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O compromisso.

Diz um dos pensamentos de Nietzsche, que a melhor maneira de comear o dia se comprometer a fazer algum feliz, antes do trmino desse dia. Muitas so as oportunidades durante todos os dias, ditos normais, de se colocar essa dose de filosofia em prtica. Muitas passam por pura negligncia, ou mesmo pela pecaminosa preguia de fazer algo. s vezes, por orgulho, outras por egosmo, e ainda por descumprimento simples ao mandamento inicial: amar, como a si mesmo. Muitos existem, nos tumultuados dias em que vivemos, que nem aos seus prprios ps amam. Quem dir de amar ao vizinho, ao chefe, ao amigo que insiste em pedir o carro emprestado, a amiga que te lembra que antes teu manequim era menor, ao desconhecido que por ti passa na rua, ao faminto, ao excludo. Dias de pressa, de cansao, de intolerncia, de impacincia. No natal no. Tudo ganha brilho, e perfume, e beleza, e importncia. Todos devem ser agraciados, socorridos, amparados, abraados, alimentados. E h msica, e risos, e fartura, e urgncia. Mas urgncia de fazer o bem, de alimentar, de vestir, de visitar, de prestigiar. E deve haver paz na Terra, e a todos os homens, agir com boa vontade. No natal a mgica acontece, e o direito a felicidade outorgado a todos os seres. Muitos se aplicam para que a felicidade reine. E ela reina. Nesse ponto voc me diria que mesmo no natal, ainda h dor e todas as demais mazelas. Sim, h. Mas te responderia, tambm, que no natal est guardada a chave para o cumprimento de dias felizes, segundo Nietzsche. No natal iniciamos o dia com o firme propsito de fazermos felizes, e sermos felizes. Deveramos fazer natal todos os dias. No natal est a cura para o mundo.

Um conto de Lia Amaral

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