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lembrar para sempre
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Ebook230 pages4 hours

lembrar para sempre

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About this ebook

Uma noite com muito para celebrar, de mãos dadas com o turbilhão do meu amigo Maty, que estava determinado no mundo a me perder nos meus vinte e oito anos de vida.

Uma noite para repor a vida monótona que outros me impuseram, pelo que dirão e pelas aparências sangrentas.

Uma noite que não recordo com grande detalhe ao amanhecer, depois da qual me descobri com um homem enigmático que não hesitará em ajudar-me a reviver.

Uma noite que marcará o fim da minha vida chata e perfeita como uma menina rica, educada e esticada, e que dará luz verde para uma nova e louca vida.

Uma noite, um homem e eventos que você, Cintia Alonso, lembrará para sempre.

LanguagePortuguês
Release dateJun 2, 2019
ISBN9781547573301
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    lembrar para sempre - Nuria Pariente Nogueras

    Lembrar para sempre

    Parte I Para Sempre Saga

    ––––––––

    Por Nuria Pariente Nogueras

    Autor: Nuria Pariente Nogueras

    Ilustrador: Juan Manuel Martín Rivas

    Título original: Saga para semprer: Lembrar

    2ª edição: Março 2018

    Nuria Pariente Nogueras 2017

    Todos os direitos reservados. Sob as penas estabelecidas por lei, a reprodução total ou parcial desta obra por qualquer meio ou procedimento, incluindo reprografia e processamento informático, bem como a distribuição de cópias por meio de aluguer ou comodato público, é estritamente proibida sem a autorização escrita dos titulares dos direitos de autor.

    Lembrar para sempre

    Parte I Para Sempre Saga

    Por Nuria Pariente Nogueras

    Agradecimentos

    Xosé, o centro do meu universo, o pilar indispensável do meu pequeno mundo, a vela do meu veleiro. Meu marido, amigo e confidente, o homem que se tornou meu verdadeiro amor e que me concedeu o privilégio de ser seu. O indiscutível pai dos meus filhos,... Tenho de lhe agradecer muito por hoje os meus romances verem a luz.

    Meus filhos, que providenciaram a revulsividade que eu precisava para embarcar nesta aventura. A minha luta pessoal para fazê-los passar fez-me limpar o pó da minha paixão passada pela escrita. Agradeça-lhes por me lembrarem que, se quiserem, podem.

    Melchor Riol, que entrou na minha vida desinteressadamente, no tempo certo e necessário, para dar aos meus romances o impulso de que precisavam. Obrigado pelo vosso apoio, paciência, confiança e dedicação, sem os quais, em muitos momentos, eu teria caído.

    Aos meus leitores zero: Pepi, Mary, Bea, Xana, Monse, Xosé, Melchor, Pili, Bego e Isa, cujas críticas iniciais contribuíram para enriquecer o romance que hoje chega às suas mãos.

    E, claro, eternamente grato a você, meu leitor, que adquiriu meu romance, porque é claro para mim que, sem cada um de vocês, isso não seria possível hoje!

    Alguém se ofereceria para morrer no meu lugar?

    Claro que não!

    Portanto, que ninguém se atreva a dizer-me como devo viver.

    Esta é a minha vida e pertence-me.

    ––––––––

    favi

    PREÂMBULO

    Um feixe de luz ténue atravessa as fendas das persianas, avisando da chegada do amanhecer. Pisco os olhos, tentando adaptar os meus alunos à escuridão da sala.

    O meu quarto tem persianas, objecto sonolento.

    Estou envolto numa estranha e desconhecida fragrância, lavanda ou similar.

    Devo estar a sonhar. Não acordei. Há demasiadas coisas que não cabem.

    Eu bocejo e acordo, estico o braço direito e bato na cabeceira da cama.

    A minha cama não tem cabeceira!

    Abro os olhos do nada.

    O meu sangue está gelado.

    Suor frio.

    Não estou na minha cama! Não estou no meu apartamento!

    A minha respiração é quase embaraçosa.

    Estou a concentrar-me nela. Inspiro e expiro, a tentar lembrar-me.

    Inspiro e expiro.

    Vá lá, Cintia, pensa!

    Inspiro e expiro.

    Merda, merda e merda! Não me lembro de nada!

    Viro a cabeça ligeiramente para a esquerda, cautelosamente, pouco a pouco.

    Tinha medo disso.

    Há alguém!

    Associo-me a movimentos lentos. Não quero acordar o meu companheiro e ter de enfrentar a minha vergonha numa situação tão embaraçosa.

    Sentado na beira da cama, varro o quarto pacientemente, tentando localizar minhas roupas e objetos pessoais. Quando acredito que tenho uma parte controlada, levanto-me e começo a árdua tarefa de colher.

    Pus o vestido na cabeça e metade dos calcanhares. Estou a contar: estou a perder as cuecas, a mala e o casaco. Estou doente à saída!

    Embora... espere um minuto!

    Parei congelado no limiar. Meus alunos praticamente se adaptaram cem por cento à escuridão, e minha curiosidade me impede de sair sem um rápido olhar para meu amante.

    Prostra nua, cara para baixo, um braço pendurado fora do berço. O lençol cobre até ao meio da nádega.

    Que corpo o tio tem! Pelo menos é bom, muito bom...

    Na ponta dos pés, aproximo-me, e...

    Suspiro aliviado. Não me lembro do nome, idade ou profissão dele, mas nós dançamos e ele me colocou como uma motocicleta. Sedutor, lindo, eloquente, golpe negro, sim, senhor!

    Como sou hipócrita em relação a mim mesma! A dura realidade é que não me lembro de praticamente nada. Por uma vez na vida, não me lembro da noite que me trouxe um garanhão assim."

    Que tristeza!

    O estudo de pesquisa acabou. Vou-me embora daqui!

    Olho para os meus calcanhares, viro-me e mostro o cocorota ao corredor. Não ouço nenhum barulho. Parece não haver mais ninguém no chão, o que, a propósito, é imenso...

    E ainda estou à procura da saída...

    Será possível o quão desproporcionado este lugar é...! Um belo duplex de luxo. Ele deve estar carregado. Todos os móveis de grife, decoração italiana...

    Na minha viagem consegui encontrar a minha bolsa e o meu casaco. Lingerie, inatingível.

    Uma pena! Adorava esta roupa de renda vermelha passion. Agora vou ter de aproveitar apenas cinquenta por cento. A noite deve ter sido brutal. Quem me dera lembrar-me dela.

    A cozinha está manchada de chocolate e um objeto que eu, eu me sinto pegajoso, tem muita roupa dele espalhada lá em cima. O sofá deve ter sofrido a ira de um furacão de força cinco...

    Lá está ele! Finalmente! Agora sei o que os espeleólogos sentem quando encontram a saída.

    Mas... O que aconteceu aqui?

    O chão está inundado. Sigo o sulco marcado pelo líquido e chego a um vaso com flores estilhaçadas ao lado de uma mesa redonda, que é deslocada a alguns metros do seu local de origem.

    Ele vai passar o domingo inteiro a arranjar lixo.

    Não me estou a rir.

    Eu abro, e furtivamente, fecho a porta atrás de mim, olho para o corrimão, olho para a direita e para a esquerda: elevador ou escadas?

    Elevador!

    Quando chego ao rés-do-chão, saio correndo, espezinhando a aterragem recém-espalhada por um cinquentenário, com um bigode cinzento e bem uniformizado, que me observa a sorrir do seu posto.

    -Oops, desculpa!

    -Bom dia, menina. Não te preocupes com isso.

    -Desculpa, não reparei.

    -Está tudo bem.

    Pode dizer-me... Em que rua estou?

    Que corte!

    -Gran Via. Quer que lhe chame um táxi?

    -Não, obrigado.

    Vivo em De La Cruz, a apenas 15 minutos a pé. Interessante coincidência que me vem à cabeça, nem sequer pintada. Por isso, aproveito a oportunidade para dar um passeio reflexivo.

    Tiro o telemóvel da mala e observo que tenho cinco chamadas perdidas do Maty. São seis horas da manhã, por isso agora, já agora, estou à espera de chegar ao apartamento.

    ––––––––

    -Cinty, és tu?

    -Sim, senhorita. Sou eu. Sou eu.

    -Onde raio estavas tu?

    -Não sei.

    Eu sorrio a enquadrar ambas as sobrancelhas.

    -O que queres dizer com não sabes?

    -Acabei de acordar. Vou à casa de banho tirar os calcanhares... numa cama que não era minha.

    Ainda estou a usar o vestido.

    -E as tuas cuecas?

    -Boa pergunta. Vou tomar um duche.

    Eu fecho a porta, o que não o impede de vir atrás de mim.

    -Você não sabe onde esteve, ou com quem, ou... por que está no comando?

    -Isso mesmo.

    Ele é motivo de riso. Olho para ela a franzir o sobrolho.

    -Estou a andar e a reflectir há um quarto de hora e ainda não encontrei graça nisso.

    -O que não é? Dona nerd e heterossexual, que você parece ter um pau enfiado no rabo; tudo um exemplo a seguir: não saio à noite, não bebo, não fodo estranhos...

    -És um idiota! Pára com isso! Atiro-lhe o vestido, que ela se esquiva sem muita dificuldade. Eu ainda sou, tudo isso e muito mais.

    Ele senta-se na sanita dobrada a rir.

    Porque estou aqui para vê-lo. Caso contrário, juro que não acreditaria.

    -Não estou nada orgulhoso do meu comportamento.

    Eu encolho os ombros.

    -Peroooooooooo...

    Como vou ficar desanimado uma noite em vinte e oito anos da minha vida, pelo menos consegui lembrar-me.

    Estás a brincar, Cinty? Lembras-te? -Ele está rindo. Sabe o que você bebeu? Até a água nos vasos!

    Ele vai dar-te algo com tanta desgraça.

    -O que estavas a fazer acordado?

    -Espera por ti. Não mudes de assunto com os teus métodos jornalísticos, espertalhão!

    Eu entro no chuveiro. O jacto de pressão bate-me na cara...

    -Isso é chocolate?

    -Fecha a antepara, seu idiota, ou vai ficar todo pingando!

    O muito escandaloso é atirado ao chão, rindo como um histérico.

    Como esta mulher é engraçada. Ela é louca como o diabo, mas é a melhor amiga que podes ter. Um bonbon loiro platinado com olhos azuis celestes, corpo 90-60-90... Todos (e todos) caem presas às suas garras. É um furacão. Inteligente, suspeito, bissexual e liberal.

    Ele beijou-te com chocolate e depois chupou-te! Foda-se, isso é como um baptismo! Bem-vindo ao mundo real!

    Ele reabre a antepara, o suficiente para entrar na cabeça atordoada que tem.

    -Vamos sair e celebrar esta noite?

    -Não! Vou atirar-lhe a esponja... Faça-se útil e faça um café, vá lá.

    -As suas ordens!

    Fechar, inspeccionar o meu corpo nu, para cima e para baixo, para baixo e para cima.

    -Estás à procura de alguma coisa? -Quero sarcasmo.

    -Hickeys.

    -O quê? -Estou tenso. A ideia horroriza-me. Chupa-chupas! Como um adolescente?

    Pareço nervoso em todo o lado e o meu amigo começa a rir-se outra vez.

    -Pára de rir e olha!

    Ela fecha a antepara, ignorando-me completamente, e deixa o banheiro rindo escandalosamente, deixando-me lá plantado, sobrecarregado e aterrorizado com a probabilidade de encontrar alguma marca.

    ––––––––

    -Uuummm...

    Quando você sai do chuveiro, um agradável aroma de café envolve a atmosfera. Enrolo uma toalha à volta do meu corpo e, atraído pelo cheiro agradável, chego à cozinha.

    Ela está à minha espera sentada no balcão. Ele segura um copo na minha direção, agarra-o com a mão esquerda e gira o pescoço com a direita, dando-lhe um beijo retumbante na bochecha.

    -Você é o melhor.

    -Eu sei. Conde.

    -Não me lembro! -Eu viro os olhos.

    -Nada?

    -Nada.

    -Jo, que confusão!

    -Pára, triste. Foi canhão. Nua, do lado dele da cama.

    -Pelo menos viste a cara dele antes de ele fugir a meio da noite?

    -Eu não estava correndo!

    -Claro que não denuncia sarcásticamente.

    -Ele foi o homem que entrou em mim ontem à noite acrescentado, ignorando o seu sarcasmo.

    -Santo! O 4 x 4 de quase 1,90 metros?

    -Sim.

    Digo-te, foi canhão. Ele piscou-me o olho e passou a língua por cima do lábio inferior. É uma saída. Como é que ele conseguiu?

    -Não sei. Ele estava de cabeça para baixo. -Eu sopro o meu copo e encolho os ombros.

    -Uma pena!

    -Ele vive num duplex impressionante na Gran Via.

    Enarca ambas as sobrancelhas, abrindo os olhos como pratos.

    Que dancei com ele, pelo menos lembro-me dele.

    -Você dançou? Um leite!

    Vejo-a estupefacta. Lembro-me que sim.

    -Gostaste da pista como porcos!

    Ele é um idiota!

    Ele ri-se em voz alta, infectando-me com o seu bom humor.

    -Também não sabes o nome dele, pois não?

    Eu nego.

    -Do que se lembra de ontem à noite?

    Fui buscar-te à cafetaria, tu fechaste e bebemos um copo com a tua compis. Jantamos em italiano, bebemos muito vinho e pegamos um táxi para a área de Chueca. Tinhas os teus 50% de gay no topo da tua pele. -Nós rimos muito. Enquanto namoriscava mais do que tu... -Pareço zombador.

    Ele atira-me um bocadinho de biscoito.

    -Ei! Isso mesmo! É disso que me lembro.

    Tu lembras-te do que te interessa. Vá lá, continua.

    -Caminhamos até a Gran Vía, onde deveríamos encontrar a melhor vida noturna e as melhores discotecas da cidade, de acordo com uma festa profissional - um conto zombeteiro.

    -É verdade... frase... O que acontece é que Novatilhas como você está desprendido assim que você chega, e por isso é impossível para você se impregnar com sua atmosfera mágica.

    Salta do balcão. Encha outra chávena de café, adicione leite e duas colheres de sopa de açúcar. Ele detesta esses pós brancos, que ele considera um veneno ao alcance de qualquer um que deseja cometer suicídio lentamente.

    -Para quem é isso?

    -Não achas que és o único que conseguiu... Ligar uma sobrancelha eloquente.

    -Está alguém no seu quarto? -...sussurro. Homem ou mulher?

    Dá-me só meio sorriso antes de sair com o copo de fumo.

    -Mulher, confirme.

    Se fosse um homem, esperava que o copo lhe fosse trazido.

    ––––––––

    "Não vi chegar o fim da semana, e com ela, minha atividade favorita de mutação dominical: que é deixar a mulher elegante e sofisticada, que tenho que estar fora de combate todos os dias durante um dia inteiro, hoje posso relaxar, de pijama, sem maquiagem e com cabelo despenteado, desfrutando do sofá, TV e sorvete.

    O meu colega de quarto depravado vem e vai. Quem quer que seja a cobaia, ela não a deixa sair da sala.

    Continuamos com a nossa revisão de ontem à noite. Aparentemente, aterrámos em Remember Forever, um dos álbuns mais exclusivos da Gran Via. O homem misterioso com quem amanheci e (supostamente) tive relações sexuais, aproximou-se de mim enquanto dançávamos, desenfreados e quase nos tocávamos, no meio da pista de dança. Entrou em mim, a comer os meus focinhos e...

    O resto é um desconhecido. Embora, ao ligar as pontas entre o final bem conhecido e o aspecto horrível que aquele apartamento mostrou ao amanhecer, pudéssemos desenhar um desenvolvimento aproximado dos factos.

    CAPÍTULO 1

    -Nervoso?

    -Acho que não.

    Hoje é o meu primeiro dia na revista Hero Kinsey.

    Estamos a caminhar em direcção ao metro.

    O Maty trabalha num snack-bar fora da cidade, e a viagem leva-o para sempre. Ele costumava ser usado em pubs ou cafés na área, mas se acostumou a viver aqui (há dois anos) e agora prefere se mudar diariamente para o extremo oposto da cidade.

    -Estás fantástica. Ser uma mulher livre, mais uma vez, serve-te perfeitamente.

    Eu sorrio sutilmente sem desviar a minha visão da minha rota, mostrando-me um pouco abatido.

    -Tudo é muito recente.

    Não comeces! Estou a avisar-te!

    Chama-me a atenção, olho para ela e passa pelos meus olhos azuis escuros.

    -Aquele bastardo estava te reprimindo, amargo e te pisando! Não te atrevas a inclinar a cabeça! Não te atrevas a dedicar um segundo dos teus pensamentos a esse idiota! Que se foda!

    Eu nego, forçando um ligeiro sorriso.

    -Nova vida, novo trabalho, novos projectos. Sábado à noite você nasceu de novo. Portanto, viva! Tens uma segunda oportunidade.

    Ele pega no meu braço, aperta-o e inclina-lhe a cabeça apoiada no meu ombro. Temos a mesma altura: 1,80 m.

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