Adega

Simplesmente Philippe

CONVERSAR COM PHILIPPE Pacalet, por mais brevemente que possa ser, talvez seja como, na antiguidade, ter a oportunidade de ouvir um filósofo ateniense, pois o que se aprende em poucas frases é algo verdadeiramente transformador. Ele não é um filósofo e tampouco pretende ser um, mas sua longa vivência produzindo na Borgonha ao lado de alguns dos maiores nomes da enologia local faz com que sua visão e seus conceitos às vezes pareçam extremamente simples, mas no fundo encerram ideias muito amplas. E talvez esteja aí todo o segredo, já que seu objetivo, como ele mesmo diz, é fazer o melhor vinho de um lugar, mostrar a essência sem distorcê-la. Para Pacalet, o vinho é o grande veículo que nos leva a uma compreensão maior do todo.

ADEGA já teve a oportunidade de estar com ele em algumas ocasiões, inclusive em sua vinícola na Borgonha (em que ele recebe pouquíssimo convidados), e aproveitou sua passagem pelo Brasil recentemente para, de novo, tentar absorver um pouco mais de sua sabedoria. Na companhia de Mônica, brasileira com quem é casado, Pacalet divagou longamente sobre os mais diversos assuntos e, como sempre, deu uma aula.

Antes de começar essa entrevista, vale a pena relembrar alguns aspectos de sua vida profissional. Sempre ligado à viticultura, ele foi extremamente influenciado pelo tio, o lendário Marcel Lapierre, um dos maiores defensores dos vinhos naturais e técnicas orgânicas e biodinâmicas, que revolucionou a produção em Beaujolais. Depois de se formar em enologia no começo dos anos 1990, Pacalet ingressou no Domaine Prieuré Roch, onde ficou até

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