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Além do limite - Romantic Time 3
Além do limite - Romantic Time 3
Além do limite - Romantic Time 3
Ebook175 pages2 hours

Além do limite - Romantic Time 3

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About this ebook

Quando Clark recuperou a liberdade tudo que ele mais queria era mantê-la. Porém a doce Felicity o leva à loucura e por ela Clark é capaz de transgredir os limites e arriscar-se.

LanguagePortuguês
PublisherCandice Press
Release dateJul 27, 2014
ISBN9781501437366
Além do limite - Romantic Time 3

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    Além do limite - Romantic Time 3 - Yvonne Blum

    Quando Clark recuperou a liberdade tudo que ele mais queria era mantê-la. Porém a doce Felicity o leva à loucura e por ela Clark é capaz de transgredir os limites e arriscar-se.

    Freedon

    Copyright © 2011 Yvonne Blum

    Tradução: Augusta Legat

    Todos os direitos reservados. Exceto para uso em qualquer análise, a reprodução ou utilização deste trabalho, no todo ou em parte, em qualquer forma ou por quaisquer meios eletrônicos, mecânicos ou outros, atualmente conhecido ou futuramente inventado, incluindo xerografia, fotocópia e gravação, ou qualquer armazenamento de informação ou sistema de recuperação, é proibido sem a permissão escrita do autor.

    Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são produto da imaginação do autor ou são usados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, estabelecimentos comerciais, acontecimentos ou locais é mera coincidência.

    Publisher: Candice Press

    Capa: Sunshine Design

    CAPÍTULO I

    Felicity percebeu que o homem na sala de recepção estava se sentindo pouco à vontade. Os maxilares contraídos e a expressão sombria nos olhos cinza denotavam tensão, cautela. Por que será?, ela indagou-se, curiosa.

    O sujeito fizera a barba recentemente. Trajava uma camisa branca, limpa, e um jeans novo. O fato de trazer consigo apenas uma mochila de náilon não tinha nada de estranho; muitas das pessoas que se hospedavam na pousada de Felicity viajavam com pouca bagagem. E não foi só a beleza rústica do recém-chegado que chamou a atenção dela, tampouco. O problema era outro, algo de perturbador e de... indefinível.

    O homem perguntou se havia um quarto disponível.

    — Sim, há. — respondeu Felicity após um momento de hesitação, surpreendendo a si mesma.

    Embora estivesse precisando de dinheiro, por que não mandava o sujeito embora, já que ele a deixava apreensiva?

    Parado ali na elegante sala decorada com antigos móveis de cerejeira, o recém-chegado parecia deslocado, inquieto. E não tirava os olhos de cima da proprietária da pousada.

    Fingindo um sorriso descontraído, Felicity indicou o volume encadernado em couro sobre a escrivaninha à sua frente.

    — Poderia assinar o livro de hóspedes, por favor?

    O homem escreveu Clark Fielding numa letra apressada, mas legível, e no espaço reservado ao endereço residencial colocou apenas Boston. Felicity decidiu não pressioná-lo por mais detalhes.

    — O seu quarto fica no andar de cima, Sr. Fielding. Aqui está a chave, com o número.

    Foi apenas imaginação dela, ou o recém-chegado fez mesmo questão de evitar tocá-la ao aceitar a chave?

    — O banheiro é do outro lado do corredor. — acrescentou a dona da pousada.

    Clark Fielding aquiesceu e dirigiu-se para a escada.

    Felicity acompanhou com o olhar os passos do novo hóspede. Notou, meio sem querer, que ele tinha quadris estreitos, e nem mesmo a sua boa educação impediu-a de apreciar o mais belo traseiro masculino que vira nos últimos tempos.

    — A que horas é o café da manhã? — perguntou Clark Fielding, virando-se de repente.

    De algum modo, o homem percebera que estava sendo observado.

    — Às oito. — respondeu a jovem dona da pousada, ficando vermelha.

    Clark Fielding aquiesceu novamente e desapareceu escada acima.

    O rubor sumiu aos poucos do rosto de Felicity. Ficar rubra de vergonha era o único mau hábito que a avó não conseguira fazê-la perder. A proprietária da pousada fora criada por sua avó Simmons, uma senhora muito distinta, após a morte de seus pais num acidente de barco no litoral de Cape Cod. Vovó, era assim que Felicity costumava chamá-la, carinhosamente - sempre acreditara nos benefícios de uma boa educação proporcionada por boas escolas, assim como acreditava na boa influência das pessoas mais adequadas. E uma vez que a idosa senhora possuía bastante dinheiro e amigos importantes, pudera dar à neta tudo o que considerava existir de melhor. Sob esse ponto de vista, Felicity podia considerar-se uma garota de sorte, de muita sorte. Estudara numa excelente escola particular, tivera uma deslumbrante festa de debutante e sempre freqüentara bons círculos sociais.

    Vovó teria gostado que a neta se casasse com Stewart Noyles no dia seguinte ao da sua formatura, mas a essa altura Felicity já havia pensado em outros planos para si mesma. Não apenas não estava apaixonada por Stewart, como pretendia conquistar por conta própria seu espaço no mundo.

    E para conquistar esse espaço sozinha, trabalhara num escritório até economizar dinheiro suficiente para realizar o velho sonho de mudar-se para a casa que herdara dos pais, em Cape Cod.

    Um distante ancestral dos Simmons construíra a mansão nas cercanias de uma das pequenas cidades da região, com a firme convicção de que uma aldeia cresceria ao redor de sua propriedade. Tal convicção era típica do sentimento de superioridade inerente à família, costumava pensar Felicity com um sorriso mordaz. Os Simmons pareciam acreditar que bastava indicarem o caminho para que o resto do mundo os seguisse. E agora, contrariando as previsões do velho patriarca, o casarão em estilo vitoriano, pintado de branco, permanecia isolado à margem da estrada, tendo como pano de fundo dunas de areia branca. Além das dunas, e visível da mansão, encontrava-se o Oceano Atlântico com suas águas ora azuis, ora cinzentas.

    Uma pequena torre erguia-se numa das laterais da mansão. Estreitas janelas de vidro chumbado encimavam as janelas largas das salas de estar e de jantar. A imponente escada no vestíbulo de entrada era de mogno polido.

    Felicity amava o antigo casarão, e descobrira o modo perfeito de poder viver nele e ainda ganhar dinheiro para o próprio sustento: transformá-lo numa pousada. A avó desaprovara a idéia, claro.

    — Você, dona de uma pousada? — argumentara a idosa senhora, torcendo o nariz — Não creio que este seja um bom projeto, minha querida. Oh, a propósito, encontrei-me outro dia com a mãe de Stewart. Ela me disse que o filho está de volta à cidade, e pensou em convidar você para um chá e...

    — Não mude de assunto, vovó. — interrompera-a Felicity, dando-lhe um beijo na face enrugada — O meu projeto é excelente, e pretendo levá-lo a cabo.

    — Você é teimosa como seu pai, menina.

    E como a senhora, pensara Felicity.

    — Ser proprietária de uma pousada não é uma ocupação segura, minha querida. Nunca se sabe que tipo de gentalha pode aparecer à porta querendo hospedagem.

    — Se os candidatos a hóspedes não tiverem uma aparência aceitável, posso dizer-lhes que não há quartos vagos, vovó.

    — Teimosa! — repetira a Sra. Simmons num tom que mostrava todo o seu desagrado diante da atitude da neta.

    Felicity não discutira com a avó, limitando-se a levar seus planos adiante. Como poderia explicar que em Cape Cod sentia uma paz jamais experimentada em qualquer outro lugar? Pareceria ridículo para uma jovem de vinte e seis anos mostrar-se apegada às recordações de uma época que mal conseguia lembrar direito. O cheiro de sal no ar e o rangido do terceiro degrau da escada de mogno polido levavam-na de volta ao tempo em que pudera contar com a presença viva e amorosa de seus pais; ao tempo em que pudera se sentir totalmente segura.

    Até hoje, nunca tivera problema algum com seus hóspedes. Mas o homem que deixara a sala de recepção havia poucos minutos era a única pessoa hospedada na pousada esta noite. Incomodava-a ficar sozinha no casarão com ele?

    Não. Mas Felicity tinha a impressão de que deveria ficar incomodada.

    Clark Fielding permaneceu por um longo momento parado junto à porta, observando o quarto que a proprietária da pousada lhe designara. Cortinas azuis combinavam com a colcha que cobria a cama de latão polido. O papel de parede, bege com minúsculas florzinhas num tom um pouco mais escuro, era agradável à vista. Um grosso tapete cobria parte do assoalho de madeira; Clark abaixou-se para tocá-lo.

    Sabia que a jovem mulher no andar de baixo ficara meio tensa com a sua chegada. Sorriu ao imaginar o que ela pensaria agora, se pudesse vê-lo acariciando com as pontas dos dedos os pelos macios do tapete. Pondo-se de pé, aproximou-se da janela aberta e apoiou as mãos no parapeito largo. Era a primeira vez em três anos que olhava através de uma janela sem barras metálicas de proteção.

    O terreno nos fundos da mansão descia em direção às dunas de areia, e logo em seguida o mar estendia-se até o horizonte. Uma bela paisagem... Bem diferente do sombrio pátio de exercícios da penitenciária.

    A praia vazia parecia atraí-lo feito um ímã. Sentindo-se como se tivesse levado um soco na boca do estômago, Clark Fielding se deu conta de que estava finalmente livre, livre para sair sem ter que pedir permissão a alguém e sem a escolta de um guarda. Ao deixar o quarto, ficou olhando por alguns segundos para a maçaneta de porcelana da porta. Tão diferente da tranca elétrica de sua cela...

    Clark Fielding terminava de descer a escada quando avistou a jovem proprietária da pousada.

    — Vai dar uma volta? — perguntou Felicity.

    Clark assentiu. Embora a moça não fosse alta, tinha um porte altivo, uma postura orgulhosa. Tudo nela indicava riqueza, dinheiro. Até o nariz era aristocraticamente reto, delicado. De qualquer modo, Clark Fielding foi obrigado a admitir que a jovem era bonita, com sua pele clara e os cabelos cor de mel presos num coque elegante; os olhos eram de um azul puro, profundo. Havia muito tempo Clark não se via tão perto de uma mulher, e tal proximidade o fez sentir um calor esquisito no corpo.

    — Bom passeio. — disse Felicity, com vivacidade.

    Fielding assentiu mais uma vez.

    A dona da pousada afastou-se sorrindo, mas por dentro ficou irritada com o silêncio rude de seu hóspede. De que adiantava tentar ser amigável, se não obtinha resposta?

    Só depois de conseguir o emprego no escritório é que Felicity começara a aprender a ser mais sociável e descontraída com estranhos. Vovó a ensinara a falar em tom baixo e controlado e a manter sempre uma dignidade fria. E todas as moças da escola que freqüentara também agiam do mesmo jeito. Desse modo, foi um choque para ela quando alguém a chamara de esnobe no trabalho.

    Magoada, fizera um sincero esforço para modificar seu jeito de ser. Passara a observar com atenção as garotas que conversavam, riam e se divertiam com todo mundo, tentando imitá-las. Todavia, nunca conseguira superar por completo sua natureza reservada, nunca fora capaz de dominar a arte da descontração total.

    Bem, podia até continuar sendo meio esnobe, mas pelo menos jamais era mal-educada com ninguém, o que já servia como consolo. Pena que o mesmo não pudesse ser dito sobre Clark Fielding o hóspede mais mal-educado que já recebera até o presente momento.

    Ainda irritada, tomou o rumo da cozinha. Ao entrar no aposento, foi recepcionada pelo som de água pingando na pia. Na mesma hora deixou de lado qualquer pensamento sobre seu novo hóspede.

    Outra vez, droga! Não podia ser! O encanador já fora chamado duas vezes na semana passada. E Felicity não dispunha de dinheiro para chamá-lo de novo. A triste verdade era que a pousada não estava dando tanto lucro quanto o esperado. Durante a estação turística o local permanecera com todos os quartos ocupados, mas agora. Era final de outono, e os hóspedes rareavam nessa época.

    É claro que um membro da família Simmons jamais morreria de fome ou passaria necessidade. Mas Felicity não era rica. Seus pais haviam levado uma vida de luxo muito além de suas possibilidades, e tinham morrido em débito com muita gente. Embora tivesse gasto apenas uma pequena parte de sua considerável fortuna para saldar todas as dívidas deixadas, vovó Simmons ficara ressentida com o estilo de vida caro do filho, fazendo questão de dizer à neta que não a apoiaria, caso repetisse o mesmo erro do pai. E, óbvio, a idosa senhora recusava-se a contribuir com um único centavo para conservar a pousada aberta.

    Orgulho e determinação haviam mantido a disposição de Felicity para seguir em frente com o seu projeto. Em um nível de consciência mais profundo, ela sentia-se impelida por uma forte necessidade de permanecer no local onde conhecera o período de maior segurança de toda a sua vida. No momento, porém, não sabia mais até quando teria condições de manter a situação.

    Deixando a torneira gotejante de lado, a jovem proprietária da pousada vestiu uma grossa malha de lã e atravessou o pátio ajardinado em direção à estrada. Conseguiu acalmar-se um pouco observando o velho carvalho que crescia em

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