
Sabe por que é difícil de criticar completamente a história de Stranger of Paradise? É porque tudo que ela faz de estranho é obviamente intencional e, quando se olha por esse prisma, não dá para dizer que foi um erro. Existe a camada de história que funciona como um prequel de Final Fantasy I, outra que funciona como um remake de ação de FF1 e ainda outra que sabe que você sabe que ela está se segurando de propósito. Ela joga bobagens aqui e ali sem nexo algum na primeira metade e que acabam fazendo sentido no final, e ainda constrói detalhes sem medo de que só quem conhece um jogo de 35 anos atrás vai sacar.
O início do jogo ilustra bem como essas camadas convergem. Jack está andando pela cidade de Cornelia e simplesmente se depara com Jed e Ash. Eles se olham e percebem que têm um cristal escuro, e isso significa que eles precisam se unir para derrotar o Caos. Jack, Ash, Jed (e a garota Neon, que aparece um pouco depois) têm esses nomes simples porque no primeiro o espaço para nomes só comportava até quatro letras. Eles se unem sem nenhum tipo de história de fundo porque isso não – os quatro guerreiros da luz já começavam juntos em uma jornada para resgatar a princesa das garras do vilão Garland.