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Riesling seco, por favor

Alsácia quer exigir que seu Riesling seja (quase) sempre seco

A Association des Viticulteurs d’Alsace aprovou uma resolução que acaba – ou quase – com o Riesling que não seja seco na Alsácia. Segundo a regra, que foi votada em Colmar, todo Riesling que não seja de colheita tardia deve ser seco. Ou seja, deve conter no máximo 4 gramas de açúcar residual – aquele natural da uva – por litro de vinho.

Mas, com uma casta com alta acidez – caso da Riesling –, a matemática não é tão simples. Afinal, há esse outro elemento que se contrapõe ao dulçor e equilibra – ou não – o vinho. Assim a regra vai um pouco além:

Se o vinho tiver 7 gramas (ou mais) de acidez por litro – medida aqui em ácido tartárico – a concentração de açúcar pode chegar a 9 gramas por litro, o máximo permitido. Caso a concentração de acidez for de 6 gramas de ácido tartárico por litro de vinho, o açúcar residual pode ser de no máximo 8 gramas por litro e assim sucessivamente. Segundo os produtores, essa proporção entre açúcar e acidez trará ao degustador a sensação de um vinho seco.

A regra – que ainda precisa passar pelo aval da INAO, órgão francês responsável pelas denominações de origem no país – não agradou a todos. Muitos produtores fazem seus Rieslings meio-doce ou doce e agora não têm como classificá-los e terão que se adaptar. Para todas as outras uvas brancas da Alsácia – Pinot Gris, Pinot Blanc, Gewürztraminer e Sylvaner – a regra estipula a indicação dos termos seco (sec), meio seco (demi-sec), meio doce (moelleux) e doce (doux) para qualquer estilo de colheita e produção.

O valor do contato pessoal

O ambiente da ProWein depois de dois anos postergada

Depois de dois anos sem feira, a ProWein 2022 voltou em maio com 5.700 expositores de 62 países e público de 38.000 profissionais do vinho de 145 países. O ritmo da Covid na Alemanha levou a feira a ser prorrogada excepcionalmente para maio, com sol e anoitecer após as 20:30 horas, que contrastou muito com a neve e frio tão comum em outras edições.

A sensação andando pelos corredores mais amplos desta edição foi da presença de menos americanos e a quase total ausência de chineses, normalmente muito numerosos. Por outro lado, a presença de brasileiros bateu recorde com crescimento de 27% com relação a 2019. Eram proprietários e CEOs de importadoras com suas equipes, consultores, varejistas e alguns produtores brasileiros. O ritmo de reuniões era alucinante com muitos deles chegando pontualmente as 9 horas da manhã para a primeira reunião, e seguindo até as 18:30 sem pausa para almoço, apenas para sair e ir a um dos muitos jantares com produtores que permeavam Dusseldorf. Eram reuniões com produtores que já estão em portfólios, negociação final com novos produtores e, se desse tempo, explorar novidades.

Para estes visitantes, a feira representa a possibilidade de fazer uma dezena de viagens pelo mundo em apenas três dias. Diferente nesse ano foi despedir-se de muitos produtores não com votos de até 2023, mas de até setembro na ProWine São Paulo.

Penfolds chinesa

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Com uma queda de 26% nas exportações de vinho, em grande parte devido às tarifas chinesas, as vinícolas australianas buscam alternativas para escoar os seus produtos. E a Treasury Wine Estates,

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