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O soldado das sombras: Simon Wiesenthal
O soldado das sombras: Simon Wiesenthal
O soldado das sombras: Simon Wiesenthal
Ebook157 pages5 hours

O soldado das sombras: Simon Wiesenthal

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About this ebook

As trombetas da guerra foram silenciadas. Os aliados celebram a vitória sobre a Alemanha esmagada. Enquanto isso, os Estados Unidos e a União Soviética estão lutando pelos territórios como espólios de guerra, mas nem tudo é como parece: dos confins do novo mundo a sombra do terror ameaça se espalhar novamente.
Na América do Sul, o nazismo se recusa a morrer e prepara a Operação Endsturm, o golpe final para terminar o que não conseguiu antes, a dominação total do mundo.
No entanto, uma luz emergirá da escuridão do exílio. Este é Simon Wiesenthal, o soldado das sombras, um caçador de nazistas cujo desejo de vingança o levará pelo mundo a atribuir uma punição àqueles que no passado fizeram de sua vida um inferno.
Simon assumirá a responsabilidade ao tentar impedir as ambições excessivas do Terceiro Reich, descobrindo no processo que, mesmo nas sombras, há luz.
Reviva a história secreta de um dos homens mais subestimados de todos os tempos.

LanguagePortuguês
Release dateNov 5, 2018
ISBN9781386594161
O soldado das sombras: Simon Wiesenthal

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    O soldado das sombras - Juan Carlos Arjona Ollero

    O SOLDADO DAS SOMBRAS

    Simon Wiesenthal

    Autor: JUAN CARLOS ARJONA OLLERO

    Aviso: Esta obra não pode ser reproduzida, transmitida ou comercializada, no todo ou em partes, em nenhuma forma, sem a permissão prévia do autor. Abre-se exceção para pequenos fragmentos do livro para resenhas críticas. O autor não assume nenhuma responsabilidade com o que se possa fazer do conteúdo deste livro. O leitor é o único responsável por seus atos.

    E vão os lobos, enganados, e caem nas mandíbulas da ovelhas mais perspicazes...

    Autoria desconhecida

    Prefácio

    Alfredo sorriu satisfeito enquanto o resto dos cientistas comemoravam. Eles cumpriram sua tarefa ou, pelo menos, chegaram perto o suficiente do que foi solicitado. Alfredo se vangloriava interiormente de ver como aqueles ignorantes, sem saber, haviam trabalhado para ele esse tempo todo. Para ele, foi o governo dos Estados Unidos que lhe deu as ordens necessárias para completar o projeto de Manhattan. No entanto, Alfred sabia que, no fundo, o trabalho estava concluído para eles.

    Foi a Justiça Divina. Era isso que o Führer lhes ensinara, e uma das premissas para as quais estavam realizando essa tarefa no território inimigo. A pátria dos bastardos americano. Eles eram tão desprovidos de inteligência e astúcia, que não notavam que havia infiltrados em suas instalações secretas. Os planos das bombas, os relatórios, os vídeos com as provas e tudo o que lhes havia sido confiado, já estava carregado em um avião para um país do Sul.

    Alguém ofereceu uma bebida a Alfredo, ele aceitou e, por um momento, permitiu misturar-se com a luxúria da falsa alegria. Juntou a seus colegas e, por alguns minutos, se colocou a aplaudir e assobiar com eles. Pobres diabos, eles não tinham ideia de que o punho titânico da Justiça Divina pairaria sobre todos eles em breve e retribuiria em fogo e radiação.

    Tudo por um bem maior. Nossa solução final. Tudo por nosso Führer!, pensou Alfred, nome fictício de Sveinz, um habilidoso espião alemão mas que, no território estadunidense, se passava por um importante cientista.

    Ele tomou o resto da champagne e embriagou-se com a sensação das bolhas queimando em sua garganta. Colocou o copo em uma das mesas do laboratório e cruzou a porta do complexo. Dez minutos depois, saiu de lá em seu carro, rumo ao aeroporto particular da estrela de cinema que serviu como porta de entrada no território americano.

    Ele não cumprimentou a mulher quando entrou em sua casa. Ela estava bêbada demais para se importar com a presença de outro daqueles caras que iam e vinham, apenas para usar seus aviões particulares. Sveinz nunca sentiu mais do que repugnância por aquela mulher. Ele a descreveu como uma prostituta com delírios de espionagem, apesar dela trair sua nação e permitir aos lobos se aproximarem das ovelhas. Nunca conheceria mais do que o desfavor e um tiro de Luger na testa. Isso a levaria, alguns dias depois, conhecer o outro lado, quando as últimas tropas que haviam partido nos Estados Unidos, uniram as pontas soltas.

    Sveinz se acomodou no banco de couro italiano. Aquela puta sabia viajar em grande estilo. Ele pegou sua cópia do Mein Kampf e começou a reler pela enésima vez. As ideias escritas pela mão do Führer, enchiam seu coração com o fogo ardente do patriotismo. Ele acreditava cegamente em tudo que o homem dizia. Ficou claro que eles teriam que fazer alguns sacrifícios, mas valeria a pena quando a Alemanha reconquistasse a glória de que havia desfrutado, mas que foi perdido por causa de ratos judeus, e é por isso que todos iriam para o forno e as câmaras de gás. Essa seria a solução e muito em breve se espalharia para o resto do mundo.

    Em sua mente, vieram as memórias de testes atômicos e tudo o que tinham feito, sabendo que os americanos usariam como último recurso, como uma tentativa para acabar com a guerra, mas era antes dele roubar os planos. Dentro de um curto espaço de tempo, os seus compatriotas no reduto secreto, estariam preparando dezenas dessas armas, e então eles que teriam a carta da vitória, um verdadeiro coringa nas manga. Então, não existiria mais qualquer nação que poderia ser mais poderosa que a gloriosa Alemanha e o todo-poderoso Führer. Sveinz imaginou-se em frente ao Reichstag recebendo a decoração de seu líder, com o símbolo da SS e desfilando em sua homenagem. O Führer ficaria grato. Ele faria isso por seu serviço ao país e por ter sempre ido além do dever, a fim de proteger sua amada terra.

    Ele pensava em sua pátria mãe. Como os outros estariam fazendo naquele momento? Ainda havia muitas tropas, campos e outras instalações de pesquisa. Talvez até o comandante ainda estivesse naquele campo de concentração, selecionando prisioneiros para os experimentos de Mengele. Como sentia falta de estar na Alemanha. Esperava voltar para ela em breve.

    A tempestade final está chegando, pensou.

    O barulho dos motores começou a ficar mais forte. Sveinz deixou que isso o confortasse enquanto fechava os olhos. Imaginou aquele avião decolando e levando nele todas as bombas, jogando-as nas cidades dos Aliados, enquanto observava os inimigos da Alemanha sucumbirem as explosões radioativas. Aquilo foi um sonho tornado realidade.

    Para todos aqueles que deram um passo à frente para defender a Alemanha, a glória os esperava. Eles receberiam a vitória que Deus lhes havia enviado diretamente do céu. Guiado por seu Führer, e apoiados por todos aqueles em quem depositou sua confiança, o grande plano de trazer paz e prosperidade para a Alemanha estava marchando para a vitória, e seria apenas uma questão de tempo antes de atingir seu auge.

    As rodas do avião começaram a sair do chão e a aeronave pegou velocidade. Esse impulso deu-lhe um intenso calafrio que descarregou adrenalina através de seu corpo.

    –Heil, Hitler!

    E com esse pensamento na sua cabeça, Sveinz dormiu até chegar em seu destino.

    Capítulo 1

    - Porra! Höfer, venha aqui! Esse maldito cortou suas veias! - O soldado gritou com sua lanterna no momento em que descobriu o corpo abatido de Simon. O sangue escorria de seus pulsos em pequenos fios que formavam uma poça no chão.

    - Como diabos conseguiu um instrumento para fazer isso?

    - Olhe aqui! - O primeiro soldado apontou com os dedos para o chão, lá estavam os restos da garrafa que serviu como ferramenta suicida para o prisioneiro. As bordas ainda estavam manchadas com sangue, o repugnante sangue de um Judeu. Se a decisão dependesse somente do tenente Schmidt, ele teria deixado o Judeu sangrar até a morte. Para ele, não era diferente dos outros, inferior e indigno de ser tratado como humanos.

    - Vamos colocar-lo na câmara de contenção até que decidam o que fazer com ele.

    Os dois soldados carregaram Simon cada um por um braço. Arrastando seu corpo pelo chão, o largaram na cela. Foi um alívio encontrar ele antes de sangrar até a morte. Simon era um dos prisioneiros que trabalhavam diretamente sob as ordens do comandante e, se ele tivesse morrido, a culpa teria caído sobre eles, que estavam de guarda naquela noite.

    Simon se contorceu fracamente em um esforço vão para se libertar do poder dos soldados. Aparentemente, ele não morreria. Os cortes foram muito superficiais, apenas para provocar um susto.

    Schmidt e Höfer abriram a porta da Câmara de Contenção. Aquela cela, pequena e imunda, era onde jogavam os prisioneiros que precisavam de uma lição. Lá permaneciam sem luz, comida ou bebida. Após alguns dias trancado naquele quarto, até o homem mais indomável saia com um espírito manso.

    - Vamos ver se isso faz você querer morrer, vagabundo! Gritou Schmidt, zombeteiramente, antes de empurrá-lo no cubículo escuro, jogando-o com força contra a porta de metal que servia para assegurar o total isolamento do prisioneiro.

    - Tem certeza em deixar ele aqui? E se acontecer do Comandante descobrir?

    O tom de voz de Höfer mostrou ceticismo e medo. Embora Schmidt fosse seu superior, nada lhe causava mais medo que as represálias que o Coronel poderia tomar contra eles se algo acontecesse àquele prisioneiro. Ele já havia visto o tipo de punição que gostava de aplicar e, além disso, esse prisioneiro estava trabalhando no projeto dos planos pessoais do Coronel. Ele era alguém importante.

    - Nada vai acontecer com você. De qualquer forma, amanhã cedo levamos ele para a enfermaria. Vamos dizer que foi uma briga com outro prisioneiro.

    Höfer deu uma última olhada, culpada, na direção da cela. Ele não queria ser mal interpretado. Odiava esses caras também ou, pelo menos, era o que se forçava a acreditar. Não encontrava outra forma de suportar ver o tratamento que os prisioneiros recebiam, dia após dia, mas tudo era visto como um mal necessário. Tudo era para a glória da Alemanha. O Führer tinha determinado isso e, portanto, tinha que ser cumprido. Por mais desumano que parecesse, eram ordens. Ordens ditadas por um homem tão grande como a própria Alemanha.

    - Vamos. Ouvi de Heinz que trouxeram um caminhão de prisioneiras polonesas esta tarde. Vamos nos divertir! Disse Schmidt sarcasticamente antes de se virar e pegar o caminho de volta. Höfer olhou para ele sem se mover, mas o acompanhou novamente. Às vezes, seguir as ordens era a coisa mais fácil.

    ––––––––

    Simon se contorceu com dificuldade. Sentiu um gosto salgado em sua boca: haviam jogado ele tão fortemente contra o chão, que um dente seu havia quebrado. Cuspiu os pedaços junto com um catarro sangrento, e tentou descobrir qual dente lhe faltava agora. Se arrastou com muito esforço até alcançar a parede do meio, tentando se encostar nela. As mãos doíam muito, mas, pelo menos, já não sangrava mais.

    Droga! Nem ao menos serviu para acabar com a minha vida, pensou enquanto se lembrava dos terríveis momentos que passou nos Campos de Concentração. A morte era a única saída e, ao que tudo indicava, não obteve o resultado que esperava. Os cortes não tinham sido tão profundos, assim os tendões não foram atingidos, o que estragava seu planos de suicídio.

    Esta tinha sido uma temporada de cães para ele. Era o quinto campo de concentração onde havia sido prisioneiro. Os nazistas souberam que ele era um arquiteto, e usavam seu talento para a construção de centenas de estruturas que serviram de base durante o Terceiro Reich em todo o território alemão. De certa forma, ele já estava acostumado.

    - Cyla...

    O rosto perfeito e sublime de sua esposa foi atraído pelas sombras daquela escuridão. Lutava por Cyla mais do que qualquer coisa no mundo, até mais que por liberdade. Foi uma sorte que ela tivesse adquirido documentos falsos para esconder sua ascendência judaica, mesmo que isso lhe custasse os mapas dos cruzamentos da nova ferrovia. A resistência precisava deles urgentemente se quisessem preparar algum tipo de estratégia para impedir o avanço dos nazistas, mas isso era apenas um sonho.

    Os nazistas ocuparam tudo tão rapidamente que qualquer esforço para evitá-los foi em vão. Simon não teve a mesma sorte de sua esposa, acabou sendo preso em vários Campos de prisioneiros, cada um deles pior do que o anterior. Mas nenhum comparado a Mauthausen, aquele era o verdadeiro inferno sobre a Terra. Ele sempre imaginou que, no caso de Hitler conseguir completar suas ambições desenfreadas, Mauthausen era um bom exemplo do que o mundo se tornaria.

    - Especialmente se alguém como Von Korffes for o responsável, disse Simon a si mesmo, embora em voz alta, como se não tivesse captado esse pensamento e tivesse escapado da sua boca.

    Ele pensou por um momento em perguntar a um de seus companheiros prisioneiros que o ajudassem com uma pequena prótese para

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