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Bolo de Casamento Assassino
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Bolo de Casamento Assassino

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About this ebook

Faltam apenas algumas semanas para o casamento de Daphne Martin com Ben. Sendo uma descoradora de bolos premiada, Daphne está ocupada a planear o seu bolo de casamento. Os seus sobrinhos gémeos, Lucas and Leslie, estão estusiasmados por poderem ir ao casamento. E o irmão adotivo de Daphne, Jason. está a planear a despedida de solteiro de Ben. Tudo corre na perfeição, quando o ex-marido de Daphne, Todd, aparece. Acabado de sair da prisão depois de cumprir a pena de prisão à qual foi condenado por ter disparado contra Daphne,Todd vem a Brea Ridge para confessar o seu eterno amor por ela

Apesar das tentativas de Daphne para Todd deixar a cidade, este insiste em andar a rondar e tentar reaproximar-se de antigos conhecidos.Quando é encontrado morto, Daphne vê-se no centro da investigação. Agora, deve seguir o rasto do assassino de Todd, antes que se torne a próxima vítima.Conseguirá ela chegar à igreja a tempo?

LanguagePortuguês
PublisherBadPress
Release dateOct 4, 2016
ISBN9781507157985
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    Bolo de Casamento Assassino - Gayle Trent

    BOLO DE CASAMENTO ASSASSINO

    Um Bolo-Mistério de Daphne Martin

    Gayle Trent

    ––––––––

    Capítulo Um

    Pelo que me pareceu a milionésima vez, sentei-me ao computador a deslizei o rato através de imagens de bolos de casamento. Decoro bolos desde sempre, mas este era o meu bolo de casamento

    E, claro, do Ben. O nosso bolo de casamento.

    Portanto, tenho agonizado durante meses por causa do planeamento do bolo. Agora que faltavam apenas duas semanas para o casamento, tinha mesmo de escolher um modelo e começar a decoração.

    Ouvi alguém bater na minha porta lateral. Devia ser um amigo ou um familiar. Um estranho teria tocado à campainha da porta da frente. Afastei-me da secretária e dirigi-me à cozinha para abrir a porta. A minha irmã Violet, a vizinha Myra e a amiga China estavam paradas no meu alpendre. Fiquei preocupada. Se vocês conhecessem estas três, também ficariam.

    Myra empurrou as outras duas à sua frente, entrando na cozinha. Era uma viúva atraente, na casa dos sessenta, que vivia logo na casa ao lado da minha, do lado esquerdo.

    - Esta é uma das intervenções delas, Daphne. Ficámos preocupadas com a possibilidade de nunca conseguires escolher um modelo para o teu bolo de casamento e de acabarmos todos a comer bolinhos e donuts no copo d'água, e tu chorares porque não conseguiste fazer o teu bolo.

    China, uma senhora de idade mais avançada, que me lembrava sempre uma mistura de Willie Nelson e uma ninfa dos bosques, lançou a Myra um olhar penetrante.

    - Estamos a borrifar-nos para o que vamos comer no copo d'água. - acariciou o meu braço. - É contigo que estamos preocupadas. - Violet esboçou um sorriso. Não sabia se tinham sido as outras duas a convencê-la a juntar-se a esta intervenção, ou se fora o contrário.

    De qualquer forma, a minha irmã sabia sabia que os seus argumentos seriam ditos pelas duas senhoras. Ela não precisava de dizer uma palavra sequer.

    - Portanto, mãos à obra. - disse Myra. - Vamos desenhar o teu bolo de casamento.

    - Na verdade, estava apenas a ver bolos na internet.

    Convidei o trio a juntar-se a mim na minha sala de estar/escritório. Sentei-me em frente do computador e deslizei o rato pelas imagens. Era desconfortável ter as três intervencionistas literalmente a respirarem na minha nuca, mas eu sabia que tinham boas intenções.

    - Volta para cima! Volta para cima! - Myra inclinou-se sobre o meu ombro e apontou para o ecrã. - Gostei desse com flores roxas. Vamos analisá-lo melhor.

    - Mas ele é em tons rosa e branco. - disse Violet.

    - Ela pode fazê-lo roxo e rosa.

    - Acho que esse roxo é um pouco demasiado vistoso. - China arqueou as sobrancelhas e os ombros.

    Myra bufou.

    - Achas tudo demasiado vistoso.

    Sem dúvida, Myra e China eram diferentes como o dia e a noite no que tocava a vistosidade. Myra gostava de usar roupa da moda, enquanto China era feliz com as suas calças de ganga e camisolas de flanela. Myra arranjava o cabelo com frequência, o que incluía pintar o seu cabelo grisalho e acrescentar reflexos, no Grande Salão de Madeixas e Domesticação de Cabelo da Tanya. As tranças de China, que lhe chegavam à cintura, eram de um cinza platinado. Vira-a apenas uma vez com um penteado diferente - quando algumas de nós tinham ido ver alguns imitadores de Elvis.

    China apontou para um design branco sobre branco:

    - É simples e elegante. Gosto.

    - E que tal esse que parece um vestido de noiva? - perguntou Myra.

    - Ia resultar em que um dos convidados masculinos bebesse demasiado e tentasse comer as maminhas.

    Myra ficou perplexa.

    - China York! Não acredito que disseste maminhas!

    Nem eu própria conseguia acreditar, mas tinha imensa piada. E China tinha razão. Não achava que o bolo de vestido de noiva fosse uma opção acertada.

    - É isso. - murmurou Violet. - O bolo colorido de cinco andares  com enfeites brancos e rosas.

    - Tens razão. - aumentei a imagem. - É lindo. E posso embelezá-lo com renda de açúcar, estive a praticar desde aquela aula a que assisti no verão.

    Virei-me na minha cadeira e olhei para a Vi. A mais nova de nós, loira, delicada, borbulhante. Eu não possuía nenhuma dessas características. Eu era praticamente o oposto dela - alta, constituição atlética, cabelos e olhos castanhos, e um pouco séria.

    - É esse. - ela assentiu. - É esse o teu bolo.

    - Eu sei.

    Ela riu e abraçou-me. Em seguida, abracei também Myra e China.

    - Porque é que vocês não fizeram isto há um mês? - perguntei.

    - Bem, pensámos certamente que tu tinhas isto sob controlo. - disse Myra. - Mas quando a Violet me disse esta manhã no Save-A-Buck que tu não fazias ideia de como querias fazer o teu bolo, pensámos que era altura de intervir.

    Portanto, tinha sido ideia da Violet - ou sugestão dela, pelo menos. Eu olhei para ela, que me devolveu um olhar encantador que lembrava um pouco a expressão de um duende, expressão essa que a a salvara diversas vezes de ter sido multada. Limitei-me a abanar a cabeça. Para ser sincera, estava feliz por o peso sobre os meus ombros ter sido aliviado e por ter escolhido um modelo para o meu bolo de casamento.

    Steve Franklin, o gerente do Save-A-Buck, deve ter pressentido que alguém estava a falar do seu estabelecimento, porque telefonou alguns segundos depois de Myra o mencionar.

    - Olá, Steve. - disse. - O que posso fazer por ti?

    - Estamos a ficar sem produtos de panificação.

    O Save-A-Buck não possuía uma padaria, por isso eu levava para a loja bolos, biscoitos, brownies, doces, donuts e por vezes pães, para serem vendidos sob consignação. Se e quando os itens fossem vendidos - e eram quase sempre - eu recebia um cheque.

    - Gostaria de encomendar oito bolos redondos e de uma só camada - seis de aniversário e dois simples - prosseguiu ele.

    - Quatro brancos e quatro de chocolate?

    - Sim, parece-me bem. Também gostaria de encomendar algumas caixas de biscoitos de chocolate, algumas de biscoitos de aveia com uva-passa e alguns biscoitos de canela.

    - E que tal brownies?

    - Claro. Vendem-se sempre bem.

    - Para quando os precisas? perguntei.

    - Deixa-me ver... é terça-feira, portanto, consegues trazer tudo na quinta-feira?

    Se eu trabalhasse dia e noite, conseguiria.

    - Sim. Provavelmente não vou estar a loja logo de manhã cedo, mas estarei aí o mais cedo possível.

    - Obrigada, Daphne. Fico muito agradecido.

    - Parece uma grande encomenda. - disse Myra quando eu desliguei a chamada.

    Assenti.

    - Aparentemente, o Save-A-Buck está completamente sem produtos de panificação.

    - É melhor irmos, para te deixarmos trabalhar.- China assentiu enquanto se dirigia para a porta. - Depois de vocês, senhoras.

    Myra agiu como se não estivesse totalmente preparada para ir embora, mas foi. Violet depositou um beijo na minha bochecha e disse que me ligaria mais tarde. E China disse para a contactar caso precisasse de alguma coisa.

    Depois de as ver sair porta fora, lavei as minhas mãos na pia, tirei do armário a minha tigela azul favorita e decidi começar pelos brownies. Se cozesse duas bandejas grandes, poderia cortá-los em quadrados de cinco centímetros por cinco centímetros, e assim teria brownies suficientes para encher meia dúzia de caixas. Liguei o forno e seleccionei a opção de pré-aquecer, pegando depois na minha panela, numa colher grande, na minha receita de brownies e no ingredientes de que necessitava.

    Enquanto misturava os brownies, pensava no quão longe tinha chegado nestes últimos meses em Brea Ridge. Trabalhava como secretária para uma agência governamental reguladora de habitações na zona nordeste de Tennessee quando o meu ex-marido disparou contra mim.

    Que crime grave terei eu cometido para merecer ser baleada, pergunta você? Fiz um desvio de algumas dezenas de metros do meu caminho habitual do trabalho para casa, para ir a uma livraria. Não pedira autorização para ir à livraria -  não obtivera a autorização de Todd - e, quando ele verificou o odómetro do meu carro, apercebeu-se de que eu andara mais do que apenas o percurso até ao trabalho e de regresso a casa.

    Mal cheguei a casa, soube logo que iria ter problemas. Todd verificava sempre o meu odómetro quando chegava a casa depois do trabalho. Mas, num momento do dia, decidira que estava cansada disso. Queria ir à livraria, e fui. Quer saber que livro comprei?

    Recuperar o Seu Amor-Próprio: Plano de Dez Passos.

    Portanto, enfrentei o Todd e declarei:

    - Sim! Fui à livraria! - e ele sacou de uma pistola e disparou para algum ponto ligeiramente acima e à esquerda da minha cabeça. Admito que não vi  isso acontecer. Estava à espera de que ele me esbofeteasse ou me desse um empurrão, não que sacasse de uma arma. Chamei a polícia e o Todd foi preso, sendo mais tarde condenado a sete anos de prisão.

    Mesmo assim, fiquei em Tennessee mais cinco anos. Por essa altura, já tinha trabalhado vinte anos na agência de habitação e pude reformar-me com benefícios de aposentadoria suficientes para regressar a Virginia, comprar uma casa pequena e explorar a Bolos Deleitáveis da Daphne fora da minha casa. Melhor ainda,  fiquei com mais tempo para estar com os meus adoráveis sobrinhos gémeos, um menino e uma menina, Lucas e Leslie.

    E reencontrei Ben Jacobs, o meu namorado dos tempos de faculdade. Ben nunca casara, e eu soube que era ele o homem com quem eu deveria ter casado há vinte anos. Namorar com Todd e ter acabado por casar com ele fora o maior erro da minha vida.

    Mas eu não estava a reviver erros do passado hoje. Estava a fazer brownies. E tinha escolhido finalmente o design do nosso bolo de casamento e poder-me-ia concentrar nisso enquanto trabalhava.

    Pelo canto do olho, reparei que Sparrow - a gata Persa que possuía apenas um olho que herdara ao adquirir a casa - passava numa mancha de pêlo cinza e branco. Estava com um ar um tanto feroz, imagino que tenha ficado assustada ao ver tanta gente aqui logo pela manhã. Devia estar numa missão de reconhecimento para se assegurar que os nossos convidados já se tinham ido embora.

    - Somos só tu e eu outra vez, miúda!

    Em breve seria ela, eu, Ben e a golden retriever de Ben, Sally. Tínhamos apresentado os nossos animais de estimação há algumas semanas atrás. O encontro acabara com Sparrow a bufar debaixo da minha cama e Sally a espreitar por baixo dos folhos, enquanto abanava a cauda e ladrava entusiasticamente. Eu e Ben decidíramos tentar novamente mais tarde. Talvez depois da lua-de-mel.

    Espalhei a massa de brownie na bandeja, abri a porta do forno e deslizei a bandeja lá para dentro. O forno estava frio. Não era ainda não estar completamente aquecido - estava totalmente frio. E aqui estava eu com uma bandeja de massa de brownie que precisava ser cozida. Liguei a Myra.

    - Não me digas que já mudaste de ideias em relação ao bolo - disse ela, e«num tom algo inquisidor.

    - Não. O meu forno não aquece. Tenho uma bandeja de massa de brownie e não tenho forno.

    - Bem, traz a bandeja para aqui. Vou adiantar serviço e aquecer o meu forno. Que temperatura ponho? 180º?

    - Sim, por favor. Obrigada!- desliguei a chamada, coloquei uma tampa na minha bandeja de brownie e dirigi-me apressadamente para a porta da casa de Myra.

    Bruno encontrou-me ao pé da porta. Era um Chihuahua cor de areia, que poderia dormir num dos meus sapatos. Myra conhecera este pequeno monstrinho alguns meses antes, quando este lhe ladrara e rosnara desde o seu alpendre. Ela ligara-me desesperada porque este animal malvado não a deixava entrar na sua própria casa. Fui em seu auxílio com uma fatia de fiambre, que acalmou de imediato a besta selvagem. Myra começou a dar-lhe comida e o animal acabou por ficar. Ainda se comportava como se fosse o dono da casa, mas agora tinha mais legitimidade para o fazer.

    - Olá Bruno. - cumprimentei.

    Este dançou apoiado nas patas traseiras, julgando que eu trazia um mimo para ele, coisa que era hábito. Desta vez. no entanto, eu trazia apenas o meu tabuleiro de brownies.

    - Desculpa, companheiro. Trago-te qualquer coisa quando voltar.

    -  Coloca o tabuleiro aqui no balcão e vem relaxar um pouco enquanto esperamos que o forno acabe de pré-aquecer. - disse Myra.

    Fiz tal como ela me disse, mas toquei na porta do fogão para me certificar de que estava a aquecer. Desculpem, mas estava a sentir-me paranóica. Graças a Deus, o forno estava quente.

    De seguida, colapsei no sofá ao lado de Myra.

    - Querida, pareces uma ameixa seca- disse ela.

    - Não é que esteja cansada. Estou apenas preocupada. Não sei o que se passa com o meu forno.

    - Deve ser o elemento de aquecimento. Vai ficar tudo bem.

    - De certeza que não te importas que use o teu forno? Pago-te com uma caixa de brownies. - não iriam adivinhar pela aparência dela, mas Myra adora doces.

    - Eu já não me importava desde o início, mas a partir de agora não me importo a dobrar.

    Bruno entrou na sala a correr e pulou para o sofá que estava no meio de nós.

    - Preciso cozer dois tabuleiros. Mal um saia coloco logo o outro. Vou ligar ao técnico assim que chegar a casa. - ponderei isso durante um segundo. - Não conheço nenhum técnico. E tu?

    - Conheço. McElroy Haynes. O melhor técnico da zona. Dou-te o número antes de saíres.

    Ouviu-se o som de um clique vindo da cozinha. - É o forno. - disse ela. - Queres que ponha os brownies lá dentro?

    - Não, obrigada. Eu faço isso. Importas-te de procurar o número do senhor Haynes?

    - De imediato.

    Deslizei o tabuleiro de brownies para dentro do forno e ela regressou com o número de telefone.

    - Ele é um bocado excêntrico, mas diz-lhe que fui eu que te disse para ligar. E diz-lhe que eu disse que ele era o melhor no ramo.

    Sorri.

    - Posso apenas oferecer-lhe brownies. Além do pagamento, claro.

    - Duvido que isso faça alguma diferença, mas podes tentar. Além disso, não podes oferecer todos os teus

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