Guerra no Centro da Terra: A saga da humanidade- Livro 2
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As cartas foram lançadas. Um Phobus IV foi abatido. O armistício foi quebrado
Os milênios não foram capazes de aplacar o ódio e...
Uma guerra entre gigantes teve início no centro oco do planeta.
Atlântida e Lemúria voltaram para o conflito armado.
Num jogo de estratégia tem vantagem quem consegue antecipar o movimento do adversário.
Espionagem e sabotagem sempre foram armas importantes. Isso não era diferente para Atlantes e Lemurianos.
Para onde essa guerra levará o Planeta?
Markus Thayer
Markus Thayer é formado em Ciência da Computação e MBA em Controladoria. Sendo entusiasta por física teórica e mecânica quântica, dedica parte de seu tempo no estudo dessas ciências. Como o tempo é elástico, M. Thayer separa uma parte dele para cinema, música, leitura e outras grandes paixões, como escrever histórias de ficção e criar programas para computador. O Tempo é um papel em branco que pintamos com nossas melhores cores; é um presente para sentir-se bem e exercitar a felicidade.
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Book preview
Guerra no Centro da Terra - Markus Thayer
Markus Thayer
Guerra no Centro da Terra
A saga da humanidade
Livro 2
2ª edição
São Paulo
2019
Agradeço a todas as pessoas que, direta ou indiretamente, ajudaram a tornar esta obra uma realidade. Em especial a Marcia Denleschi e a Camila Denleschi que me ajudaram durante todo o processo.
Dedico esta obra à minha esposa, Marcia, e à minha filha, Camila, que estão comigo em todos os momentos, iluminando os meus caminhos e enchendo a vida de sublimado amor.
Sumário
CAPÍTULO 1 Inicio de Uma Guerra
CAPÍTULO 2 O Resgate
CAPÍTULO 3 A saga da humanidade
CAPÍTULO 4 A grande cidade
CAPÍTULO 5 A missão
CAPÍTULO 6 Sabotagem
CAPÍTULO 7 Salto no escuro
CAPÍTULO 8 Traição
CAPÍTULO 9 Perdas
Continua
Sobre o Autor
News Letter
Copyright
Copyright © 2019 Markus Thayer
Capa: Camila Denleschi
Todos os direitos reservados ao autor.
Esta é uma história de ficção e fantasia. Todos os personagens, nomes, empresas, entidades são imaginários ou usados de forma ficcional. Assim, qualquer semelhança com pessoas, empresas ou entidades, são mera coincidência.
A obra contém erros propositais de grafia, palavrões, xingamentos e palavras de baixo nível.
CAPÍTULO 1
Inicio de Uma Guerra
A música enchia o largo salão circular.
Mais de uma dezena de homens e mulheres dançavam uma peça sensual e provocante. Usavam apenas fitilhos nos punhos para realçar a coreografia e destacar ainda mais seus corpos nus.
O lugar era próprio para aquela festa. O grupo de dança performava no centro, enquanto, ao redor, na periferia do salão, centenas de festeiros acompanhavam com olhos lascivos.
Os convidados, tomados pelo ambiente luxuriante, também expunham seus corpos em ondas de sedução.
Não raro, se via pares ou grupos, totalmente sem roupas, envolvidos em explícitas relações sexuais.
Cordas em vermelho vivo, adornadas com correntes de ouro, separavam um lugar de honra. Era uma reentrância no lado oposto à entrada., separado por cordas em vermelho vivo e detalhes em ouro. Aquele era o local destinado ao Imperador. Guardas armados garantiam a segurança. Só pessoas autorizadas podia passar os limites.
Kumárin sentava-se no trono como quem se deixa derramar. Usava apenas uma camiseta. Rasgada, malcuidada, manchada de batom e outros cosméticos femininos.
Meia dúzia de mulheres, com corpos sinuosos e belezas invejáveis abraçavam e acariciavam o Imperador.
Klans Kumárin tinha apenas quarenta anos de idade, mas sua aparência o envelhecia para uns sessenta. Pesava cento e oitenta quilos, talvez duzentos. Sua pele brilhava por causa do suor pastoso que o cobria e, quando ria, seu rosto se transformava numa careta.
Não precisava muito tempo para perceber que o Imperador era um homem doente. A respiração ofegante, as tosses repentinas e seu olhar perdido davam conta de seu estado físico e mental. Vivia para os prazeres do corpo. Alimenta-se em excesso, consumia drogas de vários tipos, abusava do álcool e do sexo. A rotina do Imperador de Lemúria era uma sequência de festas desse naipe.
Quase sem exceção, todas as tarefas administrativas eram delegadas para seus subalternos. Apenas em casos extremos era procurado para emitir alguma opinião.
***
Por mais que se esforçasse, John não conseguia acordar daquele pesadelo medonho. Se lembrava de ter entrado naquela caverna cheia de coisas esquisitas. Maquinas flutuando, homens metálicos e silhuetas monstruosas. Fora preso por japoneses. Talvez os mesmos que quase o mataram na Inglaterra.
Meu Deus, será que tudo isso é um sonho?
— Perguntou-se em pensamento. — Todos esses acontecimentos são bizarros demais.
Sentia-se atordoado. Mas os fatos eram cobertos por uma aura de realidade difícil de explicar. John, em seu estado alterado, não fazia a menor ideia de que as coisas ficaram ainda piores.
Se lembrava que sua morte fora decretada por aquele homem.
Será que eu morri?
Puxa, fechei os olhos esperando o golpe. Mas não me lembro de ter sentido nada.
E aqueles homens metálicos? Deus, estou ficando louco!
Sim, morri e esse é um trauma pós-morte. Devo estar no purgatório ou no inferno.
Rememorava os japoneses sendo atacados pelos mnemes.
Olhou para seu próprio corpo. Quase não havia luz, mas, ainda assim, vislumbrou suas roupas encharcadas com o sangue de Takashi.
Mas parece tudo tão real.
Estou vivo?
Passou o dedo pela roupa e sentiu a textura viscosa do sangue.
Sim, todos foram mortos em poucos segundos.
Aquele monstro iria me partir ao meio também.
O homem metálico não era muito diferente daqueles japoneses.
Se não fosse por aquelas duas moças…
Caramba, uma delas destruiu o homem metálico como se ele fosse manteiga.
Não, isso só pode ser sonho. Ela colocou todos nós dentro daquela canoa voadora. Fez isso usando apenas uma mão!
Canoa voadora? Jesus do céu, o que tá acontecendo comigo?
Sim, nós voamos até aquela nuvem. Não, não, não, era uma bola gigante.
As imagens se sucediam em sua mente cansada.
A outra moça cortou as cordas com uma luz.
Aos poucos, os olhos se acostumavam com a pouca luz e ele começava a delinear o ambiente.
Elas nos prenderam em cadeiras sem pés. Voam acima do chão!
Depois vieram os solavancos.
Alguma coisa aconteceu.
Arregalou os olhos.
A moça que nos salvou foi jogada contra a parede!
Será que ela está viva?
***
Foi questão de segundos para os Raptores detectarem vida nos destroços dos Phobus IV.
Vários corações batiam no interior da nave abatida.
Raptores eram naves robotizadas e não precisavam de autorização para matar. Seu algoritmo definia o que fazer. Naquele caso, concluir a missão.
Apontaram os canhões para a cratera onde o Phobus IV fora sepultado.
Quase duas centenas de Raptores se prepararam para atirar.
As primeiras rajadas de plasma de hidrogênio emergiram dos tubos fumegantes.
A cratera lunar acendeu com mais intensidade. Mudou do laranja para o amarelo vivo.
***
John sentiu mais um solavanco. Ouviu ruído de ferragens se retorcendo.
Seu coração acelerou.
Foi quase sem querer que enviou um comando mental para a cadeira soltá-lo. O cinto afrouxou no mesmo instante. Escorregou e caiu no chão como gelatina flácida. Sentiu a textura fria do metal. Lembrou-se da placa que encontrara em Bamburgh. Ordenou, em pensamento, para o lugar iluminar-se.
Uma luz pálida e fraca encheu a ponte de comando do Phobus IV.
Viu Briéla caída, próxima à uma das paredes.
Pobre menina, deve estar morta, ninguém sobreviveria àquela pancada.
Correu os olhos pelo lugar. Os outros continuavam presos a suas cadeiras. Se aproximou de Sir Oliver. O homem dormia de roncar.
— Senhor Stwart, senhor Stwart, acorde. — Disse enquanto o chacoalhava de leve pelo ombro.
Nada, o professor não reagia ao seu chamado.
O barulho de metal retorcendo se intensificou. Como engenheiro, John pensou na estrutura daquela coisa.
Isso não é bom. Esse negócio está cedendo.
Voltou a olhar para a moça no chão.
Caminhou com dificuldade até o corpo de Briéla.
Que jeito triste de morrer.
A roupa dela impedia que ele medisse a pulsação no pescoço. Então, pegou suas mãos, retirou a luva e pressionou seu pulso.
Puxou o ar com rapidez.
Meu Deus, ela está viva!
O coração batia ritmado. Colocou o ouvido próximo às narinas e teve certeza de que a menina respirava.
Com cuidado, John se esforçava para movê-la para uma posição mais confortável.
O chão, inclinado uns trinta graus, dificultava bastante o trabalho.
John passou a mão direita pelas costas de Briéla. Trouxe-a próxima a seu peito. Segurou as pernas dela com a esquerda.
Briéla abriu seus grandes olhos azuis.
John se assustou. Travou. Sentiu-se embaraçado. Não sabia se soltava a moça ou se continuava segurando.
Briéla demorou um pouco para se lembrar onde estava.
O rosto de John, bem à sua frente, a tirou da letargia.
Toda a sequência de eventos pulou de sua memória. O portal, os ingleses, o ataque dos Raptores e o Phobus sendo atingido.
Num movimento rápido, ela se soltou de John e se afastou até encostar na parede.
— Me desculpe, senhorita. — Falou o inglês, sentindo-se envergonhado.
Olhou desconfiada para John. Levantou-se num pulo.
— Como você tá acordado? — Perguntou confusa, tentando organizar seus pensamentos.
— Não sei.
Será que esse humano é um espião? Como não dormiu? Como pode estar acordado?
Briéla olhou para o lado num movimento rápido.
— Brania!
Correu meio desajeitada na direção da amiga. John a seguiu de perto.
Num esforço conjunto, os dois colocaram Brania numa posição melhor.
— Brania, Brania, acorde. — Briéla batia de leve no rosto da garota.
Consultou a armadura da amiga.
John percebeu a ansiedade da moça.
— Ela está bem? — Perguntou com ar de preocupação.
Tensa, Briéla não deu atenção à pergunta do rapaz. Continuou verificando o status da armadura de Brania. Depois de um tempo, focou o inglês.
— Sim, ela está bem. O neutralizador de inércia não conseguiu absorver toda a energia do impacto. Ela desmaiou com o choque, mas irá se recuperar logo.
Briéla se levantou, correu os olhos em redor. O som de metal rangendo ficava cada vez mais alto. Vez por outra, ouvia-se o som de parte da estrutura colapsando. A situação era bastante grave. Tinham sido abatidos pelo inimigo.
Respirou fundo.
— Precisamos sair daqui, os Raptores sabem que estamos vivos.
John se virou para Briéla com cara de placa de trânsito.
— Raptores?
A dúvida corroía o coração da Atlante.
Será que eu caí em uma armadilha? Será que esse cara é tão inocente como se faz parecer?
Não tinha como saber.
No entanto, o momento exigia atitude. Era necessário entender qual a dimensão do problema. E reverter o caos.
Pegou o capacete de Brania.
— Toma, coloque isso. Vai entender sobre o que eu tô falando.
Ele segurou o aparelho. Era bem mais pesado que o psico-transceptor. Permaneceu parado, travado com o capacete na mão.
— Vamos, cacete, coloque essa bosta na cabeça. Vou precisar da sua ajuda. — Falou Briéla.
John não pensou duas vezes e posicionou o instrumento sobre seu crânio.
Sentiu uma vertigem, pensou que iria cair.
Uma imensidão de imagens tridimensionais surgiram diante de sua vista. Notou que as imagens não eram percebidas por seus olhos. Na verdade, esses atrapalhavam um pouco. As imagens eram colocadas diretamente dentro de seu cérebro. Era tão intenso que ele não conseguia evitar.
Retirou o capacete assustado.
— O que é isso? — A voz saiu trêmula.
Briéla respondeu sem se mover.
— Pode ficar sossegado. O capacete não vai te fazer nenhum mal. Por favor, coloque de volta, preciso de você.
O medo cresceu na mente de John.
— Me diga uma coisa. Pode falar a verdade.
Briéla tirou o capacete e colocou toda sua atenção no rapaz.
— Eu morri? — Perguntou o inglês.
Briéla franziu a testa, colocou o capacete de volta.
— Ainda não, mas se você não me ajudar, vai morrer logo, logo. Precisamos fazer alguma coisa, senão todos vamos morrer.
Ele colocou o capacete. As imagens voltaram à sua mente.
Virou-se para Briéla. Via a garota com a mente. Mas também a via os olhos. Eram duas dimensões totalmente diferentes. Seu cérebro tinha dificuldade para se acostumar.
— Feche os olhos, — aconselhou a moça — ficará mais fácil pra você. Eu prometo que explico tudo depois.
John obedeceu.
***
A festa se desenrola com cenas grotescas de sexo. A porta do salão se abre. Um homem entra com olhos fixos no lugar de honra. Perdidos em ondas de luxúria e drogas, nenhum festeiro notou sua presença.
Grasso Vardin, caminhou com passos cuidadosos, desviando dos casais. Algumas garotas tentaram atraí-lo exibindo-se em poses sensuais.
Vardin seguiu, sem desviar o foco.
Que nojo, quanta perversão. O povo de Lemúria não merece isso.
Suas passadas largas o levaram ao local reservado para o Imperador. Se aproximou do guarda. O homem, concentrado em seu trabalho, reconheceu o Grão Vizir
— Preciso falar com o Imperador. — Falou Grasso Vardin, sua voz era compassada, mas carregada de preocupação.
O guarda abriu passagem.
— Sim, senhor, por aqui.
O administrador deu mais três passos.
Klans Kumárin não notou sua presença. Sua atenção voltava-se para uma de suas concubinas, com quem se preparava para fazer sexo.
— Me desculpe, senhor Imperador. — Grasso interrompeu com voz firme.
Klans reconheceu a voz, girou a cabeça.
— Vardin! — Quase gritou — Tire a roupa e entre na farra, homem. Escolha a mulher que quiser.
Olhou para as moças ao seu redor.
— Vamos, meninas, façam meu administrador feliz, ele anda muito tenso.
As garotas sorriram. Suas faces denunciavam o consumo excessivo de drogas e álcool.
Grasso sorriu paternal. Seu rosto tinha um traço de tristeza.
— Eu agradeço muito, senhor Imperador, mas o que me traz aqui é um assunto de estado.
Kumárin perdeu a concentração.
— Pelo amor de Deus, homem! Não vê que estou ocupado.
O Vizir respirou fundo.
— Sim, senhor, me desculpe a intromissão, mas o assunto é importante demais.
Klans Kumárin podia ser um festeiro, mas não era idiota. Seu raciocínio rápido e preciso passava despercebido por várias pessoas.
Colocou de lado a garota.
— Vamos continuar isso depois. — Disse sem olhar para ela.
Depositou sua atenção no Grão Vizir.
— Vardin, Vardin, você precisa relaxar um pouco e gozar mais a vida. Desse jeito vai acabar com um ataque do coração. — Falou balançando a cabeça. — Bem, vamos lá, o que foi que aconteceu.
Grasso Vardin entregou um computador de mão para o Imperador.
— Um de nossos hangares externo, aquele na América Latina, foi invadido.
Kumárin se ajeitou, assumindo posição mais ereta.
— O quê? Como?
— Senhor, veja com seus próprios olhos.
O computador de mão mostrava as