Menos camadas, menos cremes, menos açúcar. Foi fazendo os doces que queria comer que Marilia Zylbersztajn ajudou a criar um movimento pela verdadeira confeitaria. Tal qual acontece na cozinha dos salgados, Marilia sentia a necessidade de ter receitas nas quais o sabor dos ingredientes – cuidadosamente selecionados – falasse mais alto.
“Há dez anos, havia dois extremos na confeitaria fora dos restaurantes: os preparos que eram muito doces e os que seriam simplesmente funcionais ou fitness”, afirma ela, que teria ouvido que sua cozinha não atrairia público e, rapidamente, fecharia. Passada uma década, ela sabe que seu trabalho ainda é o de formiguinha, inserido em um nicho paulistano, mas que vem crescendo a cada dia.
De ascendência judaica polonesa, Marilia não teve avós de forno e fogão ou mantém memórias que envolvam cheiro de bolo. Também não começou supernova a cozinhar. “Na adolescência, eu fazia doces simples nas tardes de tédio, mas era só”, diz. A verdade é que ela se apaixonou primeiro pela filosofia da alimentação, antes de pensar em gastronomia como profissão.
Quando ainda era estudante de psicologia, ela conheceu os livros de Michael Pollan (escritor e jornalista