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“Autismo é uma síndrome (*) definida por alterações presentes desde idades muito
precoces, tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza sempre por
desvios qualitativos na comunicação, interação social e no uso da
imaginação.”
(**) “Autismo é uma desordem do desenvolvimento, uma desordem aguda e não uma
forma de doença mental, que apresenta um atraso ou uma ausência de desenvolvimento
em áreas determinadas.”
Quando discutiu as possíveis causas da desordem, sugeriu que essas crianças, normais
ao nascimento, apresentavam sintomas posteriormente em decorrência de problemas
ambientais, de modo mais específico, maternagem inadequada. A partir destas idéias
originais, criaram-se mitos e verdadeiras fábulas que vêem sendo repetidos, apesar da
total ausência de evidência que os comprovem.
Por vários anos a partir das descrições inicias, o conceito de AI foi muito confuso, de tal
modo que o rótulo tinha diferentes significados para diferentes autores. Esse panorama
começou a mudar a partir do surgimento de critérios diagnósticos descritivos, tais como
o Manual Diagnóstico e Estatístico da Associação Americana de Psiquiatria (DSM) e a
Classificação Internacional das Doenças (CID).
c. Incidência
d. Causas do Autismo
Apesar de ainda não haver um consenso nas pesquisas feitas, todas apontam de
forma convincente para algum desvio biológico. Porém estes fortes indícios são
variáveis, podendo estar presentes em um grupo de autista e faltar em outros. Não há,
portanto, até hoje nenhum marcador biológico que possa ser considerado específico.
1.Comunicação:
Outras crianças repetem frases ouvidas há horas, ou até mesmos dias antes; é
chamada ecolalia tardia.
2.Comportamento:
Esta dificuldade pode ser percebida por uma forma de brincar desprovida de
criatividade e pela exploração peculiar de objetos e brinquedos. Uma criança autista
pode passar horas a fio explorando a textura de um brinquedo. Em crianças autistas com
a inteligência mais desenvolvida, pode-se perceber a fixação em determinados assuntos,
na maioria dos casos incomuns em crianças da mesma idade, como calendários ou
animais pré-históricos, o que é confundido, em muitas vezes, com o nível de
inteligência superior.
As mudanças de rotina, como mudança de casa, dos móveis, ou até mesmo de percurso,
costumam perturbar bastante algumas dessas crianças.
Crianças com autismo não desenvolvem variações na habilidade de fingir e imaginar em
seu jogo, que é uma característica de criança normal.
3.Interação Social:
A dificuldade de sociabilização, que faz com que a pessoa autista tenha uma pobre
consciência de outra pessoa, é responsável em muitos casos, pela falta ou diminuição da
capacidade de imitar, que é um dos pré-requisitos cruciais para o aprendizado, e
também pela dificuldade de se colocar no lugar do outro e de compreender os fatos a
partir da perspectiva do outro.
Quando crianças com autismo crescem, desenvolvem sua habilidade social em extensão
variada. Algumas permanecem indiferentes, não entendendo muito bem o que se passa
na vida social. Elas se comportam como se as outras pessoas não existissem, olham
através de você como se não estivesse lá e não reagem a alguém que fale com elas ou as
chame pelo nome. Freqüentemente suas faces mostram muito poucas das suas emoções,
exceto se estiverem muito bravas ou excitadas. São indiferentes ou têm medo de seus
colegas e usam as pessoas como utensílios para obter alguma coisa que querem.
ESTEREOTIPIAS:
AGRESSIVIDADE
COMPORTAMENTO RITUALISTICO
• Dificuldades na comunicação;
• Possuem um estilo cognitivo diferente, ou seja, o cérebro processa as informações de
um modo diferente. Em geral é inflexível, pois possuem dificuldade em interpretar e
entender o que elas observam;
• Pensamento literal: dificuldade em colocar ou entender a emoção por trás de uma
ação;
• Dificuldade em interpretar emoções e expressões faciais mais abstratas;
• Ausência da brincadeira simbólica. Se convidados a brincar preferem atividades
focalizadas na percepção pura como amontoar objetos ou alinhá- los.
Pensamento da pessoa com autismo
DISFUNÇÃO SENSORIAL
•Conhecemos crianças com autismo que as vezes podem ser
muito sensíveis a um som em particular a um contato, e também
falta de sensibilidade para níveis baixos de dor.
•Cerca de 50% das crianças com autismo tem alguma
anormalidade de sensibilidade sensorial .
•Um ou vários sistemas sensoriais estão afetados de tal forma
que as sensações normais são percebidas com uma intensidade
intolerável. A mera antecipação da experiência pode conduzir a
uma intensa ansiedade ou pânico.
•As sensibilidades mais comuns incluem sons e tato, mais em
alguns casos a sensibilidade se relaciona com o sabor, a luz
intensa, as cores e aromas.
•Ao contrario as pessoas podem expressar uma reação mínima a
níveis de dor e temperatura que poderiam ser insuportáveis para
os outros.
•Diferentes sistemas sensoriais podem estar afetados,
dependendo da pessoa.
•Sons e toque são as sensibilidades mais comuns.
Sensibilidade ao som
Três tipos de ruídos são percebidos
com grande intensidade:
1) ruídos súbitos e inesperados
2) ruídos altos e contínuos
3) sons desconcertantes, complexos e
Múltiplos
Sensibilidade tátil
-Sensibilidade extrema a
uma determinada
intensidade de contato ou ao
tocar certas partes do corpo.
-Partes do corpo mais
sensíveis: cabelo, unhas,
braços, palma da mão.
SENSIBILIDADE VISUAL
•Sensibilidade a determinados níveis de iluminação, cores
ou sombras;
DOR E TEMPERATURA
RESTRIÇÃO ALIMENTAR
CHEIROS
g. Diagnóstico
8 MESES
• Dificuldade em se acalmar quando está brava;
• Cerca de 1/3 estão extremamente isoladas e podem
rejeitar ativamente qualquer interação;
• Cerca de 1/3 aceitam atenção, mas dão pouca em troca;
• Ausência de imitação de sons, gestos e expressões;
• Atípico balbuciar;
• Movimentos repetitivos;
• Desenvolvem ciclos de insônia;
12 MESES
• A sociabilidade diminui assim que a criança começa a
engatinhar e caminhar;
• Não há sofrimento quando a criança é separada dos pais .
• Podem aparecer as primeiras palavras, mas em geral, não
são usadas com significado apropriado;
• Choro alto frequente e permanecem as
dificuldades para interpretarmos sua razão.
24 MESES
• Geralmente diferencia os pais dos outros, mas expressa pouca afeição;
• Podem abraçar e beijar, como gestos automáticos e quando solicitados;
• É indiferente a outros adultos que não os seus pais;
• Podem desenvolver medos intensos;
• Pouca curiosidades em explorar ambientes;
• Uso atípico de brinquedos que giram e vibram;
• Enfileiram objetos;
• Se a fala está presente o vocabulário se constitui de menos
de 15 palavras;
• Gestos e apontar estão praticamente ausentes.
3 ANOS
• Dificuldade em aceitar adequadamente outras crianças;
• Irritabilidade excessiva;
• Falha em entender o significado de punição;
• Persistência da exploração oral dos objetos;
• Ausência da brincadeira simbólica;
• Persiste em movimentos repetitivos (rodopios, caminhas na ponta
dos pés,..)
• Fixação por objetos faiscantes na luz, sombras,..
• Mostra relativa capacidade para manuseio
de atividades viso-motoras como quebra-cabeças e encaixes;
• A combinação entre palavras é rara;
• Pode estar presente a repetição de frases, mas não o uso criativo da
linguagem;
• Fala com ritmo e tom bizarro;
• Pobre articulação em cerca de 50% ou mais das crianças verbais,
assim como ausência de linguagem significativa;
• Está presente a tendência a se comunicar através
de ação de puxar a mão do adulto para o que deseja.
4 ANOS
• Incapaz de entender regras nos jogos com outras crianças
• Pouca atividade ou nenhuma voltada para bonecos e outros;
• Envolve os outros como instrumentos;
• Brincadeira simbólica se presente, é limitada, simples e repetitivas
• A medida que algumas habilidades mais sofisticadas do brincar se
desenvolvem, mantém-se pouco tempo nelas;
• A combinação entre 2 ou 3 palavras de forma criativa é rara;
• Persiste a fala ecolálica;
• Pode estar presente a mímica para se comunicar;
• Solicita algumas coisas que quer..
5 ANOS
• É orientado mais por adultos que por crianças;
• Frequentemente se torna mais sociável, mas as
interações permanecem ímpares, unilaterais.
• Dificuldade para fazer mímicas;
• Ausência de jogo-sócio dramático;
• Temem locais desconhecidos;
• Preferem objetos à pessoas;
• Não entendem as regras normais sociais;
• Tem risos e gritos ou choros sem motivo;
• Comum comportamento hiperativo ou passivo;
• Apresentam comportamento obsessivos.
h. Instrumentos de diagnóstico
A. O indivíduo autista deve possuir um total de seis (ou mais) itens (1), (2) e (3) abaixo
relacionados. Com pelo menos dois de (1), e um de cada de (2) e (3).
B. Deve possuir atraso ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes
áreas relacionadas, com início antes dos 3 anos de idade: interação social, linguagem
usada na comunicação social e ação simbólica ou imaginária.
CID-10
CHAT
O CHAT – CHECKLIST FOR AUTISM IN TODDLERS
(Questionário para Verificação de Autismo em Crianças Pequenas) é um
instrumento de triagem que identifica o risco de transtornos na interação
social e comunicação em crianças com dezoito meses de idade.
É um pequeno questionário que é preenchido pelos pais e o pediatra ou
agente de saúde quando a criança está com 18 meses de idade. Seu
objetivo é identificar crianças em risco de transtornos na interação social
e comunicação.
IV. SÍNDROME DE ASPERGER
1.Comunicação:
-linguagem formal e pedante, concreta e literal;
-são hiperverbais
2.Comportamento:
-Interesses restritos: Dinossauros, pokemon, Geografia, história, carros, aviões,
games, mapas, maquetes,..
3.Interação Social:
-interações estranhas ;
-problemas de empatia;
Atualmente, a forma mais adequada e promissora de se tratar uma pessoa com autismo
está relacionada à intervenção educacional e comportamental. Até hoje, não houve
nenhuma outra forma de se tratar com eficácia um autista com resultados tão positivos
como estas intervenções.
No entanto, superar a barreira que isola o indivíduo autista do "nosso mundo" não é um
trabalho impossível. Apesar de manter suas dificuldades, o indivíduo autista,
dependendo do grau do comprometimento, pode aprender os padrões "normais" de
comportamento, exercitar sua cidadania, adquirir conhecimento e integrar-se de maneira
bastante satisfatória à sociedade. Entretanto, não podemos ainda, falar em cura para o
autismo.
A abordagem TEACCH usa estratégias que permitem que a pessoa "entenda" (atue)
através da interpretação da informação, delineadas para propiciar o desenvolvimento
cognitivo e reduzir o estresse e a pressão. Usa também estratégias de adaptação do
ambiente para delinear programas que os capacite a atuar na vida cotidiana com estresse
mínimo e também não tendo que depender dos outros para atuar. O programa TEACCH
assume que as pessoas são diferentes. Mudar o comportamento não é um objetivo em si
mesmo, não pensam que o comportamento torna as pessoas diferentes: as diferenças são
fundamentalmente diferenças cognitivas devido a diferenças neurológicas.
Uma parte crucial do processo é saber o tempo todo onde o indivíduo está (saber o que
ele pode e não pode fazer) e desenvolver estratégias para ensinar novas habilidades
específicas. Existe a concepção de que os déficts no autismo resultariam primariamente
de um bloqueio de "aprendizagem". Os pais são parte importante no ensino de seus
próprios filhos e a generalização das habilidades também é uma parte principal do
ensino.
d. Outros tratamentos
Existem outras formas de tratamento, como tratamentos psicoterapêuticos,
fonoaudiológicos, equoterapia, musicoterapia e outros, que não têm uma linha formal
que os caracterize no tratamento do autismo, e que por outro lado dependem
diretamente da visão, dos objetivos e do bom senso de cada profissional que os aplica.
Aconselhamos os pais que optarem por um tratamento deste tipo a analisarem as
próprias expectativas e as do profissional pelo qual optaram e em que medida o
tratamento os aproxima a estas expectativas, não só no momento da escolha, mas de
forma contínua e permanente.
Muitos pais declaram que não sentiram melhora no filho, mas que a atuação do
profissional foi muito boa e relaxante para eles mesmos.
e. Medicação
f. Inclusão
“Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-
se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais,
assegurando as condições necessárias para educação de qualidade para todos”.
Resolução Nº 2 de 11 de setembro de 2001 Art. 2º
(http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/resolucao2.pdf).
h. Depoimentos
“Durante toda a minha vida, eu tenho tido tantas dificuldades para entender os sons
como para entender palavras. Eu cheguei a esta conclusão recentemente, que, se eu
continuo amedrontado com tantos sons, obviamente eu não saberei interpretá-los
corretamente. Os sons seguintes me incomodam tanto que eu tenho que tapar os
ouvidos: tiros, lugares barulhentos cheio de gente, toque em polietileno, toque em
balões, carros barulhentos, trens, motos, caminhões e aviões, veículos barulhentos em
locais de construção, martelar e pregar, ferramentas elétricas, o barulho do mar, o
barulho do velcro e giz no quadro, fogos de artifício. Apesar disto, eu posso ler músicas
e cantá-las, e existem algumas músicas que eu adoro. Na verdade quando eu estou bravo
e desesperado, a música é a única coisa que me acalma”.
Therese Joliffe et al.
“Em meu mundo de horror dos sons, o som do metal era uma exceção, eu realmente
gostei. Infelizmente para a minha mãe, a campainha da porta tinha este som e eu
passava o tempo todo obsessivamente a tocando”.
Donna Williams
“Eu amo olhar para luzes, em metais brilhantes e em tudo que faísca.” Donna Williams
fala sobre fascinação hipnotizante de partículas de pó contra luz. Ela também gosta de
piscar seus olhos ou ligar e desligar a luz rapidamente, a fim de ter um efeito de luz
estroboscópica.
Donna Williams