Saúde do idoso
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Nessa perspectiva, esta obra tem o objetivo de expor uma visão ampla sobre o perfil do idoso, com enfoque nos temas referentes a deficiência física, violência no contexto familiar a partir da percepção do cuidador, educação em saúde com idosos na atenção primária, saberes e práticas sobre o envelhecimento saudável, cuidados de enfermagem para incitar a prática de hábitos saudáveis, fatores que impedem a adesão de pessoas idosas ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica, qualidade de vida de cuidadores de idosos com necessidades específicas, sexualidade na terceira idade com ênfase nas doenças sexualmente transmissíveis e promoção da saúde e qualidade de vida na terceira idade.
Pode-se afirmar que se trata de uma das mais aprimoradas obras já produzidas nesse contexto e, por esse motivo, contribuirá para os estudiosos, pesquisadores e profissionais da área, desenvolvendo uma assistência qualificada para esse público tão peculiar e estimado.
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Book preview
Saúde do idoso - Glaucirene Siebra Moura Ferreira
Editora Appris Ltda.
1ª Edição – Copyright© 2016 dos autores
Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.
Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.
Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.
Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS SOCIAIS
APRESENTAÇÃO
Esta obra demonstra que, com o envelhecimento da população, a comunidade acadêmica, enfermeiros e outros profissionais de saúde necessitam revisar os conceitos e habilidades da prática do cuidado destinado ao idoso.
Pesquisas foram elaboradas a fim de verificar como se realiza a prevenção e a promoção da atenção à saúde do idoso, em diferentes âmbitos nos quais se amparam esses atores. Assim, incentiva enfermeiros e outros profissionais a aperfeiçoarem seus conhecimentos para promover uma melhoria da qualidade de vida dessas pessoas, em diferentes situações das fases em que perpassam esses indivíduos, seja por problemas de sua convivência social, seja por problemas relativos à sua própria faixa etária, como as situações de adoecimento.
Espera-se, com a leitura deste livro, atingir o interesse da maior parcela de estudiosos e pesquisadores em contribuir com outras investigações sobre a temática e permitir que os profissionais de saúde melhorem assistencialmente o desvelo de suas competências para com esse público.
Prof. Ms. José Reginaldo Pinto
PREFÁCIO
Devo confessar como me senti honrado em receber o convite de uma das organizadoras deste livro, professora Glaucirene Siebra, para escrever minhas reflexões sobre a apresentação do trabalho. A honra trouxe consigo a sensação de responsabilidade e saudosismo. Responsabilidade por ter que mostrar uma primeira impressão ao leitor de tão digna e excelente obra; saudosismo por ter lembrado os momentos de convivência com meus pais, duas pessoas de idade avançada que muito me ensinaram e ajudaram na construção de minha personalidade.
Esta publicação representa a congregação de um seleto grupo de profissionais e acadêmicos, numa abordagem técnica, mas, sobretudo, clara, sobre as mais diversas óticas do cuidado ao idoso. Poder-se-ia dizer que se constitui num verdadeiro tratado no tema, com experiências, saberes e práticas de cuidado e assistência ao ser humano que convencionamos chamar de idoso.
Aliás, o próprio Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa denomina a palavra idoso como: Indivíduo que já possui muitos anos de vida, com idade avançada
. O que significa isso, em termos de saúde? Uma fase final de um processo chamado vida ou mais uma fase a ser vivida e vivenciada?
A realidade é que não só a população mundial, mas, sobretudo, o Brasil vêm encarando uma assustadora mudança na pirâmide etária populacional, em que o envelhecimento da população deixa de ser uma projeção e passa a ser uma realidade.
Cenário que se apresenta muito próximo a cada um de nós, profissionais, acadêmicos e cidadãos. A questão do envelhecimento, contudo, não deve ser vista nem tratada como um problema, o que de fato não o é, mas que exige de todos uma atenção diferenciada. Cabe aqui citar Silvestre (2003), que brilhantemente coloca que nossa sociedade tem dificuldade de atravessar esse processo adaptativo, no qual as concepções negativas e errôneas surgem em diversos âmbitos da sociedade.
O primeiro vetor a ser redirecionado é um entendimento pessoal, individual, de uma percepção digna, e o respeito ao idoso deve iniciar-se em nossas atitudes diretas, independentemente de leis, normas ou quaisquer instrumentos legais. É reconhecer a contribuição social e honrosa de quem ajudou a construir o mundo em que vivemos hoje, assim como faz a cultura oriental e algumas outras sociedades antigas.
Somente com essa clareza é que se pode iniciar uma ação de cuidado realmente integral à pessoa nesse ciclo de vida. Nesta publicação, o leitor terá a oportunidade de conhecer produções que nos falam do cuidado sobre esse viés, que tratam da atenção à saúde com a dignidade de quem respeita essa condição de vida tão profunda.
A considerar todas essas perspectivas, pessoas nessa fase da vida passam a assumir o papel de protagonistas em nossa sociedade, não significando, porém, que esse cuidado se reduza a algo simplista; muito pelo contrário. São muitas as interfaces desse cuidado, todas elas importantes, ricas e valorosas, muito bem tratadas e apresentadas nesta coletânea.
Em nossa contemporaneidade, marcada pela rapidez das mudanças e pelo excesso de informações, um momento para o regozijo e deleite da serenidade de alguém com uma vasta experiência pode e deve ser valorizado.
Tenho a consciência de que esta produção não pretende servir como manual definitivo de cuidado com a pessoa idosa; contudo, pode-se afirmar que se trata de um dos mais completos trabalhos já produzidos nesse âmbito. E isso se deve não apenas ao considerável volume de pesquisas cuidadosamente selecionadas, nem ainda pela qualidade técnico-científica demonstrada em cada capítulo, mas sobretudo pela visão humanizada e de respeito atribuída ao cuidado dispensado à pessoa idosa.
Cordialmente,
Prof. Ms. Jânder Magalhães Tôrres
sumário
EXPERIÊNCIAS DE CUIDADORES DE IDOSOS COM DEPENDÊNCIA
Milena de Melo Abreu, Thais Furtado de Moraes, Lourdes Claudênia Aguiar Vasconcelos,
Antonia Eliana Araújo Aragão, Edymarah Nágghia Snarah Linhares Lima, Lélia Sales de Sousa, Rejânio Aguiar Aragão
CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA ADESÃO DE HÁBITOS SAUDÁVEIS DE VIDA DE IDOSOS COM BASE NA TEORIA DA PROMOÇÃO DA SAÚDE
Keila Maria de Azevedo Ponte, Antonia Eliana de Araújo Aragão, Antonia Jéssica Bezerra Mendes
SABERES E PRÁTICAS SOBRE O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL: A VISÃO DE COORDENADORES DE GRUPOS DE IDOSOS
André Luis Façanha da Silva, Gleiciane Kélen Lima, Karina Oliveira de Mesquita, Cibelly Aliny Siqueira Lima Freitas,
Hermínia Maria Sousa da Ponte
SAÚDE DO IDOSO NO CONTEXTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Bruna Vieira Gomes, Inácia Osmarina Vasconcelos Rodrigues, Gisele Ribeiro Londe Campos, Francisco Ivanildo Sales Ferreira ,
Ivo Bradley Moura Ferreira, Paciolo Montini Costa Oliveira
CUIDADOS PALIATIVOS AO IDOSO
Rosalice Araújo Sousa, Chrysllene Bezerra Maia Souza, Danielle d’Ávila Siqueira, Antonia Rejania Ávila,
Ivo Bradley Moura Ferreira, Gisele Ribeiro Londe Campos
PERCEPÇÃO DO IDOSO SOBRE O CUIDADO DE ENFERMAGEM COMO AÇÃO PROMOTORA DE SAÚDE
Ismaell Albuquerque Soares, Lourdes Claudênia Aguiar Vasconcelos, Vanessa Mesquita Ramos,
Paulo Leonardo Ponte Marques, José Reginaldo Pinto, Antonia Eliana de Araújo Aragão
FATORES QUE IMPEDEM A ADESÃO DE PESSOAS IDOSAS AO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Daniela Sandra Rego Queiroz, Lourdes Claudênia Aguiar Vasconcelos, Rafaele Teixeira Borges, José Reginaldo Pinto,
Antonia Eliana de Araújo Aragão, Francisco Daniel Rocha
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO IDOSO COM OSTEOARTROSE DE JOELHO
Vanessa Mesquita Ramos, Lourdes Claudênia Aguiar Vasconcelos, Glaucirene Siebra Moura Ferreira, José Reginaldo Pinto,
Antonia Eliana de Araujo Aragão, Monique Maria Peres Martins, Paloma Custódio Francelino
PERCEPÇÕES DO IDOSO COM DIABETES SOBRE SUA DOENÇA E O CUIDADO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO BÁSICA
Andréa Carvalho Araújo Moreira, Adilson Fernandes Lima, Antônia Eliana Araújo Aragão, Francisco Meykel Amâncio Gomes,
Keila Maria Carvalho Martins, Rosalice Araujo de Sousa
A IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE QUEDAS DE IDOSOS
Roberlândia Evangelista Lopes, Danielle d’Ávila Siqueira, Silvia Maria Nóbrega Therrien, Soraya Ferreira Costa,
Laurineide de Fátima Diniz, Luiz Eufrásio Neto
A PROMOÇÃO DA SAÚDE DO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA
Uilma da Silva Sousa, Fabricy Fernandes Mota, Antonia Eliana de Araújo Aragão, Rosalice Araújo de Sousa,
Macário Gonçalves da Mota, Ivo Bradley Moura Ferreira
ATENÇÃO À SAÚDE DO IDOSO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Maria do Socorro Melo Carneiro, Ana Carla Martins Araújo Albuquerque, Rosalice Araújo Sousa,
Francisco Meykel Amâncio Gomes, Raila Souto Pinto Menezes, José Flason Marques da Silva,
Edymarah Nágghia Snarah Linhares Lima
QUALIDADE DE VIDA DE CUIDADORES DE IDOSOS DEPENDENTES DE CUIDADOS
Keila Maria de Azevedo Ponte, Isadora Amaral Rodrigues
CONDIÇÕES DE VIDA E DE SAÚDE DO IDOSO COM DIABETES
Andréa Carvalho Araújo Moreira, Paloma Custódio Francelino, Rosalice Araújo de Sousa, Keila Maria de Azevedo,
Adilson Fernandes Lima, Francisco Lucas Morais Marinho, Maria Josefina da Silva
IDOSO PORTADOR DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
Márcia Maria de Lima Abreu, Marciely Maria de Lima Abreu, Maria Gerliane Queiroz Martins, Lidyane Parente Arruda,
Hermínia Maria Sousa da Ponte, Eliany Nazaré Oliveira
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA E A QUALIDADE DE VIDA DA PESSOA IDOSA
Andreza Moita Morais, Maria Gabriela Miranda Fontenele, Francisco Leandro de Carvalho Alcântara, Tamara Braga Sales,
Jânder Magalhães Torres, Ivo Bradley Moura Ferreira
O PERFIL DA PESSOA IDOSA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA
Antonia Eliana de Araújo Aragão, Lívia Mara de Araújo, Regina Maria Aguiar Alves,
Dayane Parente Paulino, Lourdes Claudenia Aguiar Vasconcelos, Glaucirene Siebra Moura Ferreira
ADESÃO AO TRATAMENTO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: CUIDADO DE ENFERMAGEM AO IDOSO À LUZ DA TEORIA DE KING
Andressa Suelly Saturnino de Oliveira, Keila Maria de Azevedo Ponte, Maria Célia de Freitas,
Thereza Maria Magalhães Moreira, Ione Cavalcante Lacerda, Lúcia de Fátima da Silva
A PESSOA IDOSA E A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: AÇÕES E CAMINHOS NA ADESÃO À IMUNIZAÇÃO CONTRA A INFLUENZA
Paulo Félix Almeida Pena, Maria Sinara Farias, Jackson RuamTerto Pontes, Samia Freitas Aires,
Antonio Vicente Júnior Gonçalves Silva, Laiane Felismino Lopes, Hermínia Maria Sousa da Ponte
VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO NO CONTEXTO FAMILIAR: PERCEPÇÃO DO CUIDADOR
Antonia Eliana de Araújo Aragão, Lívia Mara de Araújo, Lourdes Claudênia Aguiar Vasconcelos, Andréia Moreira Carvalho,
José Gerardo da Silva, Perpétua Alexsandra Araújo
EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM IDOSOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Elaine Cristina Marques Sabóia, Keila Maria de Azevedo Ponte
PROMOÇÃO DA SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE
Francisco Ivanildo Sales Ferreira, Lourdes Claudênia Aguiar Vasconcelos, Antonia Eliana de Araújo Aragão,
Bruna Vieira Gomes, Glaucirene Siebra Moura Ferreira, Maria Ana de Araújo Nascimento David
QUEDA EM IDOSOS: UM RETRATO DAS INTERNAÇÕES EM UM HOSPITAL DE ENSINO
Abigail de Paulo Andrade, Michelle Alves Vasconcelos, Cibelly Aliny Siqueira Lima Freitas, Regina Maria Silva Carvalho,
Danielle D’Ávila Siqueira, Keila Maria Carvalho Martins
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSOS COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Ivan Alcântara Brito, Douglas Basto Lima, Rafael Vasconcelos da Silva, Fabíola Andrade Aguiar,
Lélia Sales de Sousa, Rosalice Araújo Sousa, Ana de Fátima Braga Rocha
SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE COM ÊNFASE NAS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Lourdes Claudênia Aguiar Vasconcelos, Francisco Jerbesson Pinto Cordeiro, Antonia Eliana de Araújo Aragão,
Glaucirene Siebra Moura Ferreira, Rosalice Araújo de Sousa Albuquerque, João Luiz Costa da Silva
APLICAÇÃO DA TEORIA DE OREM PARA O ALCANCE DOS RESULTADOS POSITIVOS EM SAÚDE PARA O IDOSO DIABÉTICO
Maria Gerliane Queiroz Martins, Maria Vilani Cavalcante Guedes, Lúcia de Fátima da Silva, Maria Célia de Freitas,
Ana Ruth Macêdo Monteiro, Lidyane Parente Arruda, Consuelo Helena Aires de Freitas
A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA COMO FATOR EDUCATIVO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE DO IDOSO
Iellen Dantas Campos Verdes Rodrigues, Marcela Beviláqua Lima, José Reginaldo Pinto, Gisele Ribeiro Londe Campos,
Vanina Barbosa Lopes, Edson Batista dos Santos Júnior
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA SAÚDE DO IDOSO PARA ALÉM DA HIPERTENSÃO E DIABETES
Hermínia Maria Sousa da Ponte, Glaucirene Siebra Moura Ferreira, Antonia Eliana Araújo Aragão, José Reginaldo Pinto,
Edson Batista dos Santos Júnior, Livia Mara Araújo, Maria Dione Albuquerque Portela
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS ASSISTIDOS PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Edson Batista dos Santos Júnior, Richardson Augusto Rosendo da Silva, José Reginaldo Pinto,
Raila Souto Pinto Menezes, Perpétua Alexsandra Araújo
SOBRE OS AUTORES
EXPERIÊNCIAS DE CUIDADORES DE IDOSOS COM DEPENDÊNCIA
Milena de Melo Abreu
Thais Furtado de Moraes
Lourdes Claudênia Aguiar Vasconcelos
Antonia Eliana Araújo Aragão
Edymarah Nágghia Snarah Linhares Lima
Lélia Sales de Sousa
Rejânio Aguiar Aragão
INTRODUÇÃO
O crescimento da população idosa constitui-se em um fenômeno amplamente discutido em todo o mundo, percebendo-se, juntamente com o avanço da idade, o aumento da possibilidade de surgimento de doenças crônicas, as quais apresentam riscos de complicações e podem gerar um processo incapacitante, afetando a funcionalidade, dificultando ou impossibilitando o desempenho independente das atividades da vida cotidiana. A perda da independência, por sua vez, implica a necessidade de alguém para ajudar na realização das atividades básicas da vida diária, sendo que, na maioria das vezes, a ajuda advém de membros da própria família ou de pessoas denominadas cuidadoras (NARDI, 2009).
Nesse contexto, Brito, Rabinovich (2008) e Salgueiro (2010) apontam que a doença aparece para a família como uma grande ameaça à sua integridade e equilíbrio. É um período marcado por sensação de peso, mobilizando sentimentos como medo da perda, da dependência e do despreparo para o cuidado, sendo, geralmente, uma tarefa árdua, que pode acarretar consequências para o responsável ou família.
Portanto, a atenção ao idoso está intimamente relacionada à presença do cuidador. A literatura classifica dois tipos de cuidadores: o formal e o informal. Entende-se por cuidador formal um profissional contratado que possui formação reconhecida por instituição educacional e está habilitado técnico e cientificamente para prestar assistência ao idoso, família ou comunidade. O cuidador informal, a princípio, é um familiar, pelo fato de estar mais próximo do idoso, sem necessariamente ter formação específica, mas por razões circunstanciais desempenha essa função (OLIVEIRA, 2009).
Os cuidadores informais precisam estar capacitados e terem conhecimentos mínimos sobre as mudanças ocorridas no processo de envelhecimento, considerando os aspectos biológicos, psicológicos e sociais. A enfermagem enquanto ciência e arte de cuidar do ser humano, desde a concepção até os momentos posteriores à morte, torna-se indispensável na participação dos cuidados dos idosos, pois envolve saberes que vão além da teoria e da técnica. Nesse contexto, a enfermagem pode contribuir concretamente para o bem estar psíquico e físico, não só do idoso, mas também dos profissionais e das famílias que cuidam deles (FIGUEIREDO, 2006).
No entanto, as Unidades Básicas de Saúde (UBS), com os múltiplos profissionais, devem estar atentos ao crescimento dessa população, inclusive quando a saúde dessas pessoas pode estar em risco. Diante do exposto, surgem as seguintes perguntas norteadoras: Os cuidadores têm conhecimento técnico para manejar os cuidados domiciliares para com os idosos? Será que está havendo a devida interação entre família-idoso-cuidadores, segundo a adaptação familiar, autonomia e afetividade?
Portanto, o interesse em desenvolver este estudo surgiu pela grande necessidade de conhecer o trabalho de cuidadores de idosos, considerando o grande número de famílias que cuidam desses indivíduos em suas casas e por não contarem com instituições de apoio para lhes proporcionar suporte.
Com os resultados obtidos nesta pesquisa, espera-se adquirir respostas às indagações e sugerir estratégias que possam cada vez mais ajudar os cuidadores a terem mais facilidade e conhecimento no acompanhamento ao idoso, viabilizar novas ações para a promoção dos cuidados e para uma melhor qualidade de vida a esse público.
A investigação tece como objetivo geral averiguar a experiência dos cuidadores de idosos com dependência.
MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva com abordagem qualitativa. O estudo foi realizado com nove cuidadores de idosos cadastrados nas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) de São Benedito, Ceará. A Unidade Básica de Saúde Vila Franco foi escolhida para a realização desse estudo, por ser um cenário apropriado para a pesquisa e contar com uma equipe multiprofissional composta por: um médico, dois enfermeiros, uma assistente social, quatro agentes comunitários e um nutricionista.
Foram inclusos nesse estudo: cuidadores de idosos com algum tipo de dependência como deficiências visuais e auditivas, dificuldades de locomoção e intelectuais. Foram excluídos desse estudo: cuidadores que não estavam presentes no momento da coleta.
Para a coleta dos dados, foi realizada a seleção aleatória dos sujeitos da pesquisa de acordo com os critérios pré-estabelecidos. Foi solicitado que os participantes assinassem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Em seguida, foi aplicado o instrumento de coleta de dados composto por perguntas socioeconômicas, por meio de uma entrevista semiestruturada. A entrevista foi gravada e o registro das falas fidedignas das informações foram transpostas na análise. Os sujeitos foram representados pelas letras A, B, C, D, E, F, G, H e I, para garantir o anonimato e obter informações inerentes à pesquisa.
Foi realizada análise temática, onde os dados foram ordenados e apresentados descritivamente por meio de categorias específicas, discutidos e ancorados pela literatura pertinente.
A pesquisa foi pautada nos princípios éticos conforme a Resolução 466/12, do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012). Portanto, submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), obtendo parecer favorável com o número do CAAE: 17609413.70000.5053.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No quadro 1, há uma distribuição do perfil dos participantes do estudo. Posteriormente, colheu-se os relatos dos pesquisados, distribuído nas seguintes categorias: condições de saúde do idoso, condições de higiene e mobilização, alimentação adequada, motivos para escolha da profissão, formas de enfrentamento do cuidador – dificuldades, facilidades e desafios.
Perfil dos participantes do estudo
Quadro 1 – Distribuição da caracterização do perfil sócio demográfico dos cuidadores, conforme a percepção dos sujeitos da pesquisa, São Benedito-Ceará, 2013
Fonte: ESF Vila Franco. São Benedito, 2013.
Os participantes da pesquisa encontravam-se na faixa etária de 23 a 78 anos. Apresentaram o seguinte perfil de escolaridade: cinco com ensino fundamental e quatro com ensino médio. Quanto à profissão: duas donas de casa, uma agricultora, dois comerciantes, três cozinheiras e um pedreiro. Quanto ao sexo: seis femininos e três masculinos. Quanto ao grau de parentesco: dois netos, três filhos, uma irmã, uma esposa, uma cuidadora e uma sobrinha. Em relação ao estado civil: dois casados, cinco solteiros e dois viúvos.
Condições de saúde do idoso
Em relação ao estado de saúde dos idosos: três tem Alzheimer, três cegueira e três dificuldade de locomoção. Sequelas presentes: três apresentam esquecimento, três são cegos e três tiveram amputação de membros na velhice. Estes não fazem nenhum tratamento.
Condições de higiene e mobilização
Durante o envelhecimento e a doença, a capacidade de se autocuidar diminui e a carência de cuidados de higiene aumenta. Desse modo, o cuidador deve contribuir para conservar a saúde e o bem-estar do idoso, prestando bons cuidados de higiene.
As pessoas precisam saber da importância de uma higiene boa e regular e do cuidado dental e oral em todas as idades, assim ficando claro que o idoso não precisa perder seus dentes. O uso da escova de dentes é bem efetivo, melhorando o estado da gengiva e removendo restos alimentares dos dentes. Entretanto, deve-se ter cuidado para que não ocorra trauma dos tecidos, porque eles são mais sensíveis, frágeis e tendem a ficar irritados nos idosos.
Higiene significa prevenção de doenças e não existindo a presença de bactérias e fungos, torna-se muito melhor o cuidado em relação ao idoso, de acordo com as falas e fundamentações abaixo:
Não consigo fazer uma higiene perfeita, porque não tenho força suficiente para conduzi-lo ao banheiro (B).
Consigo fazer uma higienização correta, pois ele colabora sempre, tomando banho todo dia (G).
De acordo com as respostas obtidas, cinco conseguem fazer uma higienização adequada e três não conseguem, devido a não conseguirem locomover o idoso ao banheiro, necessitando de algum suporte, como cadeiras de rodas ou outra pessoa que ajude na locomoção.
Alimentação adequada
Os idosos são mais susceptíveis de desenvolverem doenças crônicas, o que requer um maior apoio por parte do cuidador. Este grupo é o que apresenta maior taxa de crescimento na sociedade e tem necessidades nutricionais muito específicas. Contudo, os conselhos nutricionais devem ser baseados nas características individuais do idoso, e não na sua idade cronológica.
A alimentação deve ser oferecida pelo cuidador com especial cuidado de verificar a validade dos alimentos oferecidos. A alimentação saudável é composta por alimentos ricos em carboidratos, fibras, frutas, verduras, ovos, iogurte e leite.
O idoso deve comer devagar e em local tranquilo; fazer cinco a seis refeições ao dia, mantendo intervalo de três horas entre elas; ingerir as refeições sem adição de sal e reduzir o consumo de açúcares, alimentos industrializados e outros. O peso deve ser monitorizado para avaliar a sua estabilidade. Sobre alimentação é fundamental a reflexão das falas a seguir:
Meu pai não consegue fazer a alimentação sozinho, porque já está muito velho, e tenho que colocar as refeições na boca dele (B).
Papai não consegue mais se alimentar sozinho, pois já tem paralisia no lado direito, assim tenho que estar perto dele, ajudando-o ao se alimentar (I).
Alimentação é algo tão importante, pois ela faz com que possamos seguir o dia de uma maneira normal, sem nos sentirmos fracos (D).
Motivos para escolha da profissão
Cuidador é aquela pessoa que está disponível no acompanhamento do idoso. Prestando assistência nas suas atividades rotineiras. É aquele que presta cuidados à pessoa idosa no domicílio, com ou sem vínculo familiar, e que não é remunerado.
Um bom cuidador é aquele que ajuda o idoso em tudo que precisa, em qualquer hora do dia independente de ser remunerado ou não, ele se doa pelo fato de ser um ser humano que necessita de cuidados (A).
Pode-se perceber nas respostas abaixo que o cuidador tem um papel fundamental na vida de uma pessoa idosa com dependência, de acordo com as falas e fundamentações a seguir:
Pelo fato de ser meu pai, senti-me na obrigação de cuidar dele, porque não tem locomoção, necessitando de uma pessoa apta, e com tempo disponível para as suas necessidades (B).
O cuidado tem que ser transmitido com carinho e amor, como se fosse para um parente querido, independente de ter um conhecimento científico, deve se fazer com coragem e autoestima. As falas abaixo ressaltam a satisfação dos cuidadores ao cuidarem dos familiares idosos:
Me sinto uma pessoa abençoada por Deus, o qual me dá força, para que eu possa seguir essa jornada de cuidados com o meu avô, e conseguir conciliar com o meu trabalho, que se localiza próximo a nossa residência. (C)
Meu irmão mora comigo, pois o mesmo não tem filhos, e eu como irmã mais próxima dele não poderia abandoná-lo nesse momento e mesmo com algumas dificuldades me sinto uma pessoa de coragem e satisfeita em ajudar quem me ajudou anteriormente. (H).
Os familiares cuidadores de idosos são primordialmente mulheres de meia idade, embora convenha destacar a participação de cuidadoras idosas cuidando de seus cônjuges idosos. Também merece menção a participação crescente de homens de diferentes idades, cuidando de idosos. Contudo, ainda é a mulher que tem maior representatividade na profissão de cuidador. Ela, além dessa função, tem sob seus cuidados familiares e outros dependentes, como: filhos (as), netos (as) e parentes portadores de cuidados especiais. De acordo com as falas e fundamentações abaixo:
Eu vejo que na função de esposa, tenho o dever de estar ao lado dele, não somente nos momentos bons, mas nas dificuldades que a vida coloca no nosso caminho. (F)
Formas de enfrentamento do cuidador - dificuldades, facilidades e desafios.
A capacitação do cuidador familiar é uma necessidade da sociedade, considerando o envelhecimento da população e crescente incidência de doenças crônicas degenerativas. Porém, apesar do avanço da legislação acerca das necessidades do idoso, percebe-se, ainda, que o Estado não evoluiu no que diz respeito a programas e capacitações de cuidadores familiares, devolvendo o doente ao seu ambiente familiar sem uma estrutura adequada para tornar-se novamente apto a exercer seu papel de cidadão quando isso for possível.
As grandes dificuldades com as tarefas do cuidar, que vão desde a higiene pessoal até a administração financeira da família, responsabilidades com orçamentos domésticos, manutenção do lar, despesas médicas e hospitalares, requer muita habilidade do cuidador. O despreparo do cuidador familiar para atender tais necessidades pode ser grande, e sua necessidade de compreensão e apoio emocional é ainda maior. Ser um cuidador familiar requer dedicação exclusiva, porém, muitas vezes, não há uma única pessoa para prever que o cuidador e o paciente necessitam de orientações para essa nova etapa de suas vidas, orientações específicas para cada caso e que diminuam a ansiedade no convívio com a doença e suas necessidades de cuidado.
A maior dificuldade que tive foi abandonar meu emprego em uma loja para cuidar de minha tia [...]. Tive que abrir mão das minhas atividades pessoais para prestar assistência a ela (F).
Agora, o cuidado que presto a ela interfere em tudo na minha vida, no meu sono, na comida, no meu tempo [...]. Se tiver feriado, não posso passear. Às vezes eu fico meio chateada! Queria fazer uma coisa: sair com os meus amigos, mas não tenho com quem deixá-la (A).
O cuidado a um familiar envolve projetos de vida. Dentre casais, a situação de cuidar do cônjuge gera menos conflito, pois os dois compartilham de um mesmo projeto de vida. Para os filhos, a exigência pode ser maior, pois os projetos de vida são diferentes e terão que ser redefinidos ou até mesmo abandonados em detrimento do familiar.
Eu me sinto realizada e parece que é algo meu, que ninguém pode vir tirar, que eu tenho que estar sempre ali cuidando, sempre olhando, sempre protegendo. E o cuidado dele não interfere na minha vida pessoal. É uma terapia pra mim fazer isso. Adoro cuidar dele (F).
No meu emprego eles entendem a minha situação e assim se eu tiver que sair mais cedo, eles procuram facilitar a minha vida. Eles entendem (D).
A esperança de recuperação do doente cultivada no início da doença vai se distanciando e com o passar do tempo, a solidão, os desafetos e a sobrecarga tomam conta do cuidador familiar. Portanto, um cuidador familiar, que receba continuamente uma capacitação que favoreça o desenvolvimento de suas habilidades quanto ao cuidado, pode facilitar o entendimento da importância do seu papel junto ao doente e perante a sociedade. É importante lembrar que a sociedade é formada por pessoas que vivenciarão também o processo de envelhecimento, podendo no futuro ser o cuidador familiar ou ser o doente incapacitado que necessitará de cuidados, pois só quem cuida é quem sabe quais as limitações e avanços envolvidos no ato do cuidado.
O grande desafio para o cuidador familiar, que quase sempre não possui suporte profissional, é estar preparado para realizar o cuidado, que vai além da simples disponibilidade. É necessário, para isso, interesse em atuar junto às necessidades totais do doente. Nestas falas, o que precisa ser melhorado para o idoso é ter mais conforto.
Os desafios que encontro no meu dia a dia é em relação à mobilização quanto à higiene, pois necessito fazê-la sozinha, pelo fato de não ter uma pessoa disponível para o ajudar (B).
O desafio que habitualmente encontro é o de transmitir a confiança para o idoso para que eu consiga fazer sua higiene e procedimentos necessários (D).
Notam-se atitudes fora dos padrões habituais da pessoa. Se um dia a pessoa tem comportamentos atípicos e não se dá conta, não percebe o que acontece consigo, é um indício. Ela apaga trechos do texto da sua vida. Por exemplo, diz que nunca foi casada, nunca teve filhos. Outra questão comum é a capacidade cognitiva, não consegue aprender mais nada. Lê um texto e não consegue memorizar. Busca uma palavra e não consegue lembrar. As sinapses já não acontecem fluentemente, até o ponto em que a pessoa não consegue mais se comunicar consigo e com os outros. De acordo com as falas e fundamentações abaixo:
Muitas vezes, acontece de eu chegar empolgado falando de um assunto e após terminar peço a sua opinião, mas segundos depois ele já não se lembra do que eu falei (C).
Cabe ressaltar, ainda, que grande parte dos filhos, quando assumem ser cuidadores, traz o sentimento de retribuição de favores. Não comumente, grande parte deles não espera que vá cuidar de seus pais ou ainda que um dia estes precisem de cuidados. A troca de papéis daquele que foi cuidado para aquele que cuida, apesar de ser uma realidade de muitas famílias, ainda permanece como uma venda aos olhos de tantas outras.
Gosto de cuidar de meu pai, mas encontro uma grande dificuldade pelo fato dele ser muito gordo, e muitas vezes não ajudar, tornando-se dificultoso o cuidado, pelo fato da locomoção e do seu estresse, ocasionado pela doença (B).
A fala evidencia que o cuidador familiar apresenta diferencial no cuidado, embasado no amor e carinho que os familiares dedicam aos seus idosos. Nesse cenário, desponta a necessidade de os profissionais de enfermagem trabalharem as famílias auxiliando-as e esclarecendo acerca do cuidado diferenciado aos idosos.
CONCLUSÃO
A pesquisa em questão buscou analisar fatores relacionados à promoção de cuidados com idosos dependentes no município de São Benedito, Ceará. Verificou-se que a maior parte dos entrevistados gosta de desempenhar a função de cuidador. Dessa forma, foi possível notar que no entrosamento dos idosos com as famílias entrevistadas há um relacionamento saudável entre ambas as partes. No entanto, existem bastantes obstáculos a serem suprimidos na relação do usuário cuidado e seu cuidador.
Esses obstáculos, talvez, surgiram devido à falta de conhecimento científico e de treinamento dos cuidadores sobre as condições enfrentadas pelo envelhecimento ou mesmo pelas condições patológicas dos idosos assistidos por eles. Por isso, foram citadas nas falas dificuldades para se fazer uma boa saúde bucal e higiene dos idosos.
Pelo contexto analisado, identificou-se que todos os cuidadores devem ser capacitados por uma equipe de saúde multiprofissional e o suporte deve ser dado, principalmente, pelos profissionais inseridos na Estratégia Saúde da Família, que mantém um contato mais próximo com eles.
Diante da relevância do tema, é necessário enfatizar e sugerir que estudos continuem sendo desenvolvidos pelos profissionais que atuam direta ou indiretamente com a população idosa dependente de cuidados.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf>. Acessado em: 12 nov. 2013.
BRITO, Eliana Sales; RABINOVICH, Elaine Pedreira. A família também adoece!: mudanças secundárias à ocorrência de um acidente vascular encefálico na família. Interface (Botucatu), Botucatu , v. 12, n. 27, p. 783-794, dez. 2008.
FIGUEIREDO N. Dimensão da garantia do cuidado á pessoa idosa. In: Gerontologia Atuação da Enfermagem no Processo de Envelhecimento. São Caetano do Sul: Yendis, 2006.
NARDI, Edileuza de Fátima Rosina; OLIVEIRA, Magda Lúcia Felix de.Significado de cuidar de idosos dependentes na perspectiva do cuidador familiar. Cienc Cuid Saude, v. 8, n. 3, p. 428-435, jul./set. 2009.
OLIVEIRA S. K. et al. Perfil dos Cuidadores de Idosos Atendidos pelo Projeto de Assistência Interdisciplinar a Idoso em Nível Primário 2009. Disponível em: www.uel.br\ projeto. Acesso em: 20 mar. 2013.
SALGUEIRO, Hugo; LOPES, Manuel. A dinâmica da família que coabita e cuida de um idoso dependente. Revista Gaúcha de Enfermagem (Online), Porto Alegre , v. 31, n. 1, p. 26-32, mar. 2010.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA ADESÃO DE HÁBITOS SAUDÁVEIS DE VIDA DE IDOSOS COM BASE nA TEORIA DA PROMOÇÃO DA SAÚDE
Keila Maria de Azevedo Ponte
Antonia Eliana de Araújo Aragão
Antonia Jéssica Bezerra Mendes
INTRODUÇÃO
Trata-se do estudo acerca da contribuição dos cuidados de enfermagem para promoção da saúde de pessoas idosas com Doenças Cardiovasculares (DCV), com base na Teoria da Promoção da Saúde de Nola Pender.
Frente ao exposto, um dos maiores desafios da saúde pública no Brasil é o aumento significante da pessoa idosa. Estimativas mostram que a população idosa brasileira poderá exceder 30 milhões de pessoas até 2020, chegando a representar quase 13% da população (IBGE, 2009).
Verifica-se, assim, um aumento populacional dos idosos em virtude da baixa natalidade, seguindo uma tendência mundial, e, ainda, estes apresentam níveis de morbidade maiores que os da população em geral. Dessa forma, o aumento da população idosa faz com que ocorra uma crescente demanda de pessoas a procura por serviços de saúde, e com isso uma maior preocupação com a prevenção da saúde neste grupo (DINIZ, 2004).
Diante do exposto, o Ministério da Saúde (MS), no Brasil, criou a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), tendo como item prioritário na agenda da saúde no país. A PNSPI baseia-se no paradigma da capacidade funcional: proporcionar independência e autonomia, por mais tempo possível (BRASIL, 2010).
É bastante prevalente a inatividade física entre os idosos. O estilo de vida moderna propicia o gasto da maior parte do tempo livre em atividades sedentárias, como por exemplo assistir televisão. É preciso lembrar que saúde não é apenas uma questão de assistência médica e de acesso a medicamentos. A promoção de estilo de vida saudáveis é encarada pelo sistema de saúde como uma ação estratégica (BRASIL, 2010).
Acompanhando esse processo de envelhecimento, Veras (2003) refere que ocorreu uma