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A biologia na violência
1 Departamento de
Genética, Universidade
Federal do Rio Grande
do Sul. Caixa postal 156.031
91501-970 Porto Alegre RS.
rzflores@ufrgs.br
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tamentos violentos: fragilidades biológicas, es- As diferenças entre os sexos, quanto à serie-
timadas pela presença de problemas neurológi- dade, qualidade e quantidade dos atos violen-
cos, atraso no desenvolvimento neuropsicomo- tos, também parecem ser uma constante na
tor e complicações de parto, combinadas com história humana e compartilhada com outros
um ambiente familiar inadequado, especial- grandes primatas, quer vistas por uma ótica
mente no primeiro ano de vida. Nas amostras evolutiva dos machos, quer das fêmeas (Camp-
estudadas, holandesas e norte-americanas, o bell et al., 2001).
risco de se envolver em comportamentos cri- O papel primordial de jovens do sexo mas-
minais era de mais do que o dobro do repre- culino entre agressores e vítimas, que ocorre
sentado pela presença de apenas um deles – em nossa sociedade, é partilhado com outras
fragilidade biológica ou ambiente inadequado espécies de animais sociais – lobos, elefantes,
isoladamente – correspondendo a mais de 2/3 chimpanzés, etc. – que apresentam um estágio
do total de crimes cometidos pelos cortes estu- extra de desenvolvimento, denominado adoles-
dados. cência, no qual os indivíduos já não desfrutam
Estudos preliminares de uma amostra de 21 dos privilégios dos filhotes, mas ainda não ad-
jovens violentos, mas sem condenações crimi- quiriram todas as habilidades dos adultos (Bo-
nais, de Porto Alegre, identificaram três variá- gin, 1999).
veis cuja presença aumenta significativamente A principal lição dos estudos bioarqueoló-
o escore de violência utilizado: problemas obs- gicos é de que a violência interpessoal é uma
tétricos, maus-tratos na infância e história fa- rara igualdade na história humana. Não há ne-
miliar positiva de criminalidade. nhuma forma de organização social, de modo
Estes resultados de pesquisas nos ajudam a de produção ou de condições ambientais que
entender por que, em ambientes culturais e fa- tenha permanecido livre de violência por mui-
miliares semelhantes, algumas pessoas se tor- to tempo (Walker, 2001).
nam violentas e outras, não. Talvez, estes sejam O segundo grupo de teorias, identificado
os que apresentam uma fragilidade maior para por Minayo e Souza (1998), está também erra-
lidar com a pressão estressante do ambiente. do, pois é igualmente fundamentado na pre-
missa de que a violência é natural: “substituem
a idéia de processo social e histórico pelo con-
Equívocos, biologia e ciências sociais ceito de agressão, que provém da biologia, eto-
logia, genética e medicina”. Este grupo de teo-
Minayo e Souza (1998), em uma ampla análise rias é considerado ainda pior do que o primei-
causal da violência, identificam dois grupos de ro, pois seus defensores pretendem subordinar,
teorias equivocadas, relacionando violência à a priori, os componentes da atividade humana
biologia. O primeiro deles, evolucionista-adap- aos instintos biológicos. É semelhante ao crité-
tacionista, interpreta a violência como fenôme- rio de determinismo neurogenético, porém,
no “extraclassista e a-histórico”, de caráter uni- mais amplo, pois parece negar a participação
versal. Este modelo vê a sociedade como um das doenças mentais na violência, fenômeno
campo de luta competitiva entre indivíduos, observado em diversos países.
grupos, nações, etc. Para os autores, essas teo- Em contraste, Flores e Hackmann (2001),
rias fundamentam-se na idéia errônea de que a no estudo mencionado, encontraram que 42%
agressividade é uma qualidade inata da nature- dos adolescentes do sexo masculino, em regime
za humana e, portanto, os conflitos da vida so- de privação de liberdade, apresentavam diag-
cial, seja qual for a etapa do desenvolvimento nóstico de doença mental. Entre os fatores etio-
histórico, são de caráter eterno e natural. lógicos mais relevantes para estas patologias es-
Entretanto, não é bem isto que a antropo- tava o fato de o jovem ter sido maltratado na
logia nos mostra. Walker (2001), revisando os infância, que aumenta em 1,7 vezes o risco de
estudos sobre lesões traumáticas na pré-histó- que ele desenvolvesse doenças mentais, e o fato
ria, afirma que as raízes da violência interpes- de haver histórico de doença mental na famí-
soal penetram profundamente em nossa histó- lia, que aumenta o mesmo risco em 5,7 vezes.
ria evolutiva. As marcas de agressões nos ossos Comparativamente, 30% dos adolescentes
são surpreendentemente comuns, consideran- ingleses condenados e 50% daqueles em inter-
do-se a escassez de restos de hominídeos. Os nação provisória tinham diagnóstico psiquiá-
estudos não apontam diferenças relevantes en- trico (HM Chief Inspector of Prisons for En-
tre populações do velho e do novo mundo. gland and Wales, 1997). Em uma amostra ca-
200
nadense, 64% dos internos haviam recebido tra- Nestas críticas existe uma vinculação da
tamento para doenças mentais (Jack & Ogloff, biologia a um destino imutável, prejudicando
1997). Já em um grupo de adolescentes homi- o estudo do fenômeno e, pior, o tratamento
cidas norte-americanos, 96% tinham diagnósti- adequado que poderia ser prestado, pelos ser-
co psiquiátrico (Myers et al., 1995). O maior ín- viços de saúde, a indivíduos patologicamente
dice, 100% dos jovens infratores com diagnósti- violentos (Raine e Liu, 1998). Para Hans et al.
co psiquiátrico, foi encontrado em uma amostra (2000), esta visão biológica antiquada, com
da Finlândia (Haapasalo & Hamalainen, 1996). mais de um século de atraso, adotada pelas
No Rio Grande do Sul, entre indivíduos ciências sociais, se mantém por uma negação
adultos cumprindo medida de segurança devi- dos conhecimentos de outras áreas e, até, por
do à conduta criminal, a doença mental mais um certo orgulho em ignorar o que ocorre nas
prevalente (60%) é a esquizofrenia (Telles et outras ciências correlatas. Esta fragmentação
al., 2000), cujas causas são diversas, mas todas do conhecimento leva a teorias sobre o funcio-
de base orgânica. Para estes pacientes, falta de namento do cérebro que são ou muito inatistas
tratamento é o principal fator associado ao ho- ou excessivamente baseadas na cultura e no
micídio, aumentando seu risco em 2, 56 vezes, aprendizado.
mesmo quando as variáveis sociodemográficas O que Minayo e Souza (1998) entendem
e clínicas foram controladas (Menezes e Bus- por instintos biológicos ou por seu termo cor-
nello, 2002). relato, as qualidades inatas da natureza huma-
Em um estudo numa comunidade de baixa na, são os genes reproduzidos de geração em ge-
renda, Flores et al. (2002) mostraram que, de- ração, nos seres humanos, [que] transmitem uma
vido às dificuldades para obter atendimento informação de sentido e conteúdo determinados,
para problemas de saúde, especialmente men- levando os indivíduos a reagir em condições con-
tal, as famílias em situação de indigência social cretas do ambiente de forma a garantir a sua so-
ficavam presas em um círculo no qual a violên- brevivência. Trata-se de um conceito bastante
cia familiar aumentava o risco de doença men- ambíguo. Genes portam informações bem de-
tal na família, que por sua vez levava a vários terminadas, mas não levam, diretamente e sem
comportamentos desadaptativos, predispondo mediações nos níveis de maior complexidade
a nova geração a maior risco de envolvimento organizacional, os indivíduos a reagirem de
em violência e maior risco de desenvolver maneira predeterminada, como ocorre em or-
doenças mentais. ganismos de sistema nervoso mais simples, co-
mo insetos.
Equívoco semelhante foi cometido, no iní-
Causas nas ciências sociais cio do século 20, pelo psicólogo alemão Carl G.
Jung (1875-1961), que propôs a existência de
Conforme El-Hani e Videira (1999), uma das grandes temas culturais/mitológicos univer-
questões contemporâneas mais importantes é a sais, já que seus pacientes utilizavam-se, no ní-
clara formulação científica das noções de cau- vel pessoal, de símbolos adotados por várias
salidade a ser adotada pelos diversos domínios culturas e tradições religiosas do mundo intei-
relacionados à mente humana. Entre as dificul- ro. Estas similaridades levaram à reificação de
dades existentes, há uma excessiva frouxidão um “inconsciente coletivo” composto de figu-
nos modos de definir causalidade, implicados ras, símbolos e conteúdos arquetípicos de cará-
na relação entre o simples e o complexo. ter transcultural, comum a toda a humanida-
Para eles, ainda que os fenômenos sociais de. O mesmo erro ocorreu, também, com S.
estejam em um nível de complexidade maior Freud, quando desenvolveu o conceito de com-
do que fenômenos biológicos, as propriedades plexo de Édipo, que atribuía a todos os seres
emergentes dos primeiros não aniquilam as humanos um mesmo mecanismo de lidar, du-
dos últimos, ao contrário, as propriedades de rante a infância, com as relações de afeto na fa-
nível superior devem ser dependentes das pro- mília nuclear (Flores, 1996). Em ambos os ca-
priedades de nível inferior. A manutenção des- sos o engano foi devido a um desconhecimen-
tas propriedades leva a problemas praticamen- to de como a informação genética é transmiti-
te insuperáveis quando se admite apenas um da e de como surgem suas variações.
modo causal ou quando, no caso das críticas O número de propostas de mudanças cien-
mencionadas, se deseja excluir os aspectos bio- tificamente embasadas, ressaltando a impor-
lógicos da violência humana. tância da biologia nas ciências sociais, tem au-
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mentado muito, inclusive, em áreas mais res- que estariam em nível de humanidade inferior,
tritas como nas denominadas ciências sociais como os animais. Esta tendência naturalmente
normativas, nas quais se incluem as ciências ju- humana é bastante utilizada pelas religiões e
rídicas. Fernandez (2002) rotula estas concep- ajuda a entender por que, de modo geral, pes-
ções, que excluem a biologia evolucionária e a soas religiosas são mais rígidas moralmente e
psicologia cognitiva do estudo do direito, de menos benevolentes, do que indivíduos sem re-
construtivismo social, que teria chegado ao ligião (Rubin & Peplau, 1973).
ápice com alguns filósofos pós-modernos, para A associação entre ciências da computação
os quais a realidade, a natureza, as emoções, o e psicologia evolucionista tem mostrado que
funcionamento do cérebro e até a gravidade se- muitos aspectos importantes da cognição hu-
riam socialmente construídos. mana, como regras de escolha de alimentos,
O conhecimento biológico trará profundas parceiros ou alianças sociais são baseadas em
mudanças ao pensamento jurídico, quando pu- processos computacionais, heurísticas e algo-
der alcançá-lo. Por exemplo: como os instintos ritmos, comuns a toda a humanidade, pois di-
sociais humanos não foram desenvolvidos para zem respeito a como o cérebro humano pro-
uma sociedade como a nossa e sim, para a con- cessa informação (Gigerenzer & Todd, 2000).
vivência em pequenos bandos, o direito deve
levar em conta que a estrutura mental humana
predispõe os indivíduos a certas regras epige- Conclusões
néticas de pensamento. Por exemplo: a grande
maioria das agressões humanas ocorre em um A principal dificuldade para a compreensão do
contexto mental no qual o indivíduo que agri- papel da biologia na violência pode ser enten-
de sentiu-se previamente agredido. Das dife- dida como uma incapacidade de perceber-se
rentes formas de agressão interespecífica que uma hierarquia, nas suas causas, que não é um
ocorrem entre animais, a mais relevante para o atributo externo ao fenômeno e, sim, depende
entendimento da violência é a agressão defen- do nível em que se deseja examiná-lo. Não pa-
siva, modulada positivamente pela amígdala e, rece possível que existam fenômenos sociais
negativamente, por regiões do hipotálamo (Al- que não sejam mediados pelas mentes dos in-
bert et al., 1993). Anomalias no processamento divíduos que compõem o grupo social. Não
de informações recebidas fazem com que mui- existem mentes que ocorram fora de cérebros.
tas respostas violentas sejam o resultado de uma Por isso, é perfeitamente válido, do ponto de
percepção exagerada de uma agressão sofrida. vista científico, analisar o fenômeno nestes ní-
As ciências jurídicas fundamentaram suas veis, tanto como em níveis de maior complexi-
noções de relações de poder, justiça, interpreta- dade – estes, os preferidos por Rose (1997) e
ção jurídica e estrutura jurídica e social, basea- por Minayo e Souza (1998).
das nos pressupostos implícitos de que os seres Mesmo que a causa inicial de um processo
humanos são dotados de uma capacidade geral de violência seja eminentemente social, como
de processar igualmente qualquer informação, uma guerra, por exemplo, o entendimento dos
adaptando-se igualmente bem a qualquer es- processos que se seguirão, no desenrolar do con-
trutura social, o que não corresponde aos re- flito, deve levar em conta os modelos de fun-
sultados da psicologia cognitiva (Fernandez, cionamento da mente. A raiva, o medo e os de-
2002). mais recursos de processamento que o cérebro
Ao contrário, as habilidades cognitivas hu- dispõem determinarão as respostas dos indiví-
manas estão especializadas para lidar com in- duos neste ambiente.
formações relativas às pressões da seleção na- É incorreta a presunção culturalista de que
tural ocorridas no pleistoceno. Um exemplo todos os tipos de pensamentos são possíveis.
dramático destas tendências mentais é o de di- Por exemplo, é viável calcular-se um sistema de
vidir o conjunto social em “nós”, composto pe- quatro eixos ortogonais entre si, mas não é
los que merecem apoio, solidariedade e o me- possível visualizá-los mentalmente. Também é
lhor de nossas virtudes, e “eles”, para os quais incorreta a presunção de que todos os pensa-
reservamos todo o repertório de condutas mes- mentos possíveis têm a mesma chance de ocor-
quinhas e cruéis de que somos capazes (Har- rer. É bastante mais fácil odiar os inimigos do
tung, 1995). Antropólogos encontram, com que amá-los ou perdoá-los e isto, independen-
freqüência, culturas nas quais o termo “huma- temente da opção moral de cada um, é uma
no” não é aplicável a outros povos vizinhos, realidade decorrente da seleção natural.
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Os resultados dos estudos apresentados aci- faz sentido exceto à luz da história”, o que é
ma sugerem que níveis de menor complexida- bastante correto, considerando-se as semelhan-
de, como o mental e o biológico, são funda- ças dos métodos e dos discursos históricos e
mentais para o entendimento da violência em evolutivos e também que a ciência, como pro-
nossa cultura. Mais do que isso, sugerem que as cesso seqüencial, é muito dependente de even-
análises sociais devem levar em conta os pro- tos anteriores.
cessos evolutivos da mente humana. Entretanto, poderíamos acrescentar ainda:
Em um artigo clássico de 1973, o importan- “nada faz sentido, na sociologia, senão a luz da
te evolucionista e geneticista Theodosius Dobz- evolução”. Os já mencionados revólveres são
hansky afirmou que “Nada, na biologia, faz perigosos apenas na presença de organismos
sentido exceto à luz da evolução”. Parafrasean- que, além de certo tipo de cérebro, possuem
do-o, Rose (2000) afirmou: “Nada, na biologia, também certo tipo de membros.
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