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Embriologia da cabeça, do pescoço e do aparelho digestivo
Ora bem, o que são então os arcos faríngeos? São protusões mesodérmicas que
se começam a desenvolver lateralmente na zona da cabeça do embrião, por volta do
1ºmês de vida fetal.
Vocês têm de ter sempre em atenção que nestas fases iniciais de embriologia as
coisas mudam muito depressa, e eu a chamar aqui, por exemplo, 1º bolsa faríngea a esta
estrutura, não quer dizer que mais tarde ela não vai aparecer noutro formato ou num sitio
completamente diferente, por isso é preciso estar atento ao processo que é muito rápido e
muito dinâmico, com muitas alterações.
Temos os arcos faríngeos, as fendas faríngeas e as bolsas faríngeas. Cada arco
faríngeo é coberto por uma cartilagem e um vaso, que é importante para depois as
delimitações das zonas que cada arco faríngeo, e as estruturas derivadas dos arcos
faríngeos, vão inervar, irrigar.
É a presença de fluido nos seios cervicais que vai dar origem aos quistos cervicais
laterais, que são sempre laterais ao Esternocleudomastoideu. Portanto o quisto cervical
lateral tem origem na acumulação de fluido no seio cervical, derivado das últimas fendas
faríngeas.
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A língua tem origem em vários arcos faríngeos, que podem ver consoante a cor,
que são os 1º, 2º, 3º e 4º arcos faríngeos.
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Mas nós até agora temos apenas aqui o palato primário, portanto se tivéssemos só
este palato teríamos só o espaço entre os 4 incisivos superiores. É preciso formar o palato
secundário. Como é que ele se forma? Através dos processos palatinos laterais que vão
descer a partir do processo maxilar.
Vamos ver então como se forma o palato secundário. O que vocês viram ate agora
foi só a região do filtro do lábio. Como é que se forma o palato secundário? Tão a ver ali, o
processo palatino primário, e depois mais lateralmente começam-se a formar aqui,
parecem umas prateleiras, os processos palatinos laterais, que se vão fundir na linha
média para formar o nariz. E temos aqui outros processos palatinos, que se vocês
acompanharem em corte conseguem vê-los dali a descer e a fundirem-se na linha média.
Ficamos então com o palato duro e o palato mole, formados numa configuração
praticamente igual á de um adulto.
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um caso, mas neste caso temos apenas uma fenda labial. No caso de termos uma fenda
palatina ela pode ser lateral, estando em apenas metade do palato, ou completa, esses
casos são muito mais graves, muitas vezes acompanhadas de causas cromossómicas.
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Langman
Na região do estômago ele forma o mesogastro dorsal, ou omento maior; na
região do duodeno ele forma o mesoduodeno dorsal; e na região do colo intestinal ele
forma o mesocolo dorsal. O mesentério dorsal e as ansas jejunais e ileais formam o
mesentério propriamente dito.
O mesentério ventral, que existe unicamente na região da parte terminal do
esófago, do estômago e da parte superior do duodeno é derivado do septo transverso.
O crescimento do fígado em direcção ao septo transverso divide o mesentério ventral
em: omento menor e ligamento falciforme.
Intestino Anterior
Esófago
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Estômago
Há um fenómeno muito engraçado: é que nós somos simétricos, mais coisa menos
coisa, somos simétricos, mas o estômago não, o estômago não é simétrico.
Como é que ele atinge a posição e o formato final?
Ele está disposto longitudinalmente como podem ver em cima, começa por ter uma
curvatura segundo o eixo longitudinal, uma curvatura de 90º. A seguir começa a dar-se um
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O mesentério dorsal e ventral vão ter que acompanhar todas estas voltas do
estômago, e vão formar o pequeno e o grande omento. Como o estômago está fixado à
parede dorsal do corpo pelo mesogastro dorsal e à parede ventral do corpo pelo
mesogastro ventral, a sua rotação e crescimento desproporcional alteram a posição dos
mesentérios. A rotação do eixo longitudinal puxa o mesogastro dorsal para a esquerda
(que vai formar o omento menor e ligamento falciforme), e cria-se um espaço atrás do
estômago: o pequeno saco peritoneal, essa rotação também puxa o mesogastro ventral
para a direita.
Quando o estômago chega, a bolsa do omento vai ficar caída sobre os intestinos e
depois vai fundir-se ficando aderente ao cólon transverso.
Com as rotações, vai ficar uma espécie de um avental sobre as vísceras o que dá
grande jeito para os cirurgiões porque o omento apesar de ser muito fino tem quimiotaxia
que serve muitas vezes para circunscrever perfurações intestinais.
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Langman – Estômago
O estômago executa um rotação em torno de um eixo longitudinal e de um eixo
antero-posterior. O estômago efectua uma rotação de 90º no sentido dos ponteiros do
relógio em torno do eixo longitudinal, fazendo com que o seu lado esquerdo se volte
anteriormente e o lado direito se volte posteriormente. Durante essa rotação a parede
posterior original do estômago cresce mais rapidamente que a parte anterior, formando
as curvaturas maior e menor.
As extremidades cefálica e caudal do estômago situam-se originalmente na
linha média, mas durante o crescimento subsequente o estômago descreve uma
rotação em torno do seu eixo antero-posterior, de tal modo que a parte pilórica se
move para direita e para cima e a parte cárdia se move para a esquerda e um pouco
para baixo.
Fígado
Langman - Fígado
O divertículo hepático consiste em células de proliferação rápida que penetram no
septo transverso. Enquanto as células hepáticas continuam a penetrar no septo, a ligação
entre o divertículo hepático e o intestino anterior estreita-se, formando o ducto bilifero,
este vai formar uma pequena evaginação ventral que dá origem à vesícula biliar e ducto
cístico.
Depois das células hepáticas invadirem todo o septo transverso – situado entre o
fgado e o intestino anterior e entre o fígado e a parede ventral do abdómen – a
mesoderme do septo transverso torna-se membranosa, formando o omento menor e o
ligamente falciforme, respectivamente.
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Pâncreas
Langman - Pâncreas
O pâncreas é formado por dois brotos que se originam no revestimento endodérmico
do duodeno primitivo. Enquanto o broto pancreático dorsal encontra-se no mesentério dorsal,
o broto pancreático está próximo ao ducto bilífero. Quando o duodeno primitivo executa a
rotação para a direita e passa a apresentar a forma de um “C”, o broto pancreático ventral
move-se dorsalmente ao deslocamento da entrada do ducto bilífero. Mais tarde o parênquima
e os sistemas de ductos dos brotos pancreáticos dorsal e ventral fundem-se. O broto ventral
forma a parte inferior da cabeça e apófise unciforme.
Intestino Médio
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Mas as coisas nem sempre correm assim, por exemplo, pode-se dar inicialmente a
rotação de 90º, mas a segunda rotação, os outros 180º, não se dá e então ficamos com o
chamado cólon do lado esquerdo e ainda por cima caído, lembrem-se que no mesentério o
que vai segurar isto são as fusões das ansas intestinais e parte dos omentos, portanto,
estes cólon fica muito mal apoiado;
Uma situação menos grave é quando se dá uma rotação inicial de 90º no sentido
correcto, mas a segunda em vez de ser no sentido contrário aos ponteiros do relógio é no
sentido destes e então as vísceras ficam mais ou menos na posição correcta mas com o
duodeno a passar à frente do cólon transverso.
Também temos uma situação conhecida por onfolocélio que é a retracção
incompleta das ansas intestinais até ao nascimento. À nascença parte dos intestinos estão
fora da cavidade peritonial mas recobertas de âmnio. Mais tarde isto poderá ser corrigido
por cirurgia médica.
Uma situação semelhante, que se chama gastrosquise, não é tanto devido a falta
de retracção das ansas intestinais mas sim a uma extorsão dos intestinos através de uma
malformação qualquer da parede destes; os intestinos saem para fora da cavidade
peritonial, não estão revestidos por amnio e aí sim torna-se mais complicado chama-se
gastrosquise.
Outras anomalias do intestino são a ligação ao cordão umbilical, que pode assumir
várias formas desde uma fístula até um cisto, uma torção do intestino delgado; esta
ligação tem que se quebrar; se se quebrar formando apenas isto não é mau, já que fica
apenas um cordão fibroso mas se houver uma torção, vai torcer o intestino.
No cólon a mesma coisa: astenias, estenoses e vários tipos de necrose poderão
afectar o funcionamento do intestino. Uma situação muito vulgar que é o chamado
megacolon congénito ou doença de Hishprung porque não se forma o plexo mioentérico
do cólon e portanto não há peristaltismo, ocorrendo acumulação de fezes.
Isto é genérico a todo o tubo digestivo mas explica como se formam tantas
anomalias mais ou menos graves: o tubo digestivo começa por ser oco, depois há
proliferação da endoderme, seguida de recanalização até atingir a estrutura final. Durante
estes processos de recanalização é fácil ver se há resquícios de células; pode haver
limitações, estenoses, ou outras anomalias de processos que não ocorrem devidamente.
Intestino Posterior
Portanto e chegamos ao fim, a partir dos dois terços do tubo do cólon transverso
temos o intestino posterior que vai até ao ânus. Embriologicamente a formação do
intestino é simples: ele está separado do seio urogenital pelo septo urorectal que vai
migrar até separar completamente a estrutura bexiga, portanto a parte urinária da parte
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terminal do tubo digestivo mais uma vez isto não se faz sem anormalidades de
desenvolvimento e há vários tipo de anomalias que podem ir até ao ânus, portanto não há
eliminação de fezes. Até vários tipos de fistulas, podem ser o recto e a vagina, o recto e a
uretra todos os tipos de situações, todos os tipos de canais podem implicar anomalias.
nocas_88@hotmail.com ou catarina_alex@hotmail.com
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