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Creio que muitos de vocês já se deparam com padrões e normas que aplicamos no nosso dia-a-dia.
Muitos deles já bem conhecidas como a ISO 9000 por exemplo, ou mais aplicada a área de TI a
ISO/IEC 17799 - que contempla os padrões para segurança da informação. Certo?
Muitas vezes participamos de implementação dessas sem mesmo perceper ou entender o propósito
ou origem disso tudo, foi o que aconteceu comigo há aproximademente 5 anos.
No início, acreditávamos ser apenas mais um modismo da indústria, mas hoje bem mais difundido,
esses frameworks já são realidade e fazem muito sentido para nós. Quantos de nós já não
participamos de Conselhos de Mudança (CAB - Change Advisory Board) ou elaboramos relatórios
de causa raiz de problemas (RCA - Root Cause Analysis)? Portanto, meus amigos, esses novos
padrões definitivamente já fazem parte das nossas vidas - não há mais volta!
Hoje darei início a uma série de 3 posts relacionados ao ITIL, o mais famoso e utilizado desses
frameworks de serviços de TI. A idéia é passar uma visão geral do conteúdo dessa biblioteca e como
podemos aplicar o seu conteúdo para otimizar as nossas operações.
Bem como outras agências, a CCTA consolidou suas práticas no “Office of Government
Commerce”, ou OGC (o que explica a marca que aparece em todos os livros do ITIL), com isso, o
governo inglês adotou como missão por em prática todos aqueles documentos em prol da excelência
das operações do seu setor público, melhorando a eficiência dos seus investimentos e entrega dos
seus programas e projetos de TI.
A idéia não era criar um produto que pudesse ser comercializado, o seu objetivo era apenas
conceber um guia para orientar o governo frente a falta de padrões e regras vivenciadas até então
em seus progetos de TI.
O copyright dos livros pertence ao governo e a coroa inglesa, bem como os nomes ITIL e
Information Technology Infrastructure Library, e para cada revisão ou inclusão de novos textos há
uma comissão que avalia o seu conteúdo garantindo a qualidade do conteúdo. Além dos membros
do governo, empresas fornecedores e outras empresas privadas de todo mundo contribuiram (e
contiuam contribuindo) com a criação dos textos inclusos nos livros.
Com o passar dos anos a credibilidade do ITIL cresceu e se consolidou como padrão para a
indústria de TI, isso fez com contribuisse com o ISO/IEC 20000 Service Management standard o
primeiro padrão internacional para gestão de serviços de TI, e é base para o British standard
BS15000.
Dando continuidade a série sobre o ITIL, irei apresentar de maneira geral qual é o conteúdo dessa
biblioteca. Basicamente tanto os títulos dos livros e seus respectivos tópicos são bem sugestivos,
mas vamos a eles.
Do conjunto original de conteúdo to ITIL foram concebidos 7 livros em sua última versão, focando
em implementações e gestão de serviços e ativos de uma operação de TI.
· Service Support
· Service Delivery
· Applications Management
· Security Management
Cada um desses livros contém uma série de tópicos referentes ao título em questão, irei descrever os
dois mais utilizados pelas empresas atualmente, o Service Support e Service Delivery.
Service Support: O livro traz as referências mais difundidas de toda biblioteca, nele se encontram
todos os tópicos de identificação e registro dos ativos de TI (os famosos configuration items), além
de processos que nos mostram como gererenciamos mudanças, problemas, incidentes. Os tópicos
que estão incluídos no livro do Sevice Support
• Service Desk: Aborda de maneira detalhada como implementar e gerenciar o Service Desk
(há uma clara intensão em se aposentar o termo Helpdesk), o ponto central de contatos e
requisições de serviços.
• Incident Management: Como o nome já sugere, o tópico aborda como tratar incidentes –
falhas que acontencem dentro de uma operação, como reestabelecer a operação o quanto
antes e como gerenciar essas ocorrências.
• Problem Management: A Gestão de Problemas trata de diagnosticar a causa raiz (RCA –
Root Cause Analysis) de um ou conjunto de incidents reportados e registrados pelo Service
Desk, essas análises podem evoluir para mudanças na infra-estrutura para que os mesmos
incidentes não se repitam.
• Change Management: A Gestão de Mudanças discute processos e procedimentos que serão
utilizados para um rápido e eficente controle de todas as mudanças proposta na infra-
estrutura, de modo a evitar impactos no negócio da empresa.
• Release Management: Todos os requisitos de TI e impacto nos negócios devem ser
considerados em novas instalações ou upgrades na infra-estrutura, esse tópico trata
exclusivamente de processos para evitar ao máximo o impacto dessas mudanças.
• Configuration Management: Como identificar, controlar e manter registros consisos de os
ativos (ítens de configuração), recursos e serviços é abordado nesse tópico.
Service Delivery: Uma vez planejado, é hora de fazer a entrega dos serviços oferecidos. O livro de
Service Delivery contém também práticas amplamente aplicadas pelas empresas com nível de
maturidade diferenciado no mercado, ele cobre aspectos que contemplam não só a entrega como a
manutenção dos serviços.
Apenas adiantando os planos do OGC, a idéia que a próxima versão do ITIL (v.3) que deverá
lançada em 2007, essa biblioteca seja consolidada em 5 livros ao invés dos atuais 7.
Conforme eu já havia escrito o ITIL é uma coleção de livros, mas apenas ler esse conjunto de livros
e aplicar os seu conteúdo em seu dia-a-dia não irá fazer com que os serviços de sua empresa se
transformem. Muito além de lê-los, precisamos absorver os conceitos e a essência por traz daqueles
milhares de parágrafos, e mais importante de tudo... estar de acordo com esses conceitos, o que
significa abandonar alguns paradigmas!
O ITIL não diz exatamente o que devemos fazer, mas de maneira bem acertiva, ele sugere e nos
mostra os caminhos para uma bom planejamento e entrega de serviços, ou seja, ele definitivamente
não é um manual de instruções, mas sim um conjunto de conceitos.
Digo por experiência própria, muitas vezes é difícil “vender” essas (não tão) novas práticas, sob o
argumento de ser mais elemento para burocratizar os processos de TI. Isso é obviamente uma
preocupação que sempre devemos ter, por favor senhores, tomem cuidado com isso – tudo em
exagero é prejudicial, portanto, deveremos mais do que saber o que há em seu conteúdo, como
aplicar esse conjunto tão rico de práticas.
Certificações
Irei começar a falar sobre como aplicar o ITIL pelas suas certificações que os profissionais podem
adquirir com esse framework, sim eu disse profissionais, até agora apenas os indivíduos podem se
certificar, as empresas ainda não por enquanto, como as certificações ISO ou CMM por exemplo.
O ponto de início é o Foundation Certifcate. Essa certificação aborda os conceitos básicos do ITIL,
as taxonomias, conceitos e como alguns processos se diferenciam e se inter-relacionam. Ela tem
como objetivo como preparar e de se forma gerenciar a equipe que irá aplicar o ITIL, como utilizar
o “vocabulário”, como as diferenças entre incidentes e problemas por exemplo, ou seja, preparar a
equipe para falar a mesma língua.
O Foundation consiste em apenas uma prova, e hoje em dia já há muitas empresas que oferecem
cursos abertos para pessoas físicas que preparam para a prova.
Além da Foundation, há o nível de Practioner, onde o profissional se especializa em algumas
matérias como: Release & Control; Support & Restore, Security Management e Service Level
Managemet, além da certificação Master, o nível mais alto de certificação do ITIL, onde o
profissional é obrigado a ser tornar um expert nas principais matérias e a sinergia entre elas. Hoje,
pouco profissionais detém esse título, devido a complexidade de tópicos e até a logística para o
treinamento e certificação dessa prova. Até agora, no Brasil não há empresas habilitadas a prover e
certificar profissionais nesse nível. A certificação Master é realizada geralmente no Reino Unido ou
Holanda.
Como posso melhorar a performance dos negócios da minha empresa com o ITIL?
Uma empresa com uma area de TI bem organizada não só traz como benefício uma infra-estrutura e
entrega de serviços mais ajustados, mas também ajuda as pessoas a desenvolver suas tarefas
relacionados ao negócio da empresa de maneira mais eficiente. O TI de uma empresa não só pode,
como deve influenciar positivamente no desempenho dos funcionários.
A implementação do ITIL não precisa ser necessariamente se realizada por completo, ou seja, a
empresa pode estabelecer níveis de maturidade para essas implementações. Uma reestruturação de
um Service Desk é um bom exemplo de começo, através dele, podemos fazer com que a empresa já
introduza processo de Gerenciamento de Incidentes, evoluindo para Gerenciamento de Problemas,
Mudanças, etc... A idéia é justamente que essa implementação não seja feita de forma massiva, e
sim aos poucos, pois como eu já havia mencionado, esse tipo de mudança vai, muitas vezes, contra
o modo com que as pessoas executam suas tarefas.
Portanto, minha dica, é iniciar em doses homeopáticas, mas bem com metas bem definidas!
Muitas vezes, temos que parar para analisar quantos processos do ITIL serão implementados na
nossa empresa, em alguns casos talvez não seja interessante implementar o processo A ou B e sim C
ou D, ou até mais... nada impede que esses processo sejam adaptados para que se encaixem a
cultura da empresa. De novo, o ITIL não é um manual de instruções, e sim um conjunto de
melhores práticas.
Em suma, o ITIL nos provê uma abordagem sistemática e profissional do gerenciamento dos
serviços e da infra-estrutura de TI, oferecendo muitos benefícios, como por exemplo
• Redução de custos de TI
• Melhoria dos services de TI através da utilização de melhores práticas compravadas pelo
mercado
• Melhoria da satisfação dos usuários através de uma abordagem mais professional da entrega
de serviços
• Padrões e direcionamentos
• Melhoria da produtividade
• Melhoria do expertise
• Melhoria no relacionamento e contratação dos fornecedores de serviços, utilizando as
especificações do ITIL como padrão de comparação em entrega de serviços.
Custos
Implementar o ITIL involve na aquisição dos livros, quer seja em livros ou em formato eletrônico
do ITIL directly ou outras lojas autorizadas que vendem esse material. Além disso há também os
custos de treinamento. A duração dos cursos variam de acordo com o nível de certificação ou
conhecimento demandado, geralmente um curso para a certificação Foundation dura dois dias, e os
mais complexos como os da série Practioner podem durar mais de uma semana.
Além desses custos de material e treinamento, há também outros intangíveis a priore como os de re-
engenharia de alguns processos para que os mesmo se adequem ao ITIL, procedimentos
operacionais, ajustes no helpdesks, softwares de registro e análises de fluxo de trabalho de modo a
gerar métricas para medição dos níveis de serviço (os chamados “ITIL-compliants”), etc. É claro
que essas ferramentas auxiliares, como os softwares “ITIL-compliant” poderão ser implementadas
aos poucos, em módulos, acompanhando o nível de implementação do framework..
O ITIL não é um projeto, é um processo de mudança cultural para a melhoria na gestão de serviços
de TI. Acredito que a peça chave é vender essa idéia para as partes envolvidas e interessadas nesse
processo, pois uma vez definida a estratégia, o time deve se comprometer a seguir esse novo
método para entregar os serviços.
Esses e outros casos de sucesso podem ser explorados no documento público Benefits of ITIL da
Pink Elephant, que relata como empresas de grande porte e órgãos públicos obtiveram sucesso na
implementação do ITIL.
E como o MOF se encaixa nesse contexto? Falamos de DSI, modelos de maturidade, mas é
impossível abordar System Center e não traçar um parlelo com os processos MOF/ITIL. Abaixo
apresento um paralelo entre os níveis de maturidade e como quadrantes do MOF se apresentam para
impulsionar essa evolução. Particularmente gosto muito dessa figura, pois com ela consigo mostrar
o "MOF aplicado", uma das maiores dificuldades para os que começam a entrar em contato com os
frameworks de melhores práticas.
Reparem que para estágio que evoluimos há um quadrante do MOF, e por consequência todos os
seus processos correlatos, que movem essa evolução. Podemos, é claro, implementar um outro
processos de quadrantes diferentes, mas via de regra é assim que acaba funcionando na prática,
tanto para MOF como para ITIL ou até COBIT.
Outra coisa que chamo a atenção, é como essas características (em amarelo) descrevem os
produtos da família System Center e seus respectivas missões. Iremos abordar esse assunto no
último post da série.