Sonhos malditos
By Carina Rosa
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About this ebook
Teresa tem premonições desde criança. Depois de ter previsto as mortes de toda a sua família, incluindo a de Henrique, o seu melhor amigo de infância, Teresa refugia-se no seu dom.
Mas a maldição que a marca vai persegui-la. Num dia cinzento, em que os seus próprios livros de feitiços parecem amaldiçoá-la, Teresa é salva por um jovem aparentemente desconhecido. Mas as semelhanças entre este estranho e Henrique levam-na de volta ao passado, quando tinha ainda muito a perder.
Teresa conhece os destinos daqueles que lhe são próximos. No entanto, dá por si a apaixonar-se por este novo homem, cujo passado lhe é menos estranho do que imaginava. Na luta para alterar as malhas do destino deste jovem, que sabe ser fatal, Teresa descobre que a sua súbita aparição não foi fruto do acaso.
Carina Rosa
Carina Rosa nasceu em Lisboa em 1986 e vive no Algarve. Passou grande parte da sua vida num ginásio e depois de ter integrado, como atleta, nas épocas de 2002-2004, a Selecção Nacional de Trampolins e Desportos Acrobáticos, participando em várias competições internacionais, descobriu na escrita uma outra paixão. Licenciou-se em Ciências da Comunicação pela Universidade do Algarve e trabalhou em jornalismo de imprensa, na rádio e televisão online. Mas a ginástica foi sempre a sua casa e é trabalhando com classes de formação gímnica que passa os seus dias, como técnica de Ginástica Acrobática. Considera-se uma apaixonada pelas artes e pela cultura, no geral, estabelecendo uma relação muito próxima entre a música, a dança e as letras. A escrita é uma paixão que tomou forma em 2012, ao publicar o seu primeiro romance «O Intruso». Desde então tem-se dedicado a escrever diversos romances, uns mais leves, outros com um carácter mais denso, entre histórias contemporâneas e policiais, os seus géneros favoritos. Gosta de abordar as diversas relações com um balanço entre o realismo e o drama. Em 2013, deu a conhecer aos leitores «As Gotas de um Beijo». De momento, está a trabalhar num romance policial. «A Sombra de um Passado», publicada em Dezembro de 2014 pela Coolbooks, a nova chancela digital da Porto Editora, é a sua terceira obra publicada. Dê a sua opinião sobre o conto na página do mesmo, no Goodreads: https://www.goodreads.com/book/show/23875712-olhos-de-vidro
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Book preview
Sonhos malditos - Carina Rosa
***
Ficha Técnica
Edição: Ana Filipa Ferreira
Revisão: Carina Rosa
Ana Filipa Ferreira
Capa
Imagens: @Free images
Montagem: Ana Filipa Ferreira
© Carina Rosa 2016
Todos os direitos reservados de acordo com a legislação em vigor
Esta edição encontra-se ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1945
***
Sonhos malditos
Vira o sangue dele antes mesmo de permitir que os seus olhos escuros se detivessem na cabeça alourada do rapaz; a face pálida, inerte e inocente, para sempre despida de vida, contra o chão de gravilha do parque. Nessa noite de Halloween, o sangue do seu amigo de infância saía-lhe do crânio rachado e espalhava-se pelo piso. O rapaz, de dez anos, seu amigo desde os quatro, caíra de cabeça depois de uma brincadeira com um cesto cheio de doces e promessas de travessuras. Fora uma descida mal calculada pelo escorrega, atraiçoada pela pressa, pela noite e pela fraca iluminação do parque, que o levara a bater com a cabeça contra uma pedra que estava no chão, provocando-lhe morte imediata.
- Diz-me o que queres, Teresa. – Tinham sido as suas últimas palavras, e era atrás dela que corria quando a queda ocorrera. – Doçura ou travessura?
Teresa virou as palmas macias das suas mãos amaldiçoadas, vinte e sete anos mais velhas do que essas memórias, contra a toalha de tecido vermelho que envolvia a mesa de Tarot. Eram as mesmas mãos com que tocava agora a pele de outros, pressentindo-lhes os vícios, as fraquezas, os desejos … os destinos. Para muitos, era considerada vidente de profissão. Para outros, bruxa. Uma bruxa maldita, em muitos casos, uma salvação, em outros.
- Quero ficar sozinha – respondera ao amigo, na noite em que a primeira morte a visitara. – Quero que me deixes em paz.
Henrique, assim se chamava. Era esse o nome do rapaz de olhos verdes, com uma pequena mancha castanha, e muito invulgar, no direito. O nome da primeira pessoa cuja morte previra, há vinte e sete anos. A morte com a qual sonhara, o sonho que preferira ignorar, por conselho da tia, que a convencera de que os sonhos não figuravam no mundo real. Tinha visto a morte de Henrique antes mesmo de a ver acontecer, porém não lhe dera importância, até que o rapaz lhe aparecera à porta, nessa noite, e a convencera a ir até ao parque assustar outros miúdos. Teresa não queria ir até ao parque que fazia esquina com a sua casa, onde todo o pesadelo da noite anterior ocorrera, mas também não queria ficar em casa a matutar no assunto, pelo que ouviu a voz da tia e pediu aos pais permissão para sair. Estava muito maldisposta. Os pesadelos deixavam-na sempre taciturna, mal-humorada, respondona, pelo que tentou afastar Henrique de todas as vezes que ele tentara brincar com ela.
Tinham ambos dez anos. Henrique nunca tivera mais do que isso e jamais teria, nem os pais de Teresa ultrapassaram os cinquenta. A tia nunca chegou a velha e