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CENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
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FORTALEZA
2010
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Trabalho de conclusão de curso apresentado
FORTALEZA
2010
!"# Pedro Pereira Cordeiro
$%# Estudo das transições de fase do material ferroelástico (8PbO.V2 O5 ) através de
microscopia de polarização.
Trabalho de conclusão de curso apresentado
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Figura 13 - Parâmetros físicos para transição de primeira ordem. (a) Gráfico da energia livre
de Landau para diversas temperaturas. (b) Polarização espontânea em função da temperatura.
(c) Permissividade e o recíproco da permissividade em função da
temperatura................................................................ ................................................................3 5
Figura 14 - Micrografia polarizada da estrutura de domínios no 8PbO.V2 O5 à temperatura
ambiente de 27oC, mostrando os domínios em forma de agulha (Tipo a) e os domínios em
forma de cunha (Tipo b)............................................................................................................3 6
Figura 15 ± Transição de fase de segunda ordem à temperatura de 153oC......................... ...... 37
Figura 16 ± Transição de fase reversível de primeira ordem à temperatura de 251oC........... 37
Figura 17 ± Variação do ângulo ǻij entre posições extintas de domínios ferroelásticos
vizinhos como uma função da temperatura............................................................................... 39
Figura 18 ± Aproximação por mínimos quadrados de ǻij1/ȕ vs T; ǻij: o mesmo da Figura
17;ȕ: expoente crítico = 0.417............................ .................................. ........................ ............42
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"+%"- Variação do ângulo entre as posições de extinção dos domínios relacionada com
a temperatura em graus Celsius...................................................... ....................................38
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Esta pesquisa pretende mostrar que o material ferroelástico 8PbO.V2 O5 sofre duas
transições de fase, sendo que a primeira é irreversível e a segunda transição de fase é
reversível através das observações de seus domínios ferroelásticos, que possuem dois tipos, o
tipo a (forma de agulha) e o tipo b (forma de cunha), com o auxílio de um microscópio de
polarização e com um aparato que tem a função de aquecer, ou resfriar, este material. Para
isso, articula-se o conceito de polarização da luz com o conceito de transição de fase.
Articulam-se os resultados a partir de idéias de diversos pesquisadores que divulgaram artigos
a respeito deste material ferroelástico.
É certo que o microscópio óptico (instrumento que utiliza a luz natural ou a luz
gerada artificialmente, por exemplo, por um elemento incandescente como o filamento de
tungstênio de uma lâmpada elétrica) tem limitações quanto ao seu poder de resolução
(propriedade do instrumento que especifica o menor detalhe do objeto sob observação que é
capaz de mostrar com clareza ao observador) em comparação com os modernos microscópios
eletrônicos, iônicos, de força atômica, etc. Também existe o fato de o microscópio óptico ser
ainda indispensável e de grande aplicação não só na investigação básica, mas também em
diferentes ramos da indústria.
A luz proveniente de uma lâmpada é luz branca e esta é composta de todos os
comprimentos de onda do espectro visível. Para se utilizar luz praticamente monocromática (o
mais próximo a um só comprimento de onda) para iluminar amostras é necessário utilizar
filtros de interferência, os quais se colocam em uma fenda circular situada sobre o diafragma
de campo. Estes filtros são em geral de vidro e sobre os quais se depositam materiais em
forma de múltiplas capas delgadas. Deve-se tomar cuidado em colocar estes filtros de tal
maneira que o lado onde se depositam estas múltiplas capas enfrente a luz proveniente da
lâmpada a fim de que os comprimentos de onda não desejados desapareçam efetivamente. Em
casos em que se requer usar estritamente luz monocromática, o melhor é adquirir uma
lâmpada de luz de sódio, de xenônio ou de mercúrio.
Uma forma simples de visualizar uma onda é jogando uma pedra em um tanque
cheio de água e observar que se formam ondas circulares que vão se afastando gradualmente
do ponto de impacto produzido inicialmente. Outra imagem equivalente desta situação se
obtém fixando uma corda por uma extremidade à parede e imprimindo-lhe um movimento
para cima e para baixo na extremidade livre, provocando, assim, um movimento ondulatório
na corda o qual se propaga ao longo da mesma. À medida que a onda viaja ao longo da corda,
ou na água do tanque, cada uma das partículas que formam o meio (corda ou água) vibra, ou
oscila, para cima e para baixo a partir de sua posição de equilíbrio. O que se transfere nestes
casos é a energia, mediante a agitação de tais partículas. A diferença destas perturbações
mecânicas de um meio (mecânicas devido a que se requer para propagar-se, um meio material
elástico, a água e a corda, assim como de uma fonte também mecânica, a mão e a pedra), a
luz, a radiação do calor, etc, propaga sua energia por meio de perturbações elétricas e
magnéticas que se conhecem como ondas eletromagnéticas e não requerem necessariamente
de um meio material para se propagar por poderem viajar também no vácuo.
não se deslocam com a onda e sim vibram para cima e para baixo a partir de sua posição de
equilíbrio. Abaixo tem-se uma representação do campo elétrico e do campo magnético de
uma onda de luz.
Figura 2 ± Campo elétrico e campo magnético de uma onda de luz (onda eletromagnética).
Ainda que a energia das ondas luminosas se distribua de igual maneira entre os
campos elétrico (|) e magnético (
), na microscopia óptica só se considera o vetor campo
elétrico já que este, e não o campo magnético, é que produz efeitos ópticos e fotográficos
observáveis.
=c/v (1)
a Enrique Hertz físico alemão que comprovou o caráter eletromagnético da luz previsto por
Maxwell, logo 1Hz = 1ciclo/s) o comprimento de onda se expressa em múltiplos e
submúltiplos do metro. As unidades utilizadas comumente em microscopia óptica para referir-
se a comprimento de onda são o micrômetro (unidade simbolizada como ȝm, sendo 1 ȝm
igual a 0,000001 m, ou seja, a milionésima parte de um metro, em notação científica 1 ȝm =
10-6 m), e o nanômetro (1nm = 10-9 m, ou a bilionésima parte de um metro).
A luz forma parte de uma ampla gama de comprimentos de onda que se conhece
como o espectro eletromagnético. Deste espectro, o olho humano só é sensível ao alcance de
comprimentos entre os 400 e 700 nm, aproximadamente, região que por esta razão se
denomina espectro visível. Abaixo tem-se a representação do espectro eletromagnético.
entender a restrição das vibrações do campo elétrico em uma orientação dada. Abaixo temos a
representação do plano de vibração da luz.
Considere duas ondas de luz viajando ao longo da mesma trajetória, mas com suas
direções de vibração do campo elétrico (polarização) mutuamente perpendiculares. A
representação matemática como duas ondas cosenoidais é mostrada a seguir:
E x = Acosij (2)
Ey = Bcos (ij ± į) (3)
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Bem como observações pelo microscópio óptico, o ³twinning´ mecânico pode ser
investigado em uma escala microscópica. Considerando o experimento clássico da histerese.
Uma tensão uniaxial é aplicada ao cristal usando um peso. As tensões relevantes são
geralmente chamadas tensões de cisalhamento tal que no experimento o cristal é anexado por
uma face à uma superfície sólida enquanto a face oposta é cisalhada por um peso.
Simultaneamente, a mudança da forma do cristal é medida. É necessário obter medidas
precisas do ângulo cisalhado porque o cisalhamento macroscópico do cristal é normalmente
pequeno (vários segundos de um grãu). No experimento, um interferômetro óptico com uma
resolução angular alta é comumente usado. É também instrutivo medir a mudança relacionada
à birrefringência do cristal. Usando um arranjo composto pelo polarizador óptico e pelo
analisador tal que um tipo de domínio ³gêmeo´ estava na posição de extinção. O segundo tipo
de domínio ³gêmeo´ então contribuiu frente à birrefringência total óptica. Quando a tensão de
cisalhamento foi aplicada, a proporção dos dois domínios ³gêmeos´ mudou e a birrefringência
total como uma função da tensão aplicada.
Outras classes de materiais que de algum modo são similares aos ³ferroelásticos´
consistem daqueles cristais que possuem uma deformação macroscópica espontânea (o pré-
requisito da transição de fase que deseja-se considerar), mas em que não há mecanismo
possível que possa lidar para essa reorientação. Tal comportamento sempre ocorre se o lado
do cristal é muito pequeno para formar estruturas de domínios. Estes cristais são chamados de
nanocristais porque o tamanho típico deles é medido em unidades de nanômetros mais largos
como são os ferroelásticos ³normais´. Outra classe de materiais que não podem mostrar
histerese ferroelástica é aquela em que não há estados de simetria ferroelásticos equivalentes,
apesar da formação de uma larga deformação espontânea na menor fase de simetria. Um
típico exemplo é a calcita. A calcita realiza uma transição de fase estrutural perto dos 1250K
entre uma fase de alta temperatura com grupos moleculares de CO3 desordenados e uma fase
de baixa temperatura em que o grau de ordem orientacional aumenta gradualmente com o
decrescimento da temperatura. Uma simples descrição desta transição de fase em termos de
correlações orientacionais entre os grupos de CO3 não é adequada, por outro lado, porque o
aumento do grau de ordem com o decrescimento da temperatura lida automaticamente
decréscimo substancial dos parâmetros de rede-c e para uma menor extensão de variações dos
parâmetros de rede-a. Este mecanismo é também observado no NaNO3. A variação do
parâmetro de rede-c lida para uma larga deformação macroscópica espontânea, do mesmo
modo como nos ferroelásticos. Como esta deformação é alinhada ao longo da única tríade
desta estrutura cristalina é impossível, por razões de simetria, modificar a distorção de rede
dentro de alguma outra orientação equivalente porque não há nada. O cristal não é
ferroelástico, portanto, e nem mesmo ³potencialmente ferroelástico´. O mecanismo de
transição de fase, por outro lado, contem como um ingrediente especial a criação da
deformação macroscópica espontânea que estabiliza a estrutura de menor temperatura da
calcita. O crescimento da deformação espontânea e o efeito estabilizante da energia da
deformação associada são configurações muito similares àquelas observadas nos
ferroelásticos e é freqüentemente útil discutir as configurações das transições de fase.
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Figura 6 - Representação hipotética de um cristal centrossimétrico (a) e outro com não centro
simétrico (b).
Com a remoção do campo elétrico externo, grande parte dos domínios ferroelétricos tende a
permanecer orientada, ilustrado na Figura 7(c), produzindo assim um efeito de memória.
Figura 7 - Representação dos domínios ferroelétricos para uma amostra hipotética. Em (a) há
orientação espontânea mesmo na ausência de um campo elétrico externo, em (b) com a
aplicação de um campo elétrico externo os domínios tendem a se alinhar com o campo
elétrico, em (c) mesmo com a remoção do campo elétrico os dipolos permanecem orientados.
Pomos uma amostra de (8PbO.V2 O5 ) em uma lâmina sobre uma chapa aquecível,
e em seguida colocamos esta chapa sobre a base de um microscópio polarizador, localizado
no laboratório de espectroscopia Raman (UFC). Em seguida, variamos gradualmente a cada
10oC a temperatura desta chapa, de tal forma que simultaneamente observamos a imagem do
cristal no monitor do computador em tempo real, com o auxílio do software LEICA. E
obtivemos as seguintes imagens para o cristal (8PbO.V2 O5 ):
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Figura 9 - Micrografia polarizada da estrutura de domínios no 8PbO.V2 O5 à temperatura de
69oC, mostrando os domínios Tipo a (forma de agulha).
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Figura 10 - Micrografia polarizada da estrutura de domínios no 8PbO.V2 O5 à temperatura de
109 oC, mostrando os domínios Tipo a (forma de agulha).
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Figura 11 - Micrografia polarizada da estrutura de domínios no 8PbO.V2 O5 à temperatura de
129oC, mostrando os já quase desaparecidos domínios Tipo a (forma de agulha).
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Domínios de Tipo a (forma de agulha) puderam ser movidos sobre uma ligeira
pressão à temperatura ambiente, mostrando o comportamento característico dos domínios
ferroelásticos. As posições extintas da vizinhança dos domínios ferroelásticos diferiram por
um ângulo ǻij = 26o à temperatura ambiente. Observamos que ǻij variou com a temperatura.
De fato, no aquecimento este ângulo ǻij decresceu continuamente até desaparecer, mostrando
o comportamento típico do parâmetro de ordem de uma transição de segunda ordem.
Então, encaixamos uma placa metálica circular abaixo da chapa de tal forma que
ficasse fixa na base do microscópio, e assim conseguimos realizar as medidas sem maiores
problemas.
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37 25
50 24
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