Discover millions of ebooks, audiobooks, and so much more with a free trial

Only $11.99/month after trial. Cancel anytime.

Autores Clássicos de Sociologia da Educação
Autores Clássicos de Sociologia da Educação
Autores Clássicos de Sociologia da Educação
Ebook298 pages12 hours

Autores Clássicos de Sociologia da Educação

Rating: 5 out of 5 stars

5/5

()

Read preview

About this ebook

A presente publicação direciona-se ao público em geral e, mais especialmente, aos professores e estudantes dos cursos de Ciências Sociais, Pedagogia e licenciaturas. O objetivo é envolver os leitores nas discussões sobre a origem da Sociologia Crítica, situando o pensamento dos autores clássicos como Engels, Marx, Comte, Durkheim, Weber, Gramsci e Bourdieu.
LanguagePortuguês
Release dateDec 14, 2018
ISBN9788547321130
Autores Clássicos de Sociologia da Educação

Related to Autores Clássicos de Sociologia da Educação

Related ebooks

Social Science For You

View More

Related articles

Reviews for Autores Clássicos de Sociologia da Educação

Rating: 5 out of 5 stars
5/5

2 ratings0 reviews

What did you think?

Tap to rate

Review must be at least 10 words

    Book preview

    Autores Clássicos de Sociologia da Educação - Erivanio da Silva Carvalho

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE

    Para Raimunda da Silva Carvalho e

    Wilson Assis de Carvalho

    PREFÁCIO

    Foi com surpresa e muita alegria que recebi o convite do Professor Doutor Erivanio da Silva Carvalho para prefaciar o presente livro. E, com maior impulsividade ainda, aceitei o convite. Nessa atividade, ponho-me muito mais na condição de leitor privilegiado – que lê a obra antes de ela ser publicada – do que na condição de prefaciador.

    Sem querer ser pretensioso, identifiquei-me, muito, com o conteúdo deste livro. Principalmente, identifiquei-me com a ideia de escrever sobre a disciplina com a qual trabalhamos. Acredito que só temos autonomia profissional quando temos autoria. Ou seja, escrevemos sobre o que lecionamos, mesmo que seja um simples apontamento. A autoria, por um lado, humaniza-nos e, por outro, dá-nos acesso a uma condição de vida e trabalho mais plenamente humana.¹

    Tenho o privilégio de trabalhar ao lado do professor Erivanio – no curso de Pedagogia do Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnologia da Universidade Federal do Maranhão – e, por isso, posso afirmar que esta obra é um reflexo de seu trabalho. Percebe-se sua presença no estilo de escrita e no conteúdo de cada capítulo. Vínculo esse que é perceptível, também, em seus posicionamentos quando de sua participação nas reuniões coletivas do corpo docente do curso.

    O leitor encontrará nesta obra uma cuidadosa leitura dos clássicos da Sociologia da Educação. Escrever sobre esse tema, nos dias atuais, em que impera um explícito patrulhamento ideológico direcionado às Ciências Humanas e Sociais, é um ato de coragem. Mas o autor é professor. Especialmente, é professor formador de professor. Coragem e ousadia são elementos que não faltam a quem exerce a atividade docente não apenas como o cumprimento de uma obrigação, como é o caso do nosso autor. Quem tem um comportamento profissional dessa natureza, não se fragiliza e nem se deixa levar pelas sutilezas das armadilhas intelectuais que têm invadido as mídias e multimídias nos últimos anos.

    Estruturalmente, o livro não seguiu uma linearidade como, normalmente, fazem a maioria dos autores que escrevem sobre os clássicos. Na primeira unidade, o autor traz as elucidações conceituais da ciência sociológica. Na segunda, aborda a Teoria Social Crítica. Na terceira, traz a Teoria Social Conservadora. Essa estrutura não é gratuita. Entendo que, com essa organização, o autor quer enfatizar a postura do não absoluto, do não imutável. E, com isso, abre margem para o relativo, traz a ideia de inversão da ordem. Mostra que o mundo é visível, é concreto e está aí na nossa frente. Mas, também, é invisível à primeira vista. Para enxergá-lo precisamos sair da obviedade. Por fim, aborda na quarta e última unidade os Estudos Culturais. Nessa unidade o autor traz os instrumentais que permitem ao leitor/estudante/professor entender as relações entre a sociedade e a educação.

    Ciente da difícil tarefa de educar, sem que o próprio processo educativo transforme-se num instrumento de manutenção do sistema, o autor inicia esta obra indagando se temos que estudar os autores clássicos. E sutilmente nos responde que temos, sim, e nos faz uma recomendação e defende uma tese. A recomendação é que não devemos nos poupar do esforço da apropriação das grandes produções teóricas que a humanidade já produziu. A tese é que os clássicos nos libertam da ingenuidade ao emancipar-nos política e intelectualmente. Nesse sentido, o autor aborda os clássicos com análise própria. Recria-os com o crivo de sua própria crítica e os situa no tempo presente. Para tanto, foi claro e simples, usando palavras acessíveis do modo mais nítido possível. Mas, mesmo usando a simplicidade na exposição de suas análises, não dispensou o rigor metodológico – que nada tem a ver com rigidez – de quem está atento às questões educacionais de nosso tempo.

    Esta obra é, sem dúvidas, uma grande possibilidade de contrapormo-nos à ocorrência de um fenômeno bastante presente em nossas escolas. Trata-se da adoção de uma atitude pragmática e imediatista que, em nome de um dinamismo das aulas e de uma suposta autonomia dos alunos, vem colocando em segundo plano os fundamentos teóricos necessários à análise de qualquer objeto ou situação e, também, desconsiderando que o espírito científico, próprio da ciência, exige a apropriação das categorias conceituais para poder explicar o objeto que se estuda, seja ele pertencente ao mundo físico ou ao mundo social. Desconsiderando, também, que sem essa apropriação corre-se o risco de pensar e analisar o fenômeno estudado com base nas aparências, sem a devida fundamentação. Parto do princípio de que toda e qualquer atividade desenvolvida sem que se tenha conhecimento dos fundamentos teóricos que a orientam, é um trabalho alienado, principalmente o trabalho docente.

    Acredito que dentre as discussões trazidas no texto, uma delas é de singular relevância para quem é professor ou estudante de licenciaturas. Ela está no fato de que este trabalho poderá diminuir a descrença na contribuição do pensamento sociológico clássico na formação do professor. O autor demonstra que não somente isso é possível, mas, principalmente, necessário.

    Imperatriz, abril de 2018.

    Francisco de Assis Carvalho de Almada

    Doutor em Educação

    Professor adjunto do curso de Pedagogia do Centro de Ciências Sociais,

    Saúde e Tecnologia da Universidade Federal do Maranhão

    APRESENTAÇÃO

    O livro Autores Clássicos de Sociologia da Educação propõe-se a dar continuidade aos estudos sobre a origem da sociedade atual, reavivando alguns elementos de memória que os estudantes trazem das aulas de Sociologia, História e Filosofia do ensino médio, para agora, na universidade, em um momento de uma maior maturidade – e conhecendo os caminhos da pesquisa – descobrir outras proposições. Ele precisa deparar-se com a sociedade capitalista em sua concretude, como estudante trabalhador que no transcurso histórico atual busca refletir o tempo e lugar em que nasceram as primeiras fábricas. Para isso, o presente livro capitula as condições em que esse modelo de sociedade foi implantado sob a égide das filosofias idealistas, das promessas iluministas e a proposta da escola pública.

    Entretanto, não basta explorar tão somente a história. A nossa proposta expõe o trabalho do professor, o que está acontecendo no Brasil e a necessidade de reagirmos, bem como de refletirmos a partir de alguns temas nos quais estamos todos envolvidos no dia a dia, além de confrontar alguns dos conceitos dos autores críticos e consagrados no campo da sociologia, como Engels, Marx, Gramsci, Weber e Bourdieu, conhecendo também os conservadores como Comte e Durkheim. O desafio é tornar as nossas reações, perante as injustiças e desigualdades, mais balizadas por uma reflexão iniciada no campo da teoria social crítica. A partir da reflexão de algumas concepções e o significado do materialismo histórico dialético – na forma como explicaram Marx e Engels, no período em que ainda eram jovens – enveredamos-nos pelos capítulos e discussões para encarar a teoria social conservadora, confrontando os significados e concepções de sociedade, homem e educação. A ideia de refletir os principais conceitos no contexto histórico em que foram produzidas ensejam discussões sobre os acontecimentos mais recentes no Brasil, em que teve lugar o golpe de 2016, a recente prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e o permanente contato com temáticas no campo dos Estudos Culturais.

    Porto Alegre, janeiro de 2018

    Erivanio da Silva Carvalho

    Sumário

    UNIDADE I

    A NATUREZA SOCIOLÓGICA

    INTRODUÇÃO DA PROPOSTA DE ESTUDOS 

    O QUE É SOCIOLOGIA

    ².¹ Um olhar para as questões sociológicas

    ².² O parâmetro hegemônico idealista 

    UNIDADE II

    A TEORIA SOCIAL CRÍTICA

    SOCIALISMO E MARXISMO

    ³.¹ As elites do atraso no Brasil e o golpe de ²⁰¹⁶ 

    TEORIA SOCIAL CRÍTICA E A CONCEPÇÃO DE TRABALHO 

    ⁴.¹ A concepção de trabalho na visão de Marx

    ⁴.² O significado de Práxis

    UMA CONCEPÇÃO DE HISTÓRIA 

    A REVOLUÇÃO FRANCESA E O MATERIALISMO HISTÓRICO 

    O NASCIMENTO DAS FÁBRICAS

    ⁷.¹ O socialismo utópico

    ⁷.² O jovem Engels em Paris 

    ⁷.³ O jovem Marx em Paris

    ⁷.⁴ A Mercadoria: uma leitura na visão de Marx 

    ⁷.⁵ O caráter fetichista da mercadoria e seu segredo (Karl Marx) 9

    ⁷.⁶ A concepção de Estado em Marx 

    ⁷.⁷ A educação na visão de Marx e Engels

    ⁷.⁸ O neoliberalismo na educação brasileira

    7.9 A perspectiva sociológica crítica

    UNIDADE III

    TEORIA SOCIAL CONSERVADORA

    OS AUTORES CONSERVADORES 

    8.1 Indivíduo e Sociedade (Augusto Comte)

    ÉMILE DURKHEIM 

    ⁹.¹ O fato social, segundo Durkheim

    9.2 A Divisão Social do Trabalho, segundo Durkheim

    9.3 A solidariedade orgânica (Émile Durkheim)

    9.4 A educação na visão de Durkheim 

    9.5 Socialização: como ser um membro da sociedade

    9.6 A pedagogia burguesa 

    9.7 A escola pública burguesa

    9.8 A perspectiva sociológica funcionalista

    UNIDADE IV

    ESTUDOS CULTURAIS

    A PERSPECTIVA DOS ESTUDOS CULTURAIS

    A CONTRIBUIÇÃO DE PIERRE BOURDIEU 

    A CONTRIBUIÇÃO DE ANTONIO GRAMSCI 

    12.1 O senso comum, bom senso e filosofia da práxis

    12.2 O papel do Intelectual orgânico

    12.3 Hegemonia

    12.4 A educação na visão de Gramsci

    12.5 Socialismo e cultura (Antônio Gramsci)

    A CONTRIBUIÇÃO DE MAX WEBER 

    13.1 A educação na visão de Weber

    13.2 O Estado nacional e a política econômica (Max Weber)

    O TEMA DAS DESIGUALDADES SOCIAIS

    14.1 A violência simbólica (Pierre Bourdieu)

    14.2 A questão de gênero e sexualidade

    ¹⁴.³ As relações de gênero homem-mulher 

    REFERÊNCIAS

    ATIVIDADES

    UNIDADE I

    A NATUREZA SOCIOLÓGICA

    CAPÍTULO 1

    INTRODUÇÃO DA PROPOSTA DE ESTUDOS

    O presente texto foi elaborado para servir de introdução aos estudos dos principais autores clássicos da sociologia, tais como Engels, Marx, Comte, Durkheim e Weber. O objetivo é envolver os estudantes no estudo das concepções sociológicas, visitando esses autores e alguns dos seus conceitos básicos.

    Uma questão recorrente a cada vez que iniciamos um período de aulas é acerca da validade dos conceitos de épocas antigas –, os estudantes perguntam por que perder tempo aprendendo o que essas pessoas de outras épocas pensavam sobre a sociedade. Temos mesmo de estudar esses autores? Até que ponto esses conceitos ainda são válidos para nossa formação? Como pode uma coisa que aconteceu em 1789 ser contemporânea?

    Esses autores continuam a nos fazer refletir as relações sociais contemporâneas porque a maneira como discutiram as mesmas questões que vivemos hoje continua sendo uma maneira que nos leva a tentar resolvê-las. E vale aquela máxima: se você vai reinventar a roda é melhor começar com a forma redonda, que começar com uma forma quadrada. Os autores clássicos apresentam em seus escritos as mesmas preocupações essenciais que temos hoje. Carlos Eduardo Sell explica que os autores clássicos ainda são usados por serem importantes para a compreensão da realidade do mundo de hoje sendo os conceitos válidos pela necessidade de voltarmos ao passado e entender por que e como eles foram criados e utilizados.²

    Buscamos adotar uma linguagem acessível na exposição dos conteúdos, consciente do que é indispensável no trato de alguns assuntos, sem fugir da sua complexidade e sem dispensar a terminologia sociológica adequada para abordar as questões mais recentes. Por questões mais recentes entendemos alguns temas não muito presentes nos manuais de sociologia, como por exemplo, o tema da sexualidade e gênero aqui abordado de uma maneira apenas introdutória com alguns autores que se tornaram referências. A ideia é que essa temática possa ser retomada mais adiante, nas disciplinas do curso de graduação, ou em sua trajetória acadêmica na pós-graduação.

    É importante começar a ler este texto a partir do primeiro capítulo para uma melhor compreensão dos demais. Reunimos dos autores as principais ideias de uma forma sintética, com definições breves dos elementos essenciais visando à compreensão. A proposta é de introdução gradual às concepções que caracterizam as teorias sociais, buscando inserir o estudante nas discussões e leitura dos fragmentos de textos dos autores clássicos, com incentivos para continuar a leitura direta dos mesmos autores. O objetivo, portanto, desta obra não é, de modo algum, eximir o leitor de ir aos textos, às próprias obras na versão integral, havendo em tempos atuais o acesso pela Internet de diversos textos aqui referenciados.

    Nas aulas são tiradas as dúvidas e novas questões são formuladas para a pesquisa, visando o retorno com a verbalização, análise, interpretação e elaborações a partir da redação própria, com base nos conceitos teóricos discutidos. Este texto divide-se em quatro unidades:

    > UNIDADE I - A natureza sociológica;

    > UNIDADE II - A teoria social crítica;

    > UNIDADE III - A teoria social conservadora

    > UNIDADE IV – Estudos culturais

    A unidade I é apresentada para envolver os estudantes desde as primeiras discussões sobre o que é e o que trata a sociologia. A unidade II, numa perspectiva histórica trás as principais concepções marxistas que integram a Teoria Social Crítica. A unidade III destaca a origem da sociologia conservadora com a distinção das principais perspectivas adotadas na sociologia da educação e as implicações para o nosso horizonte atual.

    Na unidade IV, Estudos Culturais, são ensejadas algumas discussões preliminares, de maneira muito introdutória sobre a importância da perspectiva dos estudos culturais. A ideia dos estudos culturais consiste em ampliar e complementar as proposições da Teoria Social Crítica, sobretudo, as inspiradas no marxismo para os primeiros contatos com autores que se tornaram importantes referências sobre a questão escolar e sobre importantes temáticas despontadas a partir do século XX, tais como o patriarcalismo, feminismo, gênero e sexualidade e que hoje fazem parte do nosso cenário de discussões, envolvendo diversas áreas e também o campo da sociologia da educação.

    CAPÍTULO 2

    O QUE É SOCIOLOGIA

    A palavra sociologia é um neologismo inventado em 1830 por Isidore-Auguste-Marie-Xavier Comte ou Augusto Comte (1798-1857)³, com a junção de dois termos. O prefixo socio vem do latim socius e o segundo termo que é grego logos e significa estudo da razão.

    Os manuais de sociologia apontam o filósofo Augusto Comte como um dos principais fundadores da sociologia, cuja pretensão foi transformar a sociologia em uma ciência de credibilidade, objetiva e confiável, como uma espécie de física social, despontando como a mais importante dentre as ciências modernas. Hoje a sociologia tornou-se uma área de estudos não limitada apenas aos sociólogos especialistas, mas aos estudantes que queiram adotar uma perspectiva sociológica e nessa sua caminhada ampliar as reflexões sobre o que está acontecendo no Brasil. Por isso, expressamos o nosso convite ao estudante para caminhar nessa direção de entender o funcionamento da sociedade, propondo as mudanças que devem ser efetivadas. Todavia o nosso primeiro desafio é entender o que vem a ser natureza sociológica e o que são as tais questões sociológicas.

    Evaldo Vieira⁴, importante sociólogo brasileiro da Universidade de São Paulo, explica assim: Nem todo escrito que se refira a aspectos sociais, políticos ou históricos contém natureza sociológica. E para ser mais claro acrescenta: Se não contém natureza sociológica, tal escrito não se integra na sociologia da Educação. Ou seja, como o próprio Evaldo Vieira adverte, a sociologia sustenta-se nas teorias sociológicas e sem estas, inexiste a sociologia da Educação. Então, o conhecimento da natureza sociológica é para ser apreendido por meio das teorias sociológicas que vamos discutir nos próximos capítulos. A ideia é contribuir com a formação do estudante a partir dos elementos básicos da teoria sociológica.

    Vamos começar com algumas breves distinções. Sociologia e sociedade são noções diferentes. Genericamente, com a primeira noção designamos o estudo da sociedade. E a segunda, o conjunto das nossas relações sociais. Outra noção importante reside no uso da palavra social cujo significado liga-se simplesmente à noção de coletividade. Isso significa dizer que tudo que diz respeito ao social não é algo necessariamente sociológico. As questões ou problemas sociais são, por exemplo, a violência nas escolas, estupros, suicídios, aumento da criminalidade etc. A rigor, essas questões não são problemas sociológicos, são sociais. Somente quando estudadas pela sociologia tornam-se questões sociológicas. Apenas quando investigamos um problema social, buscando saber como as pessoas interagem entre elas ou como interagem os grupos – enfim –, como funciona a sociedade em determinadas condições de forma a produzir um determinado problema, aí sim, estamos envolvidos no campo da sociologia, com uma questão sociológica.

    Para Vieira, A sociologia resulta da investigação realizada por muitos estudiosos, sobre problemas que aparecem em determinadas condições históricas.⁵ As chamadas ciências sociais surgiram entre os séculos XVIII e XIX e compunham um conjunto de áreas como a psicologia, geografia, antropologia, ciência política, economia, dentre outras, sendo a sociologia uma dessas áreas.

    No século XIX quando a sociologia começou a despontar, o mundo estava sendo sacudido por duas grandes revoluções, a Revolução Industrial e a Revolução Francesa. Quando ela surgiu tinha a pretensão de afirmar-se como um campo de estudos que pudesse compreender o mundo inteiro. Essa pretensão prosseguiu, porém, houve uma variedade de estudos no campo da sociologia enfatizando diversas áreas: surgiu assim a sociologia da religião, sociologia rural, sociologia do conhecimento, enfim, foram criadas subdivisões. Uma dessas subdivisões é a Sociologia da Educação. A sociologia da educação é uma sociologia especial que trata das interações entre as pessoas ou grupos no campo da educação numa determinada sociedade. Atualmente, os temas mais discutidos nessa área versam sobre o fracasso escolar e desigualdades sociais e educacionais.

    No Brasil, o sociólogo tem predominantemente atuado como professor. E nos últimos anos vários centros e grupos de pesquisas conseguem financiamentos por fundações públicas e privadas para produzir importantes estudos, havendo também trabalhos em que os sociólogos funcionam como consultores para empresas que não dispensam suas contribuições.

    ².¹ Um olhar para as questões
    Enjoying the preview?
    Page 1 of 1