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Multi-idade na Educação Infantil
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Ebook166 pages2 hours

Multi-idade na Educação Infantil

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O livro apresenta a Proposta da Multi-idade ¿ agrupamento de crianças de três, quatro e cinco anos na mesma turma ¿ realizada na Unidade Municipal de Educação Infantil Rosalina de Araújo Costa (Niterói/RJ), de 2006 a 2009. A Multi-idade mexeu com as dinâmicas da escola e contribuiu para a redefinição das concepções de criança, infância e escola; dos objetivos da educação infantil pública; da importância do estudo e planejamento coletivos, e das relações entre as crianças, crianças e professoras e entre as professoras. Com base nas avaliações das educadoras, foram formulados os seguintes eixos de análise: processos de desenvolvimento-aprendizagem, procedimentos ou modos de fazer docente e currículo.
LanguagePortuguês
Release dateJan 1, 2015
ISBN9788581925905
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    Multi-idade na Educação Infantil - Adriana Santos da Mata

    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição – Copyright© 2015 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE

    Aos educadores e às educadoras que, sozinhos nas salas de aula ou em coletivos organizados, ensaiam ações de mudança, assumindo condição protagonista na história da educação do país.

    À minha mãe, Nelly dos Santos Sebastião: meu exemplo, minha admiração, minha gratidão por tudo que sou, minha saudade...

    PREFÁCIO

    A escrita do prefácio do livro Multi-idade na Educação Infantil, de Adriana Santos da Mata, reveste-se de sentidos e sentimentos variados. Primeiramente, o sentido do trabalho realizado na Unidade Municipal de Educação Infantil Rosalina de Araújo Costa (UMEIRAC) que, desde há muito tempo, constitui-se como referência de ação coletiva séria, criativa e responsável na Educação Infantil do município de Niterói. Projeto pedagógico de um grupo de professoras que não tem medo de ousar, quando o objetivo é que as crianças cada vez mais se fortaleçam como pessoas, por meio da fala/escuta respeitosa de quem sabe que meninos e meninas pensam, refletem, agem, duvidam, questionam, nas ações de brincar, porque estão continuamente e curiosamente interessados na compreensão do movimento das pessoas e do funcionamento das coisas do mundo. Em segundo lugar, o sentido ligado ao acompanhamento da vida profissional de Adriana, por meio das investigações realizadas por ela tanto na monografia de final de curso de graduação em Pedagogia, da qual tivemos a alegria de ser a orientadora (Angela) e a parecerista (Cecília), quanto da dissertação de mestrado, publicada no presente livro, que tivemos o privilégio de orientar (Cecília) e ser um dos membros da banca avaliadora (Angela). Nestas pesquisas o foco é sempre em aspectos do trabalho político-pedagógico realizado na Rosalina. Os sentimentos que nos tomam no momento de escrita desse texto são de admiração, respeito, amorosidade, aprendizagem e alegria, entre outros.

    Se, como escreve Adriana na apresentação do livro, Paulo Freire diz que o professor crítico é um aventureiro responsável, aberto à mudança e à aceitação do diferente, é isso que encontramos na prática pedagógica da coletiva da UMEIRAC: professoras que aceitam o desafio de aventurar-se para crescer e transformar-se, tornando a escola mais humana e íntegra, mais responsiva às necessidades das crianças, mais aberta ao conhecimento da comunidade que a frequenta – um local em que aprender seja o resultado dos anseios do movimento coletivo, com significados que alimentem e renovem as crianças e as pessoas da comunidade escolar como um todo.

    O ofício de ser professora exige de nós muitas compreensões: dos modos como se constituem as relações humanas em diferentes tempos e culturas; de como as pessoas aprendem – sentindo, se aproximando e se apropriando das coisas do mundo; e do papel social dos espaços educativos, das escolas. No entremeio das três vertentes, constroem-se modos de viver a prática pedagógica, conviver e ensinar. A organização dos espaços escolares vem-se constituindo historicamente, consolidando formas de gestão de tempos e espaços para o melhor aproveitamento dessas instituições que têm como meta principal a socialização dos conhecimentos desenvolvidos pelos seres humanos em diferentes sociedades, ao longo da História.

    A pesquisa de mestrado realizada por Adriana discute a formação docente na escola, relatando o processo de implementação e de avaliação da experiência vivida com a proposta que foi denominada de Multi-idade. O foco recai nas avaliações das educadoras, sendo os processos de desenvolvimento-aprendizagem, os procedimentos docentes e o currículo importantes balizas para o estudo. A autora apresenta e analisa também uma seleção de eventos vivenciados ao atuar como professora em uma das turmas, organizada com crianças de diferentes idades, dentro da proposta da Multi-idade. O permanente exercício de reflexão sobre a prática pedagógica na Educação Infantil atravessa todo o estudo, envolvendo temas como a interação com as crianças, limites e possibilidades de esboçar caminhos mais férteis para a ação com as crianças de classes populares, principais sujeitos da Rosalina.

    A proposta da Multi-idade foi implantada no contexto do processo de reformulação curricular que a escola vinha empreendendo desde a década de 1990. Nascida no seio do processo de formação docente investido pelo coletivo de professoras da escola, a multi-idade propunha outro modo de agrupar as crianças, não mais pelo critério da idade única e da seriação, e sim pela reunião de crianças de 3, 4 e 5 anos em um mesmo grupo. Proposta que não significava apenas uma nova organização, mas outros modos de aprender, ensinar, avaliar e compreender as crianças, os fazeres docentes e a escola. E mais: colocava crianças e professoras no lugar de autoras, protagonistas do processo educativo.

    Ao aventurar-se e arriscar-se a romper com o instituído, ou seja, uma perspectiva pautada na padronização, normalização e tentativa de homogeneização das crianças, o grupo de professoras debruçou-se na compreensão das inquietações, perguntas e novidades que emergiram com a nova organização, colocando em questão suas próprias concepções e práticas docentes. Importante ressaltar que o protagonismo assumido pelas professoras se fez ao mesmo tempo em que se concedeu o protagonismo das crianças no seu processo de se fazer sujeito no mundo e na escola. O exercício de educar, ao se colocar na relação com a criança, relação pautada na ética, pelo respeito, pela escuta e disponibilidade para o diálogo, desloca professor e aluno da condição de objeto um do outro para a condição de sujeitos que constroem reciprocamente seus saberes e fazeres cotidianos.

    Instigantes aspectos são destacados como resultados do estudo, o que já seria por si só um fator importante para recomendar a leitura do livro. Como outro fator relevante na realização da pesquisa, na sua construção mesmo, ressaltamos, entretanto, todos os conhecimentos e todo o movimento político-pedagógico que caracterizam a rotina do espaço educativo focalizado. Tudo isso vem à tona dando-nos a dimensão da riqueza do trabalho educacional que se efetiva nessa UMEI. Aliás, essa análise da realidade da prática pedagógica não tem interesse apenas para coordenadores, professores e orientadores ligados à Educação Infantil: interessa a todos aqueles motivados pela construção da instituição escola como espaço de todos, democrático, em que professores e alunos podem ser autores, protagonistas da vida escolar, que reflete e refrata a vida fora dos muros da escola. Assim, a escola é pensada como espaço social, cultural, como espaço que se faz de muitas palavras, com muitas mãos e cabeças – a escola se descobre multi-idade também pelas vozes daqueles que falam lá dentro e dos que são convidados a falar. E a escola se descobre complexa pelas dificuldades que enfrenta, pelos sofrimentos que existem e andam lá por dentro e por fora... E a escola começa a encontrar caminhos na compreensão coletiva de que é possível renovar o instituído em comunhão. E é possível renovar de novo e de novo, com a certeza de que, acompanhados, nos fortalecemos e ensinamos-aprendemos novas lições que nem estavam previstas e escritas. Com muita emoção, vemos o trabalho competente e relevante de Adriana ganhar a forma de livro – que este livro possa fazer parte do acervo de muitas escolas, professores, pais... da sociedade de um modo geral.

    Cecília M. A. Goulart

    Angela Meyer Borba

    APRESENTAÇÃO

    A experiência pedagógica que trago para a discussão é um dos frutos do processo coletivo de formação docente, iniciado há mais duas décadas, na Unidade Municipal de Educação Infantil Rosalina de Araújo Costa¹, localizada na cidade de Niterói (RJ). Antes, porém, de introduzir o tema da pesquisa, considero importante atar as três voltas do laço que me une a esta escola. A primeira volta vem das memórias da infância e dos meus primeiros anos de vida escolar, nos anos de 1970, como aluna do então Jardim de Infância² Municipal Rosalina de Araújo Costa – JIMRAC. As lembranças deste tempo são muito felizes. Brincava muito nos parquinhos, fazendo bolos e castelos com água e areia, balançava

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