AO SE FALAR DO DOURO vinhateiro, as primeiras referências que surgem são as do Vinho do Porto. Remonta-se então ao século XVII quando surgiu a primeira designação desses vinhos e posteriormente aos acordos com os ingleses que garantiram exclusividade dos tecidos britânicos em solo português e, com isso, o fluxo de Vinho do Porto para o Inglaterra. Em 10 de setembro de 1756, quando o Marquês de Pombal institui a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, criou-se uma das primeiras regiões demarcadas de vinho do mundo.
Na época, diante da crise de preços, buscavase assegurar a qualidade do produto, evitando adulterações, equilibrar a produção e o comércio e estabilizar os valores pagos pelos vinhos. Definiu-se então a “demarcação das serras” e a região produtora foi limitada por 335 marcos de pedra com a designação de Feitoria – que referendava o vinho de melhor qualidade, único que podia ser exportado para a Inglaterra.
O tempo passou e essa relação entre Douro e Vinho do Porto seguiu tão estreita que, para muitos, era difícil conceber que a região produzia algo mais do que os seus famosos fortificados. Durante muitos anos, a elaboração de vinhos tranquilos acabou sendo escanteada. Foi somente em meados do século XX que a história desses rótulos passou a mudar.
Alguns produtores decidiram elaborar vinhos tranquilos de alto padrão nos anos 1950. Um dos primeiros a surgir e inspirar novas aventuras nesse sentido foi mítico Barca Velha, um tinto criado na safra de 1952 pelo lendário enólogo Fernando Nicolau de Almeida – nas terras do Meão de propriedade da Casa Ferreirinha, uma das mais tradicionais casas de Vinho do Porto. Com a fama do Barca Velha, aos poucos, novos rótulos foram aparecendo e, além disso, uma legião de jovens enólogos – como os Douro Boys, grupo formado por nomes consagrados como João Ferreira Álvares Ribeiro e Francisco Ferreira da Quinta do Vallado, Cristiano Van Zeller, da Van Zellers, Francisco