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Segredos da alta sociedade
Segredos da alta sociedade
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Segredos da alta sociedade

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About this ebook

Quem era o pai daquele bebé?

Max Rolland, um milionário de Manhattan, fugia das relações… até que Julia Prentice, uma aventura de uma noite, ficou grávida. Julia, uma jovem de sangue azul, era um cordeirinho de dia, mas convertia-se numa leoa na cama.
Quando surgiu inesperadamente à porta de Max, este soube que o bebé não podia ser seu, mas de qualquer forma propôs-lhe casamento. Por um ano. Ele conseguiria o herdeiro que pretendia e uma companheira de cama muito sexy. Mas antes que a tinta do acordo pré-nupcial se secasse, Max começou a questionar-se se não quereria algo mais de Julia além daquele contrato tão frio.
LanguagePortuguês
Release dateJan 1, 2012
ISBN9788490106372
Segredos da alta sociedade
Author

Maureen Child

Maureen Child is the author of more than 130 romance novels and novellas that routinely appear on bestseller lists and have won numerous awards, including the National Reader's Choice Award. A seven-time nominee for the prestigous RITA award from Romance Writers of America, one of her books was made into a CBS-TV movie called THE SOUL COLLECTER. Maureen recently moved from California to the mountains of Utah and is trying to get used to snow.

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    Segredos da alta sociedade - Maureen Child

    Capítulo Um

    – Caramba, Julia, atende o telefone – murmurou uma voz profunda no atendedor de chamadas antes de desligar.

    Julia Prentice fez uma careta. Há dois meses que andava a evitar as chamadas de Max Rolland e ele continuava a insistir. Não porque fosse agressivo ou algo do género, não; tinha praticamente a certeza de que era apenas um homem desesperado que procurava uma explicação para o motivo pelo qual ela andava a rejeitar as suas chamadas desde a incrível e única noite de sexo que tinham passado juntos.

    O motivo era simples, naturalmente. Não conseguia arranjar uma forma de lhe contar que estava grávida.

    – Então! – Amanda Crawford, colega de casa e melhor amiga de Julia, saiu do quarto. – Parece muito aborrecido.

    – Eu sei – suspirou Julia, que podia inclusive admitir que Max tinha o direito de estar aborrecido. Ela também teria ficado se estivesse no seu lugar.

    Amanda aproximou-se dela e abraçou-a por um instante.

    – Tens de lhe contar do bebé.

    Julia sentou-se na cadeira mais próxima e olhou para a sua amiga.

    – E como é que eu vou fazer isso?

    – Só tens de lhe contar e pronto – Amanda sentou-se, ficando as duas amigas ao mesmo nível.

    Ou parecido, pois Julia era baixa, um metro e cinquenta e seis, e Amanda media um metro e oitenta, tinha corpo de modelo, cabelo loiro curto, uns lindos olhos cinzentos e um coração muito generoso.

    – É mais fácil falar do que fazer – murmurou Julia.

    – Não podes ficar eternamente à espera. Mais tarde ou mais cedo, vais ter de procurá-lo.

    – Eu sei. Mas a noite que passámos juntos foi um desastre. Aconteceu tudo tão rápido que nem sequer tive tempo de pensar e, quando dei por mim, já estava feito e o Max disse que não lhe importava mais nada a não ser uma relação sexual satisfatória para ambos.

    – Idiota – comentou Amanda.

    – Obrigada – sorriu Julia. – E como imaginas, aquilo parecia o fim. Ele queria sexo sem complicações e eu queria mais alguma coisa.

    – Pois claro que sim.

    Julia recostou a cabeça nas costas da cadeira e olhou para o teto.

    – Agora é tudo diferente e não sei o que hei de fazer.

    – Claro que sabes, só que não o queres fazer.

    – Pois – Julia respirou fundo. – Ele merece saber do bebé.

    – Claro.

    – Bem. Vou-lhe contar amanhã.

    Tomada a decisão, Julia começou a sentir-se melhor. Afinal, não tencionava pedir a Max para fazer parte da vida do bebé nem para lhe pagar uma pensão. Tinha meios para criar sozinha o seu filho. A única coisa que tinha de fazer era dar-lhe a notícia de que ia ser pai e deixar bem claro que não queria nada dele.

    – Porque é que fiquei tão obcecada com isto?

    – Porque tu és assim – sorriu Amanda. Deu uma palmadinha no joelho da amiga. – Tu dás mil voltas a tudo; és assim.

    – Então devo ser uma mulher muito aborrecida.

    Amanda começou a rir.

    – Tu pensas demasiado e eu ajo demasiado por impulso. Todos nós temos de carregar a nossa cruz.

    – É verdade. E chegou a hora de carregar com outra – Julia levantou-se e puxou para baixo a ponta da sua blusa branca de linho. – Tenho de ir à reunião de condomínio.

    – Que sorte a tua!

    – Gostava que me acompanhasses.

    – Não, obrigada. Tenho de ir jantar com um amigo e espero divertir-me muito mais do que tu esta noite.

    – Pessoalmente, fico satisfeita por ser apenas tua inquilina e não ter de ir. Aborrecer-me-ia como uma ostra em dez minutos.

    – Em cinco – suspirou Julia.

    Julia olhou para o seu relógio de ouro e mal conseguiu conter um bocejo. A reunião de condomínio dos apartamentos Vivian Vannick-Smythe ainda não tinha começado e já estava com vontade de sair dali.

    Sentia um nó no estômago. Apesar da conversa com Amanda, estava tão tensa como dantes. Quase que não se conseguia lembrar daquilo que era sentir-se tranquila.

    Aquele assunto com Max tinha-se prolongado mais do que deveria. Teria de enfrentá-lo e contar-lhe a verdade. No dia seguinte iria ligar-lhe, marcar um encontro e largar a bomba. Depois, uma vez cumprido o seu dever, poderia voltar à sua vida segura sabendo que o homem que tão empenhado estava em fugir de vínculos emocionais não voltaria a incomodá-la.

    – Pareces aborrecida – disse uma voz suave de mulher a seu lado.

    Julia sorriu a Carrie Gray. Os olhos verdes dela estavam escondidos por detrás de uns óculos demasiado práticos e o seu cabelo castanho comprido ia preso num rabo de cavalo.

    Trazia umas calças de ganga, uma t-shirt e sandálias que mostravam as unhas com vestígios de verniz vermelho.

    Carrie vivia e tomava conta do andar 12B na ausência do seu proprietário, mas também era uma designer gráfica com talento, embora desempregada naquele momento, e uma boa amiga.

    – Aborrecida não – murmurou Julia, – apenas distraída.

    Não era fácil concentrar a atenção naquilo que estava a acontecer no bloco de apartamentos quando estava centrada em algo muito mais profundo e pessoal.

    – Alguma coisa em que eu possa ajudar? – perguntou Carrie.

    – Não. Mas obrigada. Alguma novidade, no teu caso?

    – A trabalhar. Ou a tentar – murmurou Carrie.

    Julia sorriu, compreensiva.

    – As namoradas do Trent continuam a perturbar-te?

    Carrie arregalou os olhos e colocou os óculos por cima da cabeça.

    – É um pesadelo. O Trent Tanford deve passar o tempo inteiro no engate, porque em frente à minha porta passam mulheres a toda a hora.

    Trent tinha fama de playboy e corriam rumores de que tinha uma namorada nova todos os dias.

    E aquelas mulheres apareciam sempre no número 721 da Park Avenue.

    – Juro que aquelas mulheres não têm um pingo de cérebro – sussurrou Carrie. – Batem sempre à minha porta em vez de à dele. Será que não conseguem distinguir o 12B do 12C? O Tanford não anda com mulheres que saibam ler?

    Julia sorriu à amiga e começou a prestar atenção à reunião. Estavam no 12A, o andar pertencente a Vannick-Smythe, onde, como sempre, não conseguia encontrar nada com bom gosto. Tudo estava organizado até parecer caótico. Era tão berrante que a Julia doíam-lhe os olhos só de olhar. Tudo era caro, mas era impossível sentir-se confortável ali. O que provavelmente seria um aspecto positivo, pois assim as reuniões duravam menos tempo.

    Naquele momento, Vivian Vannick-Smythe, a presidente do condomínio porque mais ninguém queria o cargo, bateu palmas para chamar a atenção de todos. Vivian, de sessenta e poucos anos, abusava do botox, o que fazia com que o seu rosto fino fosse quase inexpressivo. Apenas os seus frios olhos azuis mostravam vida. Era muito magra, vestia roupa clássica e na moda, tinha o cabelo curto prateado e um ar de militar.

    Felizmente, naquele dia tinha fechado Louis e Neiman, dois pequenos shih tzus, no quarto, embora a pesada porta que separava os cachorros da reunião não conseguisse isolar completamente os seus latidos.

    – Pensei que, antes de começar a reunião, deveríamos fazer um minuto de silêncio pela Marie Endicott – disse Vivian. – Eu não a conhecia muito bem, mas esteve, embora durante pouco tempo, junto de nós.

    Todos fizeram silêncio, obedientes, e Julia pensou na jovem que tinha morrido na semana anterior. Só conhecia Marie de vista, mas a sua queda do telhado tinha-a tocado profundamente.

    Tessa Banks, uma loira linda, foi a primeira a romper o silêncio.

    – Já temos informação específica acerca do que lhe aconteceu? – perguntou.

    – Boa pergunta – apoiou-a Elizabeth Wellington. – Eu ouvi dizer que alguns jornalistas levantavam a hipótese de a polícia acreditar que podem tê-la empurrado.

    – Isso é pura especulação – garantiu Vivian.

    – Encontraram alguma carta de suicídio? – perguntou Carrie.

    – Não que eu saiba – respondeu a anfitriã. – A polícia não está a ser muito comunicativa. Mas tenho a certeza de que não temos com que nos preocupar e logo deixar-se-á de falar sobre esta tragédia na imprensa.

    Julia achou que certamente seria assim. Mais alguns dias, os jornalistas partiriam para outro lugar e tudo voltaria a ser como dantes.

    Embora não para ela.

    – Tenho de anunciar duas coisas – informou Vivian. – Lamento dizer-lhes que o senador Kendrick e a esposa se mudaram. Não sei exatamente para onde, mas acho que continuam na cidade. O apartamento deles está à venda.

    Houve burburinhos de conversas e Julia passou o olhar pelos presentes. Gage Lattimer estava sentado sozinho, o que não era nada surpreendente. Era um homem alto e robusto que quase nunca assistia às reuniões e, quando o fazia, ficava de parte.

    Reed Wellington, o marido de Elizabeth, estava sentado ao lado da mulher, mas a sua expressão mostrava claramente que não gostava de estar ali. Elizabeth também estava com uma postura rígida, e a sua linguagem corporal dava a entender que preferia estar em qualquer outra parte.

    Tessa batia no tapete com a ponta do pé e também Carrie, sentada ao lado de Julia, começava a dar sinais de nervosismo. Julia, por sua vez, tinha sido educada por uma quantidade suficiente de amas para saber que uma pessoa devia estar parada quando se queria mexer. Para saber como impedir que os sentimentos se vissem no rosto. Para saber como guardar tudo muito bem guardado, onde ninguém os conseguisse encontrar.

    – Só mais uma coisa – disse Vivian. – Tenho a certeza de que vão adorar ouvir isto – esperou que todos concentrassem a atenção nela. – Fui informada de que o nosso prédio, o número 721 da Park Avenue, está na lista de possíveis edifícios históricos. Acho que deveríamos organizar uma festa para comemorar.

    Começou a circular pela divisão a falar com as pessoas e a tentar mostrar entusiasmo pela comemoração e Julia aproximou-se da porta. Carrie já tinha saído e ela seguiu-a de perto.

    – Julia, querida.

    A jovem parou e virou-se para cumprimentar Vivian com um sorriso nos lábios.

    – Olá. A reunião correu muito bem.

    – Correu, não correu? – a presidente tentou sorrir, mas a pele demasiado tensa não lho permitiu. – Desculpa se me estou a intrometer, querida, mas pareces preocupada. Está tudo bem?

    Julia, surpreendida, demorou um pouco a responder.

    – Obrigada por perguntares – tentou esboçar um sorriso que não sentia, – mas sim, estou bem. Só um bocado cansada. E a tragédia da Marie Endicott deixou-nos a todos um pouco tensos.

    – Oh, claro – concordou Vivian. – Pobre mulher! Não faço ideia sobre em que é que poderia estar a pensar para saltar assim do telhado.

    – Então achas que foi um suicídio?

    – Imagino que tu também – Vivian olhou-a fixamente. – Qualquer outra coisa seria demasiado horrível. Se a tivessem empurrado, poderia ter sido qualquer um

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