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A SAGA DOS VLJ

As grandes turbulências econômicas sempre mexem com as categorias de entrada do mercado aviação de negócios. Nas primeiras duas décadas do século 21, já foram três rupturas: os atentados de 11 de setembro de 2001, a crise financeira de 2008 e a pandemia do novo coronavírus de 2020. Nesse período, diferentes fabricantes investiram milhões de dólares nos chamados Very Light Jets, ou apenas VLJ, modelos que prometiam ser o futuro da aviação geral. Passados 20 anos, o mundo mudou e as características desse segmento de mercado também.

Hoje, por conta da desarticulação da malha aérea da aviação comercial e dos novos padrões de segurança sanitária exigidos pela covid-19, muitos passageiros passaram a dar mais atenção às viagens privativas, realizadas por aviões e helicópteros pertencentes a táxis-aéreo e operadores de voos particulares. Nesse período de incertezas, além de modelos de transporte pessoal, em sua maioria monomotores e bimotores a pistão, mostraram resiliência à crise alguns modelos de monoturboélices e jatos leves, ainda que com diferenças em relação ao que se imaginava na virada do milênio.

FAMÍLIA TBM

Para se ter uma ideia, em setembro último, a Daher entregou o milésimo avião da série TBM, ingressando no seleto clube de fabricantes que ostentam esse desempenho de vendas. Se o número não chega a ser impressionante entre modelos mais leves – o recordista Cessna 172 se aproxima hoje dos 45 mil aviões entregues –, para um turbo-hélice pressurizado, mil unidades é algo extraordinário. Durante a gestação do programa, no final da década de 1980, poucos acreditavam na possibilidade de a família TBM superar a marca de mais de 600 unidades vendidas.

As entregas da série TBM ganharam impulso depois que o conglomerado francês Daher assumiu o programa, em 2010. O resultado coincidiu com uma mudança de paradigma de mercado. Na época, ficou claro para os operadores que a alardeada invasão do mercado por jatos leves com custo inferior a um milhão de dólares não se tornaria realidade.

O CONCEITO VLJ

No início dos anos 2000, em plena virada do milênio, o mundo ainda digeria os efeitos dos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos quando a Eclipse Aviation colocou no ar o EA500, pioneiro dos Very Light Jets (ou jatos muito leves, em tradução literal). A sigla não soava especialmente criativa, mas o conceito prometia ser a maior revolução na aviação de negócios desde o surgimento dos Learjet no início dos anos 1960.

O EA500 era um jato pequeno com dois motores e superior à dos turbo-hélices monomotores (como o TBM 700 e o Pilatus PC-12) e dos.

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