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À beira do abismo as árvores são azuis
By Olga Curado
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São 75 poemas curtos que falam do sofrimento e das breves alegrias de uma relação amorosa. A imagem das árvores azuis, aquelas que ficam distantes, com o verde das folhas tingido pela névoa de uma fria manhã de inverno – como um amor que não se realiza.
Em alguns momentos, a autora brinca com uma felicidade que poderia ter sido, em outros volta-se em desespero pela falta do amado. Alguns dos poemas, brevíssimos, parecem quase palavras de ordem para que experimentemos as vertigens de uma paixão.
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Book preview
À beira do abismo as árvores são azuis - Olga Curado
caparosto
Sumário
À beira do abismo as árvores são azuis
Sobre a autora
Créditos
ImagemAs árvores são azuis
Não me posso permitir
O pensamento me turvar a vista
E liderar-me em vida
É ele servo
Não patrão
E assim posso enxergar as árvores.
E uma a uma seguem
Azuis.
Porque feitas de memórias, fantasias
Experiências negadas
desejadas
na distância do passado e do futuro
Intangíveis
Como o presente detestado.
Antes
(apenas pressentia)
Estou demente
de saudades.
Apazigua-me.
Volta.
Mas, por Deus,
não me ofereça sanidade em troca.
Onde está o soluço
que reprimo escondido
do que poderia
– quem sabe –
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um choro.
Seria ele o meu derradeiro gesto de desespero
Antes
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