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Relevo antropogênico
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Relevo antropogênico

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As atividades antrópicas voltadas para a explotação de recursos minerais têm resultado em alterações significativas na paisagem e, consequentemente, na dinâmica do meio em que se verificam. Pensando nisso, este livro traz o reconhecimento, mapeamento e caracterização de feições do relevo de natureza antropogênica, estejam elas localizadas nas encostas ou nos fundos de vales. Os autores investigam o relevo antropogênico sob o enfoque da temporalidade, mediante estabelecimento de cenários em que se busca reconstituir condições ambientais presentes na região minerada, tanto na fase inicial de sua explotação como em tempos recentes, confrontando-as. Buscando consistência em suas informações, a obra apoiou-se na investigação de feições cuja dinâmica foi fortemente acelerada pela intervenção humana, a qual chegou, inclusive, a produzir significativas inversões de relevo. Este livro, ao prover-se das discussões acerca da mineração, impacto ambiental e relevo antropogênico, vem suprir a demanda por material que permita uma análise sobre a realidade local mineira, contribuindo para discussões da comunidade acadêmica e profissionais que atuam na área de análise ambiental.
LanguagePortuguês
Release dateJan 1, 2016
ISBN9788547300036
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    Relevo antropogênico - CECÍLIA FÉLIX ANDRADE SILVA

    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição – Copyright© 2016 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO SUSTENTABILIDADE, IMPACTO, DIREITO, GESTÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

    AGRADECIMENTOS

    A Deus, por todas as oportunidades alcançadas.

    A minha Maria, meu painho, meu amado e companheiro Jairo e aos meus irmãos.

    A minha filha Maria, todo meu amor.

    Aos meus mestres, responsáveis pelo meu crescimento pessoal e acadêmico.

    Aos meus amigos, pela força e fraternidade.

    APRESENTAÇÃO

    As ações humanas na superfície terrestre demonstram caraterística peculiares. Feições desenvolvidas ao longo do tempo geológico passam a ser reconstruídas em um tempo histórico, sob forte condicionamento antrópico. É nesse contexto que se insere esta obra, voltada para a análise da interferência da ação humana no relevo e no sistema fluvial naquelas áreas submetidas à explotação do minério de ferro, com enfoque na perspectiva espaçotemporal.

    O nosso compromisso, como autores, é discutir como a atividade de mineração de ferro a céu aberto, com longo histórico de explotação, é capaz de alterar e até mesmo inverter processos e feições do relevo na escala do tempo histórico-humano.

    O capítulo introdutório faz breve uma explanação que norteia a pesquisa, apresentando o tema, objeto de análise, questões investigadas e a metodologia empregada na execução do estudo.

    No segundo capítulo, iniciam-se as discussões quanto à configuração do arcabouço geológico, com seu acervo mineralógico, geomorfológico, a organização da rede hidrográfica, condições climáticas e cobertura vegetal original. Ao final, são apresentadas a configuração espacial do uso e ocupação da terra e a interferência antrópica da área, com intuito de demonstrar a explotação do minério de ferro na região.

    O terceiro capítulo apresenta uma revisão bibliográfica que trata do processo de explotação do minério de ferro, bem como de aspectos associados à aquisição do direito de lavra mediante análise da legislação minerária e ambiental vigente. Assim, proporciona o cenário dos impactos e danos ambientais associados à atividade minerária.

    O quarto capítulo discute o Tecnógeno, com enfoque sobre relevo antropogênico, interferência da ação humana nas encostas, taludes, rede de drenagem e calhas fluviais. A ação humana é abordada segundo o aprimoramento das tecnologias ao longo do tempo, as quais, além de viabilizaram a alteração da superfície terrestre, acabam por repercutir nas próprias atividades humanas.

    O quinto capítulo trata da configuração do relevo antropogênico decorrente da explotação do minério de ferro no Complexo Itabira, nos últimos 62 anos. Essa descrição é baseada na compilação de dados obtidos a partir da interpretação de produtos de sensoriamento remoto, carta topográfica e fotografias aéreas, cujos produtos e análises foram geoprocessados.

    O sexto capítulo faz uma discussão acerca da ação antropogênica na rede de drenagem e calhas fluviais, no estudo de caso do Complexo Itabira e área urbanizada do município de Itabira, mediante os esboços geomorfológicos de 1946, 2008 e 2010. O volume de material retirado das cavas nas temporalidades de 1946, 1989 e 2000 foram calculados, com o objetivo de mensurar o montante de material depositado nos barramentos e a jusante do empreendimento. As questões que tratam sobre a ação humana na paisagem ao longo do espaço-tempo devido à atividade minerária, nesse caso o minério de ferro, emergem a partir de dados, análises e sínteses apresentados nos capítulos anteriores. Nesse contexto, esse último capítulo esboça considerações no que se refere (i) à atividade minerária, a exemplo o Complexo Itabira, na dinâmica das encostas e taludes, (ii) à ação antrópica nos processos geomorfológicos e (iii) à configuração do sistema fluvial mediante a extração do minério de ferro no complexo pesquisado.

    A autora

    PREFÁCIO

    Transformações paisagísticas antropogênicas relacionadas à atividade minerária: novos terrenos, novos processos e novos tempos geológicos exigem novas abordagens

    Atacaram a terra nas explorações mineiras a céu aberto;

    esterilizaram-na com o lastro das grupiaras;

    retalharam-na a pontaços de alvião; degradaram-na

    com as torrentes revoltas; e deixaram, ao cabo, aqui, ali,

    por toda a banda, para sempre áridas, avermelhando

    nos ermos com o vivo colorido da argila revolvida, as catas vazias

    e tristonhas com o seu aspecto sugestivo de grandes cidades em ruínas...

    (Euclides da Cunha, Fazedores de Desertos)

    É que a terra farta, desentranhando-se nos minérios anelados, não era um lar, senão um campo de exploração predestinado a próximo abandono quando as grupiaras ricas se transmudassem nas restingas safaras, e fossem avultando, maiores, mais solenes e impressionadoras, sobre a pequenez dos povoados decaídos, as Catas silenciosas e grandes – montões de argila revolvidos tumultuando nos ermos à maneira de ruínas babilônicas...

    (Euclides da Cunha, Garimpeiros)

    As sugestivas imagens de grandes cidades em ruínas ou de ruínas babilônicas usadas por Euclides da Cunha ao caracterizar a paisagem transformada pela atividade de mineração – aliás, ele, Euclides, foi um dos primeiros a caracterizar o ser humano como agente geológico, nefasto, é certo, em sua opinião – permite-nos introduzir aqui a temática tratada por Cecília Félix Andrade Silva, em sua obra Relevo antropogênico: mineração de ferro e a interferência humana. Trata-se de um aspecto, e certamente não o mais insignificante deles, da extensa transformação da superfície do planeta Terra levada a cabo, ora intencionalmente, frequentemente não, pelos seres humanos ao longo do desenvolvimento de seus processos civilizatórios.

    O que caracteriza tal aspecto abordado aqui é a dimensão da criação de novos tipos de terrenos, que têm sido referidos como terrenos artificiais (como na terminologia usada pelo Serviço Geológico Britânico), ou, como é mais comum entre nós, tecnogênicos ou antropogênicos. Seja qual for a designação adotada, ela existe justamente para caracterizar os resultados da ação geológico-geomorfológica humana, escavando, erodindo, depositando materiais ou induzindo que processos da dinâmica superficial se modifiquem. O ser humano, como temos insistido, por meio de

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