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BOCAGE, O DESBOCADO;
BOCAGE, O DESBANCADO
seleção, introdução e notas de
GLAUCO MATTOSO
INTRODUÇÃO
A fama do português Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-
1805) não se divide apenas em "boa" e "má", isto é, entre a modelar
poesia arcádica ou romântica e a malexemplar poesia fescenina: esta
mesma é motivo de controvérsia, a partir do ponto em que foi renegada
pelo próprio autor. Não vou aqui esmiuçar fatos e versões de fontes e
perversões. Limito-me a resgatar, para o sítio poético da POP BOX, a
parcela expurgada da produção bocagiana, tal como fiz com as "obras
livres" de Laurindo Rabelo, sucessor de Bocage no Brasil. Ao
selecionar e anotar os sonetos eróticos do lusitano, não pude, sem
embargo, manter-me indiferente a uma hipótese apócrifa que vem
incomodando alguns biógrafos e historiadores. Que Bocage era genial
não cabe dúvida, como não se desmente a vida devassa que dá respaldo
a seus versos. O que intriga o pesquisador é a tendência a atribuir ao
maldito obras que ele mesmo admitia serem de outrem, mas que
editores e leitores "preferiam" que fossem dele, seja por admiração ou
difamação. Hoje não dá para propor revisionismos no que já se tornou
lendário. Resta simplesmente registrar algumas autorias, que, se fossem
cabalmente restabelecidas, dariam a entender que pelo menos o
sonetário pornográfico pertenceria a nomes menos conhecidos, senão
obscuros.
IV [SONETO (DES)PEJADO]
Num capote embrulhado, ao pé de Armia,
Que tinha perto a mãe o chá fazendo,
Na linda mão lhe foi (oh céus) metendo
O meu caralho, que de amor fervia:
VI (3)
[SONETO DE TODAS AS PUTAS]
[nota de GM] Este soneto suscitou dúvidas sobre a autoria (que alguns
atribuem a João Vicente Pimentel Maldonado) e inspirou várias paródias,
entre as quais esta:
[SONETO DE TODOS OS CORNOS]
[José Anselmo Correa Henriques]
VII (4)
[SONETO DO VELHO ESCANDALOSO]
VIII (5)
[SONETO DA CAGADA]
XV (6)
[SONETO DO PADRE PATIFE]
XVIII (8)
[SONETO AO ÁRCADE LERENO]
XIX (9)
[SONETO MAÇÔNICO]
XX (10)
[AUTO-RETRATO]
XXVI (11)
[SONETO ANTICLERICAL]
XXX (13)
[OUTRO SONETO DO PRAZER
EFÊMERO]
XXXII (14)
[SONETO ASCOROSO]
XXXIV (15)
[SONETO DA BEATA ESPERTA]
XXXVI (16)
[SONETO DAS GLÓRIAS CARNAIS]