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gondii marcado com peroxidase.Em 1990, os mesmos autores reexaminaram estes cortes
histológicos e concluíram, através de provas imunohistoquímicas, que este caso tratava-se de
infecção por N. caninum, o que se constitui o primeiro relato de infecção natural por este
agente em eqüinos.. Estes achados demonstraram que a transmissão transplacentária em
eqüinos pode ocorrer e que o N. caninum era mais um dos agentes causadores de
abortamento nesta espécie de hospedeiro.
Gray et al. (1996), diagnosticaram “neosporose visceral” em uma fêmea da espécie eqüina
com 10 anos de idade, através da técnica de imunohistoquímica com anticorpos monoclonais
anti-N. caninum. O mesmo teste, realizado para determinar a presença de T. gondii, forneceu
resultado negativo. O animal apresentou intensa emaciação, anemia e enterite determinando
má absorção e levando à perda de peso. Ainda, os autores observaram a presença de
linfonodos hemorrágicos. As lesões apresentadas sugeriram que o animal havia sido infectado
recentemente por via oral.
Lindsay et al. (1996) descreveram um caso de neosporose em potro do sexo feminino com
um mês de idade que foi sacrificado devido ao prognóstico reservado que sua condição física
inspirava. O animal apresentou catarata nuclear bilateral incipiente, cegueira do olho
esquerdo e visão deficiente no olho direito. Outros órgãos apresentaram lesões
macroscópicas como hepatite necrótica multifocal, hiperplasia no baço, presença de
histiócitos em linfonodos além de miocardite necrótica. Realizou-se o teste de
imunohistoquímica em cortes de hipotálamo caudal e tálamo utilizando soro anti-protozoa
marcado com complexo avidina–biotina peroxidase e antissoro contra N.caninum, T.gondii e
S. neurona, com reação positiva para N. caninum. A presença de problemas visuais neste
potro sugere que ele tenha sido infectado congenitamente com N. caninum. Apesar da
neosporose ocular não ser comum em animais experimentalmente infectados, ela já foi
diagnosticada cães.
O primeiro estudo para detectar a presença de anticorpos anti-N.caninum foi conduzido por
Dubey et al. (1999). Os autores examinaram 296 amostras de soro de eqüinos destinados ao
abate através de um método de aglutinação (denominado NAT, de Neospora agglutination
test), com ponte de corte estabelecido para a diluição de 1:40. A freqüência de ocorrência de
anticorpos foi de 69 animais soropositivos (23,3%), com a seguinte frequencias de títulos: 40
em 19 animais; 80 em 19 animais; 100 em 3 animais; 400 em 4 animais e 800 em 17 animais.
Cheadle et al. (1999), utilizaram Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), com ponto de
corte 1:50, para determinar a freqüência de ocorrência de anticorpos específicos para
Neospora spp. nos soros de 536 eqüinos do Alabama, nos Estados Unidos, sem
sintomatologia clínica de distúrbios reprodutivos que haviam sido submetidos para diagnóstico
de Anemia Infecciosa Eqüina.
O resultado deste estudo de indicou que IgG anti-Neospora estava presente em 62 animais
(11,5%). A quantidade de animais que apresentaram títulos de 50 foi de 35 animais (6,5%),
100 em 19 animais (3,5%), 200 em 7 animais (1,3%) e 1600 em 1 animal (0,2%).
Recentemente, um estudo de caso-controle foi realizado por Mc Dole e Gay. (2003) para
determinar a soroprevalência de anticorpos anti-Neospora spp. determinada pela RIFI com
ponto de corte 1:50 e sua possível associação com transtornos reprodutivo, utilizando soro de
éguas que apresentaram abortamento (caso) e soro de eqüinos encaminhados para
diagnóstico de anemia infecciosa eqüina (controle).
Concluiu-se que infecção por Neospora spp. encontra-se presente na população eqüina
estudada .A freqüência de fêmeas eqüinas com anticorpos anti-Neospora spp. foi
significativamente superior na população de animais com problemas reprodutivos em
comparação com os animais sem sintomatologia clínica
Referências: