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O Dragão Vermelho
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Ebook44 pages22 minutes

O Dragão Vermelho

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About this ebook

O manto negro e rasgado e a minha espingarda carregada, ao ombro a levo e ceifo, a colheita dos crepúsculos eternos, dos finais de tarde, da memória…

LanguagePortuguês
PublisherMelting Books
Release dateOct 31, 2018
O Dragão Vermelho

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    O Dragão Vermelho - André Consciência

    Amaro

    Prefácio

    Se em «E Eu Ter Pé», publicado pela Associação de Artes Abismo Humano em Março de 2015, José Amaro emprestava ao instinto e à personalidade da sua própria mito-simbologia as essências brutas da carne, «O Dragão Vermelho» encontra a sua contraparte mais etérea, capaz como uma tapeçaria telúrica, de embarcar os tecidos móveis da realidade cognitiva. O Dragão Vermelho surge na passagem bíblica do Apocalipse munido de dez chifres, sete diademas e sete cabeças, ou seja, a encarnar a forma como o mundo activo, formativo e criativo se emana a arrombar o estatuto de arquétipo.

    Existe em O Dragão Vermelho uma continuidade linear subtil para com as mito-narrativas de E Eu Ter Pé, e aconselha-se a leitura complementada de ambos como contrapartes polares. Estamos perante uma espécie de Epopeia moderna e criativa, afastada quase com soberba do planalto do clássico, não escondendo, não obstante, a influência nos poemas épicos ancestrais, antes lhes prestando homenagem. É de uma lírica aproximada, em propósito, do lirismo de Camões, utilizando-se das emoções aparentemente pessoais para, como no lirismo comum, tomar o leme que antes pertencia à lógica, mas não velejando tanto ou nada rumo à paixão pessoal, sim ao reino do estabelecimento da razão poética através da carga activa das suas imagens e do tantrismo, aqui ardente, dos seus símbolos.   

    Babalim

    Gugalanna, grande boi do céu

    O teu couro é ouro,

    E luz os chifres, e estrelas os olhos,

    E a minha mais preciosa posse,

    É sentir-te um momento,

    Terna mão ter no sonho.

    O som mudo sussurro é,

    O mundo o seu filho, a magia testemunha,

    A palavra a agulha, tece a lua e a desfaz de novo,

    E a palavra a barca, eleva o sol

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