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Pororoca-Cabogó
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Pororoca-Cabogó

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Cobogó é uma espécie de tijolo perfurado ou elemento vazado, feito de cimento, utilizado na construção de paredes ou fachadas perfuradas, com a função de quebra-sol ou para separar o interior do exterior, sem prejuízo da luz natural e da ventilação.
Pororoca é vocábulo que advém do Tupi Guarani e quer dizer estrondo, estouro, rebentação. Considerada como a devolução da água doce despejada no mar pelo rio Amazonas, a pororoca provoca estrondo tal, que toda a floresta, como prenúncio, fica silenciosa, aguardando a passagem imponente de suas ondas que podem alcançar altitude de até seis metros, a uma velocidade que pode variar de quinze a trinta quilômetros por hora. Sua causa deve-se à mudança das fases da lua, principalmente nos equinócios quando aumenta a propensão da massa líquida dos oceanos, proporcionando grande barulho. Pode-se prever a pororoca com duas horas de antecedência, pois a força da água vinda da cabeceira provoca um barulho muito forte e inconfundível.
Forte e inconfundível é também a poesia de Sara Bononi, com seus versos em vazantes de invulgar beleza, a fluírem velozes e contínuos, em direção ao rigor de todas as aridezes de novidade literária, e o vigor de sua escrita atende ao chamado dessas securas, e as dessedenta bem, porque "já não há tempo/para olhar sem nitidez."
A autora traz aqui, para compor o título de sua obra, a surpreendente junção dos vocábulos "Pororoca-cobogó", sugerindo-nos o encontro das águas em poesia respiratória, "por todos os poros" do existir, de modo a "caber em onda/depois de correr vento,/implodir manhã lume de lua,/magia em descompassada rima, Odoyá,/ cabelos da menina."
Como um murmúrio convicto de que "o desandar também é caminho", a poesia de Sara embala cactos sob um sol vigilante da "saudade cultivada junto ao vaso de jasmim", feito cicatriz silenciosa e rítmica, a respirar pelos pulmões de cada verso:
"Ser impossível tristeza,/promessa em mármore/reescrita em pegadas na areia,/para em todo verão/ ter chance de sê-la."
LanguagePortuguês
Publishere-galáxia
Release dateAug 20, 2018
ISBN9788584742356
Pororoca-Cabogó

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    Pororoca-Cabogó - Sara Bononi

    Sumário

    Pororoca-Cobogó

    O Estrondo Respiratório das Águas em Poesia

    Sobre a autora

    Pororoca-Cobogó

    – conjugação da inclinação natureza que, na busca por ser maior e eterna, POROROCA-se em rio-caminho-mar. Aqui somada à capacidade humana e somente humana de criar beleza, aconchegar, tal qual COBOGÓ - peça arquitetônica de design brasileiro, utilizada em construções para diminuir a entrada de luz sem impedir a passagem de ar. Também chamado de elemento vazante.

    Dedico

    A tudo que chora, sorri, restaura alegria e ainda aqueles que matam, mataram meus sonhos reconstruíveis.

    A tudo que me causa poesia.

    Aquele que aduba o meu cotidiano com alegria e indagações inusitadas e, nas entrelinhas dá-me pistas de onde encontrar as cores de minha poesia, meu menino Heitor.

    O Estrondo Respiratório das Águas em Poesia

    Cobogó é uma espécie de tijolo perfurado ou elemento vazado, feito de cimento, utilizado na construção de paredes ou fachadas perfuradas, com a função de quebra-sol ou para separar o interior do exterior, sem prejuízo da luz natural e da ventilação.

    Pororoca é vocábulo que advém do Tupi Guarani e quer dizer estrondo, estouro, rebentação. Considerada como a devolução da água doce despejada no mar pelo rio

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