Como entender balanços
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Como entender balanços - Antoninho Marmo Trevisan
CEPC
A contabilidade é a língua dos negócios
Antoninho Marmo Trevisan*
A frase foi dita por Warren Buffett, em resposta à filha de um de seus parceiros de negócios, que estava com dúvida sobre qual curso deveria fazer. Buffett devia saber o que estava falando, afinal, é o investidor mais bem-sucedido em todo o mundo, um dos poucos que se mantiveram incólumes na impressionante crise em que o sistema financeiro mundial submergiu, no final de 2008.
Crise é sempre crise e, por mais que se fale nas oportunidades que esses momentos possibilitam, diante de uma crise a gente treme. Como tantos já disseram, a economia não é uma ciência exata e nem sei bem ao certo por que tanta gente insiste em fazer previsões econômicas. A única certeza que temos, e sobre a qual se pode tirar conclusões, diz respeito aos números da economia. E, nesse caso, se a economia é incerta, a contabilidade não mente. Se um investidor quiser conhecer uma empresa, o caminho mais curto é analisar seu balanço, independentemente do contexto econômico em que se encontra seu setor, seu país, o mundo.
Embora a tendência seja ser pessimista quando o calo aperta nos momentos de crise, basta olhar para as informações contábeis para se obter uma visão realista do futuro. Isso também serve para os momentos de euforia: um gestor eficiente será sempre realista, às vezes até comedido, no seu planejamento estratégico ou nas suas decisões de investimento.
A verdade é que, com crise ou sem crise, do ponto de vista da gestão, está ocorrendo uma enorme revolução na maneira de gerir as corporações. Sem dúvida nenhuma, a contabilidade faz parte disso. Nunca antes na história, o contador teve tanto prestígio dentro de uma corporação. Na hora de tomar uma decisão, o bom gestor sempre terá ao seu lado um contabilista com informações saídas do forno.
E é verdade também que o Brasil tem a vantagem de ser um país de empreendedores. Diferentemente de outros povos, o brasileiro é capaz de fazer negócios das formas mais criativas. Além disso, é fato que nosso mercado interno se ampliou, incorporando fatias da população que social e economicamente estavam apartadas do consumo.
É certo que vivemos momentos de grave instabilidade e encaramos problemas difíceis. Porém, a estrutura da economia brasileira é hoje muito mais sólida do que no passado. Dispomos de recursos e de alternativas, contamos com instituições estáveis e consolidadas e a nossa democracia tem se fortalecido a cada nova eleição.
É preciso, no entanto, que empresas e agentes de mercado tenham em mente que a gestão responsável é essencial para superar uma conjuntura adversa. A lógica do padre Luca Pacioli, considerado o pai da Contabilidade, está voltando. Com ela, resgata-se a visão de que uma empresa não pode viver de fantasia, mas precisa ser gerida a partir da verdade dos números, das referências do débito e do crédito, da aplicação e da origem do recurso.
Para emergir nesse novo contexto mundial, pós-crise financeira, o melhor é estar muito bem acompanhado. Mais do que nunca, é prudente valorizar os que oferecem dinamismo, criatividade, pronto atendimento e, sobretudo, solidariedade profissional.
*Antoninho Marmo Trevisan é presidente da Trevisan Escola de Negócios e da Trevisan Gestão e Consultoria.
É membro da Academia Brasileira de Ciências Contábeis e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
A essência do comércio
O inglês costuma comer ovos quentes em pequenas taças de louça, em que o ovo entra até a metade; parte a extremidade livre do ovo e come-o assim, com uma colher de chá, depois de lhe ter deitado sal e pimenta. Na Índia, colônia britânica, assim se comiam os ovos quentes. Como é de supor, eram companhias inglesas as que exportavam para a Índia as taças para esse fim. Sucedeu, porém, que, alguns anos antes da Guerra, as firmas inglesas exportadoras desse artigo notaram que a procura dele na Índia decrescera quase até zero. Estranharam o fato, buscaram saber a causa, e não tardou que descobrissem que estavam sendo batidas por casas exportadoras alemãs, que vendiam idêntico artigo ao mesmo preço.