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Não há títulos: obras de uma vida não vivida
Não há títulos: obras de uma vida não vivida
Não há títulos: obras de uma vida não vivida
Ebook227 pages1 hour

Não há títulos: obras de uma vida não vivida

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About this ebook

Coletânea de poemas em maioria sem títulos, pois respeitando a subjetividade individual proponho que cada um tem o direito de colocar o título que achar que melhor caiba aos versos.

Propondo isso, tentem não chorar, que os poemas serão de triste e tristeza ou qualquer coisa que se confunda com amar.
LanguagePortuguês
PublisherViseu
Release dateDec 1, 2018
ISBN9788554548490
Não há títulos: obras de uma vida não vivida

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    Book preview

    Não há títulos - Murilo Montino

    www.eviseu.com

    Prefácio

    Deve-se ser salientado que agora na maioria dos escritos, você poderá nomeá-los como assim o quiser, façam bom uso e que todos os poemas são rídiculos, tal qual, as cartas de amor, mas espero que apreciem a leitura.

    Poema 01

    A minha mais nobre vaidade

    haveria então no entardecer

    uma longínqua tristeza

    a quem de certa forma

    acalenta e cura a ferida

    mesmo que aos poucos mate

    Sem a súplica do alvorecer

    conseguindo então no amor

    um motivo a mais

    para viver

    A quem se nega a aceitar

    e as culpas trucidantes

    por vezes visto sem-ver

    uma armadura de amarguras

    que só quem morreu de amor

    haverá de viver

    Por vezes mágoas de quem nunca amou

    numa febre breve de quem não diz sentir

    um coração nobre pairou

    haveria quem amasse o ressentir

    de ressentimentos se fizesse

    e criasse então rancores leves

    que pesassem como espinhos cravados na epiderme

    E quem sentisse seu cheiro de novo

    acreditasse mesmo breve

    na loucura de quem já amou

    e numa canção célebre

    as virtudes de um bom amor

    Poema 02

    Se você soubesse o amor

    que sinto, viveria a esperar

    por mim em cada esquina,

    pois entre tantos versos

    os mais belos são pra ti

    Poema 03

    Indagá-los a ter

    instruí-los a roubar

    roubar vosso tempo

    para que tiranos vivam

    competir entre si

    mutilar

    guerrear

    destruir

    e no fim do dia

    bater cartão

    agredir

    não ter fôlego

    não ter vida

    escravos dos outros

    não de si

    Poema 04

    Volta pra casa

    pra aquele cheiro

    de melancolia

    Àquele retrato

    com cara amassada

    Àquele dia

    volta pro mundo

    sai daí e vem viver a vida

    sem tanta nostalgia

    recomece mesmo que no outro dia

    Volta pra casa

    agora gritando alegria

    sambando na calçada

    as vidas que viveria

    Volta aqui

    me dá um abraço

    finja que não tem cansaço

    e me beija

    até o raiar do dia

    Poema 05

    Hoje tentei andar distraído

    tropecei tantas vezes

    cambaleei na avenida

    atravessei a rua sem olhar para os lados

    mas os lados me viram

    Hoje vivi um dia apreensivo

    sem saber porquê vivia

    tropecei em mim

    nos pensamentos surdinos

    hoje avistei do outro lado da rua

    um conhecido

    vi que a vida ainda existia

    mesmo que tênue em mim

    mesmo que não existindo

    Pulei os limites do meio-fio

    vangloriava cada passo a valsa

    e urrava para os céus

    - o fundo do precipício

    hoje me assustei com o espelho

    refletia um rosto que não era meu

    sorria mesmo que triste

    e corria mesmo que cansado

    Hoje acordei meio que destemido

    Levantei-me da cama

    sem-querer levantar.

    Hoje abri os olhos por abrir.

    Ontem dormi

    e não quis acordar.

    Poema 06

    Há ternura

    no canto atenuado

    dos motores

    Há paz

    nas ríspidas

    palavras proferidas

    Há beleza

    nas insanidades

    e tolices

    Há certezas

    em discursos ditos

    e para os

    chamados de loucos

    Há amor

    desprenderam-se dos outros

    que não amavam

    e viram saída

    fora dos motores

    e na vida vendida

    Poema 07

    Tentei escrever como se bebesse água

    viciei-me nesse vício para mais tarde perceber a má escrita que fazia em minha vida.

    Cada verso prosa que faço, é estritamente redundante

    e cada passar vagaroso de tempo é um motivo a mais para a redundância desse clichê.

    E a medida que tento viver, descobri que não há saída para as minhas dores, estou preso a mim.

    relutantemente preso

    Busco saída, mas a minha mente truculenta me traz de volta a sanidade de quem não vive

    ando vagarosamente com pressa de não chegar onde quero ir, pra no final não saber porquê estou indo.

    Os versos são melhores quando feitos com algum significado

    mas vida se tornou tão redundante

    Que cada prosa agora é verso

    e eu preso a mim

    Tento aos poucos ir

    nunca haveria de tentar amar

    E eu aos poucos louco fico

    pois de tantas dores

    Amar é a mais bela dor

    Há quem aos poucos doa de si

    uma parte incontestável dessa prosa que aos poucos verso fica

    e aos poucos o amor escreve na pele

    a sangue tudo que talvez não fosse possível ser dito

    e a loucura de casais que marcam suas almas com essa trucidante dor, a qual a vida só valerá a pena se senti-la.

    Transformei cada verso em singela poesia, já não encontrava saída senão no papel, verossímil alma minha que partia e deixava um corpo oco, transformei a passageira vida em poesia e os versos viraram prosa.

    Poema 08

    A intensa repetição de palavras nos versos que escrevo

    e o pouco espaço que dou

    aos significados

    A pouca tentativa de mudar

    o que sou para o que deveria ser

    Mas de fato quem sou

    somente sou porque já fui outro

    alguém que agora já não se reconhece

    E não me reconheço a cada mês

    A cada visita inesperada que faço

    - para tentar me encontrar

    Estou sujeito somente a mim

    Não poderia ser outro alguém melhor

    Se quem sou é o melhor do que já fui ou do que talvez seja

    Não deveria ser outro, pois convivo apenas com minhas dores

    Não há de poder suportar a dor dos outros tantos que seria

    Poema 09

    Como reconheço meu reflexo

    Se não um ponto a quem devo ser

    Olho loucamente para alguém parecido comigo

    Mas naquele espelho não mostraria nunca quem de fato sou

    Este ponto inerte

    Este adereço aos outros

    Este figurante de sua vida

    Mas que de fato muda

    O ponto mais que ponto

    o pensar de um ponto que tenta estar fora da curva

    mas que não o pôde fazer

    a sua própria prepotência de apenas

    poder tomar para si quem és

    e

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