O candomblé e seus orixás
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O candomblé e seus orixás - Carlos Renato Assef
COLEÇÃO
AUTOCONHECIMENTO
O CANDOMBLÉ E SEUS ORIXÁS
Carlos Renato Assef
img1.jpgSão Paulo SP
ISBN 978-85-66833-69-0
Prefácio
Prezado leitor
Neste livro você aprenderá a conhecer o Candomblé na sua história no Brasil, essência, seus Orixás, suas lendas e fundamentos. Não tenho a pretensão de converter ninguém ao Candomblé, mas sim levar conhecimento e informação, desmistificando assim a errônea ideia que leigos têm sobre uma religião tão antiga. Aqui relato estudos decorrentes de 24 anos de prática e a missão deste livro é mostrar a você como reconhecer a espiritualidade existente em cada um de nós e a busca da evolução individual e espiritual.
Agradeço a Deus a oportunidade que me foi dada, ao meu Orixá Logun-edé e à vivência que tive no terreiro Recanto dos Orixás com minha Ialorixá Neide Erance e o Babakerekere Wanderlei Coelho, que sempre cuidaram com muita fé, amor e responsabilidade de minha trajetória no Candomblé.
A benção para quem é de benção. Mucuiu axé!
Carlos Renato Assef
Sumário
INTRODUÇÃO
Onde tudo começou
História do Candomblé
Direitos e deveres - Legislação e Candomblé
SINCRETISMO
CARACTERÍSTICAS DOS ORIXÁS
O Orixá Exu (Bará, Elegbá, Elegbará ou Aluvaiá)
Ogum
Omolu / Obaluaê
Oxossi
Oxum
Xangô
Longum-Edé
Iemanjá
Oxumarê
Ossaim
Orixá tempo
Inhansã
Nanã Buruquê
Oxalá, Oxaguiã e Oxalufã
SAUDAÇÕES E OFERENDAS AOS ORIXÁS
Saudações para cada orixá
OFERENDAS AOS ORIXÁS
O JOGO DE BÚZIOS
Estudo de Odu
LENDAS E CURIOSIDADES
A Lenda de Pemba
A Lenda de Obi
A moça rica e a pobre
Lendas dos orixás
Dicas de ebós
O Candomblé e a arte
BIBLIOGRAFIA
INTRODUÇÃO
Onde tudo começou
Os africanos eram animistas, isto é, atribuíam alma a todos os fenômenos naturais e procuravam efetivá-los por meios de práticas mágicas. Ao contrário do que se pensava, cultuavam um só Deus (OLODUMARÈ) e sua corte celestial. Suas vidas eram associadas à vida da natureza numa comunhão entre deuses e homens. Temiam e amavam a água, que os afogava e aplacava a sede, o fogo, que os queimava e ao mesmo tempo os aquecia; o sol, que seca a terra e os iluminava, e assim por diante. Os fenômenos podem ser alterados, propiciados, estimulados e impedidos se uma atividade mística for observada.
A entrada na comunidade do Candomblé obriga o iniciante a um longo período de vivência no grupo. É preciso paciência e muito trabalho, atenção às conversas, cantigas, danças, gestos e palavras. Com o decorrer do tempo o iniciado passará a receber maiores informações, que resultarão num aprendizado dos rituais e fundamentos. Isto lhe será transmitido oralmente, pois a palavra tem o poder de veicular o ÀSÈ. Os textos falados ou cantados, expressão corporal, gestos e objetos simbólicos que compõem as histórias de tempos imemoriais.
O presente trabalho visa preencher lacunas das literaturas especializadas sobre o culto do Candomblé.
História do Candomblé
O candomblé e uma religião que teve origem na cidade de Ifé, na África, e foi trazida para o Brasil pelos negros iorubas. Seus deuses são os Orixás, dos quais somente 16 são cultuados no nosso país: Essú, Ògun, Osossì, Osanyin, Obalúaye, Òsúmàré, NànáBuruku, Sàngó, Oya, Oba, Ewa, Osun, Yemanjá, Logun Ede, Oságuian e Osàlufan.
É uma religião originária da África, trazida ao Brasil pelos negros escravizados na época da colonização brasileira. A presença de religiões africanas é uma consequência imprevista do tráfico dos escravos, que determinou a afluência de cativos Gegês e Nagôs (Daomeanos e Yorubás), trazidos da Costa dos Escravos e desembarcados na Bahia e Pernambuco.
A religião foi tolerada porque os senhores achavam as danças e os batuques simples divertimentos de negros, úteis para que guardassem a lembrança de suas origens e seus sentimentos de aversão mútua.
O Candomblé se difundiu no Brasil no século passado, com a migração de africanos como escravos para os senhores de terra. A população escrava no Brasil consistia quase totalmente de negros de Angola e no momento da chegada dos nagôs, um século e meio de escravidão havia passado, e o negro ia lentamente apagando seus costumes, crenças e sua língua nacional. Mas o elemento africano resistiu e criou uma forma de cultuar seus deuses através do sincretismo com os santos católicos.
img2.jpgMesmo levando em conta a pressão social e religiosa, era relativamente fácil para os escravos, na sonolência geral, reinstalar na Bahia as crenças e práticas religiosas que trouxeram da África. A igreja católica estava cansada do esforço despendido na criação de irmandades de negros como tentativa de anular toda sua cultura, o que levava muitos escravos, adeptos ao culto aos Orixás, desembarcavam na Bahia.
Por volta de 1830 três negras conseguiram fundar o primeiro templo de sua religião na Bahia, conhecida como Ylê Yá Nassó, casa da mãe Nassó. (Nassó seria o título de princesa de uma cidade natal da costa da África), e seria a primeira a resistir às opressões católicas. Desta casa se originam mais três que sobrevivem até hoje e que fazem parte do grande Candomblé da Bahia, sendo elas: O Engenho velho ou Casa Branca, Gantóis, cuja ilustre dirigente foi Mãe menininha do Gantóis (falecida em 1986) e do Alaketu.
Os Candomblés se diversificaram desde 1830, a medida que a religião dos nagôs se firmava, primeiro entre os escravos e por fim, no seio do povo. Hoje há quatro tipos de Candomblé ou Candomblé de quatro nações: Kêtu (povo nagô), Jêje (povo nagô, mas obedientes a uma outra cultura), Angola-congo (povo bantu, este culto é mais abrasileirado) e de caboclo (cultuam mais os caboclos, mistura-se com a Umbanda).
O Candomblé baseia-se no culto aos Orixás, deuses oriundos das quatro forças da natureza: Terra, Fogo, Água e Ar, e são portanto, forças energéticas, desprovidas de um corpo material. Sua manifestação básica para nós