Identidade e religião no contexto da globalização
De Ney Robinson
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Sobre este e-book
Hoje frequentemente as discussões sobre o sentido da religião no mundo contemporâneo atingiram um nível sem precedentes na história, principalmente na atual conjuntura global onde o espaço geográfico se tornou propício para o desenvolvimento de novos valores.
É importante ressaltar que não é a religião unicamente com sua própria força muscular e intelectual que passa a chamar atenção no cenário global. Sua virtude está centrada no fato de que com sapiência e perspicácia passa a utlilizar as oportunidades surgidas com o advento das mudanças atuais ocorridas nessa nova engrenagem mundial caracterizada pelo processo de Globalização.
É na esteira da Globalização que os movimentos religiosos granham corpo na superfície terrestre, pois é no contexto da mesma que grandes acontecimentos mundiais irão ocorrer, tornando o espaço da religião criador de seus próprios territórios.
Estamos nos referindo a internacionalização do capital, que permitiu o afrouxamento das fronteiras nacionais; a metamorfose sofrida pelo Estado-nação, que fomentou o a chegada do Neoliberalismo; ao surgimento da Revolução técnico-científica, reinventora dos conceitos de tempo/espaço; ao enfraquecimento de antigos movimentos sociais, que produziram uma interrogação sob as bases do socialismo; além do reascender da identidade religiosa, a grande reatora da religiosidade no interior das pessoas.
Tais fenômenos conjugados tem cooperado para o aparecimento de lacunas nos mais profundos estratos sociais, espaços estes que têm sido ocupados pelo discurso religioso de maneira impar, não apenas fomentando o crescimento de suas fileiras de fiéis, mas também fazendo com que a religião seja ela hindu, cristã, judaica, islâmica ou budista, passe a ingressar no século XXI com a certificação do processo de globalização para deixar sua marca em qualquer recanto do planeta Terra.
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Identidade e religião no contexto da globalização - Ney Robinson
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O poder da identidade
Os autores Berger; Luckman (1977) entendem que a identidade pode ser considerada a matriz subjetiva da realidade no contexto de sua relação com a sociedade que ocorre de forma dialética. Sua essência advém de fenômenos sociais e estes são oriundos da estrutura social, como uma espécie de fenômeno consequente das contradições entre o indivíduo e a sociedade no contexto de sua dinâmica social.
De acordo com Castells (2001), a identidade é o processo de construção de significado com base em um atributo cultural, ou ainda um conjunto de atributos culturais inter-relacionados, os quais prevalecem sobre outras fontes de significado.
Castells (1999) atento ao retorno dessa discussão considera que a identidade esta se tornando a principal e, às vezes, única fonte de significado em um período histórico caracterizado pela ampla desestruturação das organizações, deslegitimação das instituições, enfraquecimento de importantes movimentos sociais e expressões culturais efêmeras.
O processo identitário é ao mesmo tempo individual e social, supõe uma interestrutura entre a identidade individual e a identidade social dos atores sociais.
A identidade (...) possui uma dimensão individual e outra coletiva. Sob esta perspectiva podemos reconhecer que a auto-representação pode estar em contradição com a ação social. Isso se deve à pluralidade das representações e, por conseguinte, das identidades possíveis. (FILHO; GIL. In: ROSENDAHL, CORRÊA. 1994, p. 48).
Dessa forma, a identidade passa a revelar ao mundo as principais características do indivíduo. Contudo, não devemos confundir identidade com a igualdade nem com o idêntico, e muito menos entendê-la como algo que possui apenas uma face, assim como não pode ser pensada como algo que não apresenta mobilidade. A temporalidade e a espacialidade participam diretamente da construção da identidade, pois em vários períodos a identidade pode sofrer alterações, o que torna inviável detê-la apenas a partir de sua aparência (MEZAN, 1988). É preciso visualizá-la como uma modalidade essencialmente dinâmica, alicerçando-se sempre no palco de disputas com a dialética do real e do meio social.
O homem quando vem ao mundo se agrega objetivamente a um grupo social, é esse grupo que o remete a um contexto histórico-geográfico. A ideia do ambiente de convívio é que faz nascer a vertente social de identidade na qual orienta ao grupo defini-lo por um conjunto de papéis ou características.
A identidade se expressa sob as mais variadas formas, dentre as quais se destaca a religião, fenômeno em expansão no mundo moderno. Atualmente a religião, em muitas de suas versões e modalidades, também é uma expressão importante de identidade individualizada, de fruição de sentimentos pessoais, de gosto e de prazer (PRANDI, 1997).
É de fundamental importância também não se fazer confusão entre os conceitos de identidade e fundamentalismo, já que nossa temática envolve a questão religiosa.
No dizer de Castells (2001), o fundamentalismo é entendido como a construção da identidade coletiva segundo a identificação do comportamento individual das instituições da sociedade com as normas oriundas das Leis de Deus, interpretada por uma autoridade definida que atua como intermediária entre Deus e a humanidade.
Para o fundamentalista, o fiel deve seguir à risca as páginas dos textos sagrados de sua religião, fato que o leva a rejeitar importantes mudanças sociais, colocando-se contra o aborto, a emancipação feminina, os direitos dos homossexuais, as pesquisas com células-tronco, dentre outros.
No mundo oriental o fundamentalismo se destaca na vertente xiita do Islamismo, com destaque para o Irã e