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19/09/2008
“Não podemos escolher nossas circunstâncias externas, mas sempre podemos
escolher como reagiremos a elas.”
(Epíteto, filósofo grego)
1. Introdução
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para lidar com a rejeição alheia e a complexidade de tipos de
informação sobre si próprios que projetam nos outros.
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humano, ao se encontrar com um. Assim, ao se deparar com o
indivíduo que apresenta o estigma, o indivíduo normal reage com
agressividade, chamando-lhe nomes como aleijado ou retardado. Se
o estigmatizado também responde com agressividade o indivíduo
normal sente-se justificado em suas ações.
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“bênção secreta” (pág. 20), uma oportunidade de aprendizado
pessoal ou crescimento moral.
Em dúvida sobre a real avaliação que o outro faz a seu respeito, pode
sentir-se sub ou superestimado, mas não corretamente estimado,
principalmente se seu estigma é desacreditado, ou seja, é perceptível
ao se dirigir a atenção. Neste caso o estigmatizado pode considerar
que sua privacidade foi invadida e deseje se defender por
antecipação. Um exemplo de invasão são os comentários ou
perguntas feitas por estranhos sobre a condição do estigmatizado,
assim como o oferecimento de ajuda “por isso se infere que o
indivíduo estigmatizado pode se abordado à vontade por estranhos,
desde que eles sejam simpáticos à sua situação” (pág. 26).
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Assim como Goffman sugere, neste caso a solução para a inquietação
provocada pela caracterização inadequada na interação entre o Eu e
o Outro foi fornecida pela pessoa estigmatizada porque tem mais
habilidade para lidar com tais situações já que também “tem mais
probabilidades do que nós de se defrontar com tais situações” (pág.
28).
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Outra forma de representativa é obtida quando um estigmatizado
alcança posição de destaque financeira, política ou ocupacional. Um
exemplo é o ator Christopher Reeve, famoso pelo papel de Super-
Homem na série de filmes homônimos. Após sofrer uma queda de
cavalo ele perdeu todos os movimentos do pescoço para baixo e criou
a “Fundação Christopher Reeve para a Paralisia" e, entre outras
coisas, foi pioneiro nas polêmicas pesquisas com células-tronco.
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ponto de vista dos normais, adquirindo, portanto as crenças da
sociedade mais ampla” (pág. 41), isto é, sem ter a consciência ainda
de ser um estigmatizado perante o Outro, absorve os conceitos
deste; na segunda fase “aprende que possui um estigma particular e,
dessa vez detalhadamente, as conseqüências de possuí-lo” (pág. 41).
Neste ponto percebe como o Outro enxerga o Eu.
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condizentes com a normalidade exigida; ele teme o preconceito e
deseja a aceitação.
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Portanto, o autor tenta distinguir as noções de visibilidade,
perceptibilidade e evidenciabilidade do estigma: a visibilidade do
estigmatizado que o encobre não deve ser confundida com a
“possibilidade de ser conhecido” por outras pessoas que saibam da
sua condição de estigmatizado nem com a presença de um símbolo
de estigma não afixado ao indivíduo (cadeira de rodas, bengala, etc.),
assim como deve ser desassociada do “foco de percepção” (estigmas
focalizados em razões sociais, como a feiúra, por exemplo). Antes de
prosseguir, no entanto, é necessário “especificar a capacidade
decodificadora da audiência” (pág. 61)
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sociologia, categorizando os indivíduos pelo que têm de comum (o
estigma).
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Esse código de conduta social oferece ao estigmatizado instruções
para o relacionamento com o Outro e também consigo mesmo com
autenticidade, e não iludir-se sobre sua auto-imagem. Goffman
defende a aplicação e o seguimento do código argumentando que,
devido à sua condição especial de espectador da cena humana, o
estigmatizado atinge uma consciência maior do que se passa em
relação ao indivíduo normal, que são menos sensíveis às questões
mais profundas.
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estigmatizado, mesmo reconhecendo o enorme fardo imposto: “A
ironia dessas recomendações não é o fato de se pedir ao
estigmatizado que ele seja, pacientemente, frente aos outros, o que
não lhe deixam ser, mas que essa expropriação (ato de privar o
proprietário daquilo que lhe pertence) de sua resposta possa ser a
sua melhor recompensa” (pág. 133). Goffman finaliza o capítulo
criticando a falta de voz concedida ao estigmatizado para que este
possa opinar a respeito das fórmulas apresentadas, fórmulas estas
que foram consideradas aceitáveis pela sociedade normal e às quais,
portanto, ele deve se submeter.
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O autor sugere que se considere “os desvios” a partir de um conjunto
de normas construídas e aceitas socialmente. O desvio representa o
não cumprimento de tais normas. Para Goffman a pessoa desviante
deveria ser denominada de “desviante normal”, pois é inerente à
todas as sociedades possuírem suas normas, que nunca são
totalmente cumpridas.
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estigmatizados, inseguros sobre a recepção que os espera na
interação face-a-face” (pág. 157).
3. Conclusão
Uma palavra que não foi mencionada no livro foi preconceito; usou-se
desaprovação, desvio, não-aceitação, entretanto é disto que o autor
trata: discriminação, indiferença e justiça social.
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“É comum afirmarmos que o preconceito é errado e nós o condenamos
com prontidão sempre que o vemos claramente. Mas a forma mais
perigosa de preconceito, o tipo que escapa sem que o percebamos, é
igualmente destrutivo, se não for mais ainda, pois a indiferença não se
anuncia nas feias palavras ou ações de pessoas facilmente
identificáveis; em vez disto, ela furtivamente corrói os elos que nos
mantém unidos enquanto se esconde em plena vista sob o melhor
manto possível – a nossa própria ignorância.” (PATTERSON, 2004: 126)
Referências Bibliográficas
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