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Trabalho docente e condições de uso das tecnologias educacionais
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Trabalho docente e condições de uso das tecnologias educacionais

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O livro Trabalho docente e condições de uso das tecnologias educacionais apresenta uma perspectiva crítica sobre o trabalho dos professores secundários na Rede Pública Estadual de Minas Gerais mediante o uso das tecnologias no contexto escolar. Precarização, intensificação e proletarização do trabalho docente são alguns dos conceitos discutidos na obra e que colaboram para a reflexão sobre as implicações das políticas públicas educacionais adotadas pela Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais, no contexto em que vigorou o programa de governo denominado Choque de Gestão. O elevado número de discursos em defesa do uso das tecnologias educacionais como forma de propiciar a qualidade na educação é confrontado com a p ercepção de docentes que atuam na referida rede de ensino sobre suas condições de trabalho a partir do uso das tecnologias aplicadas ao ensino. A inserção das tecnologias no ambiente educacional é cuidadosamente analisada nesta obra, tendo como pano de fundo o cenário globalizado, neoliberal e caracterizado pela meritocracia.
LanguagePortuguês
Release dateJan 1, 2017
ISBN9788547304676
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    Trabalho docente e condições de uso das tecnologias educacionais - Adelino Francklin

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE

    Dedico este livro a todos os professores que não desistem de lutar pela almejada qualidade na educação brasileira.

    APRESENTAÇÃO

    A pesquisa que desenvolvi durante o período de curso de pós-graduação stricto sensu, mestrado, teve como foco verificar as implicações do uso das tecnologias no trabalho docente na Rede Pública Estadual de Minas Gerais (REE/MG). O curso ocorreu entre fevereiro de 2014 e março de 2016. Neste ínterim, tive que dividir o meu tempo em leituras obrigatórias para as disciplinas que cursava, leituras concernentes à temática estudada para a elaboração de minha dissertação, a participação em eventos acadêmicos e com as aulas que ministrava.

    Por entender que a pesquisa que desenvolvi no mestrado contribui para a reflexão sobre o trabalho docente, o uso das tecnologias educacionais, as políticas públicas educacionais, entre outras temáticas que se relacionam com a educação, decidi adaptá-la e aprofundá-la para publicação deste livro.

    Procurei sintetizar o percurso metodológico nesta apresentação e também na introdução desta obra. Os dados sobre as condições de trabalho dos docentes da REE/MG que não foram inseridos na dissertação de mestrado são apresentados neste livro, em seu segundo capítulo. As referências relativas às citações foram inseridas em notas de rodapé, afim de tornar a leitura mais fluente para os leitores. Essas e outras mudanças foram fundamentais para tornar a leitura mais atraente.

    Para a coleta de dados elaborei um roteiro de entrevista, um formulário de identificação e um questionário.

    Optei por investigar as condições de trabalho do professor secundário¹, por possuir características próprias, como trabalhar em mais de uma unidade escolar, lecionar para mais turmas e ter formação específica. Foram selecionados cinco docentes que atuavam na REE/MG, sendo um professor de cada uma das seguintes disciplinas: História, Geografia, Matemática, Biologia (ou Ciências) e Língua Portuguesa. A opção por docentes que lecionavam essas disciplinas ocorreu por possuírem quantidade maior de aulas semanais conforme a matriz curricular. Esse critério foi adotado por acreditar que por possuírem maior carga horária de aulas semanais em cada turma, poderiam ter maiores oportunidades de utilizar as tecnologias em sala de aula.

    Entendo que a realização de entrevistas foi a melhor forma para obter as informações que apresentassem respostas para as minhas indagações sobre as condições de trabalho dos docentes e o uso das tecnologias por eles. Conforme afirma Ludke e André (1986, p. 34) a grande vantagem da entrevista sobre outras técnicas é que ela permite a captação imediata e corrente da informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos.

    Adotei como tipo de entrevista a semiestruturada, que apresenta flexibilidade para o entrevistador. Entretanto, a flexibilidade possível com esse tipo de entrevista não representa diminuição da complexidade que possa o pesquisador deparar-se com a utilização dessa metodologia. Rosália Duarte (2004) alerta que a realização desse tipo de entrevista, que permite situações de contato, seja formal ou informal, mais flexível, mas que tenha como escopo os objetivos da pesquisa, corresponde a uma tarefa complexa.

    A abordagem foi qualitativa por entender que os dados coletados precisavam ser densamente analisados. Além disso, para Biasoli-Alves e Dias da Silva (1992), por meio dessa abordagem o pesquisador precisa de uma apreensão abrangente do fenômeno estudado, além de disponibilidade, conhecimento e experiência na área.

    Agradeço aos cinco docentes que se mostraram solícitos em colaborar com as entrevistas gravadas, à professora Gisela do Carmo Lourencetti, que me orientou durante o curso de Mestrado, à equipe do Mestrado em Educação Escolar do Centro Universitário Moura Lacerda e à minha esposa Claudia Expedita Moraes Francklin por me motivar a escrever esta obra.

    O autor

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    Sumário

    INTRODUÇÃO

    1

    POLÍTICAS EDUCACIONAIS: AS RELAÇÕES ENTRE O CONTEXTO MACRO E A ESCOLA

    1.1 Globalização e neoliberalismo: influências sobre a educação

    1.2 As políticas educacionais e o trabalho docente na rede pública estadual de MG

    1.3 A secretaria estadual de educação de MG e as tecnologias na educação

    2

    O TRABALHO DOCENTE NA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE MG

    2.1 Perfil dos docentes na rede pública estadual de MG

    2.2 Percepções dos docentes da rede pública estadual de MG sobre suas condições de trabalho

    3

    AS TECNOLOGIAS E O TRABALHO DOCENTE

    3.1 Os discursos em favor do uso das tecnologias na educação

    3.2 A precarização e a intensificação do trabalho docente 

    3.3 A precarização e a intensificação no trabalho docente a partir da utilização das tecnologias 

    4

    OS PROFESSORES SECUNDÁRIOS E SUAS PERCEPÇÕES SOBRE O USO DAS TECNOLOGIAS E O TRABALHO DOCENTE

    4.1 A percepção dos docentes sobre o uso das tecnologias no ensino

    4.2 A precarização do trabalho docente com o uso das tecnologias na rede pública estadual de MG

    4.3 A intensificação do trabalho docente a partir do uso das tecnologias na rede pública estadual de MG

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    REFERÊNCIAS

    INTRODUÇÃO

    Não é possível impor aos professores a continuidade da autoformação, sem lhes dar a remuneração, o tempo e as tecnologias necessárias para a sua realização. As imposições de mudança na ação docente precisam ser acompanhadas da plena reformulação do processo educacional. Mudar o professor para atuar no mesmo esquema profissional, na mesma escola deficitária em muitos sentidos, com grandes grupos de alunos e mínima disponibilidade tecnológica, é querer ver naufragar toda a proposta de mudança e de melhoria da qualidade da educação.²

    Desde 2005, ano em que comecei a lecionar para alunos da educação básica da REE/MG, tive como uma de minhas principais preocupações usar a tecnologia no contexto escolar. Acreditava que o desinteresse dos alunos pelas aulas ditas tradicionais refletia na indisciplina em sala de aula, além de o aprendizado estar abaixo do esperado.

    Verificava que o uso constante de equipamentos como celulares, tablets, vídeo games, computadores, entre outros, e o acesso frequente à internet, por parte dos alunos, revelava-se como um encantamento que poderia ser mais bem aproveitado para o interesse e aprendizado nas aulas. Por essa razão, procurava o caminho para tornar as aulas mais atraentes com o uso de recursos tecnológicos.

    Entretanto, encontrava inúmeros obstáculos para utilizar as tecnologias na escola com a qualidade almejada. Entre os principais obstáculos, estavam o reduzido número de computadores no laboratório de informática que possuíam conexão à internet, a restrição ao uso do data-show devido ao receio de que ele fosse danificado e aos problemas técnicos que surgiam para a instalação do DVD. Contudo, buscava alternativas e soluções para todos os obstáculos apresentados.

    Entre as aulas que ministrei com o uso de tecnologias, destacaram-se a utilização de um blogue educativo de História que criei; apresentações de slides com o uso do Power Point e, posteriormente, com o uso do Prezi; vídeos extraídos do YouTube e filmes em DVD; pesquisa em sites referentes à temática estudada pelos alunos e jogos de História disponibilizados na Web³.

    No decorrer de nove anos de trabalho, como professor do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, pude observar que poucos colegas de trabalho utilizavam as tecnologias na educação, o que me intrigava.

    Em 2013, iniciei o curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Mídias na Educação⁴, pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), por meio da Universidade Aberta do Brasil (UAB), polo Passos, o que colaborou para que eu aprofundasse os estudos sobre o uso das tecnologias na educação.

    A minha turma do curso de especialização em Mídias na Educação era composta, em sua maioria, por docentes da REE/MG. Durante a participação nos fóruns e determinadas atividades realizadas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Moodle, eram perceptíveis as postagens de descontentamento dos docentes em relação às condições de uso das tecnologias nas escolas estaduais mineiras. As postagens apresentavam como fatores desse descontentamento o aumento da carga horária de trabalho e da responsabilização, a escassez e/ou defasagem dos equipamentos tecnológicos, o excessivo número de alunos por turma e o receio de diretores quanto à possibilidade de os alunos danificarem os equipamentos.

    As constatações possibilitadas pelo curso de Mídias na Educação e a experiência como docente da REE/MG colaboraram para a elaboração desta obra.

    Foram relevantes para este livro os estudos sobre trabalho docente⁵, que foram significativos para a construção de nossa fundamentação teórica, a fim de compreendermos as condições de trabalho dos docentes a partir das reformas educacionais da década de 1990.

    Autores que estudaram sobre a tecnologia e a Educação⁶foram fundamentais para a análise sobre o uso das tecnologias na educação no contexto atual caracterizado pela intensificação e precarização do trabalho docente.

    Para o levantamento bibliográfico consultei artigos científicos e periódicos; dissertações de mestrado; teses de doutorado e livros. As buscas foram realizadas principalmente por meio do site da Scielo; buscador Google Acadêmico, site de periódicos da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e no GT16, Educação e Comunicação, da Anped (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação).

    Durante as buscas por publicações concernentes à temática deste livro, utilizei como palavras-chave:

    • Tecnologias Educacionais;

    • Tecnologia e Educação;

    • Trabalho Docente;

    • Tecnologia e Trabalho Docente;

    • Políticas Públicas Educacionais;

    • Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais.

    A opção por estas palavras-chave para a busca do levantamento bibliográfico ocorreu por considerar que seriam as mais apropriadas para obter publicações que colaborassem para o estudo da temática de tecnologias na educação e trabalho docente.

    O quadro abaixo apresenta a quantidade de publicações encontradas e desconsideradas por meio das buscas realizadas.

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