Demónios Urbanos
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Uma compilação de pequenos contos conduzidos por uma espécie de profana providência, um género de filosofia do pessimismo cósmico a acontecer porque simplesmente existe e, como as coisas que simplesmente existem, a manifestar-se na roldana do quotidiano com o molde de uma surpresa que não podemos prever e da qual nos não conseguimos esconder. O mal, se o é, tem como seu prodígio brotar do seio da estrutura, da segurança e do bem, e nesse sentido, esta obra é uma epistola concernente à sua essência.
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Book preview
Demónios Urbanos - André Consciência
Título: Demónios Urbanos
Autor: Emanuel R. Marques
Editora: Abismo Humano
Capa: André Consciência
© Emanuel R. Marques, 2018
DEMÓNIOS URBANOS
I
O homem cambaleante, que trazia todo o seu corpo coberto com uma estranha batina branca e o rosto sobrevoado por pequenos insectos, que impediam uma clara percepção do seu rosto, estava cada vez mais perto. A faca que empunhava exibia vestígios de haver sido usada recentemente. Estava cada vez mais perto e acompanhava a sua aproximação com agudos guinchos que golpeavam acutilâncias aos ouvidos de Sérgio.
No entanto, apesar de todo o pânico, Sérgio conhecia bem aquele género de pesadelos; sabia que bastava-lhe ignorar o seu atacante, não acreditar na sua presença e existência e ele desapareceria, dando lugar a um novo sonho ou ao acordar.
O homem desferiu o primeiro golpe ao braço de Sérgio, o qual, por mais que tentasse ignorar a dor e a visão, não conseguiu afastar-se daquele lugar. Ao segundo golpe recebido não teve alternativa que não fosse reagir fisicamente ao seu oponente. Mas era demasiado tarde. Não era um pesadelo. Era a realidade, que ele tomara por sonho e ignorara.
II
O corredor era escuro, tenebroso, um comprido rectângulo, que apenas deixava surgir escassas partículas luminosas por debaixo das cinco portas que o compunham. No final do corredor, um grande e sumptuoso vitral fechava aquele espaço, dando vida à imagem de uma criatura demoníaca, que era animada ao ser trespassada pela luz da Lua.
Ângela sentiu-se perdida e assustada com a imagem de vidro que a encarava, mas tinha de fugir e não havia tempo a perder. Ofegante, tentou abrir desenfreadamente cada uma das portas, mas todas estavam trancadas e, por mais que batesse, na esperança que alguém a atendesse e lhe desse o refúgio desejado, todo o seu esforço foi infrutífero. O desespero tomou conta de si. Ouviu passos e risos aproximarem-se. Correu a grande velocidade em direcção ao vitral e saltou, trespassando a feroz criatura que a impedia de voar para a liberdade, para uma liberdade que culminaria numa queda de dez metros. O seu cabelo dourado assumia a cor da sua morte.
Qual a causa para o seu desespero? Quem a perseguia? O motivo da sua fuga e inquietação? Ninguém soube… mas houve quem deduzisse.
III
Quando ela chegou a casa, correu de imediato para a sala na qual o seu pai, sentado na poltrona, fumava cachimbo e ouvia placidamente uma sonata de Beethoven. Se havia alguém em quem ela confiava, alguém capaz de lhe perdoar tudo e ser compreensivo, esse alguém era o