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#transvivo
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Ebook142 pages42 minutes

#transvivo

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"Quem sou eu?" é a pergunta que abre #transvivo, primeiro livro de Juca Xavier, pela coleção de poesia Palavra Crua. #transvivo reúne poemas escritos entre 2014 e 2017, período em que o autor enfrentava a crise de identidade durante a qual começaria a entender a figura masculina que se desenhava em seu espelho. Abordando temas como a disforia, as relações familiares, a relação com a T (Testosterona), o amor e o sexo, Juca nos convida a embarcar em uma viagem cheia de reticências e sem pontos finais, em que a escrita é um processo de reencontro com o próprio corpo.
LanguagePortuguês
PublisherEDITORA NUA
Release dateDec 20, 2018
ISBN9788554034016
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    #transvivo - Juca Xavier

    Table of Contents

    ou da mais coletiva primeira pessoa que há!

    Quem sou eu?

    Fui na sapataria

    Dentro de mim

    Transições

    Importante

    Dor

    Suicídio

    Raiva

    Raiva e tormento

    Música escrita sem som

    Giro animal

    Dores de parto

    Espelho escorpiano

    Fênix suicida

    A mancha

    Filho órfão de mãe viva

    Na mão

    Barulho

    As bobagens que sempre inventei

    Privilégio

    Armação

    Sangue, legado e história

    Hoje eu tô disfórica

    Dilatada

    Disforia

    Momento tátil

    Ando

    Macho sagrado

    Virei fera, virei bicho

    Crise de choro

    Carência existencial

    Não me assusta

    Marca neuronal

    Pro fundo

    Transsentimento

    Lições de Saturno em Sagitário

    Injeção solar

    Portal plutônico

    Minha sexualidade

    Solta do corpo e da alma

    Passiva

    Amor que se escreve com T

    Presente de natal

    Anarkia

    Amor pra recomeçar

    Esteira rolante

    Meu corpo, meu lar

    Aquarius

    #transvivo

    Editora responsável: Sabine Mendes Moura

    Produção Editorial: Priscilla Lhacer

    Revisão textual: Sabine Mendes Moura e Cecilia Leal

    Foto e tatuagem da capa: Ana Maciel

    Logo da editora: Natasha Mendes Cartes

    Editora Nua contato@editoranua.com.br

    1a edição

    Rio de Janeiro, setembro de 2018

    ou da mais coletiva primeira pessoa que há!

    Quem sou eu?

    Fui na sapataria

    Dentro de mim

    Transições

    Importante

    Dor

    Suicídio

    Raiva

    Raiva e tormento

    Música escrita sem som

    Giro animal

    Dores de parto

    Espelho escorpiano

    Fênix suicida

    A mancha

    Filho órfão de mãe viva

    Na mão

    Barulho

    As bobagens que sempre inventei

    Privilégio

    Armação

    Sangue, legado e história

    Hoje eu tô disfórica

    Dilatada

    Disforia

    Momento tátil

    Ando

    Macho sagrado

    Virei fera, virei bicho

    Crise de choro

    Carência existencial

    Não me assusta

    Marca neuronal

    Pro fundo

    Transsentimento

    Lições de Saturno em Sagitário

    Injeção solar

    Portal plutônico

    Minha sexualidade

    Solta do corpo e da alma

    Passiva

    Amor que se escreve com T

    Presente de natal

    Anarkia

    Amor pra recomeçar

    Esteira rolante

    Meu corpo, meu lar

    Aquarius

    #transvivo

    ou da mais coletiva primeira pessoa que há!

    Há seis anos, iniciei as aulas na graduação. Ensinava homossexualidades e transexualidades, hoje categorias suplantadas por uma explosão de subjetividades. Na sala ao lado dessa minha primeira experiência, uma jovem saía das aulas de filosofia e nos bisbilhotava. Era uma sapatão! Uma desalinhada como todos na minha turma, incluindo o professor, e nos envolvemos com essa jovem filósofa. Seu corpo exalava amor e engajamento. Sua escrita transpirava compromisso.

    Neste livro, essa jovem sapatão morreu, se suicidou. Estamos em sofrimento, luto. Não apenas pela perda, mas pela nossa inaptidão em acolher o corpo vivo que surge desse suicídio criativo. O armário – de que nós, lésbicas e gays, lutamos tanto para sair – se tornou um móvel translúcido, incapaz de aprisioná-la. Se esfacelou no chão diante de suas angústias e sofrimento. Fomos incapazes de acolhê-la, de suportá-la. O esfacelamento foi também de nossa capacidade comunitária de incorporar, como parte de nós, massas de dissidentes, tantos outros que pululam às margens de nossa sociedade.

    A jovem sapatão filósofa agoniza diante de nós à medida que passamos, página a página, por sua tristeza. Chegamos a pensar que ela não passa de uma pessoa perdida pelas agressões da vida. Entretanto, ao avançarmos, em uma série de perdas e danos, vemos a resistência colocada em ato. O sentido deixa de ser sua existência enquanto indivíduo. O Eu se compartimenta e aprendemos, ao longo de sua história, que a agonia

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