. envolvimento das equipes da ImageNet, Agência IMG, assessoria
Tatiana Brugalli (TB) e as irmãs Patrícia (PB) e Raquel jurídica da Gisele e Aldeia.
Bündchen (RB) concederam uma entrevista exclusiva para a Re- Nosso principal desafio foi ter a Gisele à disposição. Tam-
vista Webdesign, na qual falam sobre o site e sobre como é tra- bém, com uma agenda lotada dessas, não poderia ser diferente!
balhar com Gisele Bündchen. Confira! A modelo tem compromissos nos quatro cantos do mundo, po-
WD :: Quando surgiu o site da Gisele Bündchen? O dendo estar em três continentes diferentes em apenas uma se-
que a modelo pretendia ao optar pela web? mana. Mesmo assim, Gisele se dedicou muito, opinando e contri-
TB :: O übersite teve sua concepção e início de desenvolvi- buindo para que o projeto tivesse realmente o seu espírito.
mento em 2001, quando Gisele decidiu que era hora de estar ofici- O processo de planejamento e produção do site foi como
almente presente na internet. Seus representantes visitaram vá- uma boa costela na brasa à gaúcha. Fogo brando e constante,
rias agências à procura de uma que tivesse a cara da Gisele: sim- muito capricho no tempero e paciência para garantir um resultado
ples, inovadora, dedicada. Em janeiro de 2001, a Aldeia foi esco- irresistível.
lhida e as etapas iniciais de planejamento começaram. WD :: Que técnicas foram utilizadas na criação do site?
A Gisele queria ter um canal oficial de comunicação com seu pú- TB :: O coração do projeto é a estratégia. Pensamos o tem-
blico, e identificou a internet como a melhor maneira para fazer isso. po todo no que o público gostaria de ver. Fizemos algumas pes-
WD :: Quais foram as principais dificuldades en- quisas e, então, escolhemos criteriosamente o conteúdo. Defini-
frentadas durante o desenvolvimento e a implanta- mos o escopo com arquitetura de informação, para fazer um site
ção do site? Quanto tempo levou desde a criação até de conteúdo, mas leve, de entretenimento, mas consistente. A
seu lançamento? gente precisava projetar mais do que um site: um übersite.
TB :: Não costumamos nos referir aos percalços do projeto Para começar, a principal técnica foi a dobradinha lápis e
como dificuldades, já que são uma realidade inerente a qualquer papel. Aliás, essa nunca sai de moda. Os programas são muito
trabalho desenvolvido. Quanto mais complexo e extenso é o tra- úteis, mas nada como expressar idéias com o próprio traço,
balho, maior a probabilidade de encontrarmos desafios pela fren- simples e rápido. Praticamente todas as interfaces nasceram
te. E superá-los dá um sabor especial! de um rascunho à mão livre. Taí algo que podemos recomendar
a quem começa a trabalhar com projetos web: adquira o hábi-

“a produção do site foi


como uma boa costela na
brasa à gaúcha. Fogo
brando e constante, muito
capricho no tempero e
paciência para garantir
um resultado irresistível” www.giselebundchen.com.br

41
41
estudo de caso :: Gisele Bündchen

to de esboçar seus estudos no papel, antes de pilotar seu pro- WD:: Além de documentar a história da Gisele, o
grama preferido para desenhar interfaces. Se você é da site traz fotos da modelo, agenda profissional, notíci-
tecnologia, esboce seus conceitos iniciais no papel também as e dicas. Fale um pouco sobre as seções do site e
para, só depois, recorrer ao UML. sobre o layout escolhido.
Quanto à linguagem, as páginas foram desenvolvidas TB :: O layout foi resultado de um duelo de titãs... Uma
com XHTML, CSS, Javascript, ASP e SQL. Alguns pontos es- “briga de faca”, como dizemos por aqui (no Sul). De um lado,
tratégicos têm animações multimídia, assim como recursos de havia um vasto conteúdo textual quente, exclusivo, para ex-
áudio e vídeo. por. De outro, as fotos da mulher mais bonita do planeta. Por
A presença web da Gisele é fortemente apoiada em mais importantes que fossem as fotos, elas não poderiam pas-
tecnologia. O conteúdo textual e interativo é vasto e dinâmico, sar por cima do restante do conteúdo exclusivo, que só este
e todo dado obtido é precioso para uma boa compreensão da site tem. O fã da Gisele pode encontrar fotos da deusa na
audiência e suas particularidades. A Aldeia usou uma ferra- Internet, comprar uma revista na banca... Mas, somente no
menta própria para gerenciamento de conteúdo multi-idiomas, o website oficial, ele poderá conferir textos e fotos produzidos
Aldeia SnapManager. e comentados pessoalmente pela modelo.
Escolhemos um servidor semi-dedicado para abrigar todas Pode parecer estranho, em se tratando de um site de
as funcionalidades, com capacidade para suportar o grande nú- uma modelo, que a “vedete” seja a informação e não o
mero de acessos mensais. design ultra-inovador (não somos contra a inovação no
Além de sugestões de amigos e familiares da Gisele, mais design, muito menos contra layouts ancorados em um gran-
de 30 profissionais da Aldeia estiveram envolvidos no projeto (e de apelo de imagem. Um design ousado pode resultar num
muitos ainda estão), somando marketing, comunicação, design, ótimo website, se isso for compatível com seu propósito. No
conteúdo, análise, desenvolvimento e apoio ao projeto. caso da Gisele, precisávamos entregar algo encantador, mas
de fácil acesso para usuários com pouca familiaridade com a
Internet). Por isso, trabalhamos para oferecer uma
usabilidade descomplicada, garantindo o padrão visual com
interfaces de tamanho fixo (não redimensionáveis).

O site oferece diversas galerias de imagens


da top, algumas delas exclusivas

42
estudo de caso :: Gisele Bündchen
“O conteúdo textual e interativo é vasto e dinâmico, e
todo dado obtido é precioso para uma boa compreensão
da audiência e suas particularidades”

Os elementos interativos foram planejados para fazer


sentido para o público-alvo. Não adianta inserir uma funcio-
nalidade interativa, se ela não tem apelo nem utilidade para
quem acessa. A resposta do público só tem comprovado que
estamos acertando.
A ImageNet, comandada pelas irmãs Patrícia e Raquel
Bündchen, está dando um show em análise de repercussão
e audiência. A parceria com elas está sendo essencial na
criação de promoções e dispositivos interativos que falem a
Além de conferir as fotos, o usuário pode ler linguagem dos diversos públicos-alvo, quer seja uma ado-
textos assinados pela própria modelo
lescente aspirante a modelo ou um rapaz apaixonado pelas
curvas da moça.
É que a Gisele é diferente, mesmo. Ela tem uma relação As seções “Super F㔠e “Deixe Seu Recado” se destacam
com o público que é mais do que apenas a imagem, tem recheio por suprirem uma necessidade, até então, não atendida: o
e, às vezes, chega a ser íntima! Muita gente se identifica pro- contato direto com a modelo. Conhecemos muitos sites legais
fundamente com ela e gosta de dizer isso. A Gisele não é só de fãs, blogs e flogs densos de material. Mas o übersite é o
linda. Ela cativa as pessoas. canal oficial. Além disso, seções como “Presentinhos” ofere-
Uma curiosidade sobre o processo de layout foi a valida- cem itens de personalização, como papéis de parede, prote-
ção das cores e principais fotos feita pela própria Gisele. Não tores de tela e cartões virtuais, possibilitando ao fã uma ver-
é exagero afirmar que o projeto é resultado de uma soma de dadeira imersão no universo Gisele.
esforços: da Aldeia, da ImageNet e da Gisele em pessoa. E, WD :: Quais os próximos projetos do site?
quer saber? Tem sido um prazer trabalhar assim, a Gisele tem TB :: Muita gente acha que o trabalho de quem planeja e
um bom-gosto inacreditável! Se ela não fosse a Übermodel, a desenvolve web termina no lançamento do site. É exatamen-
contrataríamos como Diretora de Arte. te a partir daí que se inicia a parte mais interessante da coisa:
WD :: Houve o cuidado de colocar textos assina- avaliar o impacto da intervenção com o público e planejar no-
dos pela Gisele, dando um ar mais intimista, uma ma- vas adições para fidelizar quem já prestigia o übersite, e
neira positiva de aproximar a modelo do público. conquistar novos simpatizantes.
Como tem sido trabalhada a interatividade no site? E Os fãs da Gisele poderão participar de uma série de pro-
qual tem sido a resposta do público? moções planejadas para este ano, cujos prêmios ainda estão
TB :: Acredite, a Gisele escreve mesmo, e com gosto! Ela sendo mantidos em segredo. Podemos adiantar que alguns
responde mensagens na medida do possível, porque o volume deles representam o sonho de todo fã, mas vamos manter o
é enorme. clima de suspense para não estragarmos a surpresa.

43
43
estudo de caso :: Gisele Bündchen

Além disso, a estratégia web da Gisele compreende uma


utilização forte de e-mail marketing, sob a forma de
newsletters enviadas à base de usuários cadastrados no site,
que optaram por receber material por e-mail. São convites
para promoções, dicas e novidades lançadas, a cada semana,
aos milhares de fãs cadastrados.
WD :: Certamente, por serem irmãs da modelo,
vocês conhecem como ninguém o seu perfil. Como foi
passar a imagem da Gisele para a internet através do
site? E como é trabalhar com a irmã, modelo e celebri-
dade Gisele Bündchen?
PB/RB :: Nós pensamos em fazer algo com a cara da Gisele
moleca, simples, divertida. Não queríamos levar para o lado
fashion, então construímos um site bem colorido e simpático. A
proposta era refletir na web a personalidade e os valores da
Gisele, identificando-a com o Brasil, a natureza e as campanhas
pró-entidades assistenciais.
Para nós, é muito bacana poder trabalhar com a Gisele, pois
estamos, a todo momento, levantando conteúdo sobre ela. Te-
mos material armazenado desde 1995, e foi muito bom voltar ao
início, relembrar como tudo começou e acompanhar a evolução
da carreira.
Não é fácil, porque ela vive correndo, e nós correndo
atrás dela. Mas é muito gratificante, pois somos verdadeiras ad-
miradoras do seu trabalho, de sua garra e personalidade.
WD :: Por ser uma celebridade, a Gisele Bündchen
tem uma responsabilidade social, além de ser forma-
dora de opinião. A subseção “Em Ação” demonstra a
preocupação da modelo com o trabalho voluntário. O
que isso representa para ela?
PB/RB :: A Gisele sempre teve vontade de fazer algo no
campo social. Desde o começo sabíamos que esse espaço era
muito pequeno para as pretensões dela, mas isso é só o início.
Com o tempo, a gente pretende dar mais destaque a essa par-
te. Além disso, todas as propostas das instituições indicadas no
site refletem atitudes que a Gisele acha super importantes e que
Na seção “Olha o que falam de mim” é possível ela quer ajudar a divulgar, para estimular as pessoas a se
ver os comentários de personalidades
engajarem. Dentre as atitudes, está o trabalho voluntário.

44
44
45
45
vozes femininas na web

Elas têm vozes diferentes e talentos inigualáveis. Mas


todas têm a feminilidade em comum, a música na alma e pre- Por Tatiana Serra

tendem mais do que, simplesmente, cantar. Do Rock’n Roll a


Pitty, Maria Rita, Ivete Sangalo, Adriana
MPB, o grande barato das cantoras na internet é divulgar seu
trabalho e interagir com o público. Para a realização de um bom Calcanhoto, Rita Lee e Marisa Monte.
site, é preciso incorporar os objetivos do artista e adaptar sua Estas e outras cantoras estão para a
imagem para o mundo virtual. Um trabalho complexo, mas mui-
internet, assim como a internet está para
to prazeroso. Segundo Alceu Neto, diretor de arte da
elas. Uma sintonia na proporção
Simplescomunicação (www.simplescomunicacao.com.br) e
criador do site da Ivete Sangalo, este tipo de trabalho traz certa, fazendo todo mundo
“fama, reconhecimento, elogios e críticas. É uma espécie de lucrar: artista, produ-
porta que se abre”.
tora e fãs.
Para Luis Marcelo Mendes, diretor da Tecnopop
(www.tecnopop.com.br), produtora do site da cantora Maria
Rita, “fazer o site de um artista famoso é sempre um baratão.
Tem um lado de fã que entra na história”.
Já para Igor Spacek, diretor de multimídia da Make Media
(www.makemedia.com.br), empresa responsável pelo site da
Rita Lee, todo novo projeto é sempre um desafio, e é disso
que a equipe gosta, independente da área de atuação do cli-
ente. “Geralmente o artista já possui uma certa visibilidade na
mídia. Isso pode ser uma vantagem na divulgação do projeto,
mas, ao mesmo tempo, acarreta uma responsabilidade extra
em corresponder às expectativas criadas pelos fãs”.
Mesmo achando que há mais vantagens do que desvanta-
gens ao fazer trabalhos para alguém da mídia, Neto, da
Simplescomunicação, reconhece que as dificuldades existem.
“Você tem de ficar correndo contra o tempo, tentando achar

46
46
vozes femininas na web
espaço na agenda deles. Outra coisa muito difícil é que todos
acham que têm bom gosto. Aí, complica”, diz ele.
Na opinião de André Vallias, sócio-fundador e diretor de
criação da Refazenda Produções (www.refazenda.com.br),
que fez o site da Adriana Calcanhotto, “é uma experiên-
cia muito enriquecedora mergulhar na obra e
vida de um artista, para criar um ambiente
virtual que tenha aver com ele, que seja reco-
nhecido pelo público como a imagem do artis-
ta na Internet”. Mas ele ressalta que essa responsabili- www.pitty.com.br

dade também “torna o trabalho bem mais complexo e demora-


do, fazendo com que o retorno financeiro seja quase sempre em 2003. “Mesmo não tendo ficado tão legal quanto eu queria,
menor que o retorno emocional”. consegui arrumar trabalhos em agências de internet e
“Seja você, mesmo que seja bizarro” publicidade e desenvolver trabalhos para clientes como
Para Carlos Eduardo Cavalcanti, o Cadu, que atualiza o Mitsubishi Motors, Telemar e Europa Filmes”, diz ele que,
site da cantora Pitty - produzido pela Na Moral Produções atualmente, trabalha na Sirius Interativa.
(www.namoral.com.br) -, é “sempre importante tentar passar Não é preciso conhecer a fundo a cantora Pitty para sa-
a mesma identidade visual impressa no disco para o formato de ber que ela é uma artista autêntica. E, para representá-la na
site”. Ele também lembra que, “como hoje a internet é um dos internet, seria interessante criar um site “único”, que divulgas-
meios de comunicação mais utilizados, a maioria das bandas e se seu trabalho com originalidade e inteligência. “À priori, ela
cantores vem criando seus websites para, além de divulgar queria um site que fosse seu espaço para
seus trabalhos, deixar o público sempre informado”. Ele escrever o que pensa, um
acredita ainda que é possível conseguir muitos grande blog, diário
projetos ligados à área musical. Fica aí uma eletrônico, para estar
boa dica para os profissionais que ainda na estrada e
não iniciaram nesta área. escrever
E que o diga Ricardo Machado
Rimoli, que teve a criação do
site da Pitty como seu
primeiro trabalho solo,

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vozes femininas na web

sobre cada show durante suas turnês”, diz Ricardo Rimoli. Para ele, é preciso respeitar os momentos do artista, ao
Pitty, que está na web desde 2003, tem a música e a mesmo tempo em que é necessária uma “metodologia profissi-
interatividade igualmente presentes em seu site, tanto que onal de trabalho”. Enquanto o site estava sendo feito, a Maria
seu informativo já tem cerca de 7 mil pessoas cadastradas Rita engravidou, “que é outro fator que leva ao instinto de
para recebê-lo. Além de documentar a música da cantora, o preservação própria. Assim, a gente foi fazendo o site
site traz agenda de shows, notícias, história e imagens. En- devagarzinho, sem forçar barras, sem apressar cronogramas.
tre as seções, destacam-se o game da Pitty, O Boteco - que Foi quase uma gestação paralela”, diz o diretor da Tecnopop.
funciona como um diário da cantora -, e uma seção de Quanto às técnicas utilizadas no site da Maria Rita, Luis
downloads (Lado Z) para os fãs. A última novidade é o destaca o Flash. “Sou do partido que acha que
hotsite sobre a gravação do disco, em que o usuário encon- usar Flash por Flash não justifica. Mas esse
tra um diário das gravações e ainda pode ver fotos e vídeos. (o utilizado no site) é o tipo de Flash que fun-
Críticas à parte, fica o reconhecimento do mercado e do ciona. Um movimento suave, brincadeiras
público ao www.pitty.com.br, que está concorrendo ao prê- cromáticas e um espaço para fácil atualiza-
mio Ibest, na categoria Música, juntamente com os sites do ção de informações”, destaca ele, lembrando que
Los Hermanos, da MTV Brasil, entre outros. “Por enquanto, “não há ousadia de arquitetura e conteúdo nesse site”.
está servindo apenas para divulgar o trabalho da artista, mas Luis Mendes garante que o próximo site deverá ser
já viemos pensando na criação de uma loja para venda de bem diferente. Porém, mesmo não sendo, talvez, o site ide-
CDs, DVDs e outros produtos”, afirma Cadu, que também atu- al para a artista, seus fãs agradecem. “Maria Rita tem um
aliza a página do rapper Marcelo D2 (www.marcelod2.art.br). público fantástico. Fãs que são fãs de verdade”, destaca
Maria Rita e Tecnopop: gestação paralela Luis. Eles participam tanto, que foi necessário mudar de pla-
Ainda falando sobre a relação entre cliente e agência, no de hospedagem, devido ao excesso de visitas.
vale destacar a criação do site da cantora Maria Rita, realizado Quanto aos projetos atuais, a produtora está prepa-
pela Tecnopop. A idéia do site surgiu logo após o lançamento rando o site da Orquestra Imperial, cujo complicador é o
do primeiro CD e DVD da cantora. Segundo o diretor da fato de lidar, não com um artista, mas com uma dezena de
Tecnopop, o desenvolvimento, que começou no final de 2003 uma só vez e cada um com vários projetos paralelos.
e terminou em 2004, foi um processo de absoluto carinho e
compreensão do momento da artista.
Até dar início à carreira como cantora, Maria Rita re-
lutou muito. Diante do bombardeio de comparações com a mãe
Elis Regina, e do momento de muita exposição e julgamento do
público, a reação da cantora foi preservar suas histórias e res-
guardar intimidades. Enquanto isso, a Tecnopop queria reve-
lar, experimentar. “Para a produtora, seria uma delícia abrir
acesso em MP3 de gravações demo, improvisos. Já a Maria
estava muito preocupada em mostrar essas gravações em que
ela pudesse ter desafinado, falado uma bobagem. Frescura?
De jeito nenhum, fazia todo o sentido naquele momento dela”,
assegura Luis Mendes. www.maria-rita.com

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vozes femininas na web
www.ivetesangalo.com.br www.marisamonte.com.br

Cores e movimentos para Ivete Sangalo colocar cores e movimentos de fotos com base branca, o que
O diretor de arte da Simplescomunicação, Alceu Neto, deixaria limpo e colorido”, explica o diretor de arte. “Outra
acompanha a Ivete Sangalo desde a estréia da cantora na web. parte difícil foi a seleção de fotos, pois as mesmas não foram
O primeiro site, o Beat Beleza, surgiu em 1999; o segundo, Fes- produzidas para o site. Mas o resultado ficou bom. E depois,
ta, foi criado em 2001. “Fomos indicados entre os cinco melho- foi só dar continuidade ao estilo”, completa Neto, que já fez
res sites de artistas no VMB, da MTV. Daí, eu decidi que o próxi- outros trabalhos de artistas como Margareth Menezes e
mo faria completo (sozinho), devido a dificuldade de passar o Banda Eva na época em que trabalhava como autônomo.
que queria para os outros”, diz Neto, que se especializou, con- Idéia original, retorno satisfatório
tratou um estagiário em Programação e, em um mês, fez um O mundo da internet cresce a cada instante e, o que se
novo site. vê, talvez seja um misto de qualidade e quantidade. Diante
Com a última versão, lançada em 2003, Ivete Sangalo pre- disso, ser original passa a ser uma questão de sobrevivên-
tendia passar todas as informações sobre ela e seus discos, para cia. E, ultimamente, os “famosos” estão fazendo da web
seus fãs e contratantes, além de diminuir as ligações telefônicas uma nova porta para o sucesso; enquanto as empresas, que
e criar uma central de fãs. E assim foi feito. A criação da Central criam os sites destas “celebridades”, ganham prêmios pela
de Fãs foi o grande alívio e a solução. Esta seção “simplesmente criatividade.
resolveu os problemas de congestionamento de linhas e da falta
de informações sobre a artista”, garante Neto.
Segundo ele, a parte mais difícil foi passar a idéia de
Axé Music com um perfil “clean”. Até porque, o Axé
já tem seu estilo próprio. “Resolvi

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vozes femininas na web

Poesia e
Ludismo no mundo
virtual
Ao optar pela web, a
Sendo cantora Adriana Calcanhotto pretendia
assim, este abrir um canal de comunicação mais eficiente
se torna um ótimo com seu público. Foi então que a Refazenda
negócio para ambas as Produções mergulhou na obra e vida da artista e
partes. criou um ambiente virtual ideal para Adriana. O site foi feito
Conhecida por seu timbre suave e ma r ca n t e, com base em HTML, animações Flash, PHP e banco de dados
Marisa Monte também faz parte do grupo de vozes MySQL. Além de documentar a música da cantora e
femininas na web. Assim que foi lançado, o site da cantora compositora ele traz seções com a biografia da artista,
ganhou o prêmio de melhor website de artista no VMB 2000 fotos, textos, etc. “A escolha foi definida pela própria
(Video Music Brasil - MTV), no ano em que o evento lançou artista, a partir de sugestões nossas”, diz o diretor de cria-
esta categoria. Até hoje, o site da Marisa mantém um ar ção, André Vallias.
bem original, além de ser um convite para quem quer saber Há pouco tempo, Adriana inovou com um CD voltado
mais sobre esta artista que, raramente, aparece em público. para o público infantil. Foi o Adriana Partimpim, o qual reve-
Nele, encontram-se as imagens, um jogo, a biografia da lou o lado lúdico da artista que, até então, era conhecida por
Marisa, assim como suas preferências musicais. O destaque suas canções de letras “profundas” e poéticas.
fica para a seção “Monte Songs”, que traz letras e partituras Mas quem disse que Adriana perdeu a poesia em tudo
de músicas da cantora e compositora. Esta seção leva o que faz? O hotsite www.adrianapartimpim.com é um comen-
mesmo nome da Monte Songs – Edições Musicais Ltda, tário poético-visual acerca do CD. “Adriana Partimpim é um
criada, em 1996, para editar as obras de Marisa Monte. heterônimo de Adriana Calcanhoto. Por isso, o site foi criado
como se fosse para uma outra artista, mas mantendo uma
certa coerência com a linguagem usada no de Adriana
Calcanhoto”. André Vallias destaca ainda que, “como se tra-
tava de um hotsite focado em um único produto, resolvemos
viajar mais no conteúdo e deixá-lo com uma navegação mais
lúdica”.
A Refazenda Produções nasceu em 1996, a partir da
criação de um site de artista: o de Gilberto Gil, lançado em
abril do mesmo ano. Daí em diante, vieram os sites de Caeta-
no Veloso, Cazuza, Jorge Ben Jor, Zé Ramalho, Titãs, Jorge
www.adrianacalcanhotto.com.br

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vozes femininas na web
www.ritalee.com.br www.vanessabarum.com.br

Mautner, Arnaldo Antunes, Ary Barroso, Vinicius de Moraes, Com o objetivo de agilizar o processo de atualização,
entre outros. a Make Media desenvolveu uma ferramenta de
Rita Lee, aqui, na web e para todos gerenciamento de conteúdo, para que o site pudesse ser
Ao acessar o site da Rita Lee, o usuário não tem dú- modificado pela assessoria de imprensa da artista.
vidas: é a cara da cantora. O site é autêntico, “A empresa que hoje não busca um canal
irreverente, divertido, colorido e muito carismático, tal de interatividade com o seu público pode ser
qual a dona. E quem o conhece não pode imaginar a surpreendida por seu concorrente. E no site da
responsabilidade colocada nas mãos da equipe da Make Rita Lee não poderia ser diferente”, é o que afirma Igor
Media, já que a Rita “é um ícone, não de uma, mas, de Spacek. “Ano passado, por exemplo, foi efetuada uma
v á r i a s g e r a ç õ e s ”, d i z o d i r e t o r d e m u l t i m í d i a , I g o r enquete, através do site, para que o internauta escolhesse
Spacek, lembrando que atingir esta diversidade de a nova música de trabalho do CD Balacobaco. A votação foi
público foi o grande desafio. A versão atual do site foi muito expressiva, com quase 15.000 votos em menos de
criada para o CD Balacobaco, que traz muitos elementos três semanas”. Sendo assim, “além de avaliarmos a opinião
gráficos. “Sua capa foi criada a partir de um relicário. dos participantes, notamos a sua satisfação em participar
Isso nos permitiu extravasar na quantidade de elemen- do processo decisório”, enfatiza Igor.
tos e também nas cores”, destaca o diretor de multimídia O primeiro site oficial da Rita Lee surgiu em 1998, base-
da empresa. ado no cd “Santa Rita de Sampa”. A Make Media, porém, tor-
O primeiro passo na elaboração do projeto foi siste- nou-se responsável pelo projeto no final de 2001. “Nosso
matizar a exposição do enorme histórico da cantora de desafio inicial foi desenvolver um novo site, inspirado no CD
forma clara e atrativa ao internauta. “Buscamos, então, Aqui, Ali, Em qualquer lugar....”. No ano seguinte ao seu lan-
uma solução de navegação inovadora e, ao mesmo tempo, çamento, o site foi indicado como um dos finalistas do VMB-
funcional. Para adicionar irreverência e leveza ao projeto, MTV, e, em 2003, conquistou o Top3 do Prêmio Ibest. Atual-
em meio a tantas informações, decidimos utilizar as ani- mente, a Make Media está concentrada na elaboração do
m a ç õ e s ”, e x p l i c a I g o r. E s s a s a n i m a ç õ e s i l u s t ra m , d e novo site da banda CPM 22.
forma bem-humorada, algumas situações cotidianas da Suavidade na personalidade e no layout
Rita Lee, e “são, por isso, também uma forma de É preciso compreender a personalidade do artista, para
presentear os fãs”. criar um site do seu jeito. Foi isso que fizeram João Paulo

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vozes femininas na web

Nicolau, diretor de site, a cantora, talvez, jamais tivesse


criação, e Lucia Maria esse tipo de contato com o público.
Morais, diretora de arte da A Contentcom também fez o site da cantora
Contentcom (www.contentcom.com.br), empresa que realizou Adriana Mezzadri (www.adrianamezzadri.com.br), que, re-
o site da cantora Vanessa Barum, em 2003. Segundo eles, o centemente, participou da trilha do filme “Olga”, de Jayme
conceito do site foi baseado exatamente na personalidade Monjardim, juntamente com Marcus Viana. “Nós adoramos
meiga e tranqüila da Vanessa. “Nós queríamos passar essa trabalhar com artistas, porque há muita liberdade para criar.
imagem através da internet, por isso, criamos movimentos sua- Quando você cria sites para empresas, elas já têm conceitos
ves e delicados no site, além do uso de cores e tipografia ade- pré-estabelecidos e algumas regras, as quais você tem que se
quada, que expressam bem essas características”, explicam os adaptar. Não que isso seja ruim, mas são trabalhos distin-
diretores. tos”, definem João e Lucia.
Feito em Flash e com algumas áreas dinâmicas desenvolvi- Umas famosas e outras nem tão conhecidas assim, as
das com arquivos XML, visando facilidade na atualização, o site vozes femininas querem, acima de tudo, expor suas idéias,
de Vanessa Barum - que tem 15 anos de profissão -, fala sobre seja através da música, da poesia, de seus pensamentos e
sua carreira como cantora, compositora e, até, como atriz. O de sua sensibilidade ampliar a interatividade com o público.
retorno dos fãs de todo o Brasil tem sido muito grande, Aliás, a web faz, de maneira única, a comunicação e proximi-
principalmente para compra de CDs da cantora. “Uma curiosi- dade entre artista e fã serem simples, dinâmicas e sinceras.
dade é o número de mensagens do exterior, elogiando o site Sendo assim, o website de uma cantora, em especial, pode
e o trabalho de Vanessa”, destacam eles. E, se não fosse o ser sua mais pura forma de expressão.

Releitura adequada e soluções de vanguarda


Quanto às dificuldades de trabalhar a imagem de uma marca ou personalidade na web, Michel Lent, designer gráfico e mestre em
Telecomunicações Interativas, acha que o mais importante é compreender, respeitar e representar o seu “tone of voice” – isto é, encontrar
o tom ideal, a medida certa. Para ele, que foi um dos primeiros brasileiros a trabalhar com internet, “a marca precisa se comportar na
internet de forma semelhante ao mundo offline, mas sem ser uma simples adaptação. Precisa ser uma releitura adequada”.
No caso de uma personalidade, o trabalho vai além, já que ela raramente tem um “manual de aplicação” de sua marca. “Portanto, é
importante entender seu posicionamento e criar essa imagem para o mundo virtual”, completa Michel, fundador da 10’Minutos
(www.10minutos.com.br), sua consultoria em projetos interativos.
Michel Lent criou o site do jogador Ronaldinho, que foi ao ar em 1997 e ficou sob a responsabilidade da 10’Minutos por dois anos.
“Representar o Ronaldo foi, antes de tudo, entender que imagem ele idealizava, e encontrar uma tradução dela na internet”, afirma ele,
lembrando que o retorno foi extraordinário e recompensador, especialmente para uma produtora, na época, em começo de história.
Criar o site de uma personalidade é também uma forma de expressão. Para realizar o que se idealiza com sucesso, basta liberar a
criatividade. “É a hora da diversão, sem deixar de lado a informação”, diz Michel. Segundo ele, “por ser uma ferramenta de comunicação
menos ‘corporativa’, o site de personalidade permite que a produtora solte sua criatividade e proponha soluções de vanguarda”.

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tutorial

Tableless Gustavo Loureiro - Instrutor do Infnet e


Sócio diretor da Stage3 - Soluções Digitais
gustavo@stage3.com.br

Olá Pessoal!
Vamos ver neste artigo como podemos construir alguns layouts
de página sem utilizar recurso de tabela em html.
Primeiramente, vamos fazer uma pequena revisão de folhas de
estilo (CSS), pois é fundamental estarmos afiados nesta linguagem
para podermos construir nossas páginas sem a utilização de tabelas.
Depois vamos montar uma página que possa falar com estes nossos
estilos.
O desenvolvimento de páginas com este recurso, faz com que
figura 1
estas fiquem não só mais leves como também facilitam a sua manu-
tenção. Vamos montar a diagramação principal desta página utilizando Neste documento, nós vamos começar fazendo uma
alguns recursos de folhas de estilo, XHTML e tudo isso com o auxílio configuração geral para a página através da configuração
do dreamweaver. do body. Digite o código abaixo neste novo documento:
CSS – Folhas de Estilo em Cascata body {

Neste exercício, vamos relembrar o conceito de ID. Assim como margin:0 0 0 0;

as regras de tags e classes, existe outro tipo de seletor chamado ID. padding:0;

O ID é um identificador único e serve para especificar mais precisa- background-color:#FFFFFF;

mente a sua formatação. font-family:verdana, arial, sans-serif;

#ninja {background-color: #FFFF00} }

Este ID se chama ninja e toda vez que alguma área utilizar essa Aqui nós configuramos as margens como zero,
regra, vai ser mostrado com plano de fundo amarelo. Observe que espaçamento para o início do conteúdo igual a zero também
sempre antes de um ID, colocamos o # cor de fundo como branca e texto como verdana (primeira
<div id=”ninja”> xpto </div> opção de fonte).
Aqui o conteúdo que for mostrado dentro desta tag, vai apre- #topo{

sentar o plano de fundo amarelo. width:auto;

Abra o seu dreamweaver e vamos agora montar um layout sem height:75px;

a utilização de tabelas. Para podermos entender melhor, nós iremos padding:0px 0 0 0;

dividir nossa página em dois documentos. O primeiro vai conter o background-color:#CCCCCC;

código de XHTML e o segundo vai conter o código de folha de estilo. border-top:1px solid #666;

Com o dreamweaver aberto, crie um novo documento, color:#FF9900;

mas na paleta general, marque a opção “basic page” e selecio- text-align:center;

ne “CSS”. Isso vai fazer com que você já abra um documento }

preparado para programar com recursos de folhas de estilo ex- Aqui nós estamos criando as configurações do topo
terna. Veja a figura 1. da página. Configurações como: cor do texto laranja, texto

54
tutorial
com alinhamento centralizado, cor de fundo com um tom
de cinza, largura automática e altura de 75px.
#colEsq {

background:#FF9900;

Acima estamos determinando a coluna da esquerda,


onde dentro dela, vai estar o conteúdo do lado esquerdo.
Temos apenas a configuração da cor de fundo.
# C Es que r d a {
figura 2
position:absolute;

width:190px; A vantagem de termos um código XHTML é que ele escreve um


top:75px; código semanticamente correto e sem milhões de erros que os edito-
left:5px; res HTML e alguns navegadores às vezes ignoram.
color:#003366; Visualizando o modo código do seu dreamweaver, você vai es-
} crever o seguinte código entre <head> e </head> do seu html:
Aqui a configuração do conteúdo do lado esquerdo <link href=”estilo.css” rel=”stylesheet” type=”text/css”>

da página. Posicionamento, largura, margem do topo e Este comando, vai fazer com que você chame a folha de
margem esquerda e cor de texto. estilo externa para fazer as configurações nesta sua página.
#sepConteudo { Veja a figura 3.
margin-left:200px;

Neste momento, estamos criando um separador en-


tre a coluna da esquerda e a coluna onde vai estar o con-
teúdo principal da página.
#conteudo {

color:#FF9900;

padding:1px; figura 3

text-align:justify; Repare no código da página a diferença de um docu-


background-color: #CCCCCC; mento XHTML.
} O Document Type Definition (vulgo DTD) é a primeira coi-
Depois de determinado onde devemos iniciar o bloco sa que se deve escrever em um arquivo XHTML. Se você qui-
de conteúdo, o código acima faz as configurações para ser ter um XML válido, é necessário utilizar uma das três for-
este. Repare que o alinhamento de texto está justificado. mas de escrever este código:
Agora salve este documento como estilo.css. Strict: Este tipo é usado quando você fez um código 100%
Abra um novo documento, solicite que seja um HTML, XHTML, sem erros.
mas não esqueça de solicitar que ele escreva código de <!DOCTYPE html

XHTML. Veja a figura 2. PUBLIC “-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN”

“http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd”>

55
tutorial

Transitional: Este é o modo mais usado quando se <h2>Aqui mais conte&uacute;do </h2>

está começando a migrar do nosso amigo HTML para o po- </div>

deroso XHTML. </div>

<!DOCTYPE html </div>

PUBLIC “-//W3C//DTD XHTML 1.0 Transitional// </body>

EN” Salve este arquivo como revista.htm. Repare que


“http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1- cada <div id=”valor”> no html, está fazendo uma refe-
transitional.dtd”> rência a um #nome {...}criado no documento de folha de
Frameset: É u s a d o q u a n d o v o c ê e s t á u t i l i z a n d o estilo. Você ainda poderia reposicionar estes objetos em
FRAMES em seu site. relação a sua página e só teria que modificar o código no
<!DOCTYPE html arquivo css. O seu código html, ficaria intacto. Só seriam
PUBLIC “-//W3C//DTD XHTML 1.0 Frameset//EN” necessárias mudanças caso você criasse novas colunas
“http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1- de conteúdo.
frameset.dtd”> Caso tenha interesse, você poderá fazer as modifica-
Repare que no nosso exemplo ele coloca com a segun- ções e ajustes através do dreamweaver selecionando o
da opção: Dentro do body, você vai escrever o seguinte: painel “design”, onde poderá editar suas folhas de estilo.
... Veja as figuras 4 e 5.
<body>

Aqui estamos criando o topo da página:


<div id=”topo”>

<h1>WEBDESIGNER</h1>

</div>

Aqui estamos criando a coluna da esquerda:


<div id=”colEsq”>

Aqui estamos determinando qual o conteúdo que vai figura 4

aparecer na coluna da esquerda:


<div id=”CEsquerda”>

<h3>MENU</h3>

<p>ítens do menu</p>

</div>

Aqui estamos criando a separação entre a coluna da


esquerda e a área de conteúdo:
<div id=”sepConteudo”>

Aqui estamos determinando qual é o conteúdo:


figura 5
<div id=”conteudo”>

<h1>Conte&uacute;do</h1> Teste o layout que você acabou de montar e veja o re-


<h2>Aqui você poderia digitar seu sultado principalmente no firefox e no netscape. Veja as fi-
conte&uacute;do</h2> guras 6 e 7:

56
tutorial
Caso você tenha interesse
em facilitar ainda mais a sua
vida, você pode estar criando
seus ID também através de fo-
lhas de estilo. Em “selector type”,
determine que deseja a terceira
opção (Advanced); na opção
selector, digite o nome de seu ID
figura 6 - layout no firefox
(NÃO ESQUEÇA DA #), e por últi-
mo, determine que este estilo
estará em um novo documento
CSS (New Style Sheet File). Veja
na figura 9:

figura 8

figura 7 - layout no netscape

Caso seu dreamweaver seja o MX 2004, os estilos podem ser


configurados também no painel design, mas na hora da edição, você
figura 9
precisa utilizar o painel auxiliar (CSS properties). Veja a figura 8.
Bom pessoal, claro que ainda há muito que aprender sobre
WebStandard e Tableless. O que vimos aqui foi uma introdução
ao assunto, uma pequena prática. Na próxima matéria prometo
ousar mais nos exemplos. Façam o seguinte: entrem no Google e
digitem “tableless”. Vocês não vão se arrepender.

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Marcos Nähr
criação

Web technologist do departamento de marketing da Dell Computadores.


Responsável pelo desenvolvimento do site e loja online da Dell Computadores no Brasil.
marcos_nahr@d ell.com

Jamais Vu, muito cuidado com ele!

No mundo frenético do design, a cada minuto que passa precisamos criar novas interfaces, novos
layouts, novas campanhas, novas marcas, enfim, novas idéias. O estresse gerado em nossa mente por
esta corrida maluca atrás de novas idéias pode provocar sensações ilusórias chamadas de jamais vu.
Esta palavra francesa (que significa “nunca visto”) refere-se à sensação de que algo bastante
conhecido é novo ou estranho. É a ilusão que faz com que o familiar, o conhecido, não seja reconhecido
como tal. Detalhes presenciados milhares de vezes se tornam subitamente novos (e por isto muitas
vezes cativantes). É o contrário da sensação de “déjà vu”.
Quando um designer está passando por um jamais vu ele tem a sensação de que criou algo novo
e inédito, mas na verdade está apenas reproduzindo algo que já era familiar a ele, algo que já estava em
sua biblioteca mental. Pode até parecer que a sensação de jamais vu não seja algo tão grave, mas ao
analisarmos bem veremos que esta sensação acaba por esconder o verdadeiro estilo do designer, apa-
gando suas características únicas e limitando sua potencialidade. O designer que “sofre” de jamais vu
está simplesmente copiando (muitas vezes sem saber) o estilo de outro.
Isto acontece principalmente porque vivemos atualmente a cultura do insight, a cultura das idéias
que surgem do nada, como mágica. Estamos acostumamos a dizer e a ouvir que tivemos uma idéia ou que
uma idéia surgiu do nada. A famosa imagem de uma lâmpada acesa que representa uma nova idéia que
surge parece estar ligada ao precursor da filosofia do insight: Santo Agostinho.
Por volta do ano 386, Agostinho iniciou a formulação de uma de suas teorias mais famosas e que
mais influenciaram a humanidade (ao menos o mundo ocidental): a teoria da iluminação, ou doutrina de ilu-
minação divina. Esta teoria ou filosofia estende seus reflexos até os dias de hoje. A teoria agostiniana
(que contém fortes referências a Platão) estabelece que todo conhecimento verdadeiro é o resultado de
um processo de iluminação divina, ou seja, a verdade não está em nós, ela está em algum outro lugar e
apenas se materializa em nossa mente. Santo Agostinho não deixa de ter razão. Estas idéias que temos
de rompante, este insight, vem sim de algum lugar, vem de nossas experiências sensoriais anteriores!
O que devemos fazer para evitar que o jamais vu aconteça é entender como funciona o processo
de criação e trabalhar a idéia de imaginário e de raciocínio lógico, idéias fundamentais para o design.
A lógica racional reproduz e combina aquilo que já existe (e pode, portanto provocar o jamais vu),
mas o poder de criar o diferente, o inédito reside na potencialidade criadora que o imaginário possui.
O imaginário tem o poder de renovar o sentido daquilo que já existe.
Ao nascermos, não pensamos, mas imaginamos; não raciocinamos, mas sonhamos; não argumen-
tamos, mas fantasiamos o mundo que nos rodeia. Selecionamos das sensações que invadem nossos sen-
tidos determinadas imagens e damos a elas sentidos específicos. Antes de pensar logicamente as coi-

58
criação
“Quando um designer está passando por um ‘jamais
vu’ ele tem a sensação de que criou algo novo e
inédito, mas na verdade está apenas reproduzindo
algo que já era familiar a ele”

sas, nós as imaginamos. A imaginação nada mais é do que a possibi-


lidade que temos de impregnar de sentido as sensações.
Embora o imaginário seja nossa potencialidade criadora e não
possa ser delimitado pela lógica, ele não pode existir sem estar rela-
cionado com a racionalidade. O contrário também é verdadeiro. Não
é possível pensar uma razão que sufoque o imaginário ou que esgote
suas potencialidades criadoras.
Para livrar-se do jamais vu o designer precisa que sua
racionalidade esteja impregnada pelo poder criador do imaginário e
isto só é possível utilizando-se um processo de criação onde estejam
envolvidos sempre estas duas potencialidades criativas: imaginação
e raciocínio!

59
estratégia

Ricardo de Bem
Trabalha há mais de 11 anos com internet. Antes, participou de projetos de software na
área de Sistemas de Informação e Decisão. Com formação híbrida, mesclando
informática, propaganda e pós-graduação em marketing, hoje é Diretor Executivo da
Divex Tecnologia e está à frente de projetos no campo do relacionamento online.

O Darwinismo Digital e a Marca Sapiens

“Não é o mais forte da espécie que sobrevive, nem o mais inteligente; mas sim, o que me-
lhor se adapta às mudanças.” - Charles Darwin

A frase acima, apesar de vir do campo da Biologia, retrata muito bem o ambiente de mercado
e suas peculiaridades. A teoria de Darwin, aliás, tem servido como analogia para muitos autores e
estudos, já há alguns anos.
De fato, a Teoria da Evolução aplicada aos negócios ganha peso e sentido quando analisamos
alguns casos de mercado sob a luz de seus conceitos. Há pouco mais de 20 anos a IBM, por exem-
plo, era uma gigante sem oponentes, dominando o mundo dos grandes computadores, os
mainframes. Era a mais forte. E era enorme. Mas isso não garantia sua sobrevivência. O sucesso
de vendas do Apple II, além do aparecimento de novos fabricantes de computadores pessoais, ali-
ados à formação de novos hábitos; como o uso da planilha de cálculos; fizeram com que os inofen-
sivos microcomputadores fossem alçados à categoria de máquinas úteis. A IBM, a princípio relutan-
te, reconheceu a ameaça e agiu. Para fugir da rota da extinção, adaptou-se à nova tendência e
lançou o IBM-PC. Graças a essa guinada, ganhou também o mercado dos microcomputadores e
sobreviveu. Hoje a sua marca transmite a imagem de uma empresa moderna e em sintonia com a era
do e-business. Bem diferente da figura monolítica de antes. Mudou. Evoluiu.
É apenas um exemplo, dentre tantos. Há casos mais simples, como o das livrarias, que
hoje nos oferecem café expresso e acesso à Internet; ou dos postos de gasolina, que têm
muito mais do que combustíveis para vender. São, também, exemplos de adaptação na busca
pela sobrevivência.
As adaptações impostas pelo mercado, pelos fatores externos, pelo avanço da concorrência,
pelo surgimento de novos hábitos e novas tendências são imprescindíveis, porém, nem sempre
possíveis ou vislumbradas. As marcas ganham ou perdem peso de acordo com a sua capacidade de
mudança. E aquelas que conseguem reagir rapidamente acabam ganhando terreno. Exemplos?
Adaptação à Internet e aumento de vendas. Ano após ano crescem os resultados dos braços vir-
tuais de lojas como Americanas, Magazine Luiza, Siciliano, Livraria Cultura, Ponto Frio e Colombo,
para citar algumas das mais bem sucedidas do varejo on-line e que têm lojas de tijolo e concreto
como origem. Todas essas empresas enxergaram a revolução da Internet e adaptaram-se a tempo.
Hoje, são marcas muito fortes no mundo virtual e estão plenamente aptas a sobreviver nesse am-
biente. Evoluir faz fixar a marca, também. Quem fez isso muito bem, aliás, foi a Gol. Ela impressi-
onou – além do modelo de negócio, em si – ao apresentar o mais completo, simples e eficaz processo

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estratégia
“Escolher os opcionais e as cores do seu carro já é
passado. Agora você monta a sua geladeira”

on-line de aquisição de passagens, enquanto algumas veteranas todo lá, agora mesmo, trocando experiências em seus blogs,
do setor eram apenas razoáveis nesse quesito. Graças a essa renovando fotos nos seus fotologs, fazendo amigos no Orkut
particular evolução a Gol conseguiu fixar três atributos de marca e conversando pelo MSN. E mais: daqui a 5 anos, aproximada-
numa só tacada: a Gol é simples, eficaz e moderna aos olhos de mente, eles estarão chegando à maioridade e entrando em
quem já usou o recurso. Resultados práticos? Em 2004 ela ven- outro patamar de consumo, comprando bens duráveis e de
deu R$ 1.6 bi pela Internet, correspondendo a 80% do total maior valor. Daqui a 10 anos, comprarão computadores, via-
comercializado pela empresa. Nada mau, não? gens e eletroeletrônicos. Daqui a 15 ou 20 anos, serão os cli-
Hoje, gerir marcas e pretender sua perpetuação exige entes para carros, móveis, planos de saúde e apartamentos.
que se entenda o verdadeiro significado dos exemplos acima. E farão isso com a ajuda da Internet, seu meio natural.
Compreender, de fato, esse novo contexto. A participação da Bill Gates, no seu livro A Empresa na Velocidade do Pensa-
Internet em nossas vidas é cada vez mais abrangente. Já tira mento, afirma: “Os negócios vão mudar mais na próxima década
audiência da televisão, inclusive. O Brasil fechou 2004 com 21 do que mudaram nos últimos cinqüenta anos”. Então, esteja
milhões de usuários e as vendas virtuais somaram 1,8 bilhão de preparado e, na escala evolutiva do Darwinismo Digital, procu-
reais, 47% a mais do que em 2003. Quem percebe essa altera- re ser uma Marca Sapiens, pois os mais aptos perduram.
ção de cenário, adapta-se e busca a evolução, marca pontos e
marca a marca. Exemplos? Brastemp. Você sabia que agora
mesmo pode montar sua própria geladeira? Pode definir a dis-
posição interna, estrutura, nome e cores. Escolher os
opcionais e as cores do seu carro já é passado. Agora você
monta a sua geladeira. Quem vai ficar, por algum tempo, com
essa vantagem? A marca Brastemp, claro. E temos também a
Nike, que, pela Internet, já permitia a personalização dos seus
tênis e agora, como se não bastasse, dá ao consumidor a li-
berdade de personalizar também mochilas, relógios e até bolas
de golfe(!), na iniciativa que batizaram de Nike ID. Mudança e
evolução que estão marcando, com certeza.
Adaptações como essas, que fazem sua marca fluir pelas
conexões da Internet, já são indispensáveis para atingir con-
sumidores que, como eu, já passaram dos 30 anos. Mas se
você tem que construir uma marca forte entre a geração que
tem por volta de 15 anos, deverá ser mais competente ainda
em suas estratégias para a Internet, pois esse público está

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Marcela Catunda
bula da Catunda

Trabalhou na TV Globo, TV Bandeirantes, TV Gazeta, Manchete e SBT. Foi redatora da


DM9DDB e Supervisora de Criação de Mídia Interativa da Publicis Salles Norton.
É sócia do site Banheiro Feminino, está no Orkut e trabalha como autônoma.
marcelacatunda@terra.com.br

E aí, quer pagar quanto?


Toda vez que assisto o tal comercial de TV perguntando: “Quer pagar quanto?”, eu logo penso:
Não quero pagar nada não. Tô indo aí agoooora pegar uma geladeira nova, um home teather, uma
TV trezentos e noventa e nove polegadas, um DVD e um telefone com secretária eletrônica, e não
vou pagar nada, entendeu? Nem um centavo.
Reflito comigo mesma... será que o cliente pensa a mesma coisa quando eu pergunto humilde-
mente quanto ele tem de verba pro meu freela? Caraca! Então será que é isso? Ele deve olhar pra
mim e pensar: - Não quero pagar nada não. Trabalha aí de graça, faz o seu serviço direitinho e se
manda.
Socorro!
Ele quer pagar quanto? Algo está errado no meu raciocínio. Sou eu que tenho que dizer quan-
to eu quero. E eu faço isso, às vezes mal pacas, mas faço.
- Dois paus. Eu tenho dois paus pra esse trabalho. – diz o cliente.
- E eu uma Dama de ouros. Bati. – digo eu.
Dois paus? Fala sério. Dois paus pra estudar a concorrência, pensar no que vai ser a nova área
do site, refazer a estrutura de navegação, pensar nos novos grupos de informação, redigir o texto
e... e! Ah! E o cafezinho, claro. Que tá na cara que eles vão pedir também pra eu fazer um
cafezinho. Ô povo cara de pau.
Quando é assim eu não aceito. Volto pra casa abatida, desesperada da vida, mas não aceito.
- O job é esse. Quanto rola? – pergunta o cliente.
- Preciso calcular o número de horas que vou dedicar ao trabalho... – tento responder, mas
sou interrompida.
- Não enrola. Fala rápido quanto você quer Catunda? – insiste o cliente.
- Eu realmente preciso calcular as horas – respondo.
- Vamos negociar logo isso. Quanto você quer? – cliente impaciente.
- Tá bom. Quero quinhentos mil reais em notas de um, coloque tudo numa maleta preta atrás
do telefone público da Praça da Sé as onze e meia da noite do dia 9, ou então, não terá o seu job
de volta.
Como assim o que eu quero? Tão querendo seqüestrar minha parca sanidade mental é? O que eu
quero? Eu quero receber, mas antes eu preciso calcular as horas. Deus! Dá pra esperar um pouco?
Odeio me sentir pressionada. Quando fico assim não consigo fazer conta. Que stress, ô loco.
Volto pra casa depois de quase duas horas de trânsito, abro meu Excel básico e começo meu
orçamento. Bom, pelo menos esses aceitaram minha proposta e pegaram direitinho.

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“Quando o cliente entra nessa coisa de negociar

bula da Catunda
valores com minha pessoa nada administrativa é uma
covardia. É como arrancar doce da boca de uma
criança. Mas eu já aprendi a dizer não”

- Tantos slevers reais? – surpreende-se o cliente. ria cobrado quatro. Se cobro quatro é porque vale quatro.
- Ahãm. – o que me resta? Margem para negociação pra mim é qualidade criativa. Devia
- Mas isso é mais do que eu imaginava gastar. – defende- ser assim:
se o cliente. - Faz por dois paus vai. – imagino o cliente pedindo.
- Imagino – roubo-lhe o verbo. - Faço, mas você vai aprovar tudo o que eu inventar –
- Não dá pra fazer por menos tanto? – negocia peço em sonho.
- Eu tiro 16% e não dou nota. – proponho. - Tudo? Não posso reprovar nada do roteiro? – implora
- Eu preciso da nota – diz o cliente. o cliente.
- E eu do valor que pedi. – respondo. - Nem um take. Por dois paus é isso ou nada. – bato duro.
- Quebra essa Catunda. É o primeiro de uma série. – ame- - Ah! Eu queria tanto reprovar alguma coisa – diz o cliente
aça o cliente. fazendo bico.
- Adoraria fazer esse trabalho, mas não posso realmente - Puxa! Sou coração mole. Por dois paus eu deixo você
trabalhar por menos que isso. – explico educadamente. reprovar uma cena, o que acha? – até em sonhos sou caridosa.
Quebra essa Catunda? É péssimo. Não me dá munição - Uma cena todinha? – diz o cliente entusiasmado.
pra pensar que eu já me imagino quebrando tudo nessa sala. Isso sim é negociação criativa. O resto é quer pa-
Quebra essa. Quebro sim. Quebro tudo, quer ver? gar quanto.
Isso só não é pior do que “o primeiro de uma série”.
Tem dó de mim.
Quando o cliente entra nessa coisa de negociar valores
com minha pessoa nada administrativa é uma covardia. É
como arrancar doce da boca de uma criança. Mas eu já aprendi
a dizer não. Pelo menos isso.
Comecei trouxa desde a tenra infância, quando
meu pai comprava um álbum de figurinhas pra mim,
por exemplo, eu nunca o completava. É que a coisa
mais fácil do mundo era trocar cinco por uma comigo.
Eu sempre acreditava que a figurinha era rara, ou
difícil demais de conseguir... trouxa!
Mas agora, depois de tantos anos não posso
mais fazer isso comigo. E não tem nada mais desa-
gradável do que alguém insistindo em diminuir sua
grana. Pô, se eu pudesse fazer por dois não te-

63
marketing

René de Paula Jr.


Analista de negócios da Sony Latin America, René é profissional de internet desde 1996,
passou pelas maiores agências e empresas do país: Wunderman, AlmapBBDO, Agência
Click, Banco Real ABN AMRO. É criador da “usina.com”, portal focado no mundo online, e
do “radinho de pilha” (www.radinhodepilha.com), comunidade de profissionais da área.
rene@usina.com

Lenda viva, muito viva


A lenda é mais ou menos assim: na legendária aula inicial, o grande mestre distribui a seus dis-
cípulos (todos novatos) folhas de papel e diz “Construam”. E sai.
O desafio era heróico. A escola era, afinal, lendária, seus professores idem, e muitos dos que
saíram dali (homens e idéias) mudariam o mundo.
Quando o mestre volta há uma torre Eiffel de papel, uma catedral gótica de papel e... algo inu-
sitado: um grupo dobrou uma folha em V, inverteu-a e a apoiou na mesa, como uma tenda. Compa-
rado aos outros projetos, é quase uma afronta.
O mestre disse:
- Catedrais góticas são o apogeu da pedra. É a construção mais luminosa, mais vertiginosa
que jamais se fez em pedra. A torre Eiffel, por outro lado, é o triunfo do ferro: só quando domina-
mos os segredos do ferro pudemos fazer uma estrutura assim. Já essa tenda de papel, tão singela,
explora aquilo de que só o papel é capaz: ser dobrado com as mãos e sustentar sua forma com le-
veza e graça.
Os outros dois grupos tentaram usar o papel para imitar outros materias. Já esse grupo en-
tendeu a natureza do papel e a expressou com perfeição.
Não sei se você já pensou nisso, mas quando se começa a trabalhar com internet o que te jo-
gam na mão é mais delicado que papel: um “material” tênue, flexível, quase transparente. E aí, o que
dá para fazer com isso?
Assim como com o papel da lenda, dá para se fazer muita coisa, sobretudo besteiras. Nos
primórdios, quando conexão de 28k era um luxo, já se faziam shockwaves elaborados, streaming
vídeo, áudio, games em java... Imagine, então, quando tivermos banda larga, pensava-se.
Em pouco tempo “construir” passou a ser... usar flash. Que maravilha! Originalidade, impacto,
complexidade, tudo isso sem pesar as toneladas de antes. Agora sim estávamos fazendo coisas
“interativas” sem ter que esperar pela terra prometida... da banda larga.
Assim como o guru da lenda, eu já fazia meus apartes: coisas pesadonas assim, imersivas,
multimídia, são usos pobres dessa novidade. Isso CD-ROM já fazia, TV já fazia, rádio já fazia... e
melhor. Usar internet pra isso é fazer catedrais de papier-maché, é usar internet como cano estreito
para despejar conteúdo. E sonhar com banda larga era ficar fascinado com o dedo que aponta a
lua, e não ver a lua.
Um dia os Google’s, Yahoo’s, Radio Userland e Orkut’s da vida nos deram um tapa na cara di-
zendo “acordem, manés”. Diante de nossos olhos estavam enfim usos inteligentes, bem-bolados,
elegantes de tudo aquilo que esse nosso papel hiper-dobrável era capaz de fazer.

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“Não sei se você já pensou nisso, mas quando se

marketing
começa a trabalhar com internet o que te jogam na mão
é mais delicado que papel: um ‘material’ tênue, flexível,
quase transparente. E aí, o que dá para fazer com isso?”

Mas afinal... do que esse nosso papel é capaz? Eu fico encantado: conteúdo sendo distribuído e publicado e
Ele é capaz, sobretudo, de criar pontes. No nosso ofício, só trocado e disponibilizado automaticamente, seja para que plata-
cria ilhas quem quer ou está mal informado. E, claro, só está mal forma for, seja para que sistema for. Pessoas misturando conteú-
informado quem quer. dos de todo canto, pessoas disponibilizando seu trabalho em to-
Aprender a lição desses mestres não é fácil não. das as direções. A tal da web finalmente começa a ter cara de...
Por exemplo: RSS. Eu demorei um bom tempo para entender spider web.
que diabos era isso, mas hoje todos os meus blogs estão compa- Procure descobrir mais sobre RSS. Aventure-se, explore.
tíveis. Idem para podcasting: meu audioblog também está prepa- Vale a pena.
rado. Quem quiser acompanhar o que eu publico, é só usar um Voltando à nossa lenda: a escola era a Bauhaus em Weimar,
bom leitor de RSS (tem pra windows, mac, pocketpc, palm...). Alemanha. O mestre? Josef Albers. Quando? Lá se vão uns oiten-
Pra descomplicar: RSS é uma maneira de você disponibilizar ta anos. O prédio em que você está, a cadeira em que você se
conteúdo. Eu publico um post no meu blog, e automaticamente senta, sua caneta, muito do nosso repertório cotidiano vem de lá.
ele gera um arquivinho com um resumo do que eu publiquei. Esse Pesquise na Wikipedia, vale a pena também (www.wikipedia.org,
arquivinho sempre “fresco” pode ser lido e importado de um monte outro belo projeto colaborativo).
de jeitos. Se você usa o blogger, ou usa o movable type, ou mui- Gosto muito dessa lenda. Lenda boa é assim: não tem
tas outras soluções de publicação, elas geram RSS automatica- gnomos, princesas nem bruxos. Lenda boa tem homens, coragem
mente. E para você acompanhar vários RSS ao mesmo tempo, e, sobretudo, a esperança de um final feliz para muita gente. Isso
eu sugiro o Awasu, gratuito e legal (www.awasu.com). sim é mágico.
Uma vez que meus blogs e todas as coisas online estavam
compatíveis com RSS, criei uma página que mostra de uma só vez,
automaticamente, as últimas novidades de todos os meus blogs.
Eu publico uma foto nova? Aparece lá. Um post novo? Idem. Quem
quiser ter uma visão geral do que eu ando fazendo, vê tudo no
www.usina.com/varal.
Mais: quem quiser inserir no seu próprio site chamadas para
o que eu publico, é só usar meus RSS também.
Quer ver quem faz isso em larga escala? O Yahoo. A home
do My Yahoo permite você adicionar blocos de conteúdo de
outros sites. Basta eles gerarem... RSS. Veja o site da BBC.
CNN. Veja o site... da MSN. Todos eles tem um linkzinho em al-
gum lugar para o RSS. Veja que belo esforço o do projeto
RSSficado (http://www.rssficado.com.br ).

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