AERO Magazine

UM BALANÇO DE MERCADO

O mercado de aviação de negócios reagiu bem à maior crise sanitária de todos os tempos. Apesar das restrições impostas por diferentes protocolos ao redor do mundo, empresários, técnicos e executivos nunca deixaram de embarcar em aviões e helicópteros pessoais, corporativos ou operados por táxis-aéreos. Na América Latina, em geral, e no Brasil, em particular, não foi diferente. Ouvimos alguns dos principais executivos do transporte aéreo privativo, que traçaram um panorama do que representou a pandemia na região e projetam os próximos passos de um futuro de forte retomada.

Anderson Markiewicz

Diretor de Vendas e Aquisições de Aeronaves da Líder Aviação, representante da Honda Aircraft no Brasil

FROTA

Atualmente, são mais de 170 jatos HondaJet operados em todo o mundo. Na América Latina, temos 14 aeronaves entregues, cinco delas no Brasil.

PANDEMIA

No período pré-pandemia, encerramos o ano de 2019 com boas perspectivas para o setor. Muitos executivos estavam em busca de fazer o melhor investimento na compra de uma aeronave. Em 2020, notamos um fato curioso: embora a movimentação do mercado tenha se mantido alta – em relação ao cenário de antes da pandemia –, o fechamento efetivo das vendas foi, no primeiro momento, postergado pelos compradores, que permaneceram atentos aos desdobramentos econômicos da covid-19. No final de 2020, houve uma retomada com a maior alta de vendas de aeronaves em todo o mundo, mais notadamente no mês de dezembro de 2020, e a essa intensidade se mostrou contínua durante todo ano de 2021. No segmento de jatos leves, a Honda foi a empresa que mais entregou aeronaves, sistematicamente, nos últimos quatro anos.

FRETAMENTOS

Se nos basearmos nos fretamentos, que é um dos indicadores da movimentação executiva, em março de 2020, tivemos um aumento de 12% nas cotações de voos privados em comparação ao mesmo período em 2019. A procura veio de pessoas que precisavam cumprir agendas apertadas de trabalho e buscaram a aviação de negócios como alternativa aos voos comerciais. O objetivo era evitar a movimentação em aeroportos e conseguir chegar ou voltar dos compromissos sem correr riscos de atraso ou cancelamento de voos e sem se expor ao vírus. Com o aumento dos casos confirmados de covid-19 no país e a recomendação do distanciamento social dos principais órgãos competentes, sofremos queda no fretamento de voos privados. Já no final de 2020, houve a retomada

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