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A Linha Recta do Corvo
De Manuel Alves
Ações de livro
Comece a ler- Editora:
- Manuel Alves
- Lançado em:
- Nov 17, 2012
- ISBN:
- 9781301562879
- Formato:
- Livro
Descrição
Lince teria uma vida relativamente despreocupada se não fosse a pequena questão de ser perseguido por assassinos, e tudo só porque chateou certas pessoas por ter testemunhado algo que não devia. Felizmente, os corvos avisavam Lince sempre que um assassino se aproximava. Infelizmente, os corvos não o ajudavam a escapar. Uma boa maneira de matar um assassino é tornar-se um assassino melhor. Pelo menos, foi o que Lince pensou.
Ações de livro
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A Linha Recta do Corvo
De Manuel Alves
Descrição
Lince teria uma vida relativamente despreocupada se não fosse a pequena questão de ser perseguido por assassinos, e tudo só porque chateou certas pessoas por ter testemunhado algo que não devia. Felizmente, os corvos avisavam Lince sempre que um assassino se aproximava. Infelizmente, os corvos não o ajudavam a escapar. Uma boa maneira de matar um assassino é tornar-se um assassino melhor. Pelo menos, foi o que Lince pensou.
- Editora:
- Manuel Alves
- Lançado em:
- Nov 17, 2012
- ISBN:
- 9781301562879
- Formato:
- Livro
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A Linha Recta do Corvo - Manuel Alves
faca
Lince estava morto e sabia-o. Só faltava que alguém viesse matá-lo. E alguém viria. Matou o primeiro, o segundo, o terceiro, o quarto, até ao décimo segundo. Uma dúzia de assassinos mortos não chegou para convencer as pessoas que o queriam morto a deixá-lo viver. Dozes homens, uns piores do que os outros, mas todos piores do que a maioria. Ao contrário deles, Lince tinha bom coração, era bom tipo. Só que era dado ao azar recorrente de chatear pessoas que não devem ser chateadas nem pelo Diabo. Matou-os todos de maneira diferente, e ainda bem, porque achava que não se podia enganar a morte duas vezes da mesma maneira. Era a sua única superstição. Não considerava superstição o facto de achar que os corvos o avisavam sempre que um assassino se aproximava. Mas isso era porque negava a existência dos corvos. Pelo menos, a existência que as pessoas lhes reconheciam. Para Lince, os corvos não eram pássaros, eram pactos com o demónio que corriam mal. Mas Lince não era um tipo supersticioso, isso era para idiotas com merda na cabeça. As coisas aconteciam porque aconteciam e não havia mistério aí. Excepto na questão dos corvos.
Limpou o suor da testa com o antebraço e cavou mais uma pazada de terra para fora da cova. Endireitou as costas e bebeu um gole da água que já tinha aquecido ao sol dentro do cantil. Deitou um fio de água nos arranhões ensanguentados que lhe raspavam o antebraço direito do cotovelo até ao pulso. Fez a mesma coisa com o joelho esmurrado que deixara uma nódoa vermelha à volta do buraco nas calças. Despejou a maior parte da água pela cabeça abaixo. Passou a mão pelo cabelo curto e limpou os olhos com os dedos. O corvo de asas abertas tatuado nas costas luzia de suor e água. O cadáver estendido em frente à cova deu-lhe vontade de bocejar o pó da boca. Cuspiu uma mixórdia cor de barro, como se tivesse passado o dia a mascar tabaco. Moía-lhe o juízo como é que um gordo daqueles sobrevivera até ali numa ocupação tão dada a hipertensões como devia ser isso de andar pelo mundo a matar pessoas. E agora tinha de abrir uma porra duma cova mais larga e funda do que as onze anteriores. O gordo bem que podia ter sido o nono ou o décimo, que assim já teria
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O que as pessoas acham de A Linha Recta do Corvo
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