O Lenhador
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O segundo capítulo do livro, assinado por Francisco Marques, "Mestre Catullo: vida, paixão e lua", leva o leitor a aprofundar o seu olhar sobre o poeta, incluindo outros poemas, anotações
biográficas, citações sobre sua obra e bibliografia consultada. O leitor tem acesso a um apanhado com diversos trechos de obras de autores que comentaram a produção de Catullo, testemunharam sua performance em cantorias e recitais ou que fizeram dele personagem.
Entre os comentários, Marques pinçou um trecho do texto "Catullo Cearense", de Mário de Andrade. O modernista diz: "Catullo tornou-se um poeta admirável, certamente o maior criador de imagens da poesia brasileira. (…) O que distingue imediatamente Catullo Cearense da poesia propriamente popular é o que tem de mais precioso nele, a metáfora. (…) Mas eis que Catullo Cearense se bota comentando um sentimento, uma cabocla, um fato. Surge então o vate admirável, analista bom, frase percuciente, e sobretudo o espantoso inventor de metáforas."
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O Lenhador - Catullo da Paixão Cearense
Quintana
Um lenhadô derribava
as árvre, sem percisão,
e sempe a vó li dizia:
"Meu fio: tem dó das árvre,
que as árvre tem coração!"
O lenhadô, num muxoxo,
e rindo, cumo um sarvage,
dizia que os seus consêio
não passava de bobage.
Às vez, meu branco, o marvado,
acordando munto cedo,
pegava no seu machado,
e levava o dia intêro,
iscangaiando o arvoredo.
E a vó, supricando im vão,
sempe, sempe li dizia:
"Meu fio: tem dó das árvre,
que as árvre tem coração!"
Numa minhã, o mardito,
inda mais bruto que os bruto,
sem fazê caso dos grito
da sua vó, que já tinha
mais de noventa janêro,
botou no chão um ingazêro,
carregadinho de fruto.
D’outra feita, o arrenegado
fez pió, munto pió!
Disgaiou a laranjêra
da pobrezinha da vó,
uma véia laranjêra,
donde ela tirou as frô
pra levá no seu vistido,
quando, virge, si casou
cum o véio, que tanto amou,
cum o difunto… o falicido!!
E a vó, supricando im vão,
sempe, sempe li dizia:
"Meu fio: tem dó das árvre,
que as árvre tem coração!"
Do lado do capinzá,
adonde pastava o gado,
tava um grande e véio ipê,
que o avô tinha prantado.
Despois de levá na roça
c’uma inxada a iscavacá,
debaxo daquela sombra,
nas hora quente do dia,
vinha o véio discansá.
Se era noite de luá,
ali, num banco de pedra,
c’uma viola cunversando,
o véio, já caducando,
rasgava o peito a cantá.
Apois, meu branco, o tinhoso,
o bruto, o mau, o tirano,
a fera disnaturada,
um dia jogou no chão
aquela árvre sagrada,
que tinha mais de cem ano!
Mas porém, quando o tinhoso
isgaiava o grande ipê,
viu uns burbuio de sangue
do tronco véio iscorrê!
Sacudiu fora o machado,
e deu de perna a valê!
E foi correndo!… correndo!!
Cada tronco que ia vendo
das