A amante do francês
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About this ebook
Durante os seus vinte e cinco anos de vida, Charlotte Hudson aprendera muito bem a ser uma pessoa séria e profissional. Porém, de repente viu-se imersa na filmagem de uma longa-metragem de Hollywood, encurralada numa milenária mansão da Provença com Alec Montcalm, um playboy francês de duvidosa reputação.
Enquanto os seus parentes da Hudson Pictures filmavam em Château Montcalm, um verdadeiro romance tinha lugar debaixo de lençóis de seda e atrás de legendárias portas de madeira.
BARBARA DUNLOP
New York Times and USA Today bestselling author Barbara Dunlop has written more than fifty novels for Harlequin Books, including the acclaimed WHISKEY BAY BRIDES series for Harlequin Desire. Her sexy, light-hearted stories regularly hit bestsellers lists. Barbara is a four time finalist for the Romance Writers of America's RITA award.
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Book preview
A amante do francês - BARBARA DUNLOP
Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2009 Harlequin Books S.A. Todos os direitos reservados.
A AMANTE DO FRANCÊS, N.º 21 - Março 2013
Título original: Transformed into the Frenchman’s Mistress
Publicado originalmente por Silhouette® Books.
Publicado em português em 2013
Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.
Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.
® ™. Harlequin, logotipo Harlequin e Desejo são marcas registadas por Harlequin Books S.A.
® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
I.S.B.N.: 978-84-687-2576-5
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño
www.mtcolor.es
Capítulo Um
Sem fôlego e ligeiramente aturdida por culpa do jet lag, Charlotte Hudson estava por fim em França. Um telefonema do seu irmão Jack tinha-a obrigado a interromper a viagem que fazia em companhia do seu avô, o embaixador Edmond Cassettes.
A comitiva diplomática estava de visita a Nova Orleães e, tanto o governador como vários senadores, passando por todos os presidentes da câmara de Louisiana com vontade de fazer negócio em Monte Allegro, se desfaziam em atenções para com eles.
Mas Charlotte tinha tido de apanhar um avião rumo a Provença e ali estava, a ponto de chegar à mansão da família Montcalm com um favor que pedir. Raine, a sua amiga da universidade, ia levar uma grande surpresa, mas ela contava com a sua vontade de ajudar para conseguir o favor.
Era a primeira vez que o seu irmão, ou qualquer outro membro da parte Hudson da família, a incluía no negócio cinematográfico da Hudson Pictures. E ela queria impressioná-los a todo o custo.
Os seus avós tinham-na criado na Europa, enquanto Jack tinha crescido no outro lado do oceano, em Hollywood, e mesmo tendo tido alguma ocasião de conhecer os membros da célebre dinastia do celuloide, eles tinham sempre demonstrado ser uma estirpe seleta e unida, um clube fechado e hermético no qual uma forasteira como ela não tinha nada a fazer.
Mas a matriarca do clã, Lillian Hudson, estava muito doente, e tinha feito questão de levar a sua bela história de amor ao grande ecrã; um projeto que entusiasmara muito todos os membros da família.
A mansão Montcalm tinha sido o lugar eleito para a filmagem.
Charlotte respirou fundo, alisou a roupa e dirigiu-se para a porta principal da majestosa casa de pedra de três pisos. As enormes portas de nogueira intimidavam de tão imponentes.
Aquela mansão era de outra época. Um feroz senhor da guerra tinha-a tomado durante a batalha e desde então tinha pertencido à família Montcalm, que já a ocupava há mais de doze gerações.
Charlotte encheu-se de coragem e tocou à campainha. Um elegante mordomo abriu a porta de par em par e olhou-a com um gesto impassível, formal e cortês.
– Bonjour, madame.
– Bonjour. Gostaria de ver Raine Montcalm, por favor.
O homem deteve-se um instante para observá-la melhor.
– Ela está à sua espera?
Charlotte negou com a cabeça.
– Sou Charlotte Hudson. A Raine e eu somos amigas. Estudámos juntas em Oxford.
– A menina Montcalm não a pode atender agora.
– Mas...
– Peço-lhe desculpa.
– Poderia dizer-lhe que estou aqui pelo menos?
– A menina não se encontra em casa neste momento.
Charlotte começou a suspeitar que tentava desfazer-se dela deliberadamente.
– Não está mesmo aqui?
O serviçal guardou silêncio, mas a expressão do seu rosto tornou-se ainda mais formal e áspera.
– Agradecer-lhe-ia que lhe dissesse que... – começou a dizer Charlotte.
– Algum problema, Henri? – inquiriu uma voz masculina e grave que a Charlotte lhe resultava perigosamente familiar.
– Non, monsieur.
Charlotte retrocedeu sobre os próprios passos ao mesmo tempo que um homem charmoso e aristocrático aparecia na ombreira da porta, deslocando o mordomo.
Supunha-se que o irmão de Raine estava em Londres. Ela mesma tinha visto as fotos publicadas nos tabloides do dia anterior e, em todas elas, Alec Montcalm parecia divertir-se enquanto dançava num exclusivo local de moda da cidade.
– Receio que a Raine tenha tido de sair por... – de repente deteve-se e um sorriso feroz desenhou-se nos seus lábios. – Charlotte Hudson.
Ela guardou silêncio.
– Obrigado, Henri – respondeu ele, sem deixar de a olhar.
Quando o mordomo se retirou, Alec recostou-se contra a ombreira da porta num gesto indolente.
– Parece-me que nunca nos apresentaram formalmente – disse ela, estendendo a mão com um sorriso fugaz.
Pelo menos isso não era mentira. Tinham-se visto só uma vez, mas aquele encontro não tivera nada de formal.
Charlotte tinha de fingir que tinha esquecido tudo. Não podia fazer outra coisa.
– Oh, mas acho que nos apresentaram, menina Hudson – a sua mão ardente e firme fechou-se sobre a dela.
Um arrepio percorreu as costas de Charlotte.
– Foi há três anos – acrescentou ele, inclinando a cabeça com um gesto desafiante e olhando-a com intensidade.
Charlotte guardou a compostura e levantou uma sobrancelha, como se não se lembrasse.
– No Ottobrate Ballo, em Roma – disse ele, prosseguindo. – Pedi-lhe que dançasse comigo.
Na realidade tinha feito algo mais que pedir que dançasse com ele. Aquele homem tinha estado a ponto de arruinar toda a sua carreira em cinco minutos.
Roma tinha sido um dos primeiros destinos que lhe tinham sido atribuídos como assistente executiva do seu avô. Conseguir esse lugar fora um grande passo para ela e passara toda a noite num estado de nervos, ansiosa por fazer bem.
O sorriso de Alec cresceu ao ver a expressão do seu rosto.
– Eu lembro-me muito bem – afirmou.
– Eu não... – disse Charlotte, sem terminar a frase.
– Claro que sim – disse ele, sabendo que tinha razão. – E gostaste.
Charlotte não podia negar a realidade. Alec tinha razão.
– Mas então chegou o embaixador Cassettes – acrescentou ele.
Por sorte, o seu avô tinha chegado no momento exato.
– Charlotte?
Ela fingiu ter-se lembrado nesse preciso momento.
– Tentou dar-me a chave do seu quarto – disse-lhe com a testa franzida e o gesto sério.
– E tu aceitaste-a.
– Não sabia o que era.
Então só tinha vinte e dois anos. Era só uma novata no mundo da diplomacia, uma presa fácil para um tipo como Alec Montcalm.
Ele desatou a rir e Charlotte fulminou-o com o olhar.
– Nessa noite estavas linda – disse ele, olhando-a de alto a baixo.
Charlotte não pôde ocultar quão insultada se sentia.
– Tinha vinte e dois anos.
Ele encolheu os ombros.
– Não tinhas por que ter aceitado a chave.
– Estava confusa.
Na realidade tinha levado alguns segundos a perceber que o cartão que lhe tinha entregado era a chave do quarto.
– Acho que te sentiste tentada.
A prudência dizia-lhe que guardasse silêncio, mas os seus sentimentos instavam-na a fazer o contrário.
– Tinha-o conhecido dois minutos antes.
Outras mulheres poderiam ter-se sentido tentadas por um aristocrata elegante e sedutor a quem o dinheiro saía pelas orelhas, mas ela nunca tinha estado interessada em manter uma aventura.
– Eu estava há bem mais de dois minutos a observar-te.
Aproximou-se um pouco mais.
– Eras atraente, parecias inteligente e interessante e, além do mais, pelo modo como fazias rir todos aqueles homens, soube que tinhas sentido de humor.
– E a si pareceu-lhe divertido dar-me a chave do seu quarto?
Aqueles olhos de cor mel que a atravessavam de um lado ao outro tornaram-se da cor do chocolate.
– Naturalmente. A dança estava quase a chegar ao fim. Queria conhecer-te melhor.
Charlotte ficou estupefacta. Por muito jovem e inocente que fosse, jamais teria desprestigiado o seu avô nem a embaixada desaparecendo com um desconhecido naquele dia. E muito menos tratando-se de Alec Montcalm, o solteiro com pior reputação de toda a França.
– Nem sequer lhe passou pela cabeça convidar-me para um café?
– Não sou um homem paciente... – fez uma pausa.
Charlotte teve tempo de reparar no franzido desafiante dos seus lábios, e também no gesto implacável do seu aristocrático maxilar.
– Às vezes o método mais direto é o mais efetivo.
– Está a insinuar que a história da chave costuma funcionar? – perguntou Charlotte, sabendo que na realidade não se devia surpreender tanto.
Charlotte sabia que havia milhares de mulheres dispostas a tudo para se enfiarem na cama de Alec Montcalm, mas ela não era uma delas. E nunca seria.
O sorriso avesso de Alec confirmou as suas piores suspeitas. No entanto, num par de segundos pareceu cansar-se de todo o jogo. Pôs-se reto e a sua expressão tornou-se mais formal e protocolar.
– Na ausência da minha irmã, que posso fazer por si, menina Hudson?
Charlotte recordou em seguida o motivo da sua visita.
– Quando regressa a Raine? – perguntou-lhe.
Tinha cometido um grande erro ao discutir com ele. Estava claro que não podia voltar a deixar-se levar pelas suas emoções diante de um tipo como ele.
– Na terça-feira de manhã. Teve de assistir a uma sessão de fotos em Malta para a Intérêt.
Charlotte sabia que essa era a revista de moda da corporação Montcalm e Raine era a editora chefe.
Mas na terça-feira era demasiado tarde. Jack precisava de saber nesse fim de semana se podia mandar o encarregado de localizações de filmagem a Château Montcalm. A preparação dos cenários devia começar no final do verão, e já iam com atraso.
Charlotte pensou que podia voar para Malta para falar com Raine, mas também sabia que a revista não estaria disposta a prescindir da sua editora chefe a não ser que tivesse um problema. Além do mais, também não queria incomodar a sua amiga num momento de agitação.
E isso só lhe deixava uma alternativa chamada Alec Montcalm.
Albergava a esperança de não ter de lho pedir diretamente, mas não estava em posição de escolher.
– Gostaria de comentar algo – disse-lhe, respirando profundamente.
Os olhos de Alec brilharam repentinamente e nos seus lábios desenhou-se um sorriso cínico.
– Entra – disse-lhe, convidando-a para entrar com um gesto.
Ela titubeou um momento e então entrou no hall.
– Esta noite vamos desfrutar de um jantar informal – disse-lhe. – La pissaladière. E trarei uma garrafa de Montcalm Maison Inouï de 1996 da adega.
– Não se trata desse tipo