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Aug.·. e Resp.·. Loj.·. Simb.·.

SABEDORIA
Or.·. de São Paulo – Rito Escocês Antigo e Aceito
Templo: Complexo Social Cavaleiros Templários
Endereço: Rua Alberto Willo, 621 – 1º andar - Campo Belo
São Paulo - CEP: 04067-041 – Reuniões aos sábados às 10:00h

Á G.'. Do G.'.A.'.D.'.U.'.

Venerável Mestre:
I.'.R.'. 1° Vigilante:
I.'.R.'. 2° Vigilante:
Amados e queridos irmãos

PALAVRA DE PASSE DO COMPANHEIRO


____________________________________________________________________

Neste trabalho, começo agradecendo ao G.’.A.’.D.’.U.’. pela oportunidade de


poder estudar e aprender com pessoas a quem posso chamar de IIr.’.,
companheiros nesta longa jornada, em busca de auto-conhecimento, que já
galgaram degraus maiores e nem por isso deixam de ter paciência e perseverança,
na transmissão de um conhecimento pra vida toda, que leva ao caminho do
sabedoria, como diz o Ir.’. Jorge Adoum em seu livro:

“Ser Companheiro é ser Obreiro da Inteligência Superior e Construtiva. Seu


trabalho perfeito, no grau de Aprendiz, fê-lo companheiro do Mestre Interno, o qual
lhe dá o pão do saber e a água que satisfaz toda ânsia da vida.

O Aprendiz, ou Neófito, ao libertar-se do jugo da ignorância e das cadeias das


paixões, dos erros e dos vícios, adquire o privilégio de ser um Companheiro digno
de seu Íntimo, o qual é, ao mesmo tempo, seu Deus, o Mestre que o guia para o
Amor, o Saber e o Poder. Estando o Reino de Deus no homem, este deve buscá-lo
dentro de seu corpo, de seu próprio mundo interno, para, no Segundo Grau,
chegar a unir-se com EU SOU, identificar-se com ELE, reconhecer e sentir sua
Unidade.

Quando a consciência do Aprendiz, que é conhecimento, vê o irreal na


matéria, então se desprende da envoltura material para identificar-se com EU SOU,
e, por concomitância, com todos os seres. Esta é a união com a Unidade, onde a
consciência conhece-se a si mesma e aos demais a ela unidos; desta forma, o
Conhecedor, o Conhecido e o Conhecimento se identificam. A idade do Aprendiz é
de três anos, isto é, durante este tempo deve dedicar-se ao estudo e à meditação,
para merecer a elevação e o salário do Segundo Grau de Companheiro; de outra
maneira, seria obsequiar-lhe um livro num idioma desconhecido, que de nada lhe
poderia servir.

O Primeiro Grau é o grau da aprendizagem e do esforço no trabalho e no


cumprimento do dever. Conhecemos alguns irmãos que, há mais de dez anos,
estão no Primeiro Grau, e quando foram convidados para ser elevados,
responderam: "Toda uma vida não é suficiente para praticar o Grau de Aprendiz" “

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No primeiro grau, o Apr.’. tem por objetivo descobrir o mistério da


pergunta : “De onde viemos”, devendo estudar a unidade, a dualidade e a
trindade, ate bem conhece-las, já no segundo, o de C.’. já passa a uma
questão mais difícil : “quem somos” estudando os mistérios do ser em seus
aspectos.

“Conhece-te a ti mesmo”, um trabalho individual onde o ctrl+c e


ctrl+v, não tem lugar, pois eh um processo único, aonde o estudo do
quarternario, quinario e senario, nos dão um sentido, nesta jornada.

Ao passar de prumo a nível, todas as informações que o aprendiz


assimilou, são de um todo indispensáveis, mas são apenas a ponta de um
iceberg, que vai emergindo, conforme são galgados os degraus da escada
de Jacó. Como no grau de Apr.’., apos a elevação recebemos novos
SS.’.TT.’.e PP.’., que são diferentes obviamente, para poder diferenciar os
Graus.

A Palavra de Passe do Grau de Companheiro foi retirada das Sagradas


Escrituras, mais propriamente do Velho Testamento, Livro dos Juízes – Cap.
12 e foi adotada pela maçonaria tanto pela sua origem quanto pelo seu
significado simbólico.

Nas Escrituras Sagradas, a versão brasileira vem escrita como


“chibolete”, originariamente escrito SCHIBBOLETH, havendo outras formas,
shibbolet, chibolett, cibolet, mas o valor da palavra esta em sua pronuncia
e não na forma escrita, pois em italiano, por exemplo, o ch tem o som de q
e seria então quibolete, o que acabaria com sua função.

Aqui está o excerto relevante do livro de Juízes. O relato completo está


no capítulo 12, versículos 1-15.

4 - Depois ajuntou Jefté todos os homens de Gileade, e combateu contra


Efraim, e os homens de Gileade feriram a Efraim, porque estes disseram-lhe: vós gileaditas
sois fugitivos de Efraim no meio dos efraimitas, e entre os manassitas.

5 - E tomaram os gileaditas as passagens do rio Jordão diante dos


efraimitas: e assim foi que, quando qq um daqueles que eram efraimitas escapava e dizia:
Deixa-me passar! Os homens de Gileade, diziam-lhe: És tu efraimita ? E dizendo ele: Não;

6 - Então lhe diziam: Dize agora Shibboleth, porem eles respodiam:


Sibbolet: por que não poderia moldura para pronunciá-lo direito. Então eles o levavam e
assim os mataravam as passagens do Jordão, e cairam naquele tempo quarenta e dois mil
efraimitas.

O motivo desta desavença teria surgido do fato de não serem


convidados os Efraimitas, de participarem do conflito contra os filhos de
Amon, lembrando que os vencedores, nesta época, costumavam levar os
ricos despojos de guerra dos vencidos.

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Jefté, vitorioso no combate resolveu para garantir a total derrota dos


Efraimitas, guardar as passagens do rio Jordão, por onde tentariam os
fugitivos retornarem a suas terras. A semelhança entre os povos daquela
região dificultava esta vigilância, foi então que, Jefté utilizando-se da
variação lingüística, armou um meio de acabar de uma vez por todas com o
exército de Efraim. Assim sendo, todos que por ali passavam eram
imediatamente indagados a repetirem uma palavra.

A palavra escolhida foi SCHIBOLETH, pois os Efraimitas pronunciavam


a consoante S, num som mais sibilado, saindo então SIBOLET, dessa feita,
os Efraimitas prejudicados por sua diferença de pronúncia, ao repetirem a
palavra, eram então rapidamente identificados e degolados.

Como a palavra SHIBOLETH resultou em uma senha segura, o rei


Salomão a utilizou posteriormente com palavra de passe aos C.’.

O significado da palavra assim como sua grafia possui variações


conforme as fontes pesquisadas, a tradução, Espiga de Trigo ou também
“corrente das águas” . Conforme outras interpretações, o significado passa
a ser “A Senda” ou “O Caminho”. De acordo com Jorge Adoum, “Um
caminho, do qual não pode e nem deve afastar-se, porque é o Caminho do
Serviço e da Superação”.

O pesquisador maçom, Rizzardo da Camino, fundamenta suas teorias


também na relação da Palavra com a Espiga de Trigo, fazendo ainda uma
correlação com “Corrente de Água”. Onde o Trigo, que sempre foi tido
como um grão sagrado, representa desde a fecundidade até seu
crescimento, onde o Aprendiz vence e se transforma em Companheiro,
quando se encontra e estabelece no plano elevado, para amadurecer e, por
sua vez, frutificar. O Trigo tem a faculdade de permanecer indefinidamente
integro, como existem exemplos de grãos encontrados em túmulos de
faraós, que depois cinco ou seis milênios, apos serem plantados e
umedecidos, germinaram e produziram fruto.

Já a “Corrente de Água”, seu simbolismo está relacionado em ser a


água um dos principais elementos da Natureza, indispensável à Vida, uma
função da maçonaria a sociedade.

Uma análise mais profunda e bem fundamentada, feita pelo Irm.’.


Assis Carvalho confirma a hipótese da tradução para Espiga, contudo
afirma que a palavra possui duplo significado, acrescentando também Rio,
dessa forma a reprodução do painel alegórico, onde se vê uma espiga de
cereal e logo após um rio seria a confirmação dessa duplicidade de
sentido.

A combinação de duas idéias numa só palavra era somente para ser


compreendida com maior facilidade, a quem dela fosse indagado.

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O historiador Maçom José Castellani contesta essa teoria e afirma não


“haver nenhuma relação entre a espiga de trigo e a queda d’água (ou rio),
no Painel Alegórico. O pé de trigo, com suas espigas é símbolo do trabalho.
Porque o grau de Companheiro é dedicado ao Trabalho, enquanto a queda
d´água representa a Fonte da Vida, citada em diversas passagens bíblicas,
tanto no Velho Testamento, como no Novo".

Por fim, utilizo novamente a interpretação do Irmão Camino, onde


afirma que a Palavra de Passe tem em sua essência o significado de a
trajetória encetada pelo Aprendiz em busca do mestrado, alcançado apenas
com dedicação, labor e perseverança.

O Apr.’. e’ o grão de trigo com vida latente, que conserva o mistério da


reprodução e que conservado em local apropriado, muitas vezes não
germina, mas subsiste, cumprindo uma de suas duas principais funções,
servir de alimento e de ser um semente para germinar, já o C.’. e o grão
germinado, que tem seu tempo de amadurecimento e se desejar pular
algum degrau, corre o risco de ser lançado em lugar inapropriado e ser
devorado por aves daninhas, como conta a parábola do Semeador, ja
contada pelo irmão, nas escrituras sagradas

Que G.'.A.'.D.'.U.'. nos ilumine e guie.

Jeferson dos Santos Fleck C.'.M.'.

São Paulo, 10 de Janeiro de 2010

Bibliografia:

Ritual de C.’.M.’. - G.’.L.’.B.’., Edição 2008.


O Grau de Companheiro e seus mistérios – Jorge Adoum
Simbolismo do Segundo Grau – Rizzardo da Camino

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