O Brasil, quinto país do mundo em extensão territorial, passou a ocupar seu interior, de forma definitiva, apenas no princípio do século 20, e a aviação se mostrou um instrumento in dispensável para tal conquista. Contudo, os desafios para a implementação da atividade aérea nos rincões sertanejos do país se mostrariam tão de safiadores e complexos quanto aqueles para firmar a popula ção naquelas paragens.
Assim, no decorrer do século, a Revolução de 1930, o Correio Aéreo Militar e a consolidação da “Marcha para o Oeste” se valeram da aviação como principal instrumento de execução. Nesse período, aviadores como Casimiro Montenegro e Nelson Freire Lavenère-Wanderley, entre tantos outros, perpetuaram verdadeiras façanhas. Uma delas foi realizada por Lysias Augusto Rodrigues, que protagonizou uma grande epopeia entre agosto e outubro de 1931, quando saiu do Rio de Janeiro (RJ) e voo até Belém (PA), semeando no caminho dezenas de pontos que seriam futuros aeródromos, muitos dos quais ainda seguem operacionais.
No fim, seja por ceticismo de muitos particulares em relação à praticidade e à segurança da aviação e, às vezes, até por contraposição à instituição de um novo governo, o estabelecimento de aeródromos e aeroportos pelo território nacional aconteceu graças à intervenção estatal, que levou a questão mais para o lado da “segurança nacional” do que por uma motivação comercial.
SEGUNDA GUERRA, FAB E DAC
A aviação da década de 1930 seguiu a tendência de favorecer o uso de hidroaviões, seja pela praticidade e pela necessidade de uso de uma infraestrutura reduzida para operar, seja para atender à demanda dos prin cipais centros urbanos, que, no Brasil, concentravam-se principalmente no litoral, com exceção de algumas localida des no interior, que fossem servidas de rios e lagos, como foi o caso, a partir de 1933, das rotas da Panair do Brasil. A empresa começou a expandir suas linhas na Região Norte, ligando Belém a Manaus, com escalas em Cametá, Currali nho,).
