Discover millions of ebooks, audiobooks, and so much more with a free trial

Only $11.99/month after trial. Cancel anytime.

Minha Irmã Gêmea e Eu: Uma Escoteira Sempre Faz o Seu Melhor
Minha Irmã Gêmea e Eu: Uma Escoteira Sempre Faz o Seu Melhor
Minha Irmã Gêmea e Eu: Uma Escoteira Sempre Faz o Seu Melhor
Ebook257 pages3 hours

Minha Irmã Gêmea e Eu: Uma Escoteira Sempre Faz o Seu Melhor

Rating: 0 out of 5 stars

()

Read preview

About this ebook

Este livro não apenas introduz crianças ao Escotismo, mas também ensina valores, moral e fé. Minha Irmã Gêmea e Eu mostra como lidar com a raiva, enfrentar os medos, a importância do respeito próprio e como lidar com o bullying. Acima de tudo, este livro ajuda as crianças.

Cola no peitoril da janela e pasta de dentes nos sapatos. Quem fez a arte?
As gêmeas escoteiras, Julieta e Rafaela, de doze anos de idade, têm que lidar com os truques feios da irmã mais velha, o que as coloca em apuros.

Na escola, Julieta está sendo ridicularizada pelas sardas no rosto e pelos dentes tortos. Esquecendo sua própria situação, no entanto, ela enfrenta um bully, Claudius, para proteger seu amigo Montano de ser perseguido. Por gentileza, ela concorda em ir ao cinema com Montano. Devido a situações fora de seu controle, essa ida ao cinema acaba sendo um constrangimento de várias maneiras diferentes. No entanto, mais uma vez, ela defende Montano.

Em um outro dia, seu tio Diego surpreende a família, voando de sua casa nos EUA para Caracas para uma visita. Sua visita causa preocupação: algo está errado. Julieta enfrenta seus medos para salvar seu tio doente no meio da noite. Depois de salvá-lo, ela se torna uma heroína nos olhos do tio.

Os Escoteiros planejam participar de um Jamboree na Rússia, e as garotas precisam planejar e executar vários planos para pagar pela aventura.

LanguagePortuguês
Release dateJul 15, 2019
ISBN9781547557776
Minha Irmã Gêmea e Eu: Uma Escoteira Sempre Faz o Seu Melhor
Author

Emiliya Ahmadova

Emiliya Ahmadova was born in the city of Baku, the capital of Azerbaijan. When she was just nine years old, she developed a passion for reading, literature, poetry, and foreign languages. In high school, she participated in and won many poetry competitions. Starting at the age of ten, she began writing poems and short stories in Russian.   Emiliya has diplomas in business management as well as a Bachelor of Arts (B.A.) in human resources management. She also has international diplomas in the advanced study of the theory and practice of management, administration, business management, communication, hotel operations management, office management and administration, and professional English from the Cambridge International College, in addition to a certificate in novel writing. Emiliya speaks four languages (Azeri, Russian, English, and some Turkish), but her native language is Azeri. Because of her love for humanity and children, she has started volunteering in a local school and in 2011 became a Cub Scout leader and won a trophy as the first female parent leader. Emiliya likes being around people, adores travel, enjoys playing soccer, and relishes in helping other people.

Related to Minha Irmã Gêmea e Eu

Related ebooks

Related articles

Reviews for Minha Irmã Gêmea e Eu

Rating: 0 out of 5 stars
0 ratings

0 ratings0 reviews

What did you think?

Tap to rate

Review must be at least 10 words

    Book preview

    Minha Irmã Gêmea e Eu - Emiliya Ahmadova

    Minha Irmã Gêmea e Eu pertence ao gênero de ficção de grau médio e os personagens são fictícios. Qualquer semelhança de meus personagens com pessoas vivas ou mortas é mera coincidência. Idade dos leitores: 9 a 13 anos. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, incluindo fotocópia, gravação ou outros métodos eletrônicos ou mecânicos, ou por qualquer sistema de armazenamento e recuperação de informações sem a permissão prévia por escrito do editor ou autor, exceto no caso de breves citações incorporadas em revisões críticas e outros usos não-comerciais permitidos pela lei de direitos autorais.

    www.emiliyaahmadova.com

    Eu dedico Minha Irmã Gêmea e Eu às minhas filhas maravilhosas, que me inspiraram a escrever esta história.

    Minhas Sardas Feias!

    Meu nome é Julieta e sou uma menina de doze anos de olhos castanhos e cabelo curto preto. Eu moro com meus pais, minha irmã gêmea Rafaela, e uma irmã loira repulsiva de quinze anos, Karla. Minha mãe, Sophia, é uma mulher latina magra e relativamente alta, com cabelos negros e olhos castanhos profundos. Minha irmã gêmea e eu fomos abençoadas com sua beleza. Nossa mãe adora usar chapéus enormes, saias longas e tops ou vestidos sem mangas. Os acessórios e joias dela nunca deixam de me surpreender. Ela tem em sua coleção de acessórios todos os tipos de brincos, pulseiras e contas para combinar com as roupas extravagantes que ela escolhe. Além disso, minha mãe tem uma boca grande que pode ser ouvida de todos os cantos.

    Assim que alguns cabelos grisalhos surgiram em sua cabeça, ela instantaneamente ficou frustrada e começou a pintar o cabelo para escondê-los. Parece estranho, mas meu pai também pinta o cabelo, coisa que eu só suspeitava até que uma vez eu peguei ele pintando a barba com uma touca de banho na cabeça.

    Meu queixo quase caiu no chão ao ver ele, e apontei o dedo para a barba em uma pergunta silenciosa, tentando entender o que o convenceu a fazer isso. Eu achava que os homens não podiam tingir seus cabelos porque era uma coisa de mulher. Eu acho que, por ele ser baixo, ter começado a ficar careca e não estar na sua melhor forma física, fez com que ele se sentisse inseguro, especialmente porque minha mãe tinha uma posição de destaque como gerente no trabalho dela.

    Suponho que ele se preocupe que ela possa trocá-lo por um homem rico e estrangeiro e depois se mudar para outro país. Eu ouvi isso de uma de suas conversas pelo telefone. Portanto, ele tenta parecer mais jovem não apenas vestindo calças e camisetas justas, mas também pintando a barba e o cabelo todo mês e andando de moto pela capital da Venezuela, Caracas.

    Às vezes, assim como meu pai, eu me sinto desconfortável por causa da minha aparência. Mas a minha preocupação são as sardas castanho-escuras espalhadas por todo o meu rosto. Eu odeio elas! Por que minha irmã gêmea idêntica, Rafaela, não tem sardas? Eu fui amaldiçoada com tantas! Elas são como pequenas estrelas espalhadas pelo céu noturno. É tão injusto! Eu queria que o papai me deixasse fazer uma cirurgia para removê-las. Em vez disso, ele apenas continua repetindo que elas realçam minha beleza como uma estrela brilhante.

    No entanto, eu não gosto de ver sardas feias espalhadas pelo meu rosto como uma estrada sem fim. Elas apenas me fazem querer gritar: Tire isso da minha cara!. De vez em quando, eu tento escondê-las com as maquiagens da minha mãe, mas elas continuam totalmente visíveis e ainda se destacam, para a diversão dos meus colegas.

    Alguns zombaram de mim e me provocaram por algum tempo, especialmente Valeria, que sempre olha para o meu rosto e franze a testa. Ela é simplesmente uma BULLY insuportável, que faz bullying comigo me ridicularizando com o apelido de Cara de Leopardo - que grudou em mim como mel pegajoso. Toda vez que eu saio da minha sala de aula, escuto alguém gritando Cara de Leopardo! em um tom malicioso.

    Eu não consigo entender por que as escolas estão ficando lotadas de bullies como Valeria. Ela simplesmente anda por aí magoando os sentimentos dos outros alunos. Esta má conduta é podre até a alma. Por que os bullies são incapazes de entender que estão tornando nossa vida um INFERNO intolerável!?

    Um recado para os bullies de todos os lugares: eu não vou chorar silenciosamente ou esconder episódios de bullying. Eu vou levantar minha voz com orgulho e defender meu direito de ser tratada com respeito. Eu vou continuar contando para o diretor e meus pais até que o bullying pare!

    Ou talvez eu deva criar um pôster "Não ao Bullying" para apoiar as vítimas e protestar com elas ao lado do portão da escola. Eu me pergunto se tal ação pode mudar o comportamento indelicado de Valeria em relação a mim e aos outros. No entanto, a resposta permanece EM BRANCO. Talvez o diretor deva perguntar ao terapeuta da escola para descobrir o que causa esse tipo de comportamento e como alterá-lo!?

    Como eu estava dizendo, parece que o cérebro da Valeria tem um parafuso solto, ela nunca deixa de rir das minhas desgraças. Eu mordo meu lábio e cerro as mãos em punhos, pronta para gritar como uma chaleira fervente. Eu mal consigo me conter para não sovar Valeria bem nos dentes. De fato, tenho certeza de que, se eles quebrarem, isso a faria calar a boca e deixar de exibir seus aparelhos. No entanto, a violência só causa encrenca e alguém pode se machucar. Portanto, eu apenas tento controlar minha raiva respirando fundo, contando até dez e murmurando para mim mesma: Julieta, acalme-se!

    Essa garota sorri largamente de propósito apenas para mostrar seus aparelhos metálicos coloridos nos dentes brancos, o tempo todo ciente de que os meus continuam tortos. A maioria dos venezuelanos não pode pagar por aparelhos, a menos que ganhem dinheiro nos Estados Unidos ou trabalhem em Trindade. A irmã do meu pai, tia Lorenza, mencionou uma vez que o pai de Valeria conseguiu um emprego nos EUA, e é por isso que ele pode transferir dólares aqui para Caracas. Não é de se admirar, portanto, que Valeria sempre use as roupas mais caras e elegantes da nossa vizinhança.

    Eu gostaria que minha mãe pudesse conseguir um emprego nos EUA também. Nós poderíamos nos mudar para os EUA e viver com nosso tio Diego. A América é um ótimo país e muitas pessoas sonham em morar lá. Ouvi dizer que a vida lá é fantástica, mas agitada, já que as pessoas estão sempre correndo como abelhas zumbindo. Eles têm as melhores montanhas-russas, filmes e circos do mundo, para não mencionar a Disneylândia e outros lugares maravilhosos!

    Os residentes e cidadãos dos EUA vêm de muitas nações ao redor do mundo. Não é incomum encontrar imigrantes chineses, indianos, russos ou africanos enquanto você caminha pelas ruas. Eles até têm Chinatown e a Estátua da Liberdade. É tão legal! Eu adoraria tirar algumas fotos minhas, usando meu boné azul e uma camiseta branca, ao lado da Estátua da Liberdade. O irmão do meu pai, tio Diego, publicou na Internet essas fotos uma vez.

    Meu tio deixou Caracas há três anos e se mudou para Miami, deixando seu emprego como chef de cozinha. No entanto, como imigrante ilegal durante o primeiro ano, ele trabalhava apenas em trabalhos menores, como limpar banheiros e trabalhar como carregador ou garçom. Ele até mesmo se tornou um motorista de táxi por um curto período de tempo, mas foi demitido por não conhecer tanto a língua inglesa quanto as ruas. O tio reclamou que as ruas de Miami são confusas, com tantas viradas e sinais de trânsito. Uma virada por engano pode forçá-lo a dirigir por uma hora na direção errada, o que aconteceu com meu tio.

    Tio Diego disse que muitas pessoas que falam espanhol vivem em Miami, especialmente em Hialeah Gardens, e algumas nem se dão ao trabalho de aprender inglês. Por que ele deveria?

    Depois de uma longa busca por outro emprego, ele foi contratado como assistente de chef de cozinha em um restaurante mexicano local. Eu estou ansiosa para que meu tio me leve até lá, mas minha avó Anthena disse uma vez que, na verdade, é difícil conseguir um visto para os EUA, então isso pode demorar um pouco. Os americanos são conhecidos por serem ouvidos dizendo que nós, latinos, ficamos por mais tempo que o permitido nos EUA, pegando seus preciosos empregos.

    De qualquer forma, devo voltar ao assunto dos meus aparelhos que não posso pagar. Para você ver, meus dois dentes da frente são ligeiramente torcidos e têm um espaço entre eles. Quando sorrio, pareço simplesmente horrível. Na maioria das vezes, parece que minha expressão facial carrancuda diz às pessoas: Fique longe de mim!. Os dentes de Rafaela também são retorcidos, embora em melhores condições do que os meus.

    No entanto, para meu alívio, minha mãe tem economizado dinheiro por muitos meses para pagar aparelhos para nós, assim como o tio Diego, que prometeu ajudá-la.

    Seis meses atrás, papai nos levou ao ortodontista para medir nossos dentes para colocar aparelho, então em breve eu vou colocá-los.  Estou ansiosa para poder sorrir de orelha a orelha, especialmente quando converso com Nicolas. 

    Ele é tão fofo! Ele se senta ao meu lado em nossa sala de aula. Você deveria ver o cabelo longo e loiro dele, que chega quase até os ombros. Porém, ele fica chateado porque o comprimento de seu cabelo lhe causa problemas. O diretor continua pedindo que seus pais cortem seu cabelo ou o mantenham em casa. Sempre que Nicolas se aproxima da minha mesa, ele parece brilhar, com um sorriso cheio de dentes brancos. Mas então ele se afasta e olha para Valeria, que é podre até a alma. Quando ela percebe que ele está olhando para ela, ela lhe dá um sorriso largo e joga o cabelo preto na frente dos ombros para se tornar mais atraente. Isso só me faz querer gritar e bater nela.

    Por que ela e não eu? Eu sou tão bonita quanto ela. Talvez ele não goste das minhas sardas. Eu não sei porque a maioria dos meninos presta tanta atenção nela e não em uma garota simples como eu. É porque ela é mais feminina e tem cabelos longos e grossos e um rosto sem sardas?

    Eu tenho cabelo curto e uso brincos pequenos, o que é feminino o suficiente, mas eu brigo e me comporto como um menino. Adoro assobiar, cuspir no chão, jogar futebol e correr. E daí? Você não faz isso às vezes? É divertido!

    Por que as aparências e roupas são mais apreciadas do que qualquer outra coisa? O que há de errado com as pessoas? Por que eles não aprendem a apreciar a beleza INTERIOR!?

    Quando olho para Valeria, fico com vontade de puxar o cabelo dela e arrastá-la para fora. No entanto, como de costume, eu me sento em silêncio, contando até dez para controlar minha fúria súbita. Eu sou assolada por um tipo de ciúme venenoso que pode levar alguém a ser mesquinho e assim destruir a paz de espírito. Minha mãe continua dizendo que o ciúme é um traço de personalidade que é absolutamente necessário evitar, mas às vezes acho impossível.

    Para meu aborrecimento, um menino gordo, Montano, parece ter uma queda por mim. Assim que eu viro as costas enquanto estou sentada na minha mesa, ele sorri e me dá um olhar apaixonado. Quando nossos olhos se encontram, ele murmura umas palavras que eu acho impossível de entender. Toda vez que ele se aproxima de mim, suas bochechas sempre ficam vermelhas.

    Então chegou o dia em que minha atitude indiferente em relação a ele mudou.

    Durante o recreio, ele caminhava lentamente de um lado do corredor para o outro enquanto eu conversava com minhas amigas Bella e Amanda. Ele inclinou a cabeça, tentando não olhar para ninguém. Sua camisa branca saía da calça azul e seu cabelo ruivo curto estava espetado como os espinhos de um ouriço.

    Ele parou no meio do corredor, se remexendo enquanto tentava colocar os cadernos na mochila. Quando nossos olhos se encontraram, Montano desviou o olhar, tocando o cabelo nervosamente.

    De repente, Claudius, um bully alto e de ombros largos, esbarrou nele, fazendo com que os livros didáticos de Montano caíssem.

    — Ei, Garoto Peidorreiro! — Claudius zombou —Não se mova pela escola como se ela fosse sua! — Ele empurrou Montano e saiu apressado. Eu o observei quando ele parou ao lado da sala de aula da Sra. Andra para conversar com outros bullies como ele. Eles ficaram parados junto à porta, olhando para Montano enquanto o riso ecoava nos meus ouvidos.

    Montano se abaixou e começou a reunir seus cadernos. Suas bermudas eram tão apertadas que eu podia ver sua cueca vermelha. 

    Assim que ele se abaixou, ouvi o som alto de um pum, que soou como um tiro repentino.

    ECA! O ar começou a cheirar como um rato morto. Minhas amigas apertaram os olhos e começaram a se abanar com as mãos para afugentar o ar fedorento.

    — Garoto Peidorreiro! — disse Bella. Ela olhou amargamente para Montano e apertou o nariz com os dedos.

    Rindo, minhas amigas correram para dentro da sala de aula. Eu ia seguir o exemplo delas, mas ao ver suas mãos trêmulas e olhos lacrimejantes, escolhi mostrar compaixão por ele.

    — Oi, Montano. — eu disse.

    — Olá. — ele respondeu, sem levantar a cabeça.

    Eu me inclinei para frente e peguei seus cadernos. Então entreguei para ele, e nós dois nos levantamos. O sangue parecia ter sumido de seu rosto, e ele de repente parecia pálido.

    — Você está bem? — eu perguntei, sentindo pena dele.

    O menino infeliz sempre foi ridicularizado por estar acima do peso e por soltar pum em público. No fim das contas, eu ter apoiado Montano só piorou as coisas para mim. Além de Cara de Leopardo, eu agora era chamada de namorada do Garoto Peidorreiro.

    Embora o assédio dos zombadores me queime como pimenta, devo fazer o que é certo. Afinal, ninguém tem o direito de ferir os sentimentos dos outros só porque ele ou ela parece diferente ou tem algum tipo de deficiência.

    Ele olhou nos meus olhos.

    — Na verdade não. O que eu fiz para eles? Eles apenas continuam me tratando como se eu fosse algum tipo de palhaço ou esquisito. Tem alguma coisa errada comigo?

    — Ei, Montano. Nada está errado com você. Eles são apenas crianças zangadas e miseráveis​.

    O livro de Montano caiu de sua mão trêmula e eu peguei do chão para ele.

    — Existe alguma coisa que eu possa fazer para você se sentir melhor?

    Ele nem sequer hesitou:

    — No sábado, eu vou assistir Star Wars - Guerra nas Estrelas. Você pode vir comigo, por favor? — ele perguntou, olhando para o lado.

    Assim que suas palavras chegaram aos meus ouvidos, o arrependimento rastejou na minha alma. Eu não poderia ir ao cinema com ele. O rótulo de namorada do Garoto Peidorreiro ficaria comigo até eu me formar.

    Fiquei perdida em pensamentos, como se estivesse em uma floresta repleta de árvores assustadoras, incapaz de encontrar um caminho. E se ele soltar pum de novo? Isso certamente seria um pesadelo enorme. Por outro lado, de fato, as pessoas soltam pum acidentalmente. Por que eu me tornei tão autoconsciente?

    Minha atenção voltou para Montano. Seus olhos suplicantes lançaram espinhos e flechas em meu coração. Eu não sabia o que dizer.

    — Montano, eu vou...

    Ele não me permitiu terminar.

    — Meu aniversário é no sábado, e eu não tenho nenhum amigo para convidar além de você. — ele murmurou. — Eu tinha esperança que você viesse. — Ele soluçou de nervoso.

    Meus olhos circularam ao redor, procurando por uma desculpa, e pararam em Claudius. A garota ao lado dele começou a sussurrar algo em seu ouvido, os olhos fixos em nós enquanto ele ria.

    O que fazer? Eu apertei os dedos, desejando ser resgatada.

    — Montano, eu...

    — Ei, gordo! Venha cá! — berrou Claudius de onde ele estava com seus amigos. Montano virou a cabeça para ele e seu corpo tremeu um pouco.

    — Julieta, é melhor você fugir antes que ele deixe o ar fedido como uma cabra suja! — gritou a menina. Ela riu, e na minha cabeça ela soou como um macaco.

    Os olhos de Montano brilharam por causa das lágrimas enquanto outras crianças passavam por nós, rindo.

    Eu já estava farta do

    Enjoying the preview?
    Page 1 of 1