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QU I NTA -FEI RA , 5 DE AGOSTO DE 201 0

O estranho e perigoso poder de Edir Macedo

Acredite, se quiser, processo contra Edir Macedo e TV Record


aguarda julgamento no Tribunal Regional Federal de São Paulo
há exatos 11 anos

Artigo do jornalista Hélio Fernandes, jornal Tribuna da Imprensa, Rio de


Janeiro, 05 de agosto de 2010

Com frequência, recebo correspondências e e-mails de leitores,


estranhando a divulgação que damos ao caso da usurpação da TV Globo
de São Paulo por Roberto Marinho, com fraudes cometidas de 1965 e
1977, lastreadas em documentação falsificada e assim mesmo aceita pela
ditadura militar. Pedem que eu comente também sobre a Record, a Band
e a antiga Manchete.

Nosso compromisso é com a verdade e se calássemos acerca dessa


negociata ninguém saberia no Brasil que os 673 verdadeiros acionistas da
Rádio Televisão Paulista S/A, (depois TV Globo de São Paulo), tiveram
suas ações transferidas para Roberto Marinho a custo zero, MEDIANTE
DOCUMENTAÇÃO ILEGAL E SEM VALOR. Todos temem investigar essa
ilícita desapropriação patrimonial. MENOS A TRIBUNA DA IMPRENSA.

Quanto à REDE RECORD DE TELEVISÃO, o título acima é a expressão


da verdade e está registrado no site do Poder Judiciário Federal. No
próximo dia 28 DE AGOSTO vamos comemorar o 11º. aniversário da
chegada ao Tribunal Regional Federal de São Paulo da ação civil pública
proposta pelo Ministério Público Federal contra o bispo-empresário EDIR
MACEDO e a Televisão Record E QUE ATÉ HOJE NÃO FOI JULGADA.

Para a Procuradoria da República, foi ilegal e inconstitucional a venda que


o empresário Silvio Santos fez a Edir Macedo e à sua esposa da TV Record
de São Paulo, Canal 7.

Segundo a ação civil pública ajuizada, o comprador da emissora e chefe da


Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), usou dezenas de milhões de
dólares da seita religiosa para consumar a aquisição, o que é ilegal e
inconstitucional. Esses recursos vultosos, (doações de milhões de
evangélicos), teriam sido “emprestados” pela IURD para que o bispo Edir
Macedo pudesse comprar a hoje segunda mais importante rede de
televisão do país e na qual, nos últimos dez anos, o proprietário investiu
várias CENTENAS DE MILHÕES DE DÓLARES.

No processo que foi distribuído à desembargadora Salette Nascimento, da


4ªTurma do Tribunal Regional Federal de São Paulo, questiona-se a
compra da emissora por pessoa que, comprovadamente, não teria bens e
recursos para participar dessa vultosa transação e que, por isso, estaria de
forma simulada participando de uma aquisição ilegal, dissimulada, pois, a
verdadeira compradora da empresa de comunicação seria a pessoa
jurídica denominada IURD – IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE
DEUS.

Os procuradores indagam: como foi possível o bispo Edir Macedo, sem


patrimônio algum, sem renda mensal (já que trabalha por amor ao
próximo e a Deus), da noite para o dia ter se transformado no segundo
maior proprietário de rede de televisão do país, com o ciente e o de acordo
do Ministério das Comunicações, que tem a obrigação de fiscalizar esse
importante setor de prestação de serviço público?

Por fim, a pergunta que merece ser respondida pelo Conselho Nacional de
Justiça: PODE UM MAGISTRADO RETER, NÃO JULGAR EM TEMPO
RAZOÁVEL, UMA AÇÃO TÃO IMPORTANTE COMO ESSA e de iniciativa
do Ministério Público Federal? Se um processo da Procuradoria da
República leva mais de 11 ANOS PARA SER LEVADO A JULGAMENTO,
o que não dizer de processos de humildes cidadãos e que não têm poder
de pressão e nem sabem a quem recorrer?

Essa morosidade, essa lentidão ultrapassa as raias do absurdo. Para quem


duvidar do que estou escrevendo, sugiro que acesse o site www.trf3.jus.br,
processo número 1999.03.99.075971-9. Justiça lenta é justiça injusta. Os
réus nesse interminável processo, que lhes foi favorável em primeira
instância, são: Edir Macedo Bezerra, Ester Eunice Bezerra, Marcelo
Crivella, Sylvia Crivella, TV Record de Rio Preto S/A, TV Record de
Franca S/A e Rádio Record S/A (Canal 7 de São Paulo) e outros.

O "Bispo" Macedo aspira tomar o poder e diz que foi Deus quem
mandou

Postado em 14 de maio de 2009 por Plínio Bortolotti

Acabei de ler o livro Plano de poder – Deus, os cristãos e a política, escrito


pelo mais bem sucedido pastor neopentecostal do Brasil, o bispo Edir
Macedo. Olha, eu vou te contar: dá medo. O homem está obcecado pelo
poder, e tem um plano para tomá-lo. Ele parece considerar-se um novo
Moisés e está convencido de estar agindo sob as ordens diretas de Deus.

Logo de início, na página 8, Macedo escreve: “Vamos nos aprofundar,


através desta leitura, no conhecimento de um grande projeto de nação
elaborado e pretendido pelo próprio Deus e descobrir qual é a nossa
responsabilidade neste processo. [...] Desde o início de tudo Ele nos
esclarece de sua intenção de estadista e de formação de uma grande
nação”.

Obviamente, o bispo fala do Brasil e se põe como intérprete e


representante direto de Deus.

Macedo apela diretamente aos cerca 40 milhões de cristãos brasileiros


[isto, é, os evangélicos, pois somente estes ele considera cristãos] para
verem a bíblia não apenas como um livro religioso, mas também como
uma espécie de “manual” de ação política, escrito pelo maior dos
estadistas: Deus.

“[A Bíblia] não se restringe apenas à orientação da fé religiosa, mas


também é um livro que sugere resistência, tomada e estabelecimento do
poder político ou de governo [...] Quando todos ou a maioria dos que a
seguem estiverem convictos de que ela é a Palavra de Deus, então
ocorrerá a realização do grande sonho Divino”.
O homem sabe até com o que Deus sonha.

Para ele, a “mobilização geral” dos evangélicos, com sua “potencialidade


numérica” pode “decidir qualquer pleito eletivo, tanto no Legislativo
quanto no Executivo, em qualquer escalão, municipal, estadual ou
federal”. E seguem orientações práticas de como os “cristãos” devem
proceder para eleger os seus, isto é, os representantes de Deus.

A comparação dos hebreus, sob o governo do faraó do Egito, com os


“cristãos” brasileiros, à espera de um “libertador”, um novo Moisés,
perpassa todo o livro. “Até porque temos percebido, por parte da
sociedade, que ser evangélico no Brasil ainda é como ser estrangeiro no
Egito nos dias do Faraó”.

Um dos capítulos é dedicado ao “agente apropriado” para assumir o poder


e que isso – novamente a comparação com Moisés seria o “início do
grande intuito divino”. Tudo indica que Macedo vê ele mesmo como o
“agente apropriado” para ser o “Moisés” brasileiro.

É de se lembrar que o bispo Macedo é dono da Rede Record. Segundo o


portal Donos da Mídia, a Record é o quarto grupo de comunicação do
país, com 142 veículos ligados à rede, sendo vice-líder em audiência em
todo o Brasil.

[O livro Plano de Poder – Deus, os cristãos e a política foi escrito por Edir
Macedo e Carlos Oliveira, diretor do jornal Hoje em Dia, de Belo
Horizonte, tem 126 páginas e foi editado pela editora Thomas Nelson

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