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Marcos Airton de Sousa Freitas1 & Joaquim Guedes Corrêa Gondim Filho2
ABSTRACT --- The present article deals with the presentation of proposal of the so-called
methodology of Aversion to Risk Curve - CAR, as well as the relative suggestions to the operation
of the Armando Ribeiro Gonçalves and Curemas-Mother D´água reservoirs, aiming at to subsidize
to the called Negotiated Water Allocation, in the area of influence of the same ones, in the scope of
the process of regularization of the water resources uses in the Piranhas-Açu river basin, part of the
states of the Paraíba and Rio Grande do Norte. The Armando Ribeiro Gonçalves and Curemas-
Mother D´água reservoirs are the two bigger reservoirs of outflow regularization of the river basin
and are responsible for the attendance of about 26 m³/s for diverse uses.
_______________________
1) Professor da Universidade de Fortaleza, CE. Especialista em Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas, SPO Área 5 Quadra 3 Bloco L,
Brasília, DF, 70610-200. e-mail: masfreitas@ana.gov.br.
2) Superintendente de Usos Múltiplos da Agência Nacional de Águas, SPO Área 5 Quadra 3 Bloco L, Brasília, DF, 70610-200. e-mail:
joaquim@ana.gov.br.
O Sistema Curema-Mãe D´água, formado pela junção das águas dos açudes Curema e Mãe-
Dágua, está localizado no município de Piancó, estado da Paraíba, a cerca de 400 Km da capital,
João Pessoa. A Figura 1 mostra a bacia hidrográfica do rio Piranhas-Açu, com a localização do
sistema de reservatórios Curema-Mãe-Dágua (ARAÚJO, 1990).
A importância estratégica dos reservatórios Curema-Mãe-D´água, sobretudo pelos montantes
hídricos envolvidos, é evidenciada tanto no Plano de Recursos Hídricos do Estado da Paraíba,
quanto nos estudos do Projeto de Integração da bacia do Rio São Francisco – PISF. Dentre os
diversos usos, o reservatório serve de suprimento de água para o abastecimento humano, a irrigação
e a piscicultura, além de gerar energia elétrica.
2 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
3 – MATERIAIS E MÉTODOS
Pela Lei n° 9.984, de 17 de julho de 2000, cabe à ANA, entre suas atribuições, definir e
fiscalizar as condições de operação de reservatórios por agentes públicos e privados, visando a
garantir o uso múltiplo dos recursos hídricos, conforme estabelecido nos planos de recursos hídricos
das respectivas bacias hidrográficas.
No caso específico da alocação de água do reservatório Armando Ribeiro Gonçalves, pela sua
importância, está sendo proposta a adoção de uma metodologia baseada em curvas de aversão ao
risco de racionamento. O mecanismo proposto consiste no emprego de Curvas Bianuais de Aversão
ao Risco – CAR para o referido reservatório, as quais estabelecem níveis de água armazenada, em
base mensal, adotados como referência de segurança para o atendimento às demandas.
A operação de reservatórios baseada nas Curvas de Aversão ao Risco é orientada por uma
distribuição de probabilidade das vazões afluentes ao sistema de reservatórios e é útil para
determinar a alocação da água entre os usuários com diferentes garantias de atendimento.
A análise das garantias de atendimento fornecidas pelo reservatório pode ser feita num
horizonte de longo prazo ou de curto prazo. A análise de longo prazo utiliza toda a série de dados,
seja histórica ou estocástica, é afetada por períodos seqüenciais críticos de vazões e são
independentes das condições iniciais de armazenamento. A análise de curto prazo é radicalmente
dependente das condições iniciais de armazenamento e normalmente é feita utilizando períodos
críticos típicos selecionados dentro de toda á série de dados ou de uma distribuição de
probabilidade.
Uma Curva de Aversão ao Risco para um único reservatório é obtida pela solução da equação
da continuidade, que ao longo de um intervalo de tempo ∆t é dada conforme segue.
Volume (hm³)
Reservatórios Volume mínimo Volume máximo Volume útil
Armando Ribeiro Gonçalves 236,0 2400,0 2164,0
Curema-Mãe Dágua 41,9 1358,7 1316,8
4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 - Obtenção das Curvas Bianuais de Aversão ao Risco – CAR para o Reservatório
Armando Ribeiro Gonçalves
62.5
60.0
57.5
55.0
Q = 16,2 m³/s
52.5
50.0 Q = 18,0 m³/s
47.5
45.0
42.5
40.0
37.5
35.0
32.5
30.0
27.5
25.0
22.5
20.0
17.5
15.0
12.5
10.0
7.5
5.0
2.5
0.0
1-jan
1-fev
1-mar
1-abr
1-mai
1-jun
1-jul
1-ago
1-set
1-out
1-nov
1-dez
1-jan
1-fev
1-mar
1-abr
1-mai
1-jun
1-jul
1-ago
1-set
1-out
1-nov
1-dez
Figura 4 – Curvas Bianuais de Aversão ao Risco do Reservatório Armando Ribeiro Gonçalves.
Dessa forma, foi obtida uma família de Curvas Bianuais de Aversão a Risco do reservatório
Armando Ribeiro Gonçalves, para cada vazão de retirada fixada, apresentada na Figura 4.
Utilizando-se dos resultados obtidos para o primeiro ano dessas Curvas, para cada mês do ano,
podem ser obtidas as curvas que indicam a vazão máxima de retirada total em função do nível de
armazenamento, em termo de volume útil, a ser praticada de forma que o nível mínimo de
segurança seja obedecido, olhando um horizonte de, no mínimo, um ano para frente.
100 2006
2004
90
80
1999 1998
70 2005
2002
VOLUME ÚTIL (%)
60
2003
2001
50
40
0
1/1/ano 1
1/2/ano 1
1/3/ano 1
1/4/ano 1
1/5/ano 1
1/6/ano 1
1/7/ano 1
1/8/ano 1
1/9/ano 1
1/10ano 1
1/11/ano 1
1/12/ano 1
1/1/ano 2
1/2/ano 2
1/3/ano 2
1/4/ano 2
1/5/ano 2
1/6/ano 2
1/7/ano 2
1/8/ano 2
1/9/ano 2
1/10ano 2
1/11/ano 2
1/12/ano 2
62,5
60,0 Q = 7,0 m³/s
57,5
55,0
52,5 Q = 8,0 m³/s
50,0
47,5
45,0
42,5
40,0
37,5
35,0
32,5
30,0
27,5
25,0
22,5
20,0
17,5
15,0
12,5
10,0
7,5
5,0
2,5
0,0
1-jan
1-fev
1-mar
1-abr
1-mai
1-jun
1-jul
1-ago
1-set
1-out
1-nov
1-dez
1-jan
1-fev
1-mar
1-abr
1-mai
1-jun
1-jul
1-ago
1-set
1-out
1-nov
1-dez
100
2006 2004
90
2005
80
2002
70
2000
1998 2003
VOLUME ÚTIL (%)
60
1999
50
2001
40
10 Q = 8,0 m³/s
0
1/1/ano 1
1/2/ano 1
1/3/ano 1
1/4/ano 1
1/5/ano 1
1/6/ano 1
1/7/ano 1
1/8/ano 1
1/9/ano 1
1/10ano 1
1/11/ano 1
1/12/ano 1
1/1/ano 2
1/2/ano 2
1/3/ano 2
1/4/ano 2
1/5/ano 2
1/6/ano 2
1/7/ano 2
1/8/ano 2
1/9/ano 2
1/10ano 2
1/11/ano 2
1/12/ano 2
Figura 7 – Curvas Anuais de Aversão ao Risco e Volumes Históricos do Reservatório Curemas-
Mãe D´água.
5 – CONCLUSÕES
BIBLIOGRAFIA
ARAÚJO, J. A. A. (1990). Barragens no Nordeste do Brasil; experiência do DNOCS em barragens
na região semi-árida. 2. ed. Fortaleza, DNOCS, 328p.
http://www.dnocs.gov.br/~dnocs/doc/canais/barragens/Barragem%20do%20Rio%20Grande%20do
%20Norte/acu.htm
NOTA TÉCNICA no 414/SOC (2004). Marco Regulatório da bacia do rio Piranhas-Açu, 15p.
NOTA TÉCNICA n.º 436/SOC (2004). Análise de consistência dos dados de cadastro dos usuários
de água do sistema Curema-Açu, 9p.
Relatório de Operação Integrada dos Açudes - TOMO I.; IR. V/G. RT. GH. 003. (2000). Ministério
da Integração Nacional, Secretaria de Infra-Estrutura Hídrica.