Tics na escola
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Tics na escola - ELOA AZZENA PARADA
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE
AGRADECIMENTOS
Quero agradecer ao Thiago Malta Borges, pelo carinho, amor, ajuda, presença, escuta e exemplos constantes de otimismo e determinação.
À Nina Parada Borges, pelos ensinamentos diários, olhares de curiosidade, descobertas, conquistas e pelo maior amor já experimentado.
À Profª Claudia Stella, pela escuta e reflexão conjunta no processo de construção da presente obra.
À minha família, Thais, Arthur, Márcia, Paulo, Terezinha, Bruno e Ana Letícia, pela orientação afetiva, entusiasmo, paciência, apoio e incentivo.
Apresentação
As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), especificamente o computador e a Internet, são um fenômeno recente nos processos de comunicação e relação entre as pessoas. Sua crescente importância na história da humanidade justifica um estudo mais detalhado das influências que exerce sobre os indivíduos.
Considerando as TICs como expressão de um contexto cultural e social determinado, e enfatizando a relação indivíduo e tecnologia, a obra propõe uma reflexão teórica acerca das conexões estabelecidas entre a escola e esses novos
recursos comunicativos.
Como indicam Bueno, Marin e Sampaio (2005), entender os problemas da educação implica entender os problemas da escola, descrevendo e interpretando suas práticas, percebendo-as na trama das relações sociais em que o processo educacional tem lugar.
O interesse pela temática partiu de reflexões realizadas ao longo de minha trajetória pela escola como aluna e, posteriormente, como professora. Nesse contexto, presenciei modificações no cotidiano, especialmente nas concepções das famílias e de profissionais da área sobre o papel e os objetivos da escola.
Enquanto aluna, vivenciei o aumento dos recursos tecnológicos, principalmente o computador, em nossa rotina. A princípio, tínhamos aulas na sala de informática quinzenalmente e, quando terminei o terceiro ano do Ensino Médio, as aulas aconteciam duas vezes por semana.
Na graduação, na Faculdade de Pedagogia, o contato com os recursos tecnológicos se intensificou devido à permanência das aulas de informática (com o objetivo de preparar os futuros educadores para trabalhar com o computador no ensino) e a obrigatoriedade dos trabalhos serem digitalizados e das apresentações utilizarem os instrumentos multimídias, como o retroprojetor e o data show.
Em minha primeira experiência profissional, trabalhei como acompanhante pedagógica de crianças com necessidades educacionais especiais, e uma das direções da instituição em que trabalhava era a de orientar as atividades com base nos instrumentos tecnológicos, principalmente o computador, pois isso facilitaria o aprendizado devido à mobilização de diferentes estímulos ao mesmo tempo, como o visual e o sonoro. Com as crianças que apresentavam maior resistência às tarefas, esses instrumentos eram imprescindíveis, já que prendiam sua atenção e realizavam a atividade sob outro procedimento metodológico.
Como professora do Ensino Fundamental I, observo a crescente preocupação das escolas e dos pais dos alunos em acompanhar e inserir, em nossa atividade diária, os recursos oferecidos do mercado, tais como computadores de última geração, lousas digitais e acesso rápido e constante à Internet pelos alunos e também pelos professores.
Para os pais é importante que seus filhos saibam dominar essas técnicas para responderem melhor às demandas do mercado e da sociedade como um todo, que está cada vez mais informatizada, digitalizada. Para os educadores, os computadores, a programação deles, os sistemas digitais e suas possibilidades são pensados como recursos facilitadores do ensino, pois dialogam com um contexto social em que as crianças estão, a todo tempo, em contato com o computador e a Internet, por meio de jogos eletrônicos, e-mails, comunidades virtuais e espaços de relacionamentos (como Facebook, Twitter, blogs etc.), o que, por sua vez, também poderia contribuir com a melhoria de alguns problemas da sala de aula, como o desinteresse e a indisciplina.
Na perspectiva da escola, identifico a necessidade em responder a essas expectativas dos pais em se adequar às demandas da sociedade – o ensino de computação como preparo para a inserção no mercado de trabalho. Nas instituições particulares, os recursos são utilizados, também, como instrumentos de competição de mercado, ou seja, as escolas que os possuem apresentam um diferencial que garantirá a aprendizagem de seus alunos, pois estão mais adequadas à realidade virtual das crianças e da sociedade na atualidade.
Nessas perspectivas, a dos pais, dos educadores e das instituições de ensino com relação ao uso das Tecnologias da Informação e Comunicação na escola, perpassa a ideia de que a sociedade atual é invadida por uma realidade baseada no virtual¹, que influi no comportamento das pessoas e organizações, com sua flexibilidade e velocidade de mudança, que acabam determinando outras formas de pensar, de se relacionar, de sentir e de adquirir conhecimento, principalmente entre as crianças e jovens. É nesse contexto que a presente obra se insere.
Fruto de minhas pesquisas e estudos em educação, este trabalho tem como propósito uma reflexão aprofundada sobre a relação das tecnologias e a escola, especificamente o Ensino Fundamental I.
Retomar minhas ideias e a forma com que tentei organizá-las e transmiti-las, dentro dos parâmetros da pesquisa acadêmica, significa também retomar a mim mesma, rever-me cinco anos atrás, o que pensava sobre os fatos, seus significados, interpretações e implicações.
Atualmente, como professora polivalente de 5o ano, percebo possibilidades de uso consciente e progressivo das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), de forma que elas não se tornem um fim em si mesmas, mas estejam contextualizadas em propostas formativas, reflexivas e autorreflexivas.
Não podemos negar sua presença cada vez mais constante em nosso cotidiano, como instrumento de estudo e de trabalho, meio de interação social e na organização da sociedade como um todo. No entanto, também não acredito que a entrada das tecnologias na escola represente a solução dos problemas escolares, ou que seja por meio delas que a escola obterá eficácia em seu propósito de ensino-aprendizagem. É comum a ideia de que uma escola informatizada possui novas possibilidades para o desenvolvimento da aprendizagem. Mas isso não pode ser feito de maneira aleatória, sem uma reflexão crítica acerca dos papéis e funções atribuídos à técnica, ou apenas para adequar-se às demandas da modernidade.
Toma-se a tecnologia, especificamente as TICs, como mais um instrumento desenvolvido pelo