Gestão da Água em Bacias Hidrográficas: Práxis Coletiva de Educação Ambiental
Gestão da Água em Bacias Hidrográficas: Práxis Coletiva de Educação Ambiental
Descrição
Em razão disso, este livro analisa uma prática pedagógica coletiva e interdisciplinar como possibilidade de educação ambiental, propondo a superação das tradicionais práticas pedagógicas historicamente estabelecidas em sala de aula, a partir de outras leituras, reflexões, metodologias e ações concretas no contexto das bacias hidrográficas. Enfatiza, também, o processo de mobilização social, a interlocução dos sujeitos entre si, por meio do diálogo, de reflexões e planejamentos pedagógicos interdisciplinares, na perspectiva de empoderar as pessoas para que se tornem protagonistas de atitudes e práticas sustentáveis na gestão das águas.
Sobre o autor
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Amostra do livro
Gestão da Água em Bacias Hidrográficas - Jairo Marchesan
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO SUSTENTABILIDADE, IMPACTO, DIREITO, GESTÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
AGRADECIMENTOS
UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC
Curso de Ciências Biológicas da Universidade do Contestado
Campus Concórdia
Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do
Rio Jacutinga e Sub-Bacias Contíguas
Presidente
Vilmar Comassetto
Colaboradores
Giselda Frank
Celi Teresinha Araldi Favassa
Cláudia Cristine Moro
Jairo Fachi
Max Pezzini
Gentil Bonês
Maria Cristina Pansera de Araújo
Consórcio Intermunicipal de Gestão Ambiental Participativa do Alto Uruguai Catarinense – Consórcio Lambari
PREFÁCIO
A educação contribui no processo de gestão da água quando se preocupa em entender as temáticas das questões ambientais, na medida em que amplia a dimensão para além da educação formal instituída, como por exemplo da escola.
Os objetivos desta publicação são de oferecer subsídios teóricos e práticos que levem a compreensão, reflexão e embasamento para a formatação de projetos e realização de ações de gestão eficiente da água, tendo como território de atuação a bacia hidrográfica do rio Jacutinga e Contíguos, localizada no meio-oeste de Santa Catarina.
Este livro descreve o conteúdo teórico-metodológico e as práticas desenvolvidas durante o Curso de Formação em Educação Ambiental para a Gestão da Água
, realizado em 2012, coordenado pela Universidade do Contestado — campus Concórdia — e financiado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Jacutinga, mediante recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos vinculado à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e Sustentável (SDS). Teve como público prioritário os professores da rede de ensino da bacia hidrográfica do Rio Jacutinga e Contíguos.
Num primeiro momento, os autores, por meio desta obra, apresentam como base teórica a evolução da formatação da atual Política Nacional de Recursos Hídricos e conceitos importantes que subsidiaram a realização de projetos e de práticas educativas. Como prática educativa destacam a atividade de campo desenvolvida junto ao afluente Lajeado do Ovídio, tributário do Rio dos Queimados no município de Concórdia (SC). Também são descritas várias atividades elaboradas pelos participantes do curso, as quais nortearam as práticas pedagógicas nas escolas e nas comunidades do entorno em que estão inseridos.
Os autores, Leonilda Maria Funez e Jairo Marchesan, são professores que atuam com competência no ensino e na pesquisa de questões voltadas ao meio ambiente, além de agirem de forma cidadã em organizações não governamentais, dedicando parte do seu tempo na assessoria e no desenvolvimento de ações voltadas à gestão ambiental com ênfase na água.
Eng. Agr. Vilmar Comassetto
Doutor em Geografia
Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Jacutinga
APRESENTAÇÃO
Este trabalho expõe os pressupostos teórico-metodológicos do processo de discussão, reflexão e execução do Curso de Formação em Educação Ambiental
para professores da rede pública municipal e estadual de abrangência da Bacia Hidrográfica do Rio Jacutinga e Sub-Bacias Contíguas, ministrado por profissionais de diferentes áreas do conhecimento, no período de fevereiro a novembro de 2012, na Universidade do Contestado, Campus Concórdia (SC). O curso foi e é uma das ações desenvolvidas pelo Comitê de Gerenciamento da referida bacia; fez e faz parte de um processo contínuo de mobilização social para a gestão da água.
O curso elegeu a bacia hidrográfica como unidade geográfica de estudo e como proposta para ações com os professores participantes, estimulando-os a perceber as interações entre os meios ‘geobiohidrológicos’¹, as relações da sociedade humana com o patrimônio natural e a importância do desenvolvimento de reflexões pedagógicas, ancoradas na perspectiva sócio-histórico- cultural que considere a complexidade dos fatores que compõem o ambiente.
O curso instigou constantemente os participantes à reflexão coletiva dos aspectos teóricos e práticos das questões ambientais, especialmente em relação às águas no âmbito de bacias hidrográficas. Além disso, estimulou os cursistas a elaborar projetos voltados a práticas pedagógicas concretas para intervir no contexto escolar e na comunidade. Para tanto, tais intervenções exigem comprometimento político de promover reflexões e ações que possibilitem contribuir em atitudes sustentáveis ambientalmente.
O
presente trabalho teve como foco a práxis pedagógica do processo de educação ambiental participativa, fundamentada na perspectiva sócio-histórico-cultural, articulada aos diferentes saberes, valores, cultura e economia da sociedade humana em relação à água.
Segundo Bottomore², em Dicionário do Pensamento Marxista,
a expressão práxis refere-se, em geral, à ação, à atividade, e, no sentido que lhe atribui Marx, à atividade livre, universal, criativa e autocriativa por meio da qual o homem cria (faz, produz) e transforma (conforma) seu mundo humano e histórico e a si mesmo; atividade específica ao homem, que o torna basicamente diferente de todos os outros seres. Nesse sentido, o homem pode ser considerado como um ser da práxis, entendida a expressão como o conceito central do marxismo, e este como a filosofia
(ou melhor, o pensamento) da práxis
³.
Já, segundo Abbagnano⁴,
a palavra práxis é transcrita da língua grega e significa ação. A terminologia marxista designa o conjunto de relações de produção e trabalho, que constituem a estrutura social, e a ação transformadora que a revolução deve exercer sobre tais relações. Marx dizia que era preciso explicar a formação das ideias a partir da práxis material
e que, por conseguinte, formas e produtos da consciência só podem ser eliminados por meio da inversão prática das relações sociais existentes
, e não por meio da crítica intelectual
⁵.
Portanto, neste livro o termo práxis refere-se à unidade indissociável de teoria e prática.
Pretende-se aqui estimular a promoção da construção do conhecimento coletivamente entre professores, estudantes, demais segmentos da escola e com a comunidade inserida no contexto da bacia hidrográfica. Para isso, o processo pedagógico do ensinar e do aprender, nas interações coletivas entre os interlocutores do conhecimento, tem de dialogar coletivamente e sistematicamente de forma interdisciplinar e transdisciplinar entre os sujeitos envolvidos. Afinal, entende-se que é limitante estudar a água ou fazer educação ambiental a partir de uma única abordagem ou disciplina. Para isso, estabelecer relações dialógicas inter e transdisciplinares⁶, bem como, a interlocução dos sujeitos e dos saberes⁷, é essencial.
LISTA DE SIGLAS
Sumário
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
OS RIOS NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE
1.1 Breve histórico da legislação brasileira acerca das águas
1.2 Bacias hidrográficas: alguns enfoques e pressupostos
1.3 Bacias hidrográficas: conceitos, características e fenômenos
1.4 Tipos de chuva
CAPÍTULO II
A BACIA DO RIO JACUTINGA E SUB-BACIAS CONTÍGUAS