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uma
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para chamar de sua
N o pátio, cem crianças
de um dos três corais
da escola cantam o
Hino Nacional. Na biblioteca,
com iluminação indireta e piso
acarpetado, Tainá de MeIo, 10,
escolhe qual dos 1.200 títulos
vai levqrpara casa.Em uma das
salas de aula, um grupo deestu-
dantes ensaia, na flauta, um tre-
cho do musical "Saltimbancos"
para a apresentação de Natal.
Amovimentação acontece na
escola estadual Dr. Francisco
Brasilien~e Fusco, no Campo
32 [REVISTA DA FOLHA] 20 DE DEZEMBRO DE 2009
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I
I o DIA A DIA DAS
I
Limpo, na periferia daZona sul.
O colégio, com 1.900 alunos dos
ensinos fundamental e médio,
é um dos 102 da rede estadual
que receberam, em 2009, in-
vestimentos privados.
Esse tipo de parceria, que nes-
te ano atingiu 67 mil alunos no
Estado de São Paulo, espelha-se
no projeto-piloto iniciado em
1991,quando o empresário Jay-
me Garfinkela, da seguradora
Porto Seguro, adotou a primei-
ra das quatro escolas que viria a
apadrinhar em Paraisópolis.
INSTITUIÇÕES PÚBLICAS
ADOTADAS POR
EMPRESAS PRIVADAS
Outras empresas aderiram
à ideia e, em 2005, o modelo fOi
formalizado pela Secretaria de
Estado da Educação por meio do
1
projeto Empresa Educadora.
Exatamente naquela épo-
ca, a escola Francisco Fusco foi
adotada. A proposta surgiu em
um escritório de publicidade da
avenida Faria Lima. "Conheci c
projeto por meio de um amigc
que já participava. Quando vi O!
resultados, também quis faze)
parte", diz o publicitário Nizar
Guanaes, CEO do grupo ABC.
 o colégio do Campo Limpo
foi o escolhido porque preen-
chia três requisitos: ficava na
periferia, tinha espaço físico
para ampliação e estava sob o
comando de alguém que se com-
prometia com as reformas.
A diretora, Rosângela Moura
Macedo, havia assumido meses
antes, quando percebeu o po-
tencial para mudar. Apesar da
situação precária da construção
e do histórico de violência da
escola, um grupo de professores
tinha colocado em planilhas os
sonhos de melhoria. "Até o nú-
mero de pregos para a reforma
da quadra eles haviam contabi-
lizado", lembra a diretora.
Quatro anos depois, a escola
mudou. Na primeira fase, o fo-
co foi reforma física do pátio,
construção de ginásio de es-
portes e projeto de jardinagem
assinado por Isabel Duprat,
paisagista que fez a área verde
da casa de Nizan, nos Jardins.
Em seguida,veio oapoio ao de-
senvolvimento pedagógico, com
qualificação dos professores e
aumento do acervo da biblioteca.
A sala de leitura recebeu o nome
de Felipe Massa no ano passado,
após o piloto visitar a escolapara
uma campanha da Unicef e doar
1.200 livros infantojuvenis.
O colégio registra aumento de
60% no número de alunos, dimi-
nuição da rotatividade de profes-
sores e queda na evasão (de 9,7%,
em 2005, para 1,5%,em 2009). R d;retora
No próximo ano, depois que as Rosânge a "oura
iacedo e a aluna
câmeras de segurança estiverem ~a '1á de "eio
instaladas, 17salas de aula rece- ~a b b':oteca
berão lousas digitais. "Agente vai ~for"1atizada
aprendendo como fazer. A pri- daescoa
meira vez que botamos compu- [;, Francisco Flisco
tadores, foram todos roubados",
diz o publicitário, cuja empresa
investiu cerca de R$ 1,6 milhão
nos quatro anos de parceria.
Nizan acompanhou cada de-
talhe da reforma e bate ponto
na escola aos sábados pela ma-
nhã. "É o olho do dono que en-
gorda o boi. Sou dono deste pro-
jeto, tenho que acompanhar."
A última visita foi no sábado
dia 12,data da apresentação do
recital de Natal e momento de »

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o que ela tinha para contar da viagem

não cabia nos cartões-postais.
o novo livro de viagens de uma das maiores cronistas do Brasil,
que visitou São Paulo, Buenos Aires, Berlim e Londres.

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Qualquer empresa que passar pela avaliação
da Fundação para o Desenvolvimento da
Educação, da Secretaria de Estado da Educação
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Não existe um valor rrúnimo para investimento,
e os recursos são repassados diretamente
para a Associação de Pais e Mestres da escola

A instituição e a empresa devem decidir quais

as prioridades em conjunto. Depois de um ano
de projeto, o investidor recebe o selo Empresa
Educadora, outorgado pela Secretaria
Ponte: Secretaria de Estado da Educação

ver o resultado de uma das de-
cisões que marcaram 2009: o
investimento na área musical.
A estratégia mudou a rotina do
colégio e a vida de garotos como
Nicholas, 10, aluno da segunda
série e morador de um abrigo.
Antes, em todo o tempo em
que o menino estava no colégio,
ficava um inspetor de plantão,
para evitar que fugisse. "Não da-
va para descuidar que ele saía a
esmo à procura da mãe. Até o dia
em que começou a cantar. Nunca
mais fugiu", conta a diretora.
Para o maestro Alailton As-
sumpção, é natural. "Não é ne-
nhum milagre. A música traba-
lha a autoestima, a disciplina e
estimula a atividade em grupo.
Ensina até afazer parceria."
Na era digital
O dia a dia da parceria empre-
sa-escola exige técnicas de ne-
gociação. Fora dos muros da
escola, dialogar com os órgãos
oficiais não é tarefa simples. No
mês passado, por exemplo, téc-
nicos da Secretaria da Educação
trocaram os computadores da
sala de informática, montada
com recursos do grupo ABC,por
outros equipamentos. "Foi por
conta de uma configuração espe-
cífica,mas estamos vendo como
resolver", explicou a diretora.
Dentro do colégio,o professor
de história Ricardo Inamine,
um dos poucos docentes que
sabem como utilizar a lousa di-
gital, conta que muitos colegas
se recusam a aprender a usar o
equipamento. "Quero ensinar,
mas tenho dificuldade em con-
vencê-Ios de que a lousa é uma
ferramenta, não um substituto."
Para os especialistas, o tema
é delicado e deve ser visto, pri-
meiramente, sob o ângulo pe-
dagógico. "Obviamente, ignorar
os avanços tecnológicos é um
crime, mas os gastos com infra-
estrutura devem fazer sentido
na medida em que os usuários
tenham condições de utilizá-
Ia", diz Regina Denigres, da Fa-
culdade de Educação da PUC.
O segredo, segundo ela, é par-
tir da real situação do colégio.
"As decisões do Estado são glo- ~, ar-çasenSaiam
bais, genéricas. Nem sempre a em um dos três
coa;s Ja escoa
escola é atendida naquilo de que
~, Fra~cscoFusco
mais precisa", afirma a especia-
lista. "Aboa parceria é a que age
exatamente nesse espaço."
É o que tem feito a Porto Se-
guro. Desde a adüção da primei-
ra escola, há 18anos, a empresa
ampliou sua atuação para além
dos colégios. Em 1998, fundou
aAssociação Crescer Sempre e,
atualmente, oferece oficinas de
artesanato para mães, cursos
de formação continuada para
professores da região e aulas de
liderança comunitária.
Em 2010,oobjetivo éampliar o
atendimento psicológico. Além
dos alunos, as famílias poderão
ser atendidas. "Vemos a carên-
cia da população e criamos uma
proposta conjunta, que alcance
da educação infantil àpopulação
adulta", explica Glória Luz, que
coordena otrabalho com as qua-
tro escolas adotadas, a última
em julho deste ano. "Só abran-
gendo todos vamos conseguir
construir outra perspectiva."

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