Fala, ADRIANA
Adriana Degreas sempre caminhou na contramão. Quando o mundo estava de olho nos nossos biquínis cortininha, ela remexeu o assunto com uma infusão de chiqueza vintage e materiais nobres para inventar a moda praia high end. Quando o mercado brasileiro estava se retraindo internamente, ela redobrou as apostas e mirou a exportação. Hoje, quando todo o mundo é personagem de si mesmo nas redes sociais, ainda se mantém como a mulher que prefere o cheiro das máquinas à selfie. Tem dado certo. A marca que leva seu nome completou 20 anos em 2021 e mantém o seu posicionamento como uma das criadoras mais relevantes do beachwear nacional. Uma história que começou quando Adriana assumiu a empresa pioneira do sogro, especializada no assunto e criada pouco depois dos primeiros biquínis no mundo. Agora, deixa de lado a fase “one woman show” e abre espaço para a nova geração: sua filha, Nicole Degreas, assumiu há poucos anos um papel importante na gestão da marca familiar — que, se depender da mãe, só tende a crescer. Assim como as coleções, que têm dividido espaço entre as peças de banho e um ready-to-wear crescente. Enquanto não retoma seus desfiles-show (“Estou enlouquecida para voltar, agora tenho que achar a passarela certa”), Adriana recebeu L’OFFICIEL, direto de Miami, para um raro — e muito franco — balanço de vida, criação, cópias e bananas.
VINTE ANOS
O meu caminho aconteceu organicamente. Sou formada em arquitetura e a minha família é toda acadêmica, caí de paraquedas no mundo: o biquíni é de 1946, a empresa fundada por ele é de 1950. Então é um movimento de gerações. Esse foi o segredo para sobreviver duas décadas como uma empresa sadia, o que não é fácil. Sempre houve uma estrutura boa por trás e a minha dedicação é full time na busca de manter a marca viva e inovadora. Hoje, nos considero um do brasileiro.
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